terça-feira, julho 08, 2025

Você vai adorar essa história

Ele gozou dentro da minha calcinha. Sei que não é o momento pra dizer isso, mas você já me conhece... Eu estava em pé. Vestia apenas a calcinha. Ele então, primeiro me abraçou e me deu um beijinho na orelha, depois se afastou um pouquinho, puxou o elástico e colocou o peru dentro. Ficamos um tempinho agarrados, o sexo dele procurando o meu, me beliscando, me acarinhando… adoro namorar assim, sinto mais tesão que toda nua… até que ele gozou, três jatos quentes de esperma, eu meladinha! E continuamos agarrados, ele me beijou na boca. Não tira, não, está tão bom assim, pedi. Ele atendeu.

E você, estava contando da madrugada na praia, você nos braços do homem, foi uma história parecida, não? Interrompi pra contar o meu gozo. Conta o teu, vai, desculpe.

Nua, nua? É mesmo, assim ao ar livre? Não é perigoso? Ah, sei, com o perigo fica mais gostoso… sabe, eu também já… Não, continue, se não começo a falar de mim de novo! Ah, é mesmo? Mas os homens são assim, são afoitos. A gente precisa se preocupar com a gente, não? Foi? Surpresa? Que presente… Que namorado legal!

E você aceitou a proposta dele? Vestida apenas com o cordão de ouro, um cordão delicado, você agarrada ao homem? É mesmo? Depois agachada sobre a areia, como os cães? Você conseguiu, é? Caramba! Jamais imaginei que você fosse capaz... Gostou, foi? Nunca tinha experimentado assim... Entendo. E o vestido? Foi? Acho que assim eu não conseguia, não. Além de morrer de vergonha, pra isso às vezes tenho de tomar remédio, sabe?

E ainda continuaram quando chegaram em casa, você entrando nua, desfile de uma joia. E a transa sobre o tapete da sala! Você não tem do que se queixar…

Posso contar ao meu namorado? Ele vai adorar essas ideias e toda a história.

Depois que acabou nossa conversa no café da Orla e Rejane se foi, achei melhor nada contar. Essas histórias de mulher nua na praia durante a madrugada, o vestido devolvido após vinte quatro horas; ela, no banco do carona coberta apenas com o cordãozinho de ouro; depois, entrando pelada no prédio onde mora, a subida ao terceiro andar, a trepada monumental sobre o tapete... Sei lá, essas coisas excitam os homens. Eles são pura pele e tesão. De repente, meu namorado vai atrás dela, cadelinha agachada a deixar o cocozinho na areia da praia.

Melhor o homem continuar a gozar dentro da minha calcinha! 

sexta-feira, junho 06, 2025

Não aguentei!

Ele me deu um beijo! Juro, um beijo gelado, e bem próximo à orelha. A gente passeava pela rua das Laranjeiras. Ao ver uma sorveteria, convidou-me. Quem sabe eu desejava tomar um de manga, chocolate belga ou tutti-frutti?

Olhei-o e lembrei os dias quando tomamos juntos outros sorvetes no centro da cidade. Tão romântico alguém chamar a gente para um sorvete!

Duas moças saíram da loja saboreando os seus gelatos. Três funcionárias nos aguardavam. Olhei com vagar o local onde ficavam os sabores, o vidro embaçado em alguns pontos turvava as cores vivas, mas não me diminuíam o desejo, cada vez mais intenso.

Difícil decidir, disse e sorri para ele.

Você tem tempo, só há nós dois na loja.

Eu, porém, sentia a ansiedade da atendente. Escolhi chocolate e graviola.

A senhora quer no copo ou casquinha? A moça, solícita como sempre, aguardou a resposta.

Casquinha.

E o senhor?

Hum, deixe-me ver.

Passaram-se cinco segundos e ele suspirou: morango com chocolate belga.

Após servidos, sentamos os dois, lado a lado, num banco de madeira, comprido, que ficava fora da loja. Aos pouquinhos eu passava a língua em volta da minha casquinha. Às vezes, uma pazinha ajudava.

