segunda-feira, dezembro 18, 2017

Conhecendo um friburguense

Táti estava a fim de arranjar um namorado. Instalou um aplicativo de relacionamento no seu celular e se deparou com um rapaz lindo. Era claro, de olhos azuis, chamava-se Vicente. Conversaram intensamente pelo telefone. Todos os dias pela manhã, tarde e noite Vicente lhe mandava flores, beijos e  vídeos pelo  Zap. Os vídeos eram enviados à noite, durante o bate papo entre os dois. Os comentários sobre os vídeos demonstravam para Táti que Vicente era fogoso. Táti não era diferente. Vicente quis se certificar de que a mulher falava a verdade quando o assunto era seu próprio corpo. Começou, então, a pedir fotos. Ela até se lembrou de um namorado antigo que fazia os mesmos pedidos. " Meu bumbum é  lindo!, minhas pernas grossas, minha boceta rechonchuda, meus seios prontos para vir dar uma boa mamada."  Quando Vicente viu as fotos, ficou doidinho, pensou: “como pode uma mulher de mais de 50 anos ser ainda tão conservada?” Durante as conversas Vicente se filmava gozando. Todos os dias repetia a cena. Táti morava sozinha e isso para ela era uma grande diversão. Um dia Vicente sugeriu que ela fosse aonde ele morava. Táti, entediada com seus filhos adultos, resolveu subir para Friburgo na sexta, mentiu para filha, disse que iria à casa de uma amiga, professora do Raul Veiga. Colocou algumas peças de roupa numa mochila, inclusive umas calcinhas e camisolas salientes. Vicente prometeu que iria esperá-la na rodoviária. Quando ela chegou, realmente lá estava ele. Táti e Vicente se cumprimentaram com um beijo selo e foram de ônibus para o aconchego dele. O homem parou com Táti para comer um salgadinho numa barraquinha fuleira, que havia perto de sua casa. A mulher estava preocupada, não havia casa na redondeza e, de repente, Vicente abre um portão imenso da firma onde ele trabalhava. Táti comentou: “isso aqui está parecendo um porto, mas não é porto porque Friburgo é serra.” Vicente abriu outro portão que os levou até o terceiro andar. Uma escadaria que parecia a escadaria da Penha. Vicente morava com a gata Pituca. Deu outro beijo selo na Táti e a Pituca retribuiu com um arranhão bem profundo nos lábios dele. Mesmo assim Táti estava radiante com o Vicente lindo perto dela. Tomaram banho. Vicente ligou o som com músicas românticas baixinho e a festa começou numa cama de solteiro com a gata Pituca em baixo da  mesma cama. Táti, muito talentosa, começou a se deliciar chupando o pau do Vicente. Ele acariciava todo o corpo e o grelo da Táti. O recente namorado era de estatura média, porém farto de pênis. Táti gozou logo que o pênis de Vicente penetrou em sua boceta. Ele aproveitou o lance e gozou junto. Dormiram logo em seguida.  Amanheceu sábado e Vicente foi mostrar a Táti a empresa. No mesmo andar do quarto dele havia mais dois quartos, caso a firma contratasse algum funcionário de outra cidade. Havia também uma cozinha grande, para os funcionários aquecerem a comida e uma geladeira para guardarem seus petiscos. A limpeza da cozinha estava a cargo da secretária da empresa. Fazer a burocracia da empresa e ainda manter a cozinha limpa era tarefa árdua. Vicente comprou quentinhas. Os dois almoçaram e caíram no sono a tarde inteira. À noite foram dar uma volta na cidade. Quando voltaram para casa, repetiram a dose de sexta. Vicente estava encantado com o jeito da Táti e dizia: "Já trouxe garotas jovens aqui, mas elas pareciam umas bonecas. Abriam as pernas e eu que tinha que fazer tudo. Uma delas quis conhecer a firma, só que inteiramente nua. Enquanto eu abria portas e entrava em escritórios, ela dizia ‘será que tem alguém?’, e cobria os seios.” Houve uma outra mulher, mas esta ele não quis que viesse. Era linda de rosto, mas quando pediu a foto dela de calcinha, ela se fotografou vestindo uma calçola imensa, além disso era muito gorda. Veio-lhe à mente a ideia de que a mulher poderia lhe quebrar a cama. Táti riu muito daquelas histórias. Domingo, pela manhã, tornaram a fazer aquele sexo gostoso. Táti voltou a sua casa muito satisfeita. Vez ou outra Vicente lhe sugere alugar um pequeno imóvel em Friburgo, para os dois ficarem juntos. Mas ele não poderia dividir as despesas com ela. Táti, apesar de levada, sempre doidinha para trepar, aprendeu a lição num relacionamento anterior. Mesmo Vicente sendo gostoso, Táti jamais cairia nessa. Há outros homens gostosos por aí. Mas, quem sabe, voltar algumas vezes e esquecer a calcinha no varal de Vicente até que seria interessante.

segunda-feira, dezembro 04, 2017

Acreditou que era ele!

Ele me pediu para contar histórias. Mas não histórias quaisquer. Aquelas que se diz ao pé do ouvido no momento do amor.

– Você tem jeito de ser muito levada, não é mesmo? –, sorriu após a última palavra. – Então me conte uma história, das bem ardidas, povoada de fatos que você saboreou e lembra com saudade até hoje. Peço, porém, uma ressalva. O seu par nessas histórias tem de ser eu, nada de mencionar outros namorados.

Esperou minha reação. Contar histórias de sacanagem, daquelas que me arrepiaram intensamente...

– Não é difícil – sorri, – mas acho que vou ficar vermelha, tenho vergonha.

– É uma questão de exercício –, ressaltou, – basta começar que vão sair macias da sua boca, como o teu corpo pleno de óleo, deslizando nas minhas mãos, tua boca escorregadia, sem encontrar resistência.

– Não fale assim –, intervi, – não gosto, fica parecendo que abro as pernas pra todos os homens escorregarem pra dentro de mim. Lembre-se, nenhuma mulher gosta de se sentir fácil.

Fechei o rosto, virei para o lado. Como estava nua, de pernas cruzadas, sentada na poltrona, puxei a perna que estava por cima na direção do meu ventre, cobri assim alguns de meus pelos que me escapavam e acirravam o apetite do homem.

– Não me leve a mal, lhe dou um presente como pedido de desculpas.

Foi até a pasta que trouxera à mão e tirou um envelope, o papel branco, imaculado. Voltou pra junto de mim, beijou-me os lábios e me entregou. Sorri, já sabia do que se tratava. Agradeci discreta e pedi que não mais falasse daquele modo. Desci um pouquinho a perna que estava por cima, fiz um movimento vagaroso e fiquei com as duas coxas juntas, paralelas, acentuando minha nudez. Pousei o envelope na extremidade superior das coxas. Depois abri as pernas e o prendi numa posição vertical, como se estivesse prestes a ser lançado dentro de uma caixa de correio. A seguir, voltei-me ao namorado e sorri.

– Você falava sobre histórias, tenho muitas, sim, você vai adorar, aliás, ninguém escapa ao feitiço de boas histórias. Para narrá-las, no entanto, faço uma exigência.

– Estou pronto a te atender – disse.

– Jura? – eu não acreditava.

– Juro!

Sua voz foi resoluta.

– Então – avisei – você precisa ficar sentadinho, sem me tocar, ok?

– Mas que maldade – chegou a se lamentar.

– Você jurou, repeti. E vai ficar vestidinho, a nua aqui sou eu.

Comecei a contar minha história.

Eu estava no centro de M. e não vinha o ônibus. Quero dizer, será que não vinha mesmo ou esperava que você passasse e parasse pra me oferecer carona. Chovia, eu tinha uma sombrinha pequena, que não me protegia do clima de inverno. Você veio devagar e piscou os faróis. Quem será?, pensei, não era possível avistar o motorista. Você encostou, sob os olhares de algumas pessoas que também esperavam o ônibus. Desceu a janela da porta do carona. Foi então que vi que era você. Sorriu oferecendo o banco vazio, vamos, levo você. Naquela época nos conhecíamos apenas de vista. Como chovia, entrei no carro, agradeci. Você deu a partida. Não vou me alongar nos detalhes. Você seguiu em direção à saída da cidade, a caminho da serra. Ficamos em silêncio durantes muitos minutos. Enquanto isso, eu pensava: não tenho namorado, e ele é tão bonito, será afetuoso? Você guiava sem adivinhar o que eu tinha em mente. Como uma mulher pode desejar e conseguir um homem como este, sem se fazer de oferecida?, continuava eu mergulhada em reflexões amorosas. Você então me mostrou a lua, entre duas nuvens fugidias. Uma lua bonita, quase cheia, tornava a noite mais cálida, apesar da chuva que ainda persistia. No meio do caminho, não sei se por causa da chuva, ou se porque eu me ardia, fiquei com vontade de fazer xixi. Tentei aguentar o máximo que pude, mas a vontade foi aumentando à medida que você subia a serra, que fazia as curvas. Por favor, pedi, preciso de fazer xixi. Está tudo tão molhado, você ainda contrapôs. Não vou aguentar, pare, por favor, supliquei. Você obedeceu. Saltei segurando a sombrinha. Como vou fazer xixi segurando uma sombrinha? Como estava de vestido, foi mais fácil. Agachei-me à lateral do automóvel e baixei a calcinha. Mas o xixi resolveu não sair. Quer alguma ajuda?, ouvi sua voz. Segure a sombrinha pra mim, por favor?, pedi. Você veio, eu agachada, a calcinha nos joelhos, que vergonha! Mas estava muito apertada. Foi então que o xixi começou a jorrar, um jato fraquinho que pouco a pouco foi aumentando de fluxo, até atingir uma espessura tal que me fez corar, ainda havia o ruído, e depois o escorrer de um pequeno córrego. Aconteceu, porém, algo inesperado. Um movimento em falso de minha parte fez que eu molhasse a calcinha. Ai, não, isso não podia acontecer, deixei escapar. O que foi?, você olhou curioso. Eu não queria dizer, deixa, não foi nada. Levantei os pés, um de cada vez, tirei a calcinha e a guardei dentro da bolsa. Você acabou descobrindo do que se tratava. Dirigiu até onde eu pedi que me deixasse, com uma mulher sem calcinha ao seu lado. Desastrada, eu pensava comigo, esse cara jamais vai me desejar. Saltei do carro e, naquela noite, corri pra casa sem olhar pra trás. Foi no final de semana seguinte, porém, que a história ficou mais quente.

Resolvi descer a serra para ir à praia. A gente mora na serra e gosta de praia, tudo sempre ao contrário. Quando chego ao ponto, quem passa antes do ônibus? Você! Estava descendo sozinho, não sabia ao certo o que faria naquele domingo. Ofereceu-me carona. Eu, ainda constrangida por causa da carona desastrada, sorri meio sem graça e entrei no automóvel. Tocava uma música lenta, em inglês, dessas músicas famosas, não sei o nome. Respirei fundo sem que você notasse. O ar da manhã sempre me provoca arrepios, ou uma alegria difícil de explicar. Naquela manhã, senti algo mais vibrante, lá no fundo de mim, meu biquíni pequenino, por baixo da canga comprida, não foi suficiente para segurar o meu prazer. Acho que tudo se misturou, o prazer do dia de sol, o ar fresco, o ato de estar ao seu lado e certa curiosidade sobre o que aconteceria dali em diante. Lembrei-me, enquanto você dirigia, de uma amiga muito assanhada. Ela diz que ao ir à praia ao lado de um homem sente vontade de descer o biquíni. Veja que atitude, só a canga sobre a pele, o corpo nu. Mas eu aguentei caladinha, mesmo que me rondasse um pouco de excitação. Você me perguntou em que lugar da praia eu queria ficar. Demorei a responder. Não queria que você partisse e me deixasse só. Quando parou, você disse: caso fique aqui mesmo, procuro você, não demoro; isto é, caso não tenha compromisso e a minha presença não seja inoportuna. Claro que não, respondi de imediato. Depois, achei que deveria ter demorado um pouco na réplica. Uma mulher não pode ser tão dada. Logo ajeitei minhas coisas sobre a areia, abri o guarda-sol e fiquei me bronzeando. Quando a pele esquentou, aliás, eu já estava quente desde que encontrei você, mergulhei e fiquei um pouco de molho. Acho que se passou uma hora, você então chegou. Ficou ao meu lado o dia inteiro. Passamos o dia juntos. Bebemos, comemos uns petiscos e acabamos por nos abraçar, nos beijar e, à tarde, fiquei peladinha nos seus braços, louquinha, meladinha! Eu, que não sou de trepar com qualquer um, naquele dia estava cheia de fogo, lembra? Engoli você inteirinho. Voltei pra casa enrolada na canga, sem o biquíni. Você adorou. Fiz como na vez do xixi, antes de entrar no carro, tirei e guardei a pequena peça na bolsa!

