quarta-feira, abril 26, 2017

Por que você veio de biquíni?

No começo achei aquilo estranho, mas pouco a pouco fui me acostumando. Ele tirava toda a minha roupa, pedia para eu ficar deitada, imóvel, então começava a me acariciar. Primeiro os seios, depois o ventre, a seguir ia descendo, vagaroso, sem demonstrar pressa alguma; um pouquinho mais abaixo tocava meu sexo com a ponta dos dedos. Já excitada, queria que ele logo viesse sobre mim, precisava sentir-me invadida por seu sexo rijo. Chegava a me mover, pequeno sinal de desconforto, queria dizer sem palavras que suas mãos não me bastavam. Quando tudo parecia se consumar, quando eu pensava que subiria, ágil, sobre meu corpo, ele pedia para me contar uma história. Uma história?, eu replicava impaciente, uma história logo agora? Uma história de tesão, de excitação, se é que as duas palavras não se igualam, você vai arder ainda mais, ele sentenciava. Mas já estou ardendo, daqui a pouco não vou mais querer, perco a vontade, contra-argumentava. Nada disso, sua fala lenta, a voz clara tentava me convencer, você vai adorar, não desejará outra vida. Começava a desfiar uma narrativa. História bobinha, chegava eu a sussurrar, mas não demorava a pedir continue, continue, estou gostando, quero saber como vai acabar.

As mulheres gostam de andar nuas, e você não é exceção. Em casa fica sempre nua, principalmente no verão. Como mora sozinha, não sente necessidade de vestir-se, sai de um cômodo, entra noutro, a nudez lhe proporciona forte tesão, desejaria ter alguém ao seu lado, mas não é sempre que isso é possível. Muitas mulheres dizem que está difícil arranjar namorado nos tempos atuais, tanto mais um namorado fiel, que as ame. Você, sempre nua, senta na poltrona da sala de estar, cruza as pernas e pensa na questão. Acaba por lembrar uma amiga que, por sua vez, narrou uma situação de arrepiar. Ela, que também adora andar nua, sentiu urgência de arranjar um namorado; apelou, como rápida saída, para as relações virtuais. Depois de alguma conversa, o homem a convenceu a um encontro real. Ela de início sentiu-se intimidada. Mas respirou fundo e decidiu ousar, era tudo ou nada. Planejou, com muitos detalhes, uma surpresa que, segundo ela, tornaria o namorado seu prisioneiro, uma espécie de cárcere de amor e de tesão. Marcou na ponta da praia, às dez da noite. Na ponta da praia?, o homem perguntou surpreso. Por que a surpresa? Lá é totalmente escuro, nenhum poste de luz. Isso mesmo, confirmou ainda segurando o telefone, na ponta da praia. Diana chegou de carro, não foi difícil identificar aquele que a esperava, afinal não havia outra pessoa no local. Ele, que se identificara como Jorge, permaneceu imóvel ao ver o veículo encostar. Ela, da mesma forma, não se deslocou um centímetro sequer do assento do motorista; esperou que ele se aproximasse. Ao olhar através da janela, pensou a princípio que ela estivesse nua, uns segundos a mais percebeu que a mulher viera de biquíni. Isso mesmo, de biquíni de praia, e apenas com a parte inferior. Tentou não demonstrar surpresa; cumprimentou-a e esperou que ela tomasse a iniciativa. Entre, por favor, ouviu a voz melodiosa da mulher. Contornou o automóvel pela parte dianteira, parou diante da porta do carona, abriu, pediu licença e entrou. Reparou o rosto de Diana, sorriu, percorreu com os olhos os seios, o ventre e as pernas da mulher, movendo um pouco a cabeça. Como era bonita! Apesar de entrada pelos quarenta, tinha o corpo bem delineado. Ela retribuiu o sorriso e, sem palavras, não demorou a abraçá-lo. Minutos mais tarde, subiu por cima do homem. Era menor e bem mais leve do que ele. Agarrou-o com força e deixou que ele agisse. Depois de namorarem e treparem com voracidade, ela pediu vamos até à beira d’água, preciso dar um mergulho. Os dois saíram do carro, cada um de seu lado, deram-se as mãos e caminharam até a beira da praia. Por que você veio de biquíni?, enfim, ele perguntou. Para que você o tirasse, ela respondeu com naturalidade.