Tenho certeza, ele tinha ainda em mente o passeio no centro do Rio, quando me tacou um beijo rápido próximo à orelha. Não sei se notou, mas fiquei arrepiada. Nas duas vezes.

Era ele meu namorado? Não. Nunca fomos namorados. O que fazíamos era nos encontrar vez ou outra para um café ou sorvete. Uma ou duas vezes almoçamos juntos. Ele me beijava; eu fazia de conta que não percebia.

Você melou minha orelha, eu disse em tom de lamentação.

Achei que você gostasse; certa vez no consultório, lembra?, beijei sua orelha e você nem se queixou! Ele disse.

Foi no meu consultório ou tomando sorvete? Eu tinha dúvidas.

A orelha ia melada e o corpo arrepiado. Esse meu namorado, cheio de ardis... Gosta de namoros repentinos, sem que se precise falar sobre. O tipo de homem que funciona assim: quando vejo, já estou nua nos braços dele.

Cuidávamos do sorvete, preocupados em não deixar escapar um pingo, um pedacinho sequer. Vez ou outra eu olhava para ele, pedia em silêncio outro beijo.  Mas ele não entendeu, meu pensamento talvez fosse fraquinho. Eu, na maioria das vezes, aproveitava para me fazer de comportada, uma auréola em torno da cabeça.

Outro dia, ao darmos um com o outro sem marcar encontro, ele me beijou a boca, um selinho:

Aqui, tenho muita gente conhecida! Reclamei, mas bem que gostei.

Acabávamos nossos sorvetes. Precisei um pouco mais de tempo. Ele entrou novamente na sorveteria e voltou com dois guardanapos. Passei o meu delicadamente próximo à boca. Após terminar, beijou-me, seus lábios frios, inverno na ponta das nossas bocas e línguas. A dele avançou-me além dos lábios e tocou também a minha. Outro arrepio. Como estava de saia, tal arrepio rondou-me ainda as pernas, subiu-me as coxas e me beirou as entranhas. Que palavra horrível: entranhas! Melhor: seu beijo provocou-me um arrepio capaz de beirar minhas aberturas...

Levantamo-nos e começamos a caminhar rua acima. Você vai fazer algo, agora? Quis ele saber?

Não sei, por quê?

Sorriu e passou um dos braços sobre meu ombro. Éramos dois namorados passeando às duas da tarde na rua das Laranjeiras.

E a orelha ainda está melada? perguntou, rindo depois.

O que respondi foi fazer a face de rogada. O que é face de rogada? Você, leitor, deseja saber? É quando o desejo continua. Eu ia a mil!

Se você quer me beijar, é melhor outro lugar, eu disse. Olhei a rua.

Vamos atravessar, sugeri.

Seguimos para o prédio onde eu morava.

Esse homem é cheio de imaginação ou de fetiche, não sei bem. Imagine se pronuncio a palavra melada ou meladinha, o que ele vai pensar?

Houve outro namorado. Mas já faz muito tempo. Eu de calcinha e o homem a me abraçar. Não sei se foi num hotel numas férias de verão, ou, quem sabe, num final de semana. Sim, foi num final de semana. Que tal uma taça de champanhe, sugeriu o então namorado. Eu ainda de calcinha.

Sim, uma taça de champanhe, repeti.

O champanhe explodiu. E me deixou molhada. Molhadinha!

sexta-feira, abril 11, 2025

Esconderijo

Eu andava pela areia; no final da praia, subindo em direção à vegetação existente na junção das duas bordas de mar, havia um refúgio. Não sei se era conhecido de alguém naquele tempo. Era preciso descer uns degraus. Talvez o local fora utilizado como depósito de algum quiosque. Com a derrubada deles e a tentativa de reforma da orla, o pequeno espaço quase subterrâneo tenha sido deixado de lado. Era difícil percebê-lo. Acabei descobrindo-o porque sou curiosa e vivo buscando novas experiências.

Ao entrar no refúgio, procurei olhar para todos os lados, temia algum bicho. O que encontrei, no entanto, foi muita areia, trazida certamente pelo vento. Quando se entrava no pequeno compartimento, talvez de nove metros quadrados, não era possível que alguém do lado de fora percebesse pessoa alguma escondida. Após explorar o local, de me certificar de que não havia rastro humano ali dentro, saí e me prometi voltar, só que à noite.