Volto ao momento em que escrevo esta história. Vocês lembram que ele havia me pedido pra falar sacanagem no seu ouvido, um conto picante que eu tivesse vivido, mas que não falasse de outros homens, ele tinha de ser o protagonista? Mas, como tudo era fingimento, ele me interpelou:

– Quem foi esse que viveu esta aventura de domingo com você?

 – Foi você, meu amor – respondi solícita.

– Não, por favor, fale a verdade, quem foi?, eu o conheço?

– Foi você, meu amor.

Fiquei vermelhinha. E agora, como saio dessa? Lembrei outra amiga que dizia você não mude de opinião diante de um homem, mesmo que seja a maior mentira do mundo mantenha a sua afirmação.

Ele acabou acreditando que era ele. No domingo seguinte, levou-me à praia. Adivinhem o que aconteceu? Vivemos quase o mesmo da minha história. A única diferença foi que, no final, ele quis o meu biquíni pequenino dentro da sunga dele!

segunda-feira, novembro 20, 2017

Rosto vermelhinho

Aquele namorado me vivia enviando mensagens fora do comum: abraços, beijos e outras insinuações muito extravagantes. Nenhuma imagem. Escrevia e descrevia. Exemplos: beijinhos suaves na ponta dos lábios; mordidinhas no lábio superior, o mesmo lábio inteirinho dentro da minha boca; agora o inferior, caramelo de amor; mordidinhas na pontinha da orelha; traçados de arrepios com a ponta da língua pelo teu pescoço. O clímax: mergulho na tua boca minha língua ávida de amor.

Não é que o homem me deixou nua! E que trepada. Quem aguentaria se conter?

Ele era criativo. Dourados os reflexos do teu rosto nos talheres de prata; umbigo pleno de óleo derramado numa maré incandescente; transbordamentos sobre a pele lisa; pigmentos e suaves pelos que escondem abismos, convites a aventuras. Ui, outro o arrepio. Onde minha calcinha?

Andava eu nua pela casa, as mensagens na palma da mão. Já não posso, não me basta o telefone.

Três dias depois eu já era uma fera que nada acalmava. Fui à noite, sozinha, dar uma volta de carro. Um vestidinho e as mensagens que não cessavam. Quem sabe o ar da orla me acalme. Não mais posso me fazer de mulher difícil. As mais jovens são oferecidas, trepam por muito menos, e nem sentem tanto tesão. Eu tinha dado para ele apenas uma vez, estava dificultando o segundo encontro. O homem chegara a perguntar desagradei você? Não, não é isso, eu me coçava. Não queria mesmo era me precipitar. Ele é que tinha de saltar o abismo, convencer-me, encontrar meu corpo, um perigo iminente, respostas vagas para suas tentativas de certezas.

Ao entrar em casa após o passeio noturno e relaxante, tirei a roupa e reli o conto da Marília. Não contava que a história bobinha me acabaria excitando. A mulher diz que aceitou o convite para ir à casa do namorado. Até aqui, nada de mais. Seria a primeira vez na casa dele. Ao entrar e sentar numa poltrona, pensou que aquela relação poderia acontecer de modo diferente. Seria melhor aguardar mais alguns dias, quem sabe duas semanas, achava ruim ir para cama com um homem logo de primeira. Procurava alguém para conviver, não para o puro prazer. Mas, ao aceitar ir à casa dele, facilitava. Poderia ter ficado sentada na poltrona a noite inteira. No entanto, ela mesma o provocou. Não soube dizer por que, mas sentiu vontade. Acabou saltando do estofado para cama. Deitou, chamou o homem. Ele ainda disse você vai ficar toda amarrotada. Antes fosse, que mal haveria voltar amarrotada para casa? Tirou, então, o vestidinho e deu nas mãos deles. Ele o colocou num cabide e guardou dentro do armário, junto com suas roupas masculinas. Ela diz que ficou toda arrepiada. Um vestido levinho em meio a calças compridas, camisas sociais, paletós, cintos e gravatas. Marília conta que ficou molhada antes da hora! O homem deslizou fácil. Que vergonha!, ela tentando refletir. Mas o pior, ou o melhor (depende do ponto de vista), ainda estava por vir. Quando ia prestes a gozar, o namorado perguntou você já voltou pra casa sem calcinha? Ela nada respondeu, virou os olhos. Gozo? Tesão? Lembrou de outro namorado. Fazia tanto tempo, ela tinha dezoito anos. Não é que o garoto, após trepar com ela, roubara-lhe a calcinha? Aconteceria agora o mesmo, tantos anos depois, ela tinha certeza. Mas o que lhe provocava mesmo a maior excitação, era o vestido cercado por roupas masculinas!

Uma nova mensagem do namorado. “Vá à porta, por favor”. Corri, olhei pela fresta pequenina. Ele!, não o convidei. Abri, outra fresta, posei a cabeça. O namorado apontou o seu celular. Nova mensagem. Olhei o meu, nas minhas mãos, deixei a porta solta: “Você, o rosto vermelhinho!”

Não quis dizer a ele que eu estava ardida, consequência do conto da Marília.

Quando estamos do lado de fora do apartamento, a porta bate deixando-nos sem recursos, o corredor sombrio e silencioso; do lado de dentro, ela abre, convidativa, auxiliada por um vento saliente!

segunda-feira, novembro 06, 2017

Que gozo!

Fazia alguns dias que ele me pedira para posar apenas de brincos. Isso mesmo, os brincos dados de presente por ele, e mais nada. Eu vinha relutando, mas o motivo era outro. Para disfarçar perguntei nem um sapatinho?, não gosto de ficar descalça, pedi carinhosa. Ele concordou. Eu podia escolher o calçado. Alguns minutos depois a esta lembrança, estou eu nua diante do espelho. Oh, assusto-me, tenho de encolher a barriguinha. Não estou gorda, mas há um começo de barriga, e ela me preocupa, preciso disfarçá-la. Faço esforço, melhoro a postura e a barriguinha quase desaparece. Não vou, porém, conseguir manter a postura por muito tempo. Preciso comer menos chocolate, menos doces etc. Quem sabe peço pra posar à meia-luz? Caminho até a poltrona e sento, cruzo as pernas, relaxo. A barriguinha reaparece. O que fazer?, não dá pra enganar. Se ficar sem comer três dias, pode ser que diminua. Mas vou aguentar? Descruzo as pernas, após alguns segundos cruzo-as no sentido inverso, puxo bastante a perna que está por cima. Acho que, assim, dá pra disfarçar, mantenho a elegância. A barriguinha de novo. Não posso perder o namorado, melhor perder a barriga, concluo. Trata-se de um homem e tanto, além dos presentes que traz, inventa coisas de me fazer morrer de tesão. Certa vez trouxe uma bolinha, pouquinho maior do que essas com que as crianças brincam. Disse que a colocasse dentro da vagina. Dentro da vagina?, assustei-me, como assim? Não vai me causar problema? Ele explicou-me, com a maior paciência do mundo. Ele mesmo colocou-a. Eu não conhecia o truque. A gente enfia a bolinha, deixa-a lá por um tempo, depois começa a namorar. Ela esquenta, provoca um tesão incrível, no final explode. Adorei. Explodiu bem no momento que ele explodia dentro de mim. Doutra vez, trouxe um creme, passou-o todo sobre o meu corpo. Eu, escorregadia, prestes a deslizar em suas mãos, sobre sua pele. Gosto de me fazer de gostosa, de criar alguma resistência no momento da trepada. Mas com tanto creme sobre e dentro do corpo, o que fazer? Engoli o peru do namorado de primeira, sem cerimônia alguma. Que vergonha. Mas, no final, acabei morrendo de rir. Tenho de emagrecer, penso, ele chega daqui a três dias. Resolvo não sair de casa. Fico nua durante todo o tempo, assim me lembro da barriguinha e de que preciso perdê-la. No primeiro dia, consigo beber apenas água, nada de comida, jejum completo. Um sacrifício. Mas passaram-se as primeiras vinte e quatro horas. Às vezes, sinto fraqueza, alguma palpitação. Então, descubro algumas laranjas. Faço suco. Quem sabe com a vitamina C... Bebo. Fico a ver televisão. Há um momento em que desejo fazer exercícios físicos. Mas, ai, que tonteira. Quando não se come, melhor ficar quieta, poucos os movimentos. Volto a andar pela casa, bebo mais água, de novo à televisão. No final do segundo dia, olho-me no espelho. Experimento uma calça que andava apertada. Que bom, entrou, fofinha. Viva! Tiro-a de novo e continuo nua. Acho que já estou bem, a barriguinha prestes a desaparecer. Quem sabe mais um dia e tudo resolvido. O tal dia se passa, eu a beber água e, às vezes, o suco. Sento, começo a escrever esta história. No final tomo um café, mas nada de açúcar. Sento à mesinha da cozinha, o banco geladinho, minhas coxas nuas em cima do banco, sinto tesão, fico úmida. Verifico. Engraçado!, úmida a tomar café, sentada de pernas cruzadas sobre banquinho da cozinha. Tocaram a campainha. Quem será?, não é o dia de vir o namorado. Vou à porta, não posso deixar que me vejam nua. Assusto-me. Olho pelo olho mágico. O zelador do prédio com uma caixa às mãos. Ah, obrigada, seu João, digo, apenas a cabeça na fresta da porta. Ele se vai, os olhos grandes, prestes a me comerem. Abro o presente. É do namorado, ele chega amanhã. Mas não!, ele nada sabe da minha barriguinha: um caixa de bombons da Kopenhagen... Meu Deus, não aguento, o que vou fazer? Escondo a caixa, penso. Mas onde a força de vontade? Lembro-me do banquinho da cozinha. Corro e sento. Há uma coisa que me atrai mais do que a boca: o sexo. Cruzo as pernas, o banquinho gelado, o café quente. Descubro os bombons. Tomo um deles nas mãos. Tenho uma ideia genial. Experimento-o. Mas não pela boca... Descruzo as pernas, o bombom redondinho, engulo-o com toda a vontade do mundo. Úmida, completamente úmida. Que gozo! Não vou engordar.

segunda-feira, outubro 23, 2017

O ar da costa nos deixa um tanto embriagadas

A história do biquininho é muito engraçada. Meu paquera veio com a ideia, que tal um biquíni bem pequenino? Essa mesma a palavra dele, pequenino. Eu achava que não ficava bem, pois já passei dos quarenta. Ele veio com o presente. Comprar biquíni é coisa problemática, às vezes a gente experimenta um, experimenta outro e nada. Qual o seu manequim? Bastou falar e uma semana depois voltou com o biquíni. É de marca muito famosa, exportam para os melhores países, afirmou. Fui vestir. Não é que caiu como uma luva! Mas fiz charminho, tenho vergonha, falei, já pensou encontro alguém?, todos aqui me conhecem, o que vão pensar? Não sabia que você ligava pra essas coisas, respondeu, tão altiva, desinibida, mas se pensa mesmo assim, você pode usá-lo num dia de praia vazia, durante a semana, ou mesmo quem sabe, fazer como as surfistas, elas usam maiô mas vestem o biquíni por baixo; quando não estão sobre a prancha, estão de biquíni. Vou pensar, respondi. Guardei o biquíni.