Depois da tal história, você ficou a mil. Seria verdade? Como a amiga poderia agir de tal modo, arriscar-se a ser surpreendida por algum morador da cidade, e quase todos conhecem seu carro. Levava em conta que o tal Jorge era desconhecido, alguém de outra cidade. Mas quem sabe ele seria um morador dali, alguém que lhe pregaria uma peça? Segundo ela, porém, tudo terminou bem. Ele maravilhado com a ousadia da mulher, ela satisfeita plenamente, com o prazer em dia. Você, após ouvi-la, pensou numa maneira de também satisfazer seu tesão. Como agiria? Da mesma forma que Diana? Não teria coragem, não é mesmo? Poderia sair nua de casa, isso mesmo, nua, dirigindo, daria umas voltas pela cidade, sentiria na pele o ar noturno, o calor do verão, mas voltaria direto para casa, nada de descer nua a areia da praia. Era o que você tinha a intenção de fazer. Mas, como estava trêmula, não sabia dizer se de temor ou de excitação, tomou uma dose de vodca antes de sair de casa. Foi o que lhe deu coragem. Não fez as coisas conforme planejou, foi além. Saiu, entrou no carro e deu a partida, seguiu a sua rua no sentido sul, contornou o larguinho do Bosque, pegou a Avenida das Rosas e depois o entroncamento que divide a saída da cidade com a via que leva ao litoral. Lá, acelerou, jamais viu o velocímetro marcar tanto, estava doidinha para chegar à orla marítima. Depois da meia noite, a orla é quase deserta, apenas alguns cães vagam pelo local, a ponta da praia sem postes de luz. Arrepios a mais. Encostou o automóvel no mesmo lugar onde a amiga deixara o seu. Pena que não posso escondê-lo, seria muito ruim alguém ver esse carro sozinho, estacionado aqui a esta hora da madrugada, você pensou. Mas não houve jeito, o melhor seria deixá-lo ali mesmo e caminhar até à beira d’água. Foi então que aconteceu o inesperado. Quer que eu conte mesmo? Você já tem a história, não preciso dizer mais. Quer que eu conte? Está gostando? Ok, vou narrar. Enquanto descia a faixa de areia, você sentiu-se molhada, encharcada, mas não por algum respingo da forte maré, foi na verdade tomada por intenso gozo, mesmo que homem algum não a agarrasse. Após vinte minutos de idílio, a surpresa. Forte ronco de motor chegou aos seus ouvidos. O que será isso?, você se perguntou. Virou rápida para ver se o automóvel estava no mesmo lugar. Sim, ninguém por perto, suspirou aliviada. Outro veículo, no entanto, estacionou atrás do seu. Você voltou-se novamente para o mar e tentou esquecer o que acontecia lá em cima. Será ele?, você se perguntou. Mas não marquei com ninguém. Será ele?, continuou a imaginar. Continuou a descer a areia, o gozo, ao invés de interrompido, cada vez mais forte, mais quente. Foi então que sentiu alguém a agarrando pelas costas. Ah, Jorge, que bom, vieste rápido, já estou nua, pelada pra você, estou molhada, encharcada, você gemeu tais palavras numa voz de ardor, enfia, enfia logo, tira o meu gozo, estou faz tempo sem namorado.

Jorge, vem, sobe sobre mim, sua história é ótima, mas agora quero sentir teu pau, nada melhor do que ele, falei em meio ao meu delírio de prazer proporcionado pelo pequeno conto. Vem, demora bastante dentro de mim.

