Na cidade animada durante o Carnaval, um clube
noturno vibrava com a energia contagiante da festa. O som pulsante da música
ecoava nas paredes enquanto as pessoas dançavam e celebravam vestidas em
fantasias extravagantes. No entanto, a história intrigante girava em torno de
um casal, Pedro e Júlia.
Naquela
noite, as garotas da turma costumavam namorar num bosque tranquilo, atrás do
gramado de um campo próximo ao clube. O ambiente natural oferecia um contraste
à agitação da festa, proporcionando um refúgio romântico.
Pedro
ficou surpreso quando Júlia sugeriu uma escapada para o bosque. Eles caminharam
juntos, compartilhando risos e segredos sob as estrelas. Em um momento de
espontaneidade, Júlia, empolgada pelo clima festivo, decidiu ficar apenas de
biquíni. Pedro, admirando a ousadia da namorada, não conteve seu sorriso.
–
Pode ser arriscado – chegou a dizer.
–
Que arriscado nada, gosto de namorar também com o perigo – sorriu ela, arteira.
Agarraram-se
com avidez e fizeram tudo que tinham vontade. Beijos, abraços, carícias;
rolaram na grama, aconchegaram-se.
Quando
decidiram retornar ao clube, Pedro percebeu que o vestido de Júlia havia
desaparecido.
–
Nossa, e agora? – ela pareceu assustar-se. Sem querer chamar atenção, sugeriu
que ele fosse procurar uma camiseta enquanto ela esperava no esconderijo.
– Vista a minha – sugeriu, fez um movimento de que iria tirá-la para entregar à namorada.
– Não pode ser a tua, não, as pessoas vão reparar você sem a camisa e eu vestida com ela, sabe como são as fofocas nessa cidade; vai, rápido.
Pedro demorou um pouco, mas conseguiu voltar trazendo a camiseta. Para sua surpresa, porém, Júlia não estava lá. Ele a procurou ao redor, suspeitou que alguém tivesse aparecido e ela afastara-se para um local mais arborizado, evitando ser flagrada vestindo apenas a parte inferior do biquíni. Depois de olhar todo o local, deu-se por vencido. Quem sabe ela teria conseguido safar-se de outro modo, com a ajuda de uma amiga.
A
verdade, no entanto, era outra. Havia tempo que Antônio, um homem alto e bonito
que Júlia apreciava, andava à espreita. Quando notou a mulher nua e sozinha
aproveitou para aparecer. Acabaram fazendo uma festa. Como ele tinha um apartamento
na região, levou Júlia, onde ficaram até o meio-dia.
Júlia,
então, ligou para Clara, uma amiga, a quem fez o pequeno relato de suas aventuras
e pediu que a acolhesse dali a uma hora; que abrisse a porta da casa assim que
ouvisse a buzina do carro do homem que a levava, porque vestia apenas a
camiseta emprestada por ele, resultado de tantos exageros cometidos por ela naquela
ótima festa.
Ao
entrar em contato com Pedro durante a tarde, Júlia lhe explicou que, enquanto
ele buscava a camiseta, ela encontrou uma amiga que a ajudou a se esconder. Como
ele demorava, a amiga sugeriu outra solução, emprestou o curto chale, parte
da fantasia que vestia, que serviu de vestidinho à amiga.
Pedro,
inicialmente confuso e surpreso, acabou rindo da situação e acreditou que Júlia,
ajudada por Clara, dormira na casa da amiga.
–
Por que você não telefonou? – quis ele saber.
–
Se você fosse uma mulher pelada às cinco da madrugada, também não lhe passaria
pela cabeça ligar para alguém, mesmo que este fosse o namorado, o noivo ou
mesmo o marido.
Pedro
aceitou o argumento. Ambos riram e a história se tornou uma anedota entre eles.
O Carnaval ficou marcado não apenas pelas festas extravagantes, mas também por
essa aventura inesperada e divertida no bosque.
E Antônio? Um conquistador nato. Júlia foi uma de suas conquistas. Ela saiu com ele ainda uma vez, mas logo descobriu que melhor mesmo era ficar com o namorado. A história do bosque e o segundo encontro acabaram como lembranças de arrepiar. Um dia, ela poderia contar tais aventuras às amigas mais íntimas, prova de ousadia e de que gostava de experimentar.