quinta-feira, agosto 31, 2017

Anão

Seguro os seios com as duas mãos, dou um passinho atrás e sento na poltrona. Ai, o couro geladinho, será que deixo marca, ainda estou sequinha, e morrendo de vontade de comer a barra de chocolate. Deixo escapar um dos seios e acaricio meu ventre. Nada de barriga, sou magra que só. Todos me admiram, mesmo com as pernas finas. Os rapazes querem me comer assim como eu desejo os chocolates. Cruzo as pernas, os dois seios soltos, desfaço a embalagem e dou uma mordidinha. O chocolate amargo, uma delícia. Lembro um ex-namorado. Tanto tempo. Pedia-me coisas impossíveis. No final, tudo se transformava num gozo só. Quando for gozar, ele me pedia, morda o chocolate, está aqui na minha mão, mas apenas quando for gozar, quero ver você gozando e mastigando o chocolate, engolindo tudinho. Ai, acabei gostando daquilo, um vício, gozar e engolir. Agora, sozinha em casa, nua, sentada na poltrona, como um pedacinho do chocolate. Uh, que tesão, tesão pela boca, tesão no meio das pernas. Puxo as coxas um pouquinho acima. Engulo, engulo e cubro meu buraquinho de tesão. Quero ir até à porta, olhar o olho mágico. Será que há alguém lá fora. Seria ótimo. Mas tem de ser um desconhecido. Não há ninguém, apenas o corredor comprido, vazio, quatro apartamentos. Já saí nua algumas vezes, nuazinha mesmo, ninguém me encontrou. Mas hoje, não largo a poltrona. Pena que já comi o meu pedaço, não posso exagerar no chocolate. Deixo o restante para amanhã, ou para depois de amanhã. Afinal, a barra é imensa, acho que dá para uma semana inteira. Mas o tesão não passa. Quando fico nua, tenho tesão; quando como chocolate nua, aumenta o tesão. Ai, cruzo as pernas de modo inverso, passo a língua pelos lábios: primeiro o superior; depois o inferior, ainda o gosto de cacau. Onde o meu celular, sinto tesão também com o celular. Não sei o motivo, mas se estou nua, falando no celular com um homem, morro de tesão. Não tanto quanto comendo o chocolate, mas pelo menos não engordo. Não quero me mover, vem uma quenturinha lá de dentro, acho que já estou molhadinha, imagine se tenho o celular. Ah, mais uma coisa, quando estou sozinha e sinto tesão sento sobre o celular. Sério, é gostoso. Se fica cheiroso? Claro, há o perfuminho. Não quero sair da posição para pegar o aparelho, está tão bom, sei que não vou gozar, mas a sensação não deixa de ser um gozo, e um gozo que perdura. Lembro outro namorado. Adorava me fotografar nua, isso mesmo, nua e de pernas cruzadas, assim como estou na poltrona, dizia ser elegante a minha posição. Amor, pega o meu telefone, eu pedia. Pra quê?, vai ligar pra alguém? Não, amor, eu repetia, pega o meu telefone, por favor. Ele procurava o aparelho, me entregava. Sem me mover, empurrava-o sob as minhas coxas, a pontinha no clitóris. Amor! O quê, querida, ele respondia. Liga pra mim. Mas estou do seu lado, querida. Não faz mal, amor, liga pra mim, vai, não faz pergunta. Ele ligava, a pontinha vibrava, me fazia gozar, a vibração na pontinha do clitóris, eu me esfregando na poltrona. Onde o celular agora? Não, estou sozinha, não quero me mexer. Ah, já sei, a embalagem do chocolate, ela e o anãozinho sobre a mesa, dá pra esticar o braço. O anãozinho escorregando sob minhas coxas. Ai, que gozo, é de matar, por essa eu não esperava. O gozo, mas onde o anãozinho? Ui, engoli, inteirinho!

quarta-feira, agosto 23, 2017

Pelo Zap!

Ele quer me namorar pelo Zap! Criativo, não? Um namoro em poucas palavras e muitas sensações, segundo ele.

“Acaricio seu ventre, você deitada no canapé, vou levantando sua blusa. Sempre gostei dos seus seios pequenos, nem precisa de sutiã. Você dá uma tremidinha, um leve suspiro, e espera que eu morda seus lábios, com suavidade, como já fiz ao vivo.”

Nada respondo, quem sabe ele desiste. Mas suspiro, engulo em seco. Gosto de homens junto a mim, a tocar meu corpo. Namorar pelo Zap? Sentir tesão com palavras? Palavras não são mãos nem peru de um homem.