Dei-me conta, não muito tempo depois de conhecê-lo, de que não viveria sem suas histórias. Mesmo quando estou só e nua em casa, quando muitas vezes sou tomada pelo arrepio de tesão, penso nelas. Não posso negar que muitas, se não me fazem gozar, me deixam no ponto. O que também não deixa de ser um grande prazer.

quarta-feira, abril 19, 2017

Bem nua

Quando eu morava em BH adorava andar de biquíni dentro de casa, biquíni mínimo, quase nua. O apartamento no décimo oitavo andar protegia-me. O prédio de frente, do mesmo tamanho que o meu, subia até o vigésimo. Dois andares a mais eram quase nada diante dos outros dezoito. Ia eu da sala ao quarto, do quarto à sala, da sala à cozinha, o passeio transformava-se em grande prazer, meus movimentos provocavam-me arrepios. Voltava à sala e sentava no sofá, de costas para a janela. Cruzava as pernas, meditava, lia uma revista, avaliava programas vespertinos, como ida a teatros, a cinemas, quem sabe uma viagem no próximo final de semana.

Mudei para o Rio de Janeiro, cidade de tantos namorados. No Rio, andar de biquíni dentro de casa é redundância. Nesta cidade quente e ensolarada, anda-se nua. Certa vez atendi ao telefonema de um recente namorado. Perguntou o que eu vestia. Nada, respondi com naturalidade. Nada?, ele quis ter certeza. Nada, estou nua. O homem ficou louco, pediu que eu me levantasse, que andasse pela casa, que mudasse de lugar, fosse à cozinha e bebesse um pouco d’água, quem sabe comesse um bombom ou uma pequena barra de chocolate. Contasse a ele como era praticar todas essas coisas nua. Você está nua mesmo?, parecia não acreditar. Estou, por que duvidas de mim?

No Rio os prédios ficam próximos uns dos outros, por isso a nudez causa surpresa, estupefação, às vezes alguns problemas. Um morador de frente tem hora marcada para olhar-me, admirar-me. Mas finjo que não o vejo. Mesmo com o quarto na penumbra, a veneziana ou a cortina de renda a obstruir-lhe parte da visão, o homem não desiste. Que tal convidá-lo a vir aqui? Acho que morreria, menos então um admirador.

Os namorados surpreendem-se com minha pouca roupa. Mas aqui faz muito calor, não sei como vocês aguentam, chego a dizer, às vezes tenho vontade de partir. Partir, como assim?, parecem mal compreender. Ir embora, morar num local de clima mais ameno, ou voltar a BH. Um deles quis saber se já saí nua em BH.

Já, uma ou duas vezes, e foi com um namorado do Rio, eu disse. Como foi? Ele foi a Minas, à minha procura. Conheci-o através de uma amiga, namoramos em BH, namoro convencional para uma mulher que mora sozinha. Numa noite de sábado saímos a passear, a comer, beber algo, temperatura amena, eu vestia um vestido de fazenda grossa, mangas compridas, todo abotoado à frente. Ele cismou desabotoar-me, e não foi dentro de casa. Há um parque nas vizinhanças?, sugeriu. Um parque? Sim, mas lembre-se, não estamos na Escandinávia. Escandinávia?, namorado sem cultura aquele. Um lugar tranquilo, onde o único perigo ronda as pessoas uma vez a cada três anos, às vezes um bêbado aproxima-se e te ameaça com um punhal, mas logo vai embora. Encontramos o parque, os botões soltaram-se pouco a pouco, até que o vestido escapou-me. À segunda vez?, não foi em BH, mas no interior, no entorno da minha cidade natal. Viajei com o namorado, queria visitar meu pai. Passamos dois dias na cidade, hospedamo-nos na casa de meu pai, mas não pudemos dormir juntos, não havia cômodos disponíveis. Saímos à noite, a desculpa foi um passeio, uma cerveja no barzinho local. Por que não bebem aqui?, ainda perguntou meu pai. Jairo quer sentir o ar noturno, disse como desculpa, sorri. Fomos ao tal bar, e acabei a noite nua, não no bar, é claro, mas num lugar onde namorava quando adolescente. Caminha-se duas ruas depois da praça principal e a cidade acaba de repente. Estava tudo como no tempo antigo, a escuridão era a mesma, só faltavam as pessoas do outro tempo.