Numa noite de quinta-feira, voltei à orla da praia. Deixei o carro distante, perto de um restaurante, e caminhei em meio às sombras até a parte da areia que dava acesso ao esconderijo; vamos nomeá-lo assim. Quando pisei na areia, tirei a sandália de meio salto que calçava, era mais confortável sentir a temperatura fria do chão. Ouvi o marulhar e me aproximei da linha da água. Meu vestido ia um pouquinho acima dos joelhos; portanto, não o molharia. Deixei uma pequena onda tocar-me, acariciar-me os pés. A temperatura baixa da água me provocou um tremor que, não sei o motivo, deixou-me em certa euforia. Tive vontade de mergulhar, de nadar escondida pela noite. Meu coração se acelerou. Virei-me para a parte de cima da praia, onde ficava a vegetação acima do refúgio. Então, lembrei-me, vou entrar agora no tal esconderijo. Caminhei, olhei em todas as direções, será que alguém me vira, será que me seguia? Não vi alma.

Ao chegar ao local recém-descoberto, desci os três degraus, abaixei-me e o iluminei com a luz do meu celular. Continuava vazio, sem dar mostra de que alguém o frequentara desde a última vez que estivera ali. Checado o piso, as paredes, entrei. Minha altura era suficiente para que não batesse a cabeça no teto. Pousei a bolsa num dos cantos, após verificar se o local não estava sujo. Na verdade, como sempre, a areia era muita, mas branquinha, como à beira da água. Que loucura! Pensei, se aparecesse algum homem, não teria como me safar. Certamente me agarraria, diria que a curiosidade mata e ele não seria culpado, mas eu e minha teimosia. Quis correr dali, mas algo mais forte me reteve: o gosto pela aventura. Tive, então, a ideia que sempre me tentou: tomar banho de mar nua. Como não era possível durante o dia, à noite, e com aquele refúgio para guardar os meus pertences, a boa situação se apresentava. Mas estava escuro, eu podia tirar a roupa à beira da água, guardar o vestido e tudo mais dentro da bolsa e mergulhar, deixando-a na areia, mais próxima a mim do que naquele refúgio, de onde teria de caminhar nua mais ou menos trinta ou quarenta metros.

Não passou muito tempo, decidi pelo refúgio. Apesar da distância, era mais protegido. A bolsa sobre a areia poderia chamar atenção, brilhar sob alguma lanterna, algum farol de automóvel que descesse a pequena rua. Tirei a roupa, inclusive a calcinha, guardei tudo com muito cuidado. E a chave do automóvel, e o celular? Queria tê-los comigo para alguma emergência. Como, porém, entraria na água com o celular. Impossível. A chave poderia fazê-la de pulseira, mas com telefone não dava.

Olhei um lado, olhei outro e desci a areia. Não corri. Desnecessário. Andei, um desfile pausado. Ainda me voltei à vegetação superior, ninguém. Entrei na água, cuidei de não fazer barulho. Nadei. O mar não estava bravio, e aproveitava minha experiência de natação. Permaneci dentro d'água durante uma boa meia hora. Quando comecei a sentir muito frio, decidi sair. Adotei o mesmo procedimento.

Com muita calma, olhei todos os lados e caminhei, outro desfile, até o refúgio. Entrei, suspirei, quis deixar que as gotas d'água secassem sobre meu corpo. Não tinha pente ou escova para o cabelo. Procurei a bolsa. Estava no mesmo lugar. Ainda bem... O que me aconteceria se não a encontrasse? Nem pensar. Naquele momento, uma corrente de ar fresco penetrou o refúgio, provocando-me arrepios. Que vontade de abraçar um homem grande, largo, eu ainda nua. Mas onde um homem assim? Que eu abandonasse a ideia, às vezes os homens são o contrário do que desejamos. O corpo, no entanto, solta faíscas, o desejo por sexo é sempre muito presente. Poderia me deitar no esconderijo, mover minhas energias interiores, lembrar situações excitantes e atingir o prazer... Mas o chão estava cheio de areia; eu, ainda úmida das águas do mar. Levantei a bolsa com uma das mãos, saí da gruta e corri para o carro. Não olhei para ver se havia viva alma por perto.

