domingo, fevereiro 24, 2013

Vem, vem f. comigo

Acordei excitadíssima, a madrugada ia alta, sentia-me como se recém-chegada de uma festa onde dançara a noite inteira com homem de corpo musculoso, homem que prometia bom sexo mas que acabou na cama de outra; na garganta, meu grito travado, vem, vem foder comigo!

Ajeitei o travesseiro, apoiei a cabeça de modo mais confortável, meu coração saltava; vem, aperta o meu corpo, sobe sobre mim, enfia-me teu sexo, deixa-me gozar de todas as maneiras; sua chegada anunciou-se, relincho de corcel ligeiro; a cama estremeceu, sombras dançaram no ar, visões perderam-se nas paredes; como numa disputa acirrada, revolvi os lençóis livrando-me deles, em segundos estava sobre o seu corpo, ele enfiava o seu sexo duro dentro de mim; eu pulava, quase uma corrida cujos obstáculos me enchiam de prazer, ia e vinha num arfar que se ritmava com mais violência a cada salto, o ar era quente, nossos suores misturavam-se; interrompi de repente os movimentos e comecei a girar, tive o cuidado de não deixar seu pênis escapar; como sou canhota, escolhi o sentido anti-horário, 360 graus de sexo bem redondo; atravessei-lhe o ventre com um dos pés, depois o outro, ligeiro movimento à esquerda e já estava sentada ocupando-lhe estrategicamente o lado direito, os dois pés pousados, paralelos um ao outro; depois afastei a perna esquerda e lhe ultrapassei as coxas; rápida, recolhi a perna direita, agora lhe dava as costas, seu sexo continuava inteiro dentro de mim; cuidadosa, continuei avançando os pés, o esquerdo a 45 graus, depois o direito, a engrenagem resistia; faltando apenas um quarto para completar o círculo, trabalhei com maior cuidado, o eixo já estava por demais lubrificado; mais um impulso e minha perna esquerda saltou seu pescoço, o pé apoiado no travesseiro lhe ladeava a cabeça, um pequeno esforço e minha perna direita escorregou próxima ao seu tórax, eu apresentava as pernas bem abertas, por pouco quase o deixei escapar, seu pênis desfez o nó em que se manteve dentro da minha vagina durante todo o percurso; ajeitei-me e, na posição de partida, reiniciei os movimentos ascendentes e descendente, permanecia sobre o seu corpo, meus pés na altura de sua bacia; em pousos segundos senti seu sêmen esguichar dentro de mim, tornou-se-lhe impossível segurar o gozo até mesmo por mínima fração de tempo; aproveitei seus últimos espasmos, queria sugar até a última gota a consequência extrema do meu ardor; depois me larguei ao seu lado, ele a me envolver num longo e silencioso abraço, eu a transbordar seu sexo sobre os lençóis, um jorro lento e sadio, absorvera-o mais do que podia, mas queria-me banhada pelo lastro do seu prazer; na parede defronte dançavam vultos comemorando uma olimpíada, disputa entre os deuses, que celebravam a minha vitória e a de meu homem.

Levantei quando o dia jorrava um olho de luz através da veneziana; andei nua pela casa, fui à cozinha beber água; ao voltar e olhar a janela da sala vi os outros prédios, a cidade ainda dormia, homens e mulheres, juntos ou sós, sonhavam seus sonhos de amor; eu, lânguida mas ainda excitadíssima, loba no cio, desejava a segunda, quem sabe, a terceira investida; e sempre o círculo anti-horário, o tempo neutro, o sexo perene, o grito travado, embora ele na cama de outra; vem, vem foder comigo!

quinta-feira, fevereiro 21, 2013

Já que tá, deixa ficar

Quando nosso grupo de dança ainda não era profissional, certa vez viajamos para uma apresentação em Vitória. Logo que chegamos à cidade, fomos para o hotel. Como os quartos eram duplos, ficamos juntas eu e Rejane. Lá pelas onze da noite, quando quase todos já estavam dormindo, cochichei no ouvido de minha amiga:

“Onde será que está o Jardel?”

Jardel era o único dançarino do grupo. Aliás, ele nascera homem, mas seu corpo, apesar de grande, era quase o de uma mulher. Ele tinha até um pouco de seios. Certa vez vestiu-se de mulher. Ninguém desconfiou que não fosse uma das nossas.

Rejane também não sabia o número do apartamento do rapaz. Pusemo-nos a investigar. Lembramos que ele fora um dos últimos a receber a chave, por isso deveria estar num dos números mais altos do andar. Percorremos todo o corredor e paramos diante da porta do último apartamento. Encostamos o ouvido e ouvimos som de TV lá dentro.