Mas aqui no Rio o calor é vigoroso. Então à praia, e eu nua, verdade, bem nua, a ponto de não dar para reparar o biquíni!

quarta-feira, abril 12, 2017

À noite apareço pra devolver

Entre lençóis e almofadas acordo na casa do namorado. Oito horas, silêncio, manhã que começa dourada. Pouco a pouco vou recompondo o dia anterior, a noite de amor, as horas de prazer. Espreguiço-me, fecho os olhos, tento mais um pouquinho de sono, não quero renunciar ao paraíso. Mais um quarto de hora sinto vontade de tomar café, café fresco e bem quente, começar meu dia com disposição. Sento à beira da cama, os pés a tocar o chão, nua por inteiro, como costuma acontecer quando durmo com o namorado. Enfim, levanto-me, arrasto comigo um dos lençóis, como um grande manto, começo a juntar minhas roupas. Calça, calcinha, meias, top, casaquinho. Onde a blusa? Tenho problema com blusas, elas desaparecem sem deixar o menor vestígio. Há pessoas que não sabem, nós, mulheres, podemos perder algumas peças de roupa, mas morremos de vexo caso não encontremos a blusa. É certo que gostamos de exibir os seios. Mas há momentos próprios para isso. Ficar de seios à mostra ao inesperado é duro, muito duro. Junto a roupa toda sobre a poltrona do canto do quarto. Com meus próprios movimentos, deixo escorregar o lençol. Não há problema, melhor ir à cozinha, o café espera-me. Após dez minutos, estou sentada na mesinha da própria cozinha, xícara à frente, um pedaço de queijo, uma torrada, manteiga. Mas onde enfiei a blusa?, eu a pensar com os meus botões, aliás, a pensar sem pano e sem botões. Uma lembrança me vem à memória. Devia ter dezoito ou dezenove anos, uma festa como as que aconteciam naquele tempo. Acho que quando eu era bastante jovem todos eram loucos, isso mesmo, totalmente pirados. Não sei se a ideia fora tramada por antecipação ou alguém a gerou naquele mesmo momento. As garotas podem tirar a blusa, vamos apagar as luzes, todas ganham um prêmio. Caímos na história. Mas até que foi engraçada aquela noite. Tiramos blusas, tops, sutiãs, e houve quem ficasse nua por inteiro. De mais detalhes, não lembro. No final da tal festa, lá pelas quatro e tanto da madrugada, onde a minha blusa? Eu e Aninha sem a blusa. Como volto pra casa com os peitos de fora?, o que vou dizer à minha mãe?, Aninha desesperada. Suas palavras serviam para mim. Não sei de quem fora a brincadeira, mas eu e ela não encontramos o menor vestígio de nossas blusas. Tempos depois houve outro fato semelhante, mas com um homem com quem tive um caso. Ele me roubou a calcinha, o que me deixou furiosa durante alguns dias, mas depois esqueci. Melhor sem calcinha do que sem blusa!