Tive sorte, ninguém envolto nas sombras da noite por aquelas bandas. Algumas estrelas cintilavam para mim quando olhei o céu, piscavam seus olhinhos incentivando à aventura maior. Cheguei-me junto à porta do automóvel, pressionei a chave. Ouvi o ruído de destravamento das trancas, soou alto para as horas. Já imaginaram, apenas o bramir do mar, o ligeiro zunir do vento e a expansão de um som que revela a presença humana, o receio a ladrões, a pretensão de se resguardar a propriedade? Esperei. Ninguém ouviu o alarme; pelo menos, era o que a tranquilidade indicava. Entrei, sentei-me no banco do motorista, pousei a bolsa sobre o banco ao lado, afastei um pouco mais o meu banco, queria ter dois metros, estiquei as pernas, o volante distante do meu ventre. Relaxei.

Daí em diante, não sei contar o que aconteceu. Adormeci? Cochilei? Tive um sonho tão feliz? Acho que sim. Um homem a me namorar, sobre meu corpo. O calor dos nossos corpos não se dissipou tão facilmente depois que despertei. Mas, onde, ele, o homem?

Meu Deus, quatro e quinze da madrugada. Cadê a chave do carro? Viro daqui, dali. Será que a perdi? Não! Não estaria eu sobre o banco do motorista. Olho a bolsa, levanto-a. A chave largara-se no estofado do banco do carona, entre o assento e o encosto. Seguro-a, as mãos ainda trêmulas, enfio na ignição, aciono o motor. Engato a marcha avante e dou a partida. O veículo me leva para casa.

Já dirigi nua outras vezes.

domingo, dezembro 29, 2024

Tudo vai dar certo

Isaura, veja que maravilha esse mar, a praia. Ainda não amanheceu direito, mas já se pode perceber o contorno vermelhado do amanhecer no mar.

Clara, às vezes penso que estou delirando. Como isso foi possível, tão de repente? Estamos aqui no Rio, em Copacabana, aproveitando a beleza do lugar.

Isaura, feche os olhos e sinta na pele a brisa vinda do mar. É um arrepio, mas feche os olhos. A gente sente a sensação de maneira mais forte.

Clara, sim, é um tesão a sensação de que você fala. Deve acontecer porque estamos nuas, esqueceu?

Isaura, claro que não. E veja como a cidade é tão maravilhosa. Tudo deu certo, ninguém reparou até agora. Acho que nem vai reparar.

Clara, tudo começou com o teu namorado lá em Cotia. Ele ia todos os dias no mercadinho, comprava alguma coisa e falava contigo. Passou a fazer questão de ir à tua caixa. Depois vieram os presentes.

Isaura, não espalhe. Pode dar azar. Um homem assim não encontroem lugar nenhum.

Clara, não estou espalhando. Falo apenas para você. Ele é dez!

Sim, Isaura, o homem é dez. Quando soube que teríamos dias de folga, sugeriu e pagou nossa viagem. Vocês não querem passar uns dias no Rio? Vocês conhecem o Rio? Trouxe as instruções, as passagens, aonde iríamos nos hospedar e tudo mais.

Clara, estou sentindo a sensação de que você falou. A brisa sobre a minha pele, parece que o mar, com suas pequenas ondas, quer falar alguma coisa conosco. É tudo maravilhoso.

Isaura, você fala como um poeta. Por falar em poesia, gostou da festa? Ele ainda nos presenteou com uma boate num apartamento, uma festa particular. Melhor, impossível. Festa com DJ. Além disso, ninguém a nos incomodar, dançamos soltas e leves.

Clara, era o que eu queria falar, a festa. Nunca fui a uma festa assim. Umas bebidinhas super bem-preparadas, umas comidinhas especiais, aqueles estofados para a gente se sentar, descansar, a vista para o mar.

Isaura, o mais engraçado foi que ninguém nos viu descer, não é mesmo? A gente saiu do apartamento e do edifício despercebidas, atravessamos a avenida e estamos aqui. Ninguém notou.