“Vamos bater”, sugeri, “caso não seja o dele, a gente inventa uma história e pede desculpas.”

Bati três vezes. Acertamos na mosca. Era o quarto de Jardel.

“O que vocês desejam?”, perguntou com ar de surpresa.

“Ficar um pouco com você”, falei apressada.

Ele abriu a porta e nós entramos.

“Vocês não acham que é hora de descansar.”

“Mas nós queremos namorar você”, falei e o agarrei pelas costas.

“Namorar?”, mostrou-se surpreso.

“Isso, mesmo, nós duas, ao mesmo tempo.”

Enquanto eu o segurava por trás, Rejane abraçou Jardel e tacou-lhe um beijo na boca.

“Gente, por favor, ainda não pensei em namorar alguém, nem sei se vou escolher mulher para isso. Por enquanto, penso na minha carreira.”

“Sei que você pensa em sua carreira, todas nós pensamos, mas o que haverá demais se nos divertirmos um pouco?”, argumentei enquanto acariciava suas costas.

“Nos divertirmos?”, perguntou ele.

“Isso, vamos fazer de nossos corpos uma grande diversão”, Rejane falou e fez cócegas sobre o seu ventre.

“Não sei, não estou acostumado a esse tipo de diversão”, tentava esquivar-se.

“Basta que você deixe por nossa conta”, afirmei.

Rapidamente o despimos. Rejane beijou-lhe a boca de novo enquanto eu comecei a brincar com o pênis do rapaz. Não demorou estava duríssimo.

“Gente, por favor, estou sentindo uma coisa super estranha”, pôs-se a repetir isso várias vezes.

“No começo é assim mesmo, depois você acostuma”, falou Rejane.

Coloquei seu pênis dentro da minha boca, chupei-o com muita voracidade.

Depois de algum tempo, invertemos as posições. Enquanto Rejane o abocanhava, eu beijava-lhe a boca e fazia carinho no restante do seu corpo.

“Rejane, cuidado pra ele não gozar, também quero um pouco, viu?”, alertei

O namoro durou muito tempo. Em alguns momentos, fizemos que ele dançasse nu para nós, pedimos que desfilasse ora fazendo de conta que era mulher, ora que era homem. Quando fazia o papel feminino, tinha de tentar esconder o pênis, que permaneceu ereto durante a maior parte do tempo.

Fiz que ele metesse em mim, mas logo Rejane, preocupada, alertou: “quero também, viu?.”

“Será que você consegue dar duas trepadas?”, perguntei a ele.

“Acho que sim. No começo eu estava temeroso, mas agora estou adorando.”

“Déborah, acho que de hoje em diante ele vai resolver ser homem”, Rejane sorriu. Depois se deitou e pediu que ele fosse sobre ela. Enquanto eles trepavam, fiz que Jardel chupasse os meus seios.

“Não goza dentro não, deixa pra gozar na minha boca”, pediu Rejane.

“Também quero”, saltei e esperei a minha vez.

Quando ele gozou, teve porra de sobra para nós duas.

“Que delícia”, falei, “você é muito gostoso, eu já desconfiava”, completei.

“Adorei, meninas, acho que vou querer que voltem sempre.”

“Voltar sempre?”, perguntei. “Olha que somos mulheres difíceis”, franzi a testa e caí na gargalhada.

Ele nos abraçou, as duas ao mesmo tempo. De repente, sugeriu:

“Que tal começarmos de novo?”

Enquanto rolávamos os três sobre a cama, ouvimos alguém bater na porta. Jardel correu e abriu. Um homem negro, alto, entrou no apartamento. Eu e Rejane gritamos quase juntas, gritamos, saltamos e nos cobrimos com nossas pequenas mãos.

“Calma, meninas”, falou Jardel, “vocês me fizeram uma surpresa, não? Agora sou eu que faço a vocês.”

“Mas, Jardel, estamos nuas”, vociferou Rejane.

“Eu sei, querida, não há nada de mais nisso.” Ainda voltado para nós duas, continuou: “apresento a vocês o meu amigo João. Meninas, ele trabalha no hotel, ninguém pode saber que está aqui.” Então voltou-se para o homem: “João, essas são minhas amigas Déborah e Rejane, estrelas da companhia de dança.”

O recém-chegado olhou-nos com ligeiro sorriso e falou com voz baixa e delicada: “muito prazer”.

“O que ele veio fazer aqui?”, perguntei.