Guardei também a provocação. Vou à praia num dia de praia vazia, pensei, deixe estar. Passaram dois dias, o sol tímido a princípio e eu vestida do biquininho. Gostei da sugestão. Vou fazer como as surfistas. Vestia o maiô por cima. Ao chegar à praia, estendi a canga, repousei a bolsa, um vento brando, odor de excitação no ar, duas pessoas aqui, três ali, gente que caminha, que passeia. Como sou preguiçosa, sentei; depois deitei, fiquei de maiô. Com o correr dos minutos, o sol foi subindo, minha pele aquecendo, meu sangue circulando com mais alegria. Tirei o maiô. Deitei de biquininho. Quanto tempo que não uso um biquíni assim. Fechei os olhos. Caso apareça alguém, melhor, vai ser uma festa. Quando me senti incomodada pelo calor, corri para a água. Mergulhei e nadei bastante. Quando reparei, havia duas pessoas próximas de onde eu deixara minhas coisas. Um homem e uma mulher. Eu conhecia o homem, trabalhava numa loja do centro desta cidade, Rio das Ostras, me olhava com desejo quando eu passava por ele, seus olhos seguiam meu bumbum. Mas estava acompanhado; logo, eu poderia ficar tranquila. Sua acompanhante vestia também biquíni, mas nada de mais, um biquíni comportado. Ao ver que os dois se abraçavam, senti saudades do homem que me trouxera o presente, que bom se pudesse estar com ele ali, naquele momento, mas trabalhava em M., somente no fim de semana é que viria. O homem e a mulher continuavam abraçados. Após alguns minutos, ela o soltou e foi até onde eu deixara minhas coisas, olhou para o forro sobre a areia e pareceu surpreender-se. Descobri do que se tratava. Eu deixara o maiô sobre o forro, provavelmente ela estava pensando que a pessoa dentro d'água havia tirado o maiô e mergulhado nua! Olhou para o mar, como que procurando a dona da veste de banho. Ao dar comigo, pareceu sorrir, disfarçou, segurou na mão do namorado e caminharam os dois duas ou três dezenas de metros para a direita. Ficaram à espreita, não iam perder a mulher nua saindo d’água. Eu sabia que deixava a mulher curiosíssima e não podia decepcioná-la. Já pensaram?, eu saindo d’água de biquíni?, não teria a menor graça. Dei conta de que era a estrela daquela manhã. Nadei então mais um pouco, para um lado e para o outro, fiquei de costa para eles, depois de frente. Fingiam não me ver, mas sabia que me espreitavam. Quem sabe não mergulhariam, e viriam na minha direção para se certificarem da minha nudez? Eu precisava agir, e aquele movimento me deixou ainda mais excitada. Sabia que alguém ia espalhar: uma mulher nua toma banho de mar na Costa Azul. No dia seguinte, eu não teria mais sossego.

Desatei o top e depois a calcinha. Descobri que os dois, bem enroladinhos cabiam na palma das minhas mãos. Saí d’água altiva e sorridente, caminhei até meu forro, guardei o biquininho dentro da bolsa, sem que eles pudessem descobrir que era isso que eu fazia. Só depois é que vesti o maiô, com muita calma, torcendo para eles me filmarem com bastante apuro. No final, reparei que foi a mulher quem mais gostou do meu pequeno show. Antes de ir embora, veio me cumprimentar.

Quando me vi sozinha de novo na praia, estava surpresa. Como evoluí! De um maiô inteiro para o duvidoso biquíni; deste, para a nudez. Acho que há vezes em que o ar da costa nos deixa um tanto embriagadas... 

segunda-feira, outubro 09, 2017

Lucinda

Lucinda tinha acabado de se separar de Marcos. O motivo era que ele quase não lhe dava atenção. Na cama, então, nem pensar. Marcos queria mesmo era ser locutor na rádio comunitária local e, quando estava de folga, beber umas cervejas no bar da Vilma. Lucinda, como não conseguia parar quieta, descia para a cidade quase todos os dias. Numa dessas viagens, conheceu  Lukésy. Ele entrou no ônibus logo após o veículo atravessar o trevo da rodovia federal. Embora houvesse muitos lugares vagos, o homem resolveu sentar bem ao lado dela. Lucinda olhou disfarçadamente e suspirou. Caso arranjasse um paquera, não ia querer sexo. Aliás, pelo menos não no começo. Melhor um companheiro para passear, matar o tempo e dividir os gastos diários.

O homem, de jeito sério, foi quem falou primeiro. “Que paisagem bonita, que ar agradável.” Após as poucas palavras, olhou para Lucinda e sorriu. A morena, que sempre usava um vestido inteiriço que lhe descia até os joelhos, retribuiu o sorriso. Foi o sinal verde para Lukésy continuar sua declamação poética. Ele, por sinal, era um bom contador de histórias. Lu ficou entusiasmada. Enquanto ele falava, ela imaginava a idade do novo enamorado. Sessenta, quem sabe setenta? Pensando bem, ela preferia alguém mais jovem, um homem depois dos sessenta não tem o mesmo ardor de um jovem, na maioria das vezes não mais consegue ereção. Lucinda olhou para um lado e para outro, vexada pelos pensamentos arrojados. Mas, cada um, ou cada uma, com a sua sorte. Quem sabe este que está ao meu lado pode ser pelo menos um companheiro de vida? Mal sabia ela que Lukésy era muito assanhado, apesar dos setenta e um anos. Viu a exuberante Lucinda e achou que ela era um prato certo. O homem tinha métodos para manter o vigor sexual. Nada de medicamentos. Conhecia meios naturais que davam o mesmo resultado. Não se sabe se era verdade, mas foi o que contou à mulher uns dias depois de se conhecerem. Naquele primeiro dia, o do encontro no ônibus, Lucinda saltou um ponto antes da rodoviária, pois precisava ir ao banco. Mas não se esqueceu de deixar o número do celular. Ele, muito cortês, também deixou o seu.

Dois dias depois, Lukésy telefonou. Que tal se encontrarem na Costa Azul, perto de onde Lucinda morava. Sempre feliz por causa do novo namorado, ela aceitou. Lukésy trouxera-lhe uma caixa de chocolates. Enquanto contava sua história, a mulher já comia um dos bombons.

Ele já tivera três AVCs. Lu arregalou os olhos ao escutar. Mas não havia problema, ressaltava, agora estava bem, sentia-se como um jovem, aprendera a se cuidar, sobretudo por meio do consumo de sucos e vitaminas tiradas sempre de frutas. Havia um segredo nisso tudo, ele continuava a narração, uma melancia, com sua parte vermelha e branca mais os caroços, tinha um poder incrível, era mesmo uma espécie de Viagra natural. Batia tudo no liquidificador e depois cozinhava. Tomava uma grande porção e aguardava o efeito, que não demorava a se manifestar. Lukésy, na verdade, queria voltar no tempo. Achou que os setenta e um anos poderiam ser invertidos a dezessete. Comia aquele cozido de melancia várias vezes por dia.

Quando Lucinda esteve na casa do recente namorado, ele usava uma calça de moleton. Não era possível ver volume algum do seu pênis. Animado com a aparência de Lucinda, resolveu beber uma tigela da tal poção mágica de melancia cozida. Passaram vinte minutos e sua calça já demonstrava o efeito do Viagra natural. Lucinda gostou e não gostou. O motivo era que achava que um pênis deveria ser excitado com os carinhos dela, através de suas mãos macias e veludosas. Achava ter poderes até mesmo para aqueles casos. Lukésy não dava beijos nem nada sussurrava no ouvido da mulher. Ela sempre adorou ouvir palavras tenras, histórias em que era uma espécie de princesa do amor. Embora ele lhe admirasse os seios rijos, as pernas sem celulites e o bumbum saliente quando ela se despiu, o homem não avançou nas observações. Lucinda ainda deu alguns passos sobre o piso do quarto, para que ele a olhasse com mais ardor; afinal, seu corpo era mais estimulante do que qualquer vitamina natural ou artificial. Mas Lukésy queria apenas trepar, enfiar o pênis na vagina de Lucinda. No começo, sentou-se num dos cantos da cama e pediu a ela para vir por cima. Lu sentiu-se um tanto envergonhada com a súbita proposta, sem nenhum carinho ou um beijo. Mas acabou aceitando. Ficaram na posição durante um bom tempo. E o pior de tudo era que o homem não gozava. Chegaram a ficar várias horas trepando, agora ele sobre Lu, que já demonstrava desconforto. Ele não morava sozinho, e não se importava com quem mais estivesse na casa. Achava que poderia lubrificar a linda boceta de Lucinda com vários tipos de cremes e permanecer sobre a mulher horas a fio. Quando ela protestou, dizendo que já estava esfolada, que já não mais podia de tanta trepação (o Viagra permitia a Lukésy trepar durante a noite inteira), ele chegou a forçá-la, não permitindo que se mexesse. Lucinda, então, chorou, imóvel, com o homem sobre si. Na verdade, estava traumatizada, nunca experimentara um sexo tão doloroso. Não queria um namorado daquele tipo.

Ao amanhecer, muito cansada por não ter dormido, ainda ardida, Lu reparou que, pela primeira vez, o homem cochilava. Ela levantou-se tentando não fazer ruído algum, juntou os seus pertences e pulou a janela. Vestiu-se apenas a duzentos metro da casa, já na pequena rua lateral. Para escapar mais rápido do lugarejo, quando esperava o ônibus num abrigo da rodovia federal pediu carona a um caminhão que trafegava vagaroso. O motorista surpreendeu-se com uma mulher atraente, sozinha ao amanhecer, naquele abrigo deserto, pensou que fosse uma prostituta. Para desfazer a impressão, Lucinda disse que precisava ir a Rio das Ostras para cuidar de uma parenta doente. Ele tentou acreditar na história, sabia que naquele local não passava ônibus para onde a morena pretendia ir. Durante o trajeto, ele nada tentou, apenas contou uma história e deixou Lucinda em casa, deixou também o número do telefone. Quem sabe poderiam se encontrar qualquer dia desses, conversar um pouco, aproveitar a vida. Ela não disse nem sim nem não, apenas agradeceu. A seguir entrou em casa e trancou-se. Dali em diante não mais atenderia os telefonemas de Lukésy. Ainda bem que não dera o endereço. No dia seguinte iria ao centro e mudaria os números dos telefones. Mulher não é objeto, pensava com razão, mulher precisa de carinho. Lembrou-se, então, das mãos largas do motorista do caminhão.

quarta-feira, setembro 27, 2017

O que você acha?

Outro dia o namorado me perguntou se já saí nua de casa.

Que pergunta!, respondi, já sei, você sente tesão ao saber que uma mulher saiu nua de casa.

Quem sabe.

Quer saber mesmo?, sair nua não saí, mas numas férias quando era mais jovem, posso dizer que fiquei nua na praia. Aliás, aconteceram tantas coisas engraçadas naquele verão.

Conta, por favor. Estava curiosíssimo.

Tudo bem, começo por mim. Andava de biquíni quase o tempo todo, e os rapazes me queriam nua. Lógico que me fazia de difícil. Um dia, porém, fui passear com um deles. Acabei tirando o biquíni e deixando no carro. Desci nua à praia. Caso aparecesse alguém, não tinha nem um paninho pra me cobrir. O rapaz usava apenas sunga, nem uma camiseta. E lá fui em pelada, correndo, as mãos soltas demonstravam minha falta de jeito. Outra história é sobre uma menina que andava muito com a gente. Arranjou também um namorado. Ele tirava o biquíni dela dentro d’água, dizia que era pra não correr pra junto dos outros garotos. Nua, tinha de ficar ao lado dele. Ainda houve outra, que resolveu ser cantora. E não é que conseguiu? Cantava bem. Mas o que a tornou famosa naquele verão foi a saia curtíssima que usava no palco. Os garotos enlouqueciam. Depois não podia passar perto deles, passavam-lhe a mão. São essas as histórias, já que você sente tesão com elas. Nunca saí pelada de casa, não. Quem sabe um dia?