Clara, você não ficou preocupada de aparecer alguém? De um homem nos surpreender enquanto descíamos as escadas? Talvez haja câmeras espalhadas pelo edifício, na rua. Se alguém está nos monitorando?

Isaura, se há alguém nos monitorando, é o namorado que pagou a viagem. Se pagou, tem direito, não é mesmo? Mas eu acho que ninguém notou nem está nos espionando aqui na beira d’água. Já pensou quando voltarmos, caso a gente conte a alguém? Ninguém vai acreditar.

Clara, você é muito atirada. Você ainda disse: não podemos esquecer a pequena bolsa e nossos celulares, o restante a gente consegue. Até me lembrei de um namorado que tive em São Paulo, morava o homem nos arredores de Cotia. Certa vez fomos ao parque municipal, lembra? Eu contei a você. Tirei toda a roupa, coloquei numa pequena mochila, levei a mochila às costas e passeei com ele pelo parque. Às vezes eu parava, ele me abraçava. Num momento percebi o namorado tremendo. Perguntei o que era. Ele estava mais envergonhado do que eu, e estava vestido. A nua era eu! Não sei por que lembrei do homem agora.

Isaura, deve ser porque inventamos a aventura de descer nuas para a praia.

Clara, será que não vamos ter problemas? Já está claro, é dia. Veja o sol, que beleza.

Isaura, esqueça os problemas. Já que você observa a beleza do sol, não pense nisso. Tudo vai dar certo.

Clara, vi uma mulher passar. Acho que olhou para gente com uma cara de surpresa.

Isaura, não repare nas pessoas. Finja que somos as mulheres mais vestidas do mundo, com vestidos de grifes célebres. Agindo assim, as pessoas ficam longe. Tudo vai dar certo.

Sim, Clara, estou tentando. Estou tentando. E como você confia tanto no namorado, o homem que sempre vai pela manhã no mercadinho à tua caixa, te dá presentes, foi ele que programou tudo. Então, sim, você tem razão. Vamos esperar. Daqui a pouco ele aparece e tudo vai dar certo!

Isso, Isaura. Agora, sim, estou ouvindo a amiga do coração. Hum, sinta, meu amor, sinta a brisa na pele. Ela está um pouquinho mais intensa, está a nos acariciar com mais ardor. Aproveite e ouça também o marulhar. É o paraíso.

sexta-feira, março 22, 2024

Franjas negras

No calor do baile de carnaval – sou atriz, a equipe de filmagem preferiu um baile verdadeiro no lugar de montar uma festa cênica –, entre os corpos suados e os ritmos enlouquecidos, me vejo envolta numa dança sedutora, onde a linha entre fantasia e realidade é muito tênue. No momento, ensaiamos. Vestida com meu biquíni mínimo, coberta apenas por franjas negras que se movem ao ritmo da música, apesar da seminudez não me sinto vulnerável, mas corajosa. "Por favor, não vai me deixar nua, não posso voltar pra casa sem..." digo em meio ao som da banda ao meu namorado, enquanto os olhares devoradores me cercam.

Chega o momento da filmagem, e diante das câmeras, repito aquela mesma frase para o homem à minha frente. Danço com uma intensidade magnética, hipnotizando-o. A energia do lugar parece se intensificar, e a filmagem flui sem falhas, capturando toda a sensualidade do momento. "Por favor, não vai me deixar nua, não posso voltar pra casa sem..." repito, enquanto o pessoal da equipe capta minha voz através de um microfone pequenino; eu; entregue ao frenesi da dança.

A equipe de filmagem se despede, e parte. Não quero acompanhá-la, o baile me contagiou. O diretor me alerta, deixando-me imersa na atmosfera eletrizante da noite de carnaval. Um homem (o verdadeiro namorado?), cujos olhares me seguiram desde o início, se aproxima. Sua presença é como uma chama que me consome, e eu me entrego sem hesitar à dança envolvente que ele propõe. "Por favor, não vai me deixar nua, não posso voltar pra casa sem..." repito mais uma vez, quase inconsciente, busco uma sensação de segurança que parece se dissolver diante da sua proximidade. E então, suas palavras chegam-me misturadas à música alegre, solta; sua voz metida a boba, um sussurro provocante: "Você já está nua faz tempo, não notou?" A mão do recente namorado traça um caminho pelo meu corpo, destacando a ausência de qualquer vestimenta, nem as franjas que mal me cobriam! Sinto-me flutuando, entregue àquele jogo de sedução que ultrapassa os limites do que é visível, pelo menos enquanto durar a festa, enquanto o sonho persistir.