“Ora, veio conversar comigo. Mas quero dizer uma coisa a ele”. Jardel virou-se para homem: “João, sei que veio aqui por causa de mim, mas acho que você vai acabar pensando como eu. Essas duas são adoráveis, conseguiram me divertir muito, uma diversão como nunca senti. Elas não vão negar nada a você.”

“Déborah, e agora, o que vamos fazer?”, a voz de Rejane era de aflição.

“Ora, amiga, não há nada a fazer. Vamos seguir o conselho de Jardel, vamos todos nos divertir. Como diz aquele velho ditado: 'já que tá, deixa ficar'.”

domingo, fevereiro 17, 2013

Melhor que seios?

Morro de vergonha se tenho de mostrar os seios. Faço qualquer coisa, mas ficar de peito de fora diante de um homem me mata. Tenho um amigo que mora em Copacabana. Ele leva várias mulheres ao seu apartamento com o objetivo de fotografá-las. A maioria tira rapidinho toda a roupa. Mas eu não consigo despir a blusa, ou o top. Exibir os seios, no meu caso, é uma verdadeira angústia. Outro dia fui de novo ao tal apartamento. Ele fez tantas fotos minhas, cada uma mais linda do que a outra. Mas na hora que me pediu para tirar o sutiã, foi um Deus nos acuda. Não consegui. Já tomei calmante, fumei baseado, bebi vodca... Tudo em vão.

“Jéferson, há tantas outras poses, nada demais eu ficar de blusa, ou de top, você não acha?”

“Concordo, Luíza, mas falta uma pontinha de você para estar completa, ou melhor, perfeita.”

“Mas qual o problema de eu não estar completa ou perfeita? Na vida nada é completo nem perfeito.”

“Luíza, assim você já está querendo introduzir uma questão filosófica. Desejo apenas fotografar seus seios nus.”

Certa vez fui a uma praia com umas amigas. Segundo elas o lugar era famoso por ser permitida a prática de nudismo. Ligeiras, desfizeram-se de todas as peças. Eu não pude. Aliás, tirei a roupa, mas conservei o top.

“Por favor, não toquem em mim”, pedi, “se tiver de mostrar os seios, eu morro”, falei muito preocupada.

“Mas você viaja até aqui e não fica nua.”

“Não estou vestida”, repliquei.

“Não?”, a amiga insistia.

“Estou sem a parte de baixo, você não notou?”

Voltando ao meu amigo do apartamento.

“Luíza”, ele falou outro dia, “fui incumbido de fazer umas fotos para uma revista norte-americana. Lembrei logo de você. Mas temos de superar aquele problema.”

“Problema? Que problema?”, ingênua eu, não?

“O dos seios.”

Dei então a solução.

“Não sei se eles vão aceitar, Luíza. Dizem que tem de haver uma foto da modelo nua por inteiro.”

“Deixa comigo, pode ser que aceitem o que estou pensando.”

Daí veio a foto que me fez famosa internacionalmente, invejada até mesmo pelas melhores modelos mundo afora. Fiquei nua, mas de costas, um pouquinho inclinada para a direita e com a cabeça voltada para a câmera, aparece apenas o bico de um seio.

Se quiserem mais, ficarão a ver navios. Melhor navios do que seios? Para uns, talvez; para outros, porém, melhor que me roubem o sutiã!

domingo, fevereiro 10, 2013

Será que exagerei na dose?

Nós, mulheres, sempre temos algum ex-namorado que vez ou outra sofre uma recaída e nos procura. Depois da invenção da internet, então, nem se fala. Os e-mails e as mensagens nas redes sociais se oferecem com tanta facilidade que, quando eles dão conta do que fizeram, já é tarde demais. Um dia desses recebi uma mensagem de um homem que namorei em 2004. Quanto tempo, não é mesmo? Ele dizia:

Querida, sinto muita saudade de você. Sei que já faz tempo que não nos vemos. Talvez você já tenha tido muitos namorados depois de mim, ou, quem sabe, vai ver que até casou. Não faz mal, não fico aborrecido com isso. Gostaria apenas de fazer um pequeno e fácil pedido a você. Será que poderia me enviar uma foto sua? Apenas uma bastaria para saciar o meu desejo. Caso você esteja disponível, até podemos nos encontrar. Mas não faço essa proposta agora, nem mesmo sei se é decente cogitá-la. Uma foto, por enquanto, me bastaria. Beijos. R.

Lembrei os momentos em que passamos juntos. Foram ótimos, não resta dúvida. Mas como eu morava e ainda moro em BH e ele no Rio, o relacionamento não vingou. Uma amiga diz que se há amor, não importa a distância, dá-se um jeito. Mas no nosso caso, não sei. Se aquilo não foi amor, não posso dizer o que tenha sido.