Jura?, mostrou-se surpresa.

Não preciso jurar, quando decido algo, cumpro, mas ainda não prometi, disse apenas quem sabe.

E os garotos?

O que tem os garotos?

Eles não desejavam transar com você?

Desejavam, claro.

E então?

Ah, você quer saber se trepei com algum?

Isso mesmo.

O que você acha? Você não gosta de trepar? Mulher é a mesma coisa.

Então conta, vai.

Contar?

Isso, mesmo, a vez que você gostou mais.

Foram tantas.

Escolhe uma.

Foi uma vez quando saí duma festa. Um vestidinho curtinho, coladinho ao corpo, e de botas, imagina.

Você ficou nua dentro do carro, nas mãos do namorado.

Dentro, não; fora, só de botas. Não há homens que resistam a uma mulher nua, só de botas que sobem até os joelhos! Foi uma amarração. A agente agarrado, eu encostada na lataria do carro. Abri as pernas e ele não perdeu tempo.  Escorregou pra dentro de mim. Depois de algum tempo, pedi que deitássemos, achei que seria melhor. Havia um gramado nas proximidades, corremos até lá, eu ainda nua. Ele forrou a grama com a camisa e subiu sobre o meu corpo. Fiquei louquinha. Longe do carro, nua, só de botas. Gozei em dobro. Quando voltei ao carro, pedi pra passear mais um pouco e continuei nua ao lado dele!

quarta-feira, setembro 13, 2017

Lívia, tuas histórias são muito engraçadas

Tenho uma amiga que diz Lívia, tuas histórias são muito engraçadas. Por quê?, pergunto surpresa. Porque você sente uma coisa e diz outra. Como assim?, peço a ela que seja mais explícita. Você gosta e diz que não gosta. Será?, faço beicinho.

Mas o namorado acaba por me deixar louca, cheguei a refletir. Ele, porém, que é o louco. Como pode pedir a uma mulher que fique nua dentro do carro e depois salte numa estrada à noite? No começo não acreditei na proposta, achei que estava querendo me insuflar pavor. Pouco a pouco, no entanto, achei que seu pedido produziria um frisson mais intenso no nosso namoro. Então, aceitei. Trêmula e arrepiada, com o coração aos saltos, fiquei nua dentro do carro, depois saltei e o deixei partir. Lógico que prometeu voltar. Quem sabe se voltaria mesmo. Quando acelerou e se foi, confesso que fiquei toda molhada, e bem na xereca. Ele voltou, levou-me à sua casa, trepamos intensamente às cinco da manhã.

A segunda vez foi na praia. O quê?, você quer tirar o meu biquíni dento d’água? E se aparecer alguém, conheço muita gente aqui, a cidade é pequena. Entramos na água, antes de eu ficar nua dou de cara com uma ex-aluna, já adolescente. Oi, professora, como vai a senhora? Depois que ela se foi eu disse viu se estivesse nua?, que vergonha, o que ela iria pensar de mim? Ela não iria reparar, a água está escura, bastava você não dar na pinta, ele retrucou. Depois de dez minutos, acabei convencida, deixei que me tirasse o biquíni, e o pior, permiti que o guardasse lá onde estavam as minhas coisas, na areia. Ele foi, eu fiquei nua dentro d’água. Tudo acabou bem, no entanto. Ele voltou e me devolveu o biquíni. Não posso dizer que senti gozo, mas fiquei orgulhosa de ter aceitado o desafio. À noite uma pizza na orla e uma boa trepada antes de dormir.

A terceira vez foi no pequeno prédio onde moro, uma construção de três andares: um apartamento no térreo, dois no segundo andar e um no terceiro. Este último é onde habito. O namorado pediu que eu saísse nua, esperasse durante alguns minutos do lado de fora e depois batesse à porta para ele abrir. Eu fingiria estar chegando à casa de um desconhecido, batendo ao acaso, pedindo ajuda, contaria uma história, caso convencesse ele me abrigaria. Senti um arrepio diante da proposta. Mais um desafio. Não sou de me deixar vencer pelo temor. Sai nua de casa, e não me contentei em ficar junto à porta como havia combinado. Desci ao térreo, isso mesmo, que loucura, inteiramente nua, lá embaixo encontrei uma das moradoras, ela vestia calça comprida branca e estava junto ao portão, provavelmente esperando alguém. Ainda bem que apenas eu a vi. Dei as costas, subi as escadas e voltei para casa. Os outros apartamentos são meus, sou a senhoria, imagine se me surpreendem nua, iam me julgar louca, iam pedir minha internação. Mas tudo deu certo, representei a tal história e ele me abrigou. A transa foi ótima.

Lívia, tuas histórias são muito engraçadas, as invenções do teu namorado te colocavam em perigo, concordo, no teu lugar eu não toparia, mas essa expressão que você diz, "caiu a ficha", que ele queria mesmo era te aterrorizar, não acredito, na verdade você gostou, adorou, seria melhor dizer "engoli a ficha", e quem sabe está doidinha pra engolir outra!

quinta-feira, agosto 31, 2017

Anão

Seguro os seios com as duas mãos, dou um passinho atrás e sento na poltrona. Ai, o couro geladinho, será que deixo marca, ainda estou sequinha, e morrendo de vontade de comer a barra de chocolate. Deixo escapar um dos seios e acaricio meu ventre. Nada de barriga, sou magra que só. Todos me admiram, mesmo com as pernas finas. Os rapazes querem me comer assim como eu desejo os chocolates. Cruzo as pernas, os dois seios soltos, desfaço a embalagem e dou uma mordidinha. O chocolate amargo, uma delícia. Lembro um ex-namorado. Tanto tempo. Pedia-me coisas impossíveis. No final, tudo se transformava num gozo só. Quando for gozar, ele me pedia, morda o chocolate, está aqui na minha mão, mas apenas quando for gozar, quero ver você gozando e mastigando o chocolate, engolindo tudinho. Ai, acabei gostando daquilo, um vício, gozar e engolir. Agora, sozinha em casa, nua, sentada na poltrona, como um pedacinho do chocolate. Uh, que tesão, tesão pela boca, tesão no meio das pernas. Puxo as coxas um pouquinho acima. Engulo, engulo e cubro meu buraquinho de tesão. Quero ir até à porta, olhar o olho mágico. Será que há alguém lá fora. Seria ótimo. Mas tem de ser um desconhecido. Não há ninguém, apenas o corredor comprido, vazio, quatro apartamentos. Já saí nua algumas vezes, nuazinha mesmo, ninguém me encontrou. Mas hoje, não largo a poltrona. Pena que já comi o meu pedaço, não posso exagerar no chocolate. Deixo o restante para amanhã, ou para depois de amanhã. Afinal, a barra é imensa, acho que dá para uma semana inteira. Mas o tesão não passa. Quando fico nua, tenho tesão; quando como chocolate nua, aumenta o tesão. Ai, cruzo as pernas de modo inverso, passo a língua pelos lábios: primeiro o superior; depois o inferior, ainda o gosto de cacau. Onde o meu celular, sinto tesão também com o celular. Não sei o motivo, mas se estou nua, falando no celular com um homem, morro de tesão. Não tanto quanto comendo o chocolate, mas pelo menos não engordo. Não quero me mover, vem uma quenturinha lá de dentro, acho que já estou molhadinha, imagine se tenho o celular. Ah, mais uma coisa, quando estou sozinha e sinto tesão sento sobre o celular. Sério, é gostoso. Se fica cheiroso? Claro, há o perfuminho. Não quero sair da posição para pegar o aparelho, está tão bom, sei que não vou gozar, mas a sensação não deixa de ser um gozo, e um gozo que perdura. Lembro outro namorado. Adorava me fotografar nua, isso mesmo, nua e de pernas cruzadas, assim como estou na poltrona, dizia ser elegante a minha posição. Amor, pega o meu telefone, eu pedia. Pra quê?, vai ligar pra alguém? Não, amor, eu repetia, pega o meu telefone, por favor. Ele procurava o aparelho, me entregava. Sem me mover, empurrava-o sob as minhas coxas, a pontinha no clitóris. Amor! O quê, querida, ele respondia. Liga pra mim. Mas estou do seu lado, querida. Não faz mal, amor, liga pra mim, vai, não faz pergunta. Ele ligava, a pontinha vibrava, me fazia gozar, a vibração na pontinha do clitóris, eu me esfregando na poltrona. Onde o celular agora? Não, estou sozinha, não quero me mexer. Ah, já sei, a embalagem do chocolate, ela e o anãozinho sobre a mesa, dá pra esticar o braço. O anãozinho escorregando sob minhas coxas. Ai, que gozo, é de matar, por essa eu não esperava. O gozo, mas onde o anãozinho? Ui, engoli, inteirinho!

quarta-feira, agosto 23, 2017

Pelo Zap!

Ele quer me namorar pelo Zap! Criativo, não? Um namoro em poucas palavras e muitas sensações, segundo ele.

“Acaricio seu ventre, você deitada no canapé, vou levantando sua blusa. Sempre gostei dos seus seios pequenos, nem precisa de sutiã. Você dá uma tremidinha, um leve suspiro, e espera que eu morda seus lábios, com suavidade, como já fiz ao vivo.”

Nada respondo, quem sabe ele desiste. Mas suspiro, engulo em seco. Gosto de homens junto a mim, a tocar meu corpo. Namorar pelo Zap? Sentir tesão com palavras? Palavras não são mãos nem peru de um homem.

“Levanto sua blusa, toco os pequenos seios, os bicos estão durinhos. Você, adorável. Amo quando fecha os olhos, imagino o que sente, o que pensa. Você deseja perdurar o gozo. Tiro sua blusa. Você só de calça leg grudadinha no corpo e a sandália de meio salto. Estiro os braços e deixo você sem a sandália.”

Ele gosta de capítulos, tudo em conta-gotas. Continuo nada respondendo. Mas dou outro suspiro. Engulo, mas não em seco, a saliva inunda-me a boca.

“Você sem a blusa, alongada no canapé, a cabeça num dos recostos de braço. Começo a descer sua calça leg. As pernas começam a aparecer, douradas, grossas, quero dar uma mordida, muitos beijos, molhá-las com minha língua.”

Por que ele não manda tudo de uma vez? Leio e acabou, nada de resposta. Vai ficar nessa lenga lenga. Após duas horas, a continuação. Ai, o que ele estava fazendo durante todo esse tempo?, me interesso.

“A calça leg já vai abaixo do joelho. Você de calcinha vermelha. Ah, você sempre gostou de lingerie vermelha. Eu deixo a calça descansar, e percorro suas coxas com a ponta dos dedos, aqui ou ali faço uma massagem. Você está de olhos fechados, não resiste, aceita minhas investidas, dá vários suspiros, geme. Puxo a calcinha, que escapa junto com a calça leg.”

Eu, nua, deitada no canapé, conforme a mensagem dele. Dou mais outro suspiro. Salivo de novo. Engulo duas vezes. Acho que quero um copo d’água. Demora uma hora a outra mensagem. Por que tanto tempo?, no Zap as coisas precisam ser rápidas.

“Você nua no canapé. Que bela, até a ligeira barriguinha é um convite ao tesão, e tem a tatuagem!, abaixo do ventre está raspadinha!, vejo a ponta do clitóris. Acho que dou uma mordidinha. Mas tudo com muito carinho.”

Ui. Não posso ouvir falar em clitóris, mexo as pernas, acho que ele cresce um pouquinho. Já reparam?, o clitóris aumenta quando a gente está... com vontade de trepar. Bem, deixa pra lá. Não dou resposta, não quero dar bola pra ele. Acho melhor bloquear o contato. Mas prefiro primeiro pegar o copo d’água.