No do final do baile, em meio ao silêncio da banda e misturada ao som das despedidas, minha voz repete o mantra, agora com variação: “por favor, não posso voltar pra casa sem, procure a responsável pelo figurino!”

terça-feira, fevereiro 13, 2024

O vestido e a paquera

Na cidade animada durante o Carnaval, um clube noturno vibrava com a energia contagiante da festa. O som pulsante da música ecoava nas paredes enquanto as pessoas dançavam e celebravam vestidas em fantasias extravagantes. No entanto, a história intrigante girava em torno de um casal, Pedro e Júlia.

Naquela noite, as garotas da turma costumavam namorar num bosque tranquilo, atrás do gramado de um campo próximo ao clube. O ambiente natural oferecia um contraste à agitação da festa, proporcionando um refúgio romântico.

Pedro ficou surpreso quando Júlia sugeriu uma escapada para o bosque. Eles caminharam juntos, compartilhando risos e segredos sob as estrelas. Em um momento de espontaneidade, Júlia, empolgada pelo clima festivo, decidiu ficar apenas de biquíni. Pedro, admirando a ousadia da namorada, não conteve seu sorriso.

– Pode ser arriscado – chegou a dizer.

– Que arriscado nada, gosto de namorar também com o perigo – sorriu ela, arteira.

Agarraram-se com avidez e fizeram tudo que tinham vontade. Beijos, abraços, carícias; rolaram na grama, aconchegaram-se.

Quando decidiram retornar ao clube, Pedro percebeu que o vestido de Júlia havia desaparecido.

– Nossa, e agora? – ela pareceu assustar-se. Sem querer chamar atenção, sugeriu que ele fosse procurar uma camiseta enquanto ela esperava no esconderijo.

– Vista a minha – sugeriu, fez um movimento de que iria tirá-la para entregar à namorada.

– Não pode ser a tua, não, as pessoas vão reparar você sem a camisa e eu vestida com ela, sabe como são as fofocas nessa cidade; vai, rápido.

Pedro demorou um pouco, mas conseguiu voltar trazendo a camiseta. Para sua surpresa, porém, Júlia não estava lá. Ele a procurou ao redor, suspeitou que alguém tivesse aparecido e ela afastara-se para um local mais arborizado, evitando ser flagrada vestindo apenas a parte inferior do biquíni. Depois de olhar todo o local, deu-se por vencido. Quem sabe ela teria conseguido safar-se de outro modo, com a ajuda de uma amiga.

A verdade, no entanto, era outra. Havia tempo que Antônio, um homem alto e bonito que Júlia apreciava, andava à espreita. Quando notou a mulher nua e sozinha aproveitou para aparecer. Acabaram fazendo uma festa. Como ele tinha um apartamento na região, levou Júlia, onde ficaram até o meio-dia.

Júlia, então, ligou para Clara, uma amiga, a quem fez o pequeno relato de suas aventuras e pediu que a acolhesse dali a uma hora; que abrisse a porta da casa assim que ouvisse a buzina do carro do homem que a levava, porque vestia apenas a camiseta emprestada por ele, resultado de tantos exageros cometidos por ela naquela ótima festa.

Ao entrar em contato com Pedro durante a tarde, Júlia lhe explicou que, enquanto ele buscava a camiseta, ela encontrou uma amiga que a ajudou a se esconder. Como ele demorava, a amiga sugeriu outra solução, emprestou o curto chale, parte da fantasia que vestia, que serviu de vestidinho a ela, Júlia.

Pedro, inicialmente confuso e surpreso, acabou rindo da situação e acreditou que Júlia, ajudada por Clara, dormira na casa da amiga.