Quando namoramos, ele fez várias fotos minhas. Em muitas delas, apareço nua. Essas fotos ficaram com ele. Mas eis que oito ou nove anos depois ele quer mais uma. Não respondi de imediato. Deixei que pensasse que eu iria ignorá-lo. Há três dias, porém, resolvi atender o seu pedido. Fiz a foto: estou sentada numa poltrona, de pernas cruzadas; no rosto, um ligeiro sorriso.

Dias depois veio o agradecimento.

Querida Rita de Cássia, que foto! Estou em permanente enleio. Não consigo me afastar de você pelo mínimo espaço de tempo, por isso fiz muitas cópias e espalhei a sua bela imagem por toda a casa. Meu agradecimento vai além, porque quando lhe fiz o pedido não contava que me enviaria uma foto dessas... Estou novamente apaixonadíssimo. Você continua (como posso dizer?) linda como sempre.

Fiquei na dúvida, será que exagerei na dose?

domingo, fevereiro 03, 2013

Sou engraçada, sim...

Sua camisa é tão bonita. É da banda, não? Você me empresta? Ah, entendi, só se eu contar o que aconteceu. Então me abrace, me esconda nesse seu largo tronco. Assim conto a minha historinha e me mantenho oculta, longe de olhares afoitos. A banda está tão animada, que bom! A gente se diverte. Escute.

Foi aqui nessa pracinha mesmo. Você já me conhece de vista, não?, sabe que adoro andar de biquíni. Saio de casa para ir à praia de biquíni, nenhum pano a me cobrir, só a carteira de plástico transparente contendo a identidade, colada aqui no meu braço esquerdo; ando pela orla de biquíni; depois da praia vou a algum bar tomar chope de biquíni; converso aqui ou ali com um ou outro, de biquíni. E hoje que é carnaval, lógico que não poderia deixar de sair com o meu traje predileto, o menor biquíni, e de lacinhos. Fui à praia; depois, adivinhe, vim aqui para o bloco. Dancei à beça. Tomei dois ou três chopes. Então apareceu um rapaz, acho que novo nas imediações. Mas tão bonito, que corpo! Logo me conquistou; logo me dependurei no seu pescoço. Que emoção... Então ele começou a ficar excitadíssimo com meus beijos e abraços. Falei a ele aqui na praça não podemos transar, vamos deixar para outra hora, hoje é carnaval. Mas ele insistiu a gente tem de dar um jeito. Mas com tanta gente tentei desconversar olha o que você vai aprontar continuei e lhe dei mais um beijo. Ele foi me conduzindo no ritmo da banda para o lado de uma árvore, e falou aqui na praça há um ponto cego. Ponto cego? perguntei. Isso, ponto cego reafirmou um local onde ninguém pode nos ver. Você acredita que há um lugar onde ninguém pode nos ver, numa praça? Realmente, ele me convenceu. Ficamos ali, agarradinhos. Você quer que eu mostre o lugar? Assim que acabar o relato  levo você até lá. Escute. E não é que ninguém nos viu mesmo? Ficamos a namorar, a nos agarrar, a nos beijar. Até que ele falou tenho um costume, sabe? um costume como o daquele cantor, esqueci o nome dele, gosto também de fazer coleção de calcinhas, sempre levo de lembrança uma calcinha de minhas namoradas. Calcinha contra-argumentei mas estou de biquíni. Hoje quero começar uma nova coleção, desta vez de biquínis falou. Ele me apertou mais, e sabe o que fez? Acho que não preciso descrever, só digo que me levou ao orgasmo. Isso mesmo, gozei ali naquele cantinho. Mas não é que o danado começou a nova coleção dele hoje mesmo? Quer saber como corri até aqui? Corri, simplesmente. Como nos sonhos, corremos e ninguém nos vê. Acho que tive sorte. Aí apareceu você com esses braços compridos, o tronco largo. Quer ir até o ponto cego? É logo ao lado da árvore, a da direita. Vamos sim. Já sei, você também quer me levar ao orgasmo. Olhe que sou osso duro de roer, viu? Ok, mas promete depois me emprestar sua camiseta? Então, combinado. Adoro carnaval, e não posso perder esse desfile só porque estou com o bumbum de fora. Você quer saber o meu nome? Gisele. A modelo? Não, não. Ou melhor, quem sabe. No carnaval faz mais sentido desfilar aqui na General Osório do que nos Estados Unidos. Você está rindo. Sou engraçada, sim...