“Tão bom o clitóris, gostinho de uva, sério, uva fresca. Depois de morder a uva, vem o vinho. Você, molhadinha. O clitóris na minha boca, você dando uma tremidinha.”

Não posso admitir. Vou bloquear o contato. Nada de brincadeiras desse tipo. Fico nervosa. Estou tremendo. Vou bloquear agora. Mas, ui, outra mensagem.

“Você diz em voz baixa, vem, por favor, sobe sobre o meu corpo, já não aguento, quero te sentir dentro de mim. Nós dois nus sobre o canapé. Resistente este canapé. Movimentos brutos, você se mexe mais do que eu, suspira, geme, chega a gritar, e...”

Gozo!

Caramba, eu tinha escrito de brincadeira. A mensagem partiu sem querer! Não posso trazê-la de volta. Quem inventou isso devia também ter inventado um modo de a gente regatar a mensagem a tempo. A tempo do arrependimento. E agora? Bem, acho que vou esperar até amanhã pra bloquear este contato!

sexta-feira, agosto 11, 2017

Nós mulheres queremos sempre mais

Todo sábado vejo a vizinha sair, uma adolescente ainda, acho que dezessete anos, a roupa curta, tudo de fora. Minissaias, vestidinhos, shortinhos, as pernas na medida certa, bronzeadas, convidam à carícia ou mesmo ao beliscão. Olho da janela, escondida, e lembro meus namorados de outros tempos. Isso mesmo, agora ando meio devagar, recolhida, mas já tive ótimos namorados. Também saía quase nua, e já com trinta anos, adolescência tardia. A vizinha entra no carro, numa posição que para sentar no banco do carona não se tem como deixar tudo intacto. Que horas ela volta?, me pergunto. Quero ver se chega nua! Tornei-me a Candinha do lugar, a tal mulher que toma conta da vida alheia. Mas eu não vou contar a ninguém, quero apenas o prazer de olhar, e talvez sentir o frisson que a menina sente. Eu, que também já andei nua por aí (nua mesmo, sem saia e sem calcinha), sinto um arrepio só em pensar o que ela faz nos braços do namorado.

Escondo-me na sacada, a noite de sábado é quente, céu de estrelas. Às dez ela parte, vestidinho branco, curto, coladinho, sandália plataforma. Acho que já a vi com essa roupa. Abre a porta do automóvel e entra. Hoje não durmo, vou esperar.

Vejo um filme na TV, ouço os sons da rua. Quando me canso, volto à sacada e olho se há automóveis trafegando. Não quero ser vista. Ouço música, escrevo uma história, tomo uma taça de champanha. Lembro-me de Adélia, quarentona desinibida, sempre falada nas rodas de homens e de mulheres. Morou numa casa ao lado da minha. Numa madrugada de verão, vou à janela e a vejo sair nua de um carro. Esfrego os olhos para me certificar se estou acordada. Ela caminha para o portão de casa como se aquilo fosse a coisa mais natural do mundo.

Às três e trinta ouço o motor. A jovem enamorada volta, Ela salta. Mas não entra logo em casa. O rapaz também salta, espera que ela venha, juntam os corpos num abraço interminável, um dentro do outro. Não foram a um hotel?, tenho vontade de perguntar. Reparo que o vestidinho da moça sobe. Ela não se preocupa, ninguém a olhar, quer o beijo, quer a mão do homem sobre suas pernas. Depois de dez, quinze minutos, despedem-se e ela entra.

O namoro alheio despertou desejo dentro de mim. A noite vai fresca. Preciso fazer alguma coisa. Não tenho namorado, mas tenho vestidinhos. Não os uso para bater pernas pela cidade, seria um escândalo. Mas visto um deles, o mais curto, uma sandália meio salto, a bolsinha a tiracolo, nos lábios um batom. A noite me convida a ir até lá embaixo. Desço os dois lances da escada. O vizinho do primeiro andar é um senhor, faz tempo que deve estar dormindo. Onde vou?

Passeio, ando uns vinte metros para a esquerda, depois retorno. Caminho trinta metros à direita. Quem sabe escapo até a esquina? Uma surpresa. Um carro de motor quase silencioso dobra minha rua. O motorista para. Está surpreso Como vai?, quanto tempo, está saindo?, levo você. Nada falo. Ou melhor, deveria dizer que estou chegando, que moro três casas adiante, mas tenho um ataque de mudismo. Desejo experimentar o arrepio? Quem sabe. Ele dá a partida.

Quanto tempo, hein?, dois, três anos? E a cidade é pequena, nunca mais vi você, retoma a palavra, vamos a um bar. Um bar às quatro da manhã, chego a pensar. Ele dirige na direção da orla marítima. Você era fogo, lembra?, continua, por que terminamos mesmo?, acrescenta. Eu, ainda muda, tento descer a barra do vestido, mas este, teimoso, resiste.

Os bares da orla todos fechados. Que pena, mas não faz mal, diz. Saímos do carro. Tenho de voltar, consigo falar. Por quê?, está bom aqui, está fresco, vamos aproveitar o final de madrugada. Tenho de voltar, insisto. Mas você era tão fogosa, ele lembra.

Segura-me pelo braço e me conduz até a areia da praia. Já vamos, sim, prometo, levo você. Aceito descer com ele. Mas só um instantinho, ressalvo. Lá embaixo a água do mar está morna, que delícia, sinto as espumas nos pés. O cheiro de maresia e o respingar das ondas crescem dentro de mim. Ai, suspiro, já não posso. Um favor, peço, guarda no carro meu vestidinho? Ele sorri. Agora eu reconheço a Delinha, ele suspira. Leva meu vestidinho. Você entra comigo?, convido quando volta.

Entramos no mar. Brincamos, nadamos, meus cabelos escorrendo espumas brancas. Antes de amanhecer, eu ainda nua, mas nos braços dele. Antes que amanheça, deitamos sobre uma toalha estendida na areia, um ardil que ele trouxe da mala do carro. Ai, minha vizinha, que tesão me fez sentir, ainda sou adolescente. Gozo. Será? Ele enfia o pênis dentro de mim. Ui, que tesão. Por favor, demore bastante, faz tempo que não tenho namorado. Gozo mais. As mulheres não param de gozar. Depois, outro banho de mar; outra vez a toalha sobre as areias brancas. Mais um banho. Enfim, luzes a oriente. Ainda nua, olho meu recente namorado. Nós mulheres queremos sempre mais.

quinta-feira, agosto 03, 2017

Três dias depois

Estava escuro, eram quatro da madrugada, o céu transbordando estrelas, nenhuma brisa, eu nua atrás de uma árvore, à beira de uma estrada secundária. Como você chegou a essa situação?, alguma amiga curiosa poderia perguntar caso eu desse com a língua nos dentes. Conto já: foi tudo muito engraçado, sabe a linha de ônibus que cruza o centro, a única que existe no lugarejo?, há um motorista que me paquera faz tempo, olha-me com olhos de quem deseja um sonho de padaria, daqueles bem cremosos, eu queria mostrar-me a ele, estava toda arrepiada, arrepiada e molhadinha, não chovia nem serenava!, o bico dos seios durinhos, do jeito que ficam quando um homem toca-os com a ponta dos dedos, vi o ônibus ao longe, àquela hora apenas o motorista a dirigi-lo, hora em que leva o veículo do campo, onde fica estacionado durante a noite, ao centro da cidade, então começa a primeira viagem, o que eu faria?, sairia correndo do meu esconderijo e levantaria um dos braços, sinal de parada, ou me deslocaria para o meio da estrada, os faróis revelariam meu corpo inteiramente destinado a ele; o ônibus veio aproximando-se sonolento, sacolejava, levantava a terra rubra da estrada, às vezes tendia um pouquinho à esquerda, outras à direita, desviava-se dos buracos, quando faltavam mais ou menos cinquenta metros para passar perto de onde eu estava levantei-me, coloquei-me à beira da pista, o motorista manteve a velocidade durante alguns segundos, depois reparei que diminuiu, pouco a pouco foi parando, mas não o fez junto a mim, adiantou o veículo e o encostou próximo a uma cerca, reparei um vulto cuidadoso aparecer à porta, não desceu de todo, na meia luz da madrugada reparei uma cabeleira loura, tomei então um grande susto, não era o meu homem, o meu tinha cabelos negros, o que fazer naquela situação?, meu coração aos saltos, a mais de cem por hora, o desconhecido, vagaroso, deu dois ou três passos, parecia temer alguma armadilha, não se aproxime, por favor, cheguei a gritar, aconteceu alguma coisa com a senhora?, sua voz tinha certa gravidade, não, não aconteceu nada, apenas um engano, pode partir e me deixar em paz, por favor?, tem certeza de que não precisa de nada?, ainda tentou ser prestimoso, tenho uma toalha atrás do assento, completou, nada, respondi altiva, não é necessário, mostrei-me eloquente, após alguns segundos o ônibus desaparecia dentro da noite, eu suava, e não fazia calor, o que houve com o meu motorista?, mais tarde descobri que era o seu dia de folga!; saltei três dias e esperei à beira da mesma estrada, à mesma hora da madrugada, o veículo aproximou-se lento, na meia neblina parecia farejar os mistérios da noite, seus faróis eram dois olhos sonolentos, corri ao meio da pista temerosa de não ser vista, senti um frio no estômago ao pensar que poderia enganar-me mais uma vez, o motorista pisou no freio ao dar comigo nua, você?, escutei sua voz, não errara, desta vez era meu admirador, tapei-lhe a boca, leve-me ao último banco, quero namorar bem ao fundo, ele ainda não se havia refeito da surpresa, aqui?, chegou a perguntar, não, lá no fundo, e não se preocupe, a nua sou eu, ainda é cedo, não vai perder o seu horário, carregue-me, ele tomou-me no colo e levou-me ao último banco, sente-se, por favor, pedi, obedeceu, abri sua calça, como estava nervoso seu pênis ainda não reagira, relaxe, sussurrei-lhe, abocanhei-o à espera do melhor momento, pouco a pouco foi excitando-se e seu pênis enrijeceu, quando se mostrou bastante ereto levantei-me e o encaixei entre as minhas pernas, você deve estar achando ótimo ter-me encontrado nua, não?, minhas palavras fez que esquecesse o ambiente à volta e se concentrasse no meu corpo, foi uma trepada e tanto, totalmente louca, eu, cada vez mais ensandecida, gritava, gemia, urrava, ele demorou a gozar, adorei, depois de terminarmos, ainda fiz que permanece dentro de mim durante alguns minutos, agora dê a partida, pedi, leve-me ao seu lado, não posso dirigir com uma mulher nua dentro do carro, vou ter problemas, afirmou, guie apenas duas ou três centena de metros, nunca passeei de ônibus nua, deu a partida, eu sentada no primeiro banco após a entrada, depois de dirigir durante menos de cinco minutos, (ele sempre me olhando furtivo, eu de pernas cruzadas, mãos sobre as coxas), pedi que parasse, atendeu, beijei-lhe os lábios e me despedi, você vai sair nua por aí?, mostrou-se preocupado, por acaso você vai manobrar e me levar em casa?, soltei as palavras, uma blague, quem sabe, ainda tenho tempo, ele disse, não, nada disso, estou acostumada a me virar sozinha, quando nos vemos de novo?, ele quis saber, você gostou, hein, apesar de ter ficado tão nervoso, insinuei, claro, que homem não gostaria?, apareço, de surpresa, falei enquanto descia o três degraus, lá fora empinei o seios e ainda lhe lancei mais um beijinho.

quarta-feira, julho 26, 2017

Você me faz um favor?