“Levanto sua blusa, toco os pequenos seios, os bicos estão durinhos. Você, adorável. Amo quando fecha os olhos, imagino o que sente, o que pensa. Você deseja perdurar o gozo. Tiro sua blusa. Você só de calça leg grudadinha no corpo e a sandália de meio salto. Estiro os braços e deixo você sem a sandália.”

Ele gosta de capítulos, tudo em conta-gotas. Continuo nada respondendo. Mas dou outro suspiro. Engulo, mas não em seco, a saliva inunda-me a boca.

“Você sem a blusa, alongada no canapé, a cabeça num dos recostos de braço. Começo a descer sua calça leg. As pernas começam a aparecer, douradas, grossas, quero dar uma mordida, muitos beijos, molhá-las com minha língua.”

Por que ele não manda tudo de uma vez? Leio e acabou, nada de resposta. Vai ficar nessa lenga lenga. Após duas horas, a continuação. Ai, o que ele estava fazendo durante todo esse tempo?, me interesso.

“A calça leg já vai abaixo do joelho. Você de calcinha vermelha. Ah, você sempre gostou de lingerie vermelha. Eu deixo a calça descansar, e percorro suas coxas com a ponta dos dedos, aqui ou ali faço uma massagem. Você está de olhos fechados, não resiste, aceita minhas investidas, dá vários suspiros, geme. Puxo a calcinha, que escapa junto com a calça leg.”

Eu, nua, deitada no canapé, conforme a mensagem dele. Dou mais outro suspiro. Salivo de novo. Engulo duas vezes. Acho que quero um copo d’água. Demora uma hora a outra mensagem. Por que tanto tempo?, no Zap as coisas precisam ser rápidas.

“Você nua no canapé. Que bela, até a ligeira barriguinha é um convite ao tesão, e tem a tatuagem!, abaixo do ventre está raspadinha!, vejo a ponta do clitóris. Acho que dou uma mordidinha. Mas tudo com muito carinho.”

Ui. Não posso ouvir falar em clitóris, mexo as pernas, acho que ele cresce um pouquinho. Já reparam?, o clitóris aumenta quando a gente está... com vontade de trepar. Bem, deixa pra lá. Não dou resposta, não quero dar bola pra ele. Acho melhor bloquear o contato. Mas prefiro primeiro pegar o copo d’água.

“Tão bom o clitóris, gostinho de uva, sério, uva fresca. Depois de morder a uva, vem o vinho. Você, molhadinha. O clitóris na minha boca, você dando uma tremidinha.”

Não posso admitir. Vou bloquear o contato. Nada de brincadeiras desse tipo. Fico nervosa. Estou tremendo. Vou bloquear agora. Mas, ui, outra mensagem.

“Você diz em voz baixa, vem, por favor, sobe sobre o meu corpo, já não aguento, quero te sentir dentro de mim. Nós dois nus sobre o canapé. Resistente este canapé. Movimentos brutos, você se mexe mais do que eu, suspira, geme, chega a gritar, e...”

Gozo!

Caramba, eu tinha escrito de brincadeira. A mensagem partiu sem querer! Não posso trazê-la de volta. Quem inventou isso devia também ter inventado um modo de a gente regatar a mensagem a tempo. A tempo do arrependimento. E agora? Bem, acho que vou esperar até amanhã pra bloquear este contato!

sexta-feira, agosto 11, 2017

Nós mulheres queremos sempre mais

Todo sábado vejo a vizinha sair, uma adolescente ainda, acho que dezessete anos, a roupa curta, tudo de fora. Minissaias, vestidinhos, shortinhos, as pernas na medida certa, bronzeadas, convidam à carícia ou mesmo ao beliscão. Olho da janela, escondida, e lembro meus namorados de outros tempos. Isso mesmo, agora ando meio devagar, recolhida, mas já tive ótimos namorados. Também saía quase nua, e já com trinta anos, adolescência tardia. A vizinha entra no carro, numa posição que para sentar no banco do carona não se tem como deixar tudo intacto. Que horas ela volta?, me pergunto. Quero ver se chega nua! Tornei-me a Candinha do lugar, a tal mulher que toma conta da vida alheia. Mas eu não vou contar a ninguém, quero apenas o prazer de olhar, e talvez sentir o frisson que a menina sente. Eu, que também já andei nua por aí (nua mesmo, sem saia e sem calcinha), sinto um arrepio só em pensar o que ela faz nos braços do namorado.

Escondo-me na sacada, a noite de sábado é quente, céu de estrelas. Às dez ela parte, vestidinho branco, curto, coladinho, sandália plataforma. Acho que já a vi com essa roupa. Abre a porta do automóvel e entra. Hoje não durmo, vou esperar.