O apartamento do namorado, tão bonito, ajudei a decorar, a comprar alguns objetos, tudo muito mimoso, requintado, há também muitos livros. Mas cadê minha blusa? Será que vai se repetir o desfecho daquela festa perdida no tempo? O namorado sai cedo, precisa trabalhar. Não acredito que levou minha. Por que desejaria minha a blusa consigo? A blusa na sua mochila, vez ou outra ele vai ao banheiro, tranca-se, pega o tecido fino nas mãos e o cheira, meu perfume o acompanhará durante boa parte do dia. Não acredito, ele há de me preferir ao vivo, conheço-o bem, não vai querer a namorada em segunda mão na pele de um pano de algodão. Ando pela casa. Banheiro, saleta, sala, escritório. Nada. Minha blusa criou asas e voou. Cubro-me com o lençol mais uma vez, um tomara-que-caia comprido, além dos pés, arrasto a cauda pelo chão da sala, chego à janela, olho os outros apartamentos, a rua defronte, uma marquise. Lógico que não há blusas em lugar algum. Volto à cama, aproveito e me deito de novo, enrolo-me no lençol, aperto o tecido junto aos seios. Como pode uma blusa desaparecer assim tão, tão, sei lá, tão de repente? Ah, sim, minha blusa abduzida. Vou dormir de novo, pode ser que ao acordar ela tenha aparecido. Caso isso não aconteça, o namorado tem dezenas de blusas, camisas, camisetas... Resolvido. Escolho uma e vou pra casa. À noite apareço pra devolver. À noite, aperto seu corpo quente, sua pele nua, seu abraço a me cobrir. Posso, então, perder a blusa novamente.

quarta-feira, abril 05, 2017

Há muitos hotéis por aí

Ele me telefonou e disse que queria dar um beijo na minha orelha, um beijo bem molhado. Não lhe dou tais confianças, eu poderia ter dito, mas sua voz tinha certo carinho, certa inocência. Acabei dando um sorrisinho, como admirasse seu desejo. Acho que se sentiu estimulado pelo meu silêncio, já que não podia ver meu rosto e o tal sorriso. Continuou: “vou apertar você num abraço gostoso, um abraço quente como seu corpo; há ainda uma coisa”, fiquei curiosa para ouvir a ressalva, “no momento do abraço você vai estar nua, isso mesmo, nua, nuazinha, sua pele se juntando à minha...” Nua?, repeti assustada. Ele nada acrescentou, disse mais algumas palavras de sedução e despediu-se, deixando marcado o dia em que iria me encontrar.

Suas palavras deixaram-me preocupada ou, quem sabe, até mesmo nervosa. Como poderia falar aquelas coisas para mim, sem vexo algum? Sentei na poltrona da sala, peguei uma revista que ficara sobre a mesa e me pus a folheá-la. Uma revista de moda, muitas mulheres bonitas, modelos. Fiz a pose de uma delas, que também estava sentada numa poltrona. Mas ela tinha as pernas de fora. Puxei um pouco o vestido até um palmo acima do joelho e tentei imitar a modelo. Será que essas mulheres aceitam os homens com facilidade? Uma profissão em que desfilam quase nuas, em que se deixam fotografar de calcinha e sutiã, não deve ser difícil viverem de mão em mão, ou de pênis em pênis. Surpreendi-me com este pensamento.

Quando fiz odonto na UFRGS tinha amigas que transavam com quase todos os homens que conheciam. Levavam para o alojamento os namorados, que muitas vezes nem eram da universidade. Uma delas saiu, certa vez, nua, de madrugada, agarrada a um deles, e foi namorar no bosque, atrás do alojamento.

Tive um ou dois namorados entre meus pacientes, não posso deixar de confessar. Um deles chegou mesmo a me enganar. Contava histórias fascinantes, envolveu-me numa relação de seis meses. Acabei num quarto de hotel, nos braços dele. Mas o resultado não foi bom. Descobri que era casado. Nunca foi meu objetivo namorar homens casados. Quando tudo parecia ir extremamente bem, eis que descubro que o tal vivia com a mulher. Não adiantou me dizer que não transava com ela. Não acredito em contos de fada.

Nos últimos tempos surgiu outro homem que diz gostar de mim. Não sei como esses homens podem me fazer declarações de amor. Não dou confiança nem deixo margem para se aproximarem, mas acontece. Ele tem um apartamento em Santa Teresa. Mas me falou que alugou o apartamento e foi morar com uma mulher, na casa dela. De tanto vir ao consultório e me convidar para um café, acabei dizendo: “você poderia ter deixado o apartamento vazio, a gente iria lá namorar de vez em quando.” Olhou para mim demonstrando alguma surpresa e disse: “não precisa ser no meu apartamento, há muitos hotéis por aí!”