Você me faz um favor?, como?, ah, sim, sou bonita, sei, qualquer homem vai querer me fazer um favor, tomara que você continue pensando assim, mesmo depois de saber que tipo de favor vou pedir, a praia está ótima, é óbvio, e com um sol desses, tanto mais aqui dentro d'água, não, não, por favor, não toque em mim, você diz que aceita me fazer um favor e já quer me agarrar, escute, você não está acostumado a ouvir as mulheres, ou está?, parece que não, mas vou te dar uma chance, toda mulher bonita tem um namorado, concorda?, também tenho um, adora me pregar uma peça, já esteve por aqui, sabe, me abraçou, me beijou, exagerou, agora está perdido por aí, sei que você vai dizer que ele é bobo, que deveria estar agarrado comigo, mas sabe como são os homens, gostam de tomar cerveja, gostam de futebol, de conversar com os amigos e coisa e tal, acabam dando um chá de espera nas namoradas, acho que se excitam com isso, não, nada disso, não vou pedir pra você procurar por ele, ouça, o que lhe peço é que vá até aquela faixa de areia, está vendo, e chame uma amiga minha, a Tereza, a de biquíni azul, reparou?, preciso que ela venha aqui, já acenei, mas ela não percebeu, por que não saio d' água e vou eu mesma chamá-la?, hum, você é um rapaz inteligente, se você for até lá, dou um prêmio, preste atenção, essa minha amiga é muito namoradeira, logo ao se aproximar ela vai te olhar de lado, com uma face sedutora que só ela tem, todos os homens sentem desejo de beijá-la imediatamente, de abraçá-la, querem transar com ela, verdade, repare só, minha amiga usa um biquíni mínimo, é redundante dizer biquíni mínimo?, acho que o menor de toda a praia, repare como está sentada, ela adora se mostrar, faz de tudo pra aguçar a curiosidade dos homens, quando entra n’água há quem mergulhe pra ver de perto, não tenho coragem de usar uma peça tão pequena como a dela, você vai lá?, chama minha amiga pra mim, olha que ela gosta de homens altos como você, jovens com físicos de quem pratica esporte, não, não é pra pedir nada a ela, nem pra você se deixar seduzir por ela e ficar por lá, que ela entre n’água e venha aqui falar comigo, você está achando estranha a minha história?, quer saber qual o meu objetivo?, por que tudo tem de ter um objetivo?, na vida a gente faz coisas por prazer, às vezes dá certo, outras vezes não, eu gosto de conversar com ela aqui dentro d’água, e ela nada bem, às vezes a gente nada junto até depois da arrebentação, o quê?, você tem mais de vinte anos de praia?, já conhece a minha história?, ah, você quer saber quanto tempo venho aqui?, não muito, sou de Minas, sabe, moro na cidade faz dois anos, você me acha ingênua?, rá, rá, rá, nem tanto, você já descobriu do que se trata?, o que vou pedir a ela?, não, por favor, você não pode fazer isso, não, agora não, já que você descobriu, tudo bem, mas não vá fazer escândalo, viu, você quer algo em troca pra ir até ela?, já falei que dou um prêmio, que prêmio?, adivinha, isso, mas não aqui na praia, olha em volta, tem muita gente, prometo, depois que ela vier você volta, vou contigo, sou uma pessoa de palavra, você tem outra solução?, acha que não precisa chamar minha amiga?, o quê?, boa ideia, eu não tinha pensado nisso, nada melhor do que alguém com a cabeça fria, está bom assim, mas você quer o prêmio antes?, pelo menos uma parte dele?, hum, deixa eu pensar, você é impaciente, viu, mais impaciente do que eu, está bem, eu deixo, um pedacinho do doce, mas de leve, viu, pense bem, se você for muito guloso vai perder o principal, me abrace então, isso, calma, devagar, assim, assim, gostou?, pronto, agora vai, você quer saber antes por que estou sem o biquíni?, já falei o motivo, você não escutou ou não prestou atenção, além disso, você não está cumprindo o prometido, vai lá primeiro, por favor, já tem muita gente por aqui, se descobrirem vai ser um escândalo, mais um abraço?, tudo bem, só mais uma vez, viu, quer saber se também estou gostando?, o que você acha?, vou gostar mais daqui a pouquinho, depois de você voltar, calma, devagar, assim, com delicadeza, vamos deixar o restante pra depois, não, por favor, se segura, eu posso dar muito mais prazer a você, espera, o quê?, você gozou? (ai, os homens depois que gozam...).

quarta-feira, julho 19, 2017

Hóspede

Célia pede que suas amigas escrevam histórias interessantes. Não sou muito de escrita, mas vou contar algo engraçado que aconteceu comigo. Peço a ela a devida correção para que este texto venha ter a elegância e o estilo que costuma dar aos seus.

À época eu trabalhava numa pequena pousada, em M. Ficava na recepção, mas também fazia outros serviços, como arrumar os quartos enquanto os hóspedes saíam. Os frequentadores eram costumeiros, trabalhavam durante alguns dias na cidade, no final voltavam aos seus locais de origem, na semana seguinte retornavam, acabavam assim criando uma rotina de hospedagem e de amizade comigo e com a proprietária da casa. Sempre fui travessa, adoro namorar, mas naquele tipo de trabalho tentava me manter sob controle. Um dia, porém, houve um hóspede por quem me afeiçoei, alguém muito especial. Conversava comigo como se fosse sua amiga de longa data, mostrava-me livros e jornais sobre assuntos interessantes, como se eu fosse pessoa igual a ele. Com o passar do tempo, começou a fazer algumas brincadeiras, dizia que eu era bonita, chegou a perguntar se tinha namorado e se gostava de sair à noite para uma bebida. Portei-me com naturalidade, respondendo o possível. Chegamos a beber uma ou duas cervejas tarde da noite, na própria pousada, após o término do meu serviço. Certa vez acabamos abraçados junto às mesas, já arrumadas para o café da manhã. Mas o principal veio a acontecer há duas semanas. Ele chegou à pousada por volta do meio-dia. Havia apenas eu no local. Atendi-o e entreguei-lhe a chave do apartamento. Perguntou se eu podia passar lá em cima um pouquinho depois, deu um sorrisinho malicioso e subiu. Fiquei a pensar o que significava aquele sorriso, afinal, os homens são muito parecidos uns com os outros, o que acontece na maioria das vezes é alguma diferença de educação. Era o caso dele. Esperei quinze minutos e subi. Bati. Logo veio atender. Entre, por favor, convidou. Entrei e me encostei à parede, ao lado da porta. Esperei para ver o que me aguardava. Mas ele parecia sem graça, permaneceu calado, como não soubesse o que dizer. Vou ajudá-lo, pensei. Você está satisfeito com o quarto?, é de frente, pode apreciar a rua, apontei. Você trabalha aqui faz tempo, não?, mostrou-se interessando pelo meu trabalho. Respondi que sim, disse que já havia me demitido duas vezes e depois voltado, a cidade oferece poucos empregos para uma pessoa como eu. Você é bonita, não deve ser difícil arranjar emprego numa empresa maior, sugeriu. Não é assim que as coisas funcionam aqui, não contratam pela beleza, mas pela qualificação. Olhou-me de cima a baixo, mas com suavidade. Depois se levantou e se aproximou. Coloquei as mãos na cintura e esperei mais uma vez a iniciativa dele. Mas ele ainda permaneceu parado. Após alguns segundos perguntou você pode ficar aqui um pouco, vai chegar alguém para se hospedar? Acho que não, respondi, à hora do almoço o movimento é fraco. Segurou-me, então, pela cintura. Aceitei suas mãos e o abraço. Como era demorado nos movimentos, desabotoei o botão da minha bermuda. Chegou mais perto e puxou o fecho. A bermuda abriu-se e foi ao chão. Segurou no elástico da minha calcinha e a desceu totalmente. Levantei os pés, um após o outro. Com aquela pequena peça nas mãos ele a dobrou e guardou num de seus bolsos. Achei o gesto engraçado, dei uma gargalhada. Não fiquei apenas sem a calcinha, deixou-me também sem a blusa e sem o sutiã! Inteiramente nua, encostada à parede, senti-me bem assim. Abraçou-me e me apertou forte, contra a parede. O tecido de suas roupas sobre a minha pele causou-me algum prazer. Jamais eu estivera numa posição daquela, nua e agarrada a um homem vestido. Continuou abraçado ainda durante alguns segundos. Em seguida, levou-me para cama, tirou toda a roupa e pediu que eu sentasse sobre ele. No começo fiquei preocupada, vai me machucar, pensei ao reparar o tamanho do seu peru. Mas fui ficando úmida, e a penetração acabou acontecendo. No início uma certa dorzinha, depois o prazer. Tanto maior quanto mais fundo me penetrava. Comecei a gemer e a dar alguns gritos. Eu estava mais à vontade que ele, por isso senti mais prazer e cheguei a gozar primeiro. Pedi, então, que viesse por cima. Mudamos de posição e ele me penetrou de novo. Não demorou a gozar. Assim que acabamos, ouvimos a campainha. Vá à janela e olhe quem é, mas de modo disfarçado, sussurrou. Era a proprietária chegando com uma bolsa de compras. E sua única funcionária pelada no quarto de um hóspede! Vesti correndo a bermuda, a camiseta e desci aos saltos a escada. Abri a porta. Oi, Dona Marinete, como vai, por que não pediu que eu fosse ao mercado pra senhora?

quarta-feira, julho 12, 2017

Vou contar o que senti!

Recebi carta de um ex-namorado. Isso mesmo, uma carta, quem diria. Veio manuscrita, letra bem desenhada, autêntica obra de arte. Diz sentir saudades de mim. Que privilégio, saudade, algo difícil de explicar, de traduzir, inclusive palavra existente apenas em português. Deve ser verdade. Os portugueses foram longe, deixaram muita gente atrás de si, mulheres, filhos, amantes, muitos jamais retornaram. Não desejo avançar, atravessar todas as fronteiras, dar a volta ao globo terrestre, como fizeram os portugueses, quero apenas a carta, sua letra cursiva, a história de amor que comporta, amor e fantasia. O homem me faz alguns pedidos. Está sempre a me imaginar bela, apesar dos anos. Arrepio-me ante suas palavras. Caso não tivéssemos vivido várias aventuras, surpreender-me-ia. O que deseja? Transcrevo suas palavras.

Você costuma estar só, costuma viver o prazer de uma tarde de outono, escuta a música silenciosa presente no ar, percorre os cômodos, senta à uma poltrona na sala com um livro à mão, lê uma boa história, sonha com os personagens. Portanto, peço a você que faça uma representação. Torne-se uma personagem durante alguns instantes, pelo menos para mim. Dispa-se, isso mesmo, tire toda a roupa, todinha, nada sobre o corpo. Ponha-se a caminhar pela casa, como alguém que procura algo. Você lembra-se de uma bolsa a tiracolo, preta e de verniz, pequena a bolsa, uma gracinha. Vai ao encontro dela, deve estar num dos armários. Você possui tantas coisas, guarda os objetos queridos, mesmo os não mais em uso. Encontra a bolsa, lembra-se de uma saída noturna, você carregava a pequena bolsa, quase um bibelô. Você a põe pendurada ao ombro. Não esqueçamos, você está nua. A seguir, observa os pés. Não é possível portar uma bolsa tão mimosa e vestir pantufas. Vai até o outro armário e olha os sapatos, as sandálias, os de saltos mais altos. São tantos. Escolhe um deles, que reflete a mesma cor e brilho da bolsa, quem sabe foram comprados juntos. Deixa as pantufas ao lado da cama e calça o sapato de meio salto, quase clássico. Olha-se no espelho, vê-se refletida, corpo inteiro, a bolsa e o sapato. Caminha pela casa, dirige-se de novo à sala. Está pronta para sair. Um passeio, uma festa especial, não sei, convite de um admirador. Mas ainda não é a hora, é possível sentar-se e aguardar, ler uma página de revista antes. Chega-se ao sofá, senta, deixa a bolsa ao lado, toma nas mãos a revista, há várias na mesa de centro. Abre, percorre as primeiras páginas, cruza as pernas. Sente certo frisson, prazer talvez sentido poucas vezes, experiência nova, você nua, dentro de casa, arrepio a lhe correr o ventre. Cruza a perna na direção oposta, agora a direita sobre a esquerda. O sapato destaca-se. Após um quarto de hora, deixa a revista, levanta-se, ajeita a bolsa a tiracolo, dá alguns passos até à porta, é a hora, barulho de motor lá fora. Vai você, aventura. Mas pode andar mais um pouquinho pela casa. Faça de conta que ainda não terminou de se aprontar. As mulheres são mais demoradas, esmeram-se. Senta-se novamente, sente pequena ardência que pouco a pouco vai crescendo, até tornar-se um sol que a excita, como o sol de uma manhã de verão, uma espécie de prazer, um prazer quase indescritível (na praia, o calor deste sol se ameniza com um mergulho). Mas na sala, totalmente nua, bolsa a tiracolo, sobre um sapato de meio salto, você tenta se conter, quer deixar o momento de prazer para mais tarde, junto ao namorado que a espera dentro do carro, diante do portão. Como se chama mesmo o prazer que é caro às mulheres? Ah, sim, você sabe tão bem, as mulheres querem sempre mais...

quarta-feira, julho 05, 2017

Ninguém no meu pé

Faz alguns meses me separei, deixei a região serrana e voltei para a cidade. Como as notícias correm rápidas, um homem começou a rondar minha nova residência. Às vezes, essas pessoas provocam medo na gente. Mulher é um ser frágil, há quem se sinta no direito de nos perseguir para obter vantagens. Por mais que se aproximasse e puxasse assunto, não dei conversa. Cansou e deu um chá de sumiço.