Vejo um filme na TV, ouço os sons da rua. Quando me canso, volto à sacada e olho se há automóveis trafegando. Não quero ser vista. Ouço música, escrevo uma história, tomo uma taça de champanha. Lembro-me de Adélia, quarentona desinibida, sempre falada nas rodas de homens e de mulheres. Morou numa casa ao lado da minha. Numa madrugada de verão, vou à janela e a vejo sair nua de um carro. Esfrego os olhos para me certificar se estou acordada. Ela caminha para o portão de casa como se aquilo fosse a coisa mais natural do mundo.

Às três e trinta ouço o motor. A jovem enamorada volta, Ela salta. Mas não entra logo em casa. O rapaz também salta, espera que ela venha, juntam os corpos num abraço interminável, um dentro do outro. Não foram a um hotel?, tenho vontade de perguntar. Reparo que o vestidinho da moça sobe. Ela não se preocupa, ninguém a olhar, quer o beijo, quer a mão do homem sobre suas pernas. Depois de dez, quinze minutos, despedem-se e ela entra.

O namoro alheio despertou desejo dentro de mim. A noite vai fresca. Preciso fazer alguma coisa. Não tenho namorado, mas tenho vestidinhos. Não os uso para bater pernas pela cidade, seria um escândalo. Mas visto um deles, o mais curto, uma sandália meio salto, a bolsinha a tiracolo, nos lábios um batom. A noite me convida a ir até lá embaixo. Desço os dois lances da escada. O vizinho do primeiro andar é um senhor, faz tempo que deve estar dormindo. Onde vou?

Passeio, ando uns vinte metros para a esquerda, depois retorno. Caminho trinta metros à direita. Quem sabe escapo até a esquina? Uma surpresa. Um carro de motor quase silencioso dobra minha rua. O motorista para. Está surpreso Como vai?, quanto tempo, está saindo?, levo você. Nada falo. Ou melhor, deveria dizer que estou chegando, que moro três casas adiante, mas tenho um ataque de mudismo. Desejo experimentar o arrepio? Quem sabe. Ele dá a partida.

Quanto tempo, hein?, dois, três anos? E a cidade é pequena, nunca mais vi você, retoma a palavra, vamos a um bar. Um bar às quatro da manhã, chego a pensar. Ele dirige na direção da orla marítima. Você era fogo, lembra?, continua, por que terminamos mesmo?, acrescenta. Eu, ainda muda, tento descer a barra do vestido, mas este, teimoso, resiste.

Os bares da orla todos fechados. Que pena, mas não faz mal, diz. Saímos do carro. Tenho de voltar, consigo falar. Por quê?, está bom aqui, está fresco, vamos aproveitar o final de madrugada. Tenho de voltar, insisto. Mas você era tão fogosa, ele lembra.

Segura-me pelo braço e me conduz até a areia da praia. Já vamos, sim, prometo, levo você. Aceito descer com ele. Mas só um instantinho, ressalvo. Lá embaixo a água do mar está morna, que delícia, sinto as espumas nos pés. O cheiro de maresia e o respingar das ondas crescem dentro de mim. Ai, suspiro, já não posso. Um favor, peço, guarda no carro meu vestidinho? Ele sorri. Agora eu reconheço a Delinha, ele suspira. Leva meu vestidinho. Você entra comigo?, convido quando volta.

Entramos no mar. Brincamos, nadamos, meus cabelos escorrendo espumas brancas. Antes de amanhecer, eu ainda nua, mas nos braços dele. Antes que amanheça, deitamos sobre uma toalha estendida na areia, um ardil que ele trouxe da mala do carro. Ai, minha vizinha, que tesão me fez sentir, ainda sou adolescente. Gozo. Será? Ele enfia o pênis dentro de mim. Ui, que tesão. Por favor, demore bastante, faz tempo que não tenho namorado. Gozo mais. As mulheres não param de gozar. Depois, outro banho de mar; outra vez a toalha sobre as areias brancas. Mais um banho. Enfim, luzes a oriente. Ainda nua, olho meu recente namorado. Nós mulheres queremos sempre mais.