– Por que você não telefonou? – quis ele saber.

– Se você fosse uma mulher pelada às cinco da madrugada, também não lhe passaria pela cabeça ligar para alguém, mesmo que este fosse o namorado, o noivo ou mesmo o marido.

Pedro aceitou o argumento. Ambos riram e a história se tornou uma anedota entre eles. O Carnaval ficou marcado não apenas pelas festas extravagantes, mas também por essa aventura inesperada e divertida no bosque.

E Antônio? Um conquistador nato. Júlia foi uma de suas conquistas. Ela saiu com ele ainda uma vez, mas logo descobriu que melhor mesmo era ficar com o namorado. A história do bosque e o segundo encontro acabaram como lembranças de arrepiar. Um dia, ela poderia contar tais aventuras às amigas mais íntimas, prova de ousadia e de que gostava de experimentar.

quarta-feira, janeiro 31, 2024

Será ele o inventor da pulseirinha

Vir ao Rio de Janeiro é sempre uma boa escolha. Além de a cidade oferecer muitas opções de compras, com diversos shoppings e lojas de marca, há também a beleza natural, destacando-se as praias, tanto na própria cidade quanto em outros municípios do estado. Desta vez, escolhi ficar hospedada em um hotel no Leme, na zona sul. Como de costume, trouxe um biquíni novo para estrear aqui. Ele é minúsculo, com as tiras laterais feitas de uma espécie de fio de nylon com elástico. Antes, eu nem sabia que algo assim existia. Ao passear pela praia, as pessoas pensam que estou nua, pois as tiras são praticamente imperceptíveis. Somente ao olharem com mais atenção, notam o pequeno triângulo que me cobre na frente e um fiozinho de pano na parte de trás, que quase desaparece.

Ontem, conheci um homem muito atraente, por volta dos trinta anos. Confessou que não foi o biquíni que lhe chamou atenção, mas sim a minha beleza. Vamos acreditar nisso. Ficamos conversando e depois entramos para um mergulho. No entanto, ele não tentou nada mais. Se estivéssemos na minha cidade, tenho certeza de que os rapazes teriam tentado me conquistar. Felizmente, estou longe de lá e não pretendo voltar tão cedo.

Existe algo interessante que sinto ao usar esse biquíni. Ele aperta um pouco, uma sensação excitante me vai tomando aos poucos, chegando quase a um ápice. Acho que, se eu me deitar na cadeira de praia e deixar o sol me aquecer, talvez a sensação se intensifique! No entanto, é melhor aguardar pelo homem que conheci. Preciso ter cuidado, pois tenho amigas que compartilharam histórias que, para algumas, são excitantes, enquanto para outras são um tanto perturbadoras.

Uma dessas amigas se chama Maria Lúcia, veio da mesma cidade onde moro e ficou em Copacabana por três semanas. Maria Lúcia adorou o sol, o mar e o namorado que encontrou. Contou-me que eles mergulharam juntos e o homem a abraçou, ficaram agarradinhos dentro d'água. Em algum momento, ele colocou o pênis dentro do biquíni dela, resultando em uma experiência intensamente prazerosa. Maria Lúcia compartilhou essa história rindo, mencionando que jamais tinha vivido uma sensação tão gostosa.

Já outra amiga, chamada Glória (nome fictício), pediu sigilo porque o recente namorado lhe tirou a parte inferior do biquíni e fez uma pulseirinha. Quem usou a pulseirinha? Ele! Glória conta que, para intensificar a sensação de prazer, ele foi até a areia para conferir algo, deixando-a esperando pela devolução da pulseirinha. Felizmente, ninguém notou a nudez de minha amiga. Perguntei se havia bebido algo antes disso acontecer. "Ah, adivinha", respondeu. "Já sei", completei, "você fica animada com uma caipirinha!" "Mas morro de vergonha depois, quando fico sóbria!", segredou baixinho, quase junto ao meu ouvido. Ainda bem que o pilequinho lhe durou bastante naquele dia.

Estou indo agora para a praia, vou encontrar meu namorado. Será que ele é o inventor da pulseirinha? Que arrepio.