Num sábado de sol, resolvi ir à praia. Como meu biquíni era antigo, corri ao centro e comprei um novo. Estava tão eufórica que aceitei um biquíni menor do que costumo usar, acho que era o sol a me provocar. Do centro mesmo fui a Cavaleiros, bem naquele pedaço em que a praia termina e começa o Pecado. Aliás, avancei mais um pouco, e fiquei num local de pouca gente, acho que uma mãe com duas crianças, alguns jovens a trinta metros, uma mulher alta mais adiante etc. Estendi minha toalha, finquei o guarda-sol, e me deitei. Estava tão agradável o ar que dormi durante uns vinte ou trinta minutos. Cheguei a sonhar. Um sonho como uma amiga dizendo praia me dá tesão. Logo que começa a tomar sol e sente o corpo esquentar, é assaltada por uma vontade louca de trepar. Não sai por aí agarrando o primeiro que aparece, disse que se contém e gosta da sensação. Certa vez um homem insistiu para tirar uma foto dela, você tem o corpo perfeito, afirmou. Não gosto de fotos, por favor. Não fez a foto, mas ficaram os dois conversando. Não vai mergulhar?, ele quis saber, está muito quente. Sabia que o mergulho na água fria lhe aumentaria o desejo por sexo, temia não resistir e entregar-se ao homem. Acabou dizendo não entro n’água. Ele foi sozinho.

A história provocou-me arrepios. Ainda bem que ninguém por perto, nem um paquera, estava esquecida em meio à areia, o mar, e aquela pouca quantidade de gente. Fui dar um mergulho. Após entrar n’água, nadar, voltei-me para a areia, surpreendi-me, um jovem muito bonito, de corpo de esportista, estava próximo ao meu guarda-sol. Será que espera por mim?, refleti. Voltei para junto dos meus pertences. Ele distanciou-se, esperava um amigo. Quando este chegou, foram juntos para o mergulho. Não olhou nem um instante para mim. Mesmo que estivesse nua, ele não repararia. Lembrei-me do meu paquera do quarteirão, você aceita uma cerveja?, perguntaria. Não sou de cerveja, obrigada, eu tinha pronta a resposta. Ele manteria a pose, tiraria do bolso o maço de cigarros, acenderia um, sorriria, olharia o mar e soltaria a fumaça de modo que não me incomodasse. Posso ficar um pouco na sombra?, perguntaria olhando o guarda-sol vazio. Nesta cidade os homens são invasivos, insistentes, as mulheres querem independência, não desejam ninguém na cola. Se houvesse homem que trepasse com a gente e depois fosse embora, nada comentasse, só aparecesse caso fosse chamado, seria ótimo. Mas este não é assim, vai acabar achando que é meu patrão. O jovem que esperava o amigo era de outra qualidade, adoraria ser paquerada por ele, quem sabe rolasse algum namoro. Mas o jovem não voltou, agradou-lhe mais o amigo. Fiquei na praia até as três ou quatro horas. Ora sob o sol, ora num mergulho refrescante. Tive vontade de trepar sim, como minha amiga do sonho, mas fiquei só na vontade, e a vontade é boa quando a gente sabe mantê-la, há todo um gozo nisso.

Numa noite dessas houve festa na serra. Quando há esse tipo de evento, vem gente de fora, até mesmo de outro estado. Arranjei um namorado só para aquela noite, muito parecido com o jovem da praia, achei até que podia ser ele, mas nada perguntei. O importante é que homens de fora não voltam para ficar no pé das mulheres daqui. Então, entreguei-me. Fiz de conta que era a maior piranha do lugar. Trepamos dentro do carro dele. Onde estacionara, não havia ninguém, todos estavam longe, na festa. Tirei toda a roupa e fui por cima. O peru do homem estava tão duro, mas tão duro, que parecia prestes a explodir. Abri as pernas e sentei sobre o rapaz. Chegamos o banco do motorista para trás, assim eu tinha onde esticar uma das pernas; para a outra, foi preciso abrir a porta. Então, eu controlava a trepada, descia e subia. No início demorei para acertar, mas pouco a pouco fui ficando molhadinha, a partir daí foi fácil, escorregava no pau do homem como num pau de sebo. Quando eu sentava totalmente sobre aquele sexo enorme, sentia o volume bem fundo dentro de mim. A loucura foi tanta que perdi a cabeça, mesmo sem conhecer o tal jovem acabei deixando que gozasse dentro de mim. Mas foi só naquele dia. Depois que terminamos, me vesti e voltei para festa. Ninguém no meu pé!

quarta-feira, junho 28, 2017

Amigo

Naquele tempo a praia do Flamengo tinha uma parte reservada. Havia pedras formando uma barreira, acho que separava a praia de um matagal, local onde depois viriam construir a Marina, a seguir se estendia a própria praia, que todo mundo frequentava. Mas a gente gostava mesmo era da parte escondida, onde se podia ficar à vontade. Nos reuníamos desde às onze ou doze horas da manhã, as meninas, como éramos conhecidas, e aproveitávamos para tomar banho sem o top. Podia aparecer alguém ou, quem sabe, a polícia? Na teoria, sim, mas não na prática. Quero dizer, tínhamos protetores com boas relações. A polícia não aparecia ali. Caso acontecesse, era para nos admirar e nos proteger. Entrávamos n’água e nos cobríamos até o pescoço, ninguém sabia que estávamos seminuas. Às vezes surgia na pequena extensão de areia alguns curiosos, já sabiam que nos banhávamos naquele trecho, disfarçavam e esperavam que saíssemos d’água, alguns se escondiam ou faziam de conta que não nos observavam, mas queriam mesmo era nos surpreender com os seios de fora. Que bobagem tudo aquilo!, o que tem de mais um ser humano qualquer com os peitos de fora? Mas toda aquela gente sentia muita graça nisso, muita excitação. Certo dia apareceu um homem jovem que entrou n’água e veio até nós, arranjou uma conversa fiada e esperou que ríssemos de suas piadas. Amelinha foi na onda, aceitou a brincadeira e resolveu ficar frente a ele, conversando e se divertindo. Ele não sabia do principal, ela me contou depois. Como?, indaguei. Não sabia mesmo, quando disse, continuou Amelinha, ficou surpreso, como vocês fazem para que ninguém note?, perguntou, a voz dele, segundo ela, trazia alguma excitação; as pessoas notam, sim, elas sabem, e convivem com isso, disse minha amiga; eu não notei, ele falou; agora que você já sabe..., ela sorriu, sem concluir. Ele,  porém, entendeu de outra maneira, abraçou-a, achou que fosse um convite. E você deixou, Amelinha?, perguntei. Ele era musculoso e fofinho, observou. O homem agarrou-se a ela e não quis soltá-la de modo algum. Ficaram no abraço apertado. Por que você não toma banho de mar nua por inteiro, ele quis saber; à princípio senti um arrepio, depois me refiz e respondi seria um escândalo, não?, apenas os seios de fora já está até bom demais, você não acha melhor a gente marcar pra depois, num outro lugar?, disse Amelinha, fazendo de conta que estava incomodada com o abraço, que durava. Qualquer homem aceitaria, mas ele... Que tal aqui, agora e depois?, ele, malandramente. Ela não teve outra saída senão rir. Se não o quisesse, deveria ter recusado desde o começo. Então, aconteceu. Ficaram os dois durante mais de uma hora. Vem cá, Rosana, preciso de você, ela me chamou depois que o rapaz partiu. Que bom eu ia por perto, a gente sempre ajuda os amigos. Ela estava tranquila, e ria muito. Esses rapazes são muitos traquinas, adivinha o que ele quis? Um beijo na boca, respondi afoita. Nada disso, deslize as mãos aqui. Segurou minhas mãos fazendo que descessem desde a cintura até a coxas. Deixei escapar um ah! Ele disse que devolve no nosso encontro de logo mais, vou tentar acreditar, sorriu. Amelinha tem bom humor. Esses engraçadinhos são tão sedutores, cheguei a dizer. Minha amiga concordou, concordou e suspirou.

quarta-feira, junho 21, 2017

Mecânica

Você compreende?, a maioria dos homens não, eles acham estranho mulher comandar oficina mecânica. Antes era eu e me meu ex-marido. Ele era responsável pelo setor de reparos e manutenção, eu pela administração e contabilidade. Depois do divórcio, me tornei a responsável por tudo. Algumas pessoas pensaram que não daria certo uma mulher no comando de um tipo de trabalho segundo elas muito masculino. Mas consegui, a oficina vai bem, obrigada, às vezes com mais automóveis do que antes. Outra coisa também, muito interessante na imaginação de muitas pessoas, é que uma mulher no meio de tantos homens serve apenas para despertar fantasias sexuais. Já tive um namorado que me perguntou se eu já havia transado com alguns dos meus mecânicos. Acho que me imaginava nua entre eles, o corpo escorregadio luzindo a lubrificante. Os homens sentem tesão ao pensar nisso. O tal namorado podia me ter conquistado, podia ter permanecido comigo, quem sabe se tornado meu companheiro, mas sua mentalidade não era de um verdadeiro homem. Aliás, até agora não encontrei verdadeiros homens, pode ser que eles não existam, ou existam apenas na cabeça das mulheres. O importante é que tenho meu meio de sobreviver, a oficina, espero que continue assim. Há pessoas que me acham uma pessoa sem cultura, tudo porque este tipo de trabalho não é intelectual, mesmo que eu tenha de fazer contas, saber preços, e entender de alguns sistemas. Acham que o importante são as profissões universitárias, o chique é frequentar bibliotecas ou auditórios de faculdades. Ledo engano. O fato de alguém viver em meio a cheiro de óleo, de graxa não significa que seja pessoa sem cultura. Os homens que se aproximam de mim é que precisam, pouco a pouco, descobrir minhas qualidades. Leio livros sim, e muitos. Você reparou minas roupas?, não uso roupas curtas ou extravagantes, no máximo calças de liga, como a que estou vestindo hoje. Mas não acho este tipo de roupa indecente, porque modela as coxas e deixa o bumbum saliente. Mulheres vestidas assim não estão à procura de homens, como algumas pessoas imaginam. E ter homem, hoje em dia, na maioria das vezes não é bom para as mulheres. Eles perturbam e, quase todos, primam pela infidelidade. Há mulheres que traem seus maridos, mas é muito maior a quantidade de homens que traem as suas mulheres, além disso, após nos conquistarem partem imediatamente para outra. Ah, acho que já falei demais, agora fale um pouco, quero saber se você é diferente dos outros. E tem ainda uma coisa, a maioria do público masculino deseja logo levar a mulher para cama. Eu posso deitar com alguém, mesmo à primeira vista, mas se noto que tenta me enganar não apareço mais, deixo na saudade. Houve um que vinha aqui para a manutenção do seu carro, ao perceber que vivo sozinha passou a frequentar a oficina, mas com outros fins, como me ver, e me convidar para um cafezinho aqui ao lado. Era muito charmoso, mas descobri que era casado. Não deixaria de sair com ele por razões morais, mas porque mentiu. Então lhe disse que poderia ser sua amiga, no máximo, nada de ficar me cantando o tempo todo. Conclusão, não apareceu mais.