quinta-feira, agosto 03, 2017

Três dias depois

Estava escuro, eram quatro da madrugada, o céu transbordando estrelas, nenhuma brisa, eu nua atrás de uma árvore, à beira de uma estrada secundária. Como você chegou a essa situação?, alguma amiga curiosa poderia perguntar caso eu desse com a língua nos dentes. Conto já: foi tudo muito engraçado, sabe a linha de ônibus que cruza o centro, a única que existe no lugarejo?, há um motorista que me paquera faz tempo, olha-me com olhos de quem deseja um sonho de padaria, daqueles bem cremosos, eu queria mostrar-me a ele, estava toda arrepiada, arrepiada e molhadinha, não chovia nem serenava!, o bico dos seios durinhos, do jeito que ficam quando um homem toca-os com a ponta dos dedos, vi o ônibus ao longe, àquela hora apenas o motorista a dirigi-lo, hora em que leva o veículo do campo, onde fica estacionado durante a noite, ao centro da cidade, então começa a primeira viagem, o que eu faria?, sairia correndo do meu esconderijo e levantaria um dos braços, sinal de parada, ou me deslocaria para o meio da estrada, os faróis revelariam meu corpo inteiramente destinado a ele; o ônibus veio aproximando-se sonolento, sacolejava, levantava a terra rubra da estrada, às vezes tendia um pouquinho à esquerda, outras à direita, desviava-se dos buracos, quando faltavam mais ou menos cinquenta metros para passar perto de onde eu estava levantei-me, coloquei-me à beira da pista, o motorista manteve a velocidade durante alguns segundos, depois reparei que diminuiu, pouco a pouco foi parando, mas não o fez junto a mim, adiantou o veículo e o encostou próximo a uma cerca, reparei um vulto cuidadoso aparecer à porta, não desceu de todo, na meia luz da madrugada reparei uma cabeleira loura, tomei então um grande susto, não era o meu homem, o meu tinha cabelos negros, o que fazer naquela situação?, meu coração aos saltos, a mais de cem por hora, o desconhecido, vagaroso, deu dois ou três passos, parecia temer alguma armadilha, não se aproxime, por favor, cheguei a gritar, aconteceu alguma coisa com a senhora?, sua voz tinha certa gravidade, não, não aconteceu nada, apenas um engano, pode partir e me deixar em paz, por favor?, tem certeza de que não precisa de nada?, ainda tentou ser prestimoso, tenho uma toalha atrás do assento, completou, nada, respondi altiva, não é necessário, mostrei-me eloquente, após alguns segundos o ônibus desaparecia dentro da noite, eu suava, e não fazia calor, o que houve com o meu motorista?, mais tarde descobri que era o seu dia de folga!; saltei três dias e esperei à beira da mesma estrada, à mesma hora da madrugada, o veículo aproximou-se lento, na meia neblina parecia farejar os mistérios da noite, seus faróis eram dois olhos sonolentos, corri ao meio da pista temerosa de não ser vista, senti um frio no estômago ao pensar que poderia enganar-me mais uma vez, o motorista pisou no freio ao dar comigo nua, você?, escutei sua voz, não errara, desta vez era meu admirador, tapei-lhe a boca, leve-me ao último banco, quero namorar bem ao fundo, ele ainda não se havia refeito da surpresa, aqui?, chegou a perguntar, não, lá no fundo, e não se preocupe, a nua sou eu, ainda é cedo, não vai perder o seu horário, carregue-me, ele tomou-me no colo e levou-me ao último banco, sente-se, por favor, pedi, obedeceu, abri sua calça, como estava nervoso seu pênis ainda não reagira, relaxe, sussurrei-lhe, abocanhei-o à espera do melhor momento, pouco a pouco foi excitando-se e seu pênis enrijeceu, quando se mostrou bastante ereto levantei-me e o encaixei entre as minhas pernas, você deve estar achando ótimo ter-me encontrado nua, não?, minhas palavras fez que esquecesse o ambiente à volta e se concentrasse no meu corpo, foi uma trepada e tanto, totalmente louca, eu, cada vez mais ensandecida, gritava, gemia, urrava, ele demorou a gozar, adorei, depois de terminarmos, ainda fiz que permanece dentro de mim durante alguns minutos, agora dê a partida, pedi, leve-me ao seu lado, não posso dirigir com uma mulher nua dentro do carro, vou ter problemas, afirmou, guie apenas duas ou três centena de metros, nunca passeei de ônibus nua, deu a partida, eu sentada no primeiro banco após a entrada, depois de dirigir durante menos de cinco minutos, (ele sempre me olhando furtivo, eu de pernas cruzadas, mãos sobre as coxas), pedi que parasse, atendeu, beijei-lhe os lábios e me despedi, você vai sair nua por aí?, mostrou-se preocupado, por acaso você vai manobrar e me levar em casa?, soltei as palavras, uma blague, quem sabe, ainda tenho tempo, ele disse, não, nada disso, estou acostumada a me virar sozinha, quando nos vemos de novo?, ele quis saber, você gostou, hein, apesar de ter ficado tão nervoso, insinuei, claro, que homem não gostaria?, apareço, de surpresa, falei enquanto descia o três degraus, lá fora empinei o seios e ainda lhe lancei mais um beijinho.