quarta-feira, junho 14, 2017

Tatuagem

De repente recebi a mensagem, e fiquei desconcertada. Após tanto tempo sem falar comigo, como ele poderia me fazer um pedido daquele? Uma foto, era o que queria, e da minha tatuagem. Pelo menos poderia ter perguntado se eu ainda a conservava. Tatuagens não saem sozinhas, mas eu poderia ter desistido, poderia tê-la apagado, ou mesmo feito outra na mesma pele. Mas ele foi taxativo, queria a foto, ainda salientava pode fotografar apenas o local, nada de maiores detalhes. Sabia aquele ex-namorado que dois centímetros abaixo apareceria na fotografia algo que eu, antes, gostava muito de mostrar. Você está sozinha, separada, argumentava ele, não há problema algum me enviar uma foto de tua tatuagem, ninguém vai saber de quem se trata, ou quem porta o desenho. O que respondo?, ou deixo sem resposta? As pessoas dizem por aí que se a gente responde é porque já há alguma atração, algum interesse. O silêncio é a resposta de quem nada sente, se não sente não há o que dizer. Mas não sou mineral, não sou pedra. Estava colocada a questão. Já que sou de carne e de osso ficaria a me perguntar, a desenhar possibilidades? Lembrei-me das histórias de Clarice Lispector. A narradora  não conta histórias, nada num mar cheio de escolhos, sempre o naufrágio iminente, mas não desiste, luta com palavras, formulações que lhe servem de coletes salva-vidas. E mesmo assim há o risco do choque, há pedras a esmo, minas prestes a explodirem. A paixão segundo G.H., O livro dos prazeres, A hora da estrela. Nomes sugestivos para histórias terríveis. Uma pergunta aparentemente sem importância, muitas palavras, e a responta cada vez mais distante. No final, percebe-se a mulher não mais à procura de sua inteireza, mas consciente de que é fragmento, mesmo assim desejos e orgulho presentes, não se abandona o que temos de mais precioso. "- Veja aquela moça ali, por exemplo, de maiô vermelho. Veja como anda com um orgulho natural de quem tem um corpo. Você, além de esconder o que se chama alma, tem vergonha de ter um corpo." Gostaria de ser como Clarice, escrever livros e mais livros por uma causa que poucas pessoas enxergam, ou às vezes acham-na banal: uma mulher que descobre a sujeira deixada pela faxineira, e acaba por se ver sozinha diante do irremediável. Meu corpo, o irremediável. Volto ao ex-namorado, ao seu pedido, à minha tatuagem. Tenho amigas que se olhariam no espelho, pousariam as mãos sobre as coxas, sorririam a si mesma, e não perderiam mais tempo, enviariam a tal foto e esperariam pelo homem. Conheço uma que o esperaria nua, a tatuagem à mostra, mesmo que não a tivesse inventaria. Mas, quanto a mim, as coisas marcham devagar, por isso há quem diga que estou ficando velha, que já não tenho interesse por sexo. Não é verdade, claro que me interesso, sobretudo por sexo, vamos, porém, sem precipitações. Minha resposta levou alguns dias para sair, mas saiu, curta, e partiu: foto da tatuagem? Ele não enviou contra-resposta, era o jeito dele. Minha indagação ficou no ar. Pronto, acho que não mais incomoda, talvez eu tenha encontrado a solução, uma pergunta em relação ao pedido, uma pergunta que repete o próprio pedido, como se eu não tivesse entendido. Morreria o assunto, ele que procurasse tatuagens no corpo de outras mulheres, ou onde quer que fosse. Caso eu entrasse no jogo dele, sei que rolaria cama, mas era isso o que eu queria? Então, melhor esperar. Três dias depois, enviou a contra-responta. Cadê a foto? Naquele momento comecei a arder, e quando uma mulher arde não há água que lhe apague o fogo. Foi então que percebi um homem que rondava a minha casa fazia três dias. Seria um ladrão, um tarado? Comecei a ficar preocupada. No quarto dia, porém, veio conversar comigo, perguntou se eu ainda frequentava a praia, em frente ao Country. Respondi que sim, mas apenas quando fazia calor, o tempo ultimamente não estava para praias. Falou que atendia no quiosque em frene, e que eu parava pra tomar vez ou outra um refrigerante. Lembrei-me do homem, era eu mesma, disse a ele. Sorriu. Estou com um pequeno restaurante no final da praia perto do Pecado, aparece lá, é um convite. Lembro também da tua tatuagem!, finalizou e se despediu. Voltei pra casa matutando os dois acontecimentos, o ex-namorado com o pedido de uma foto e esse agora, que me servia no quiosque. Não respondi mais ao primeiro, estava muito longe, o que passou passou. No domingo seguinte choveu, não saí de casa. Mais uma semana e um sol de arder. Preparei-me, nada de facilitações, fui à praia. Cheguei às dez, apenas uma e trinta fui ao restaurante. Meu admirador logo me avistou, veio à porta receber-me e arranjou uma mesa especial pra mim. Deixei-o louco, eu vestia uma sainha curta e miniblusa, o biquíni por baixo, a tatuagem aparecendo e escondendo-se. Depois de almoçar, conversar, beber uma caipirinha, agradeci e fugi do homem. Se ficasse, não daria bom resultado, não é bom deixar que nos desatem o biquíni num primeiro encontro. Aliás, nem seria o primeiro, mas pra ficar nua sob a sainha seria, sim. Deixei passar uma semana, quem sabe duas, então voltei. Então... Melhor vocês imaginarem. Quero ainda dizer, por mais que imaginem ainda vai faltar alguma coisa!

quarta-feira, junho 07, 2017

Marquinha do biquíni

Esta história aconteceu há mais ou menos dez anos. Na época, ainda não havia por aqui smartphones, escrevi e arquivei num notebook antigo, que logo pifou. Agora, que consegui recuperar a memória daquele computador, descobri acontecimentos que vivi e anotei, algumas histórias estão prontas. A que vai a seguir é uma delas.

Estávamos numa praia retirada. Este é mesmo o melhor vocábulo: retirada. À época, ainda não havia estrada para chegarmos a ela. Foi preciso escalar um morro, acho que uma hora ou uma hora e meia de subida e descida. Ao pisarmos nas areias, eu, Augusta e Frida sentimos um friozinho no estômago. Que maravilha!, ninguém a nos incomodar, uma praia inteira para nós, quem sabe pudéssemos mesmo acampar, passar ali vários dias.

“Não trouxemos tenda para acampamento”, alertou Augusta.

É mesmo, estávamos mesmo desprevenidas, apenas a roupa do corpo, o biquíni por baixo e cada uma com sua bolsa e o conteúdo que toda mulher acha necessário para as circunstâncias.

Estendemos nossas tolhas sobre a areia, abrimos um guarda sol, nem precisamos nos preocupar com nossos pertences. O mar estava maravilhoso, as ondas explodiam longe, havia uma extensa faixa de areia, a água transparente chegava mansa, respeitosa, quase surpresa com nossa presença.

“Sempre quis bronzear os seios”, disse Augusta excitada pelo momento, “nada de marca do top, dessa vez meu namorado vai ficar surpreso, como você pode ter marquinha do biquíni e não do top?, ele vai perguntar.”

“O que você vai dizer?”, Frida falou de olhos bem abertos.

“Vou sugerir que adivinhe”, completou demonstrando muita alegria.

Acompanhamos seu entusiasmo.

“Você tem razão”, disse eu, “aqui não há ninguém, podemos até mesmo ficar nuas.”

“Nua, nua, acho melhor não, vou ficar apenas sem o top”, afirmou Augusta, e foi tirando a parte de cima do biquíni, admirou os próprios seios, olhou para nós duas e riu, depois se deitou esquecida da vida. Não passou muito tempo para Frida seguir seu exemplo, primeiro deitou-se de costa, depois soltou os laços, puxou o sutiã com os seios encostados na toalha e permaneceu na posição, seus seios grandes pressionando a toalha. Pediu que eu passasse o protetor solar. Fechou os olhos e fez de conta que aquilo era a ação mais normal do mundo.

Eu, que sou um tanto atirada, até ali permanecia vestida, as duas peças nos devidos lugares. Caminhei à beira d’água e molhei os pés, estava gelada, mas dava para experimentar certo frisson. Olhei o mar, o horizonte, depois virei-me para as extremidades da praia, acompanhei a extensão de areia, a cadeia de montanhas que se erguia do lado oposto e o caminho de onde viemos. Voltei ao guarda-sol e só então me desfiz do top. Espalhei um pouco de protetor sobre o ventre, sobre os seios, e permaneci deitada, de peitos voltados para o sol.

Após trinta minutos, achei que as amigas tinham dormido. Nenhuma delas falara alguma coisa durante aquele espaço de tempo nem abrira os olhos. Pensei, então, que poderia aparecer alguém. Talvez seguisse o mesmo caminho que fizemos. Olhei na direção, mas não vi ninguém. Seria engraçado caso chegasse um homem e desse com nós três de peito de fora.

Veio-me à mente uma lembrança, acho que em Búzios, fazia alguns anos. Eu decidira tomar sol de seios de fora e aparecera alguém. A princípio não liguei, mas depois comecei a ficar preocupada. Nesses lugares às vezes os homens são machistas, acham que podem agarrar, trepar com uma mulher que encontrem nua, não acham que ela tem seus desejos, suas preferências e que o desconhecido pode não estar em seus planos, e que mesmo não ficamos nua com o objetivo de trepar com o primeiro que aparece. Mas não aconteceu nada de mais, apenas ficamos conversando. Depois de algum tempo, peguei um enorme chapéu que trouxera para me proteger do sol e com ele cobri os seios. O homem sorriu e nada comentou, fumou um cigarro comigo e partiu.

“Meninas, vocês vão dormir a manhã inteira?, viemos à praia para curtir”, falei.

Ambas abriram os olhos e mudaram a posição, Augusta de ventre para cima, Frida de costas. Reparam que eu também estava sem o top e enrolara um tanto a calcinha para que a marquinha ficasse mais baixa.

“Será que aparece alguém?”, perguntei.

“Seria, bom, está tão monótono”, disse Frida, mas em tom de pilhéria.

“Jura?”, eu disse, “você não se sentiria vexada?”

“Eu, não, ninguém me conhece aqui, seria mesmo muito bom.

Reparei que ela não brincava.

Augusta riu, pareceu concordar com Frida. “Se alguém nos vir nuas vai achar que damos pra qualquer um, vamos ter problemas para nos safarmos.”

“E quem disse que quero me safar”, continuou Frida, com toda graça do mundo.

Mergulhamos, caminhamos pela areia, divertimo-nos, fizemos nossos lanches e bebemos o refresco que trouxemos. Sempre de seios nus.

Às quatro da tarde vestimos nossas roupas e pegamos o caminho de volta. O sol e a praia nos deixaram cansadas, mas pouco a pouco subimos e descemos o morro. Do outro lado, descobrimos um quiosque. Antes de partirmos, decidimos entrar e sentar um pouco. Frida pediu uma cerveja.