quarta-feira, julho 26, 2017

Você me faz um favor?

Você me faz um favor?, como?, ah, sim, sou bonita, sei, qualquer homem vai querer me fazer um favor, tomara que você continue pensando assim, mesmo depois de saber que tipo de favor vou pedir, a praia está ótima, é óbvio, e com um sol desses, tanto mais aqui dentro d'água, não, não, por favor, não toque em mim, você diz que aceita me fazer um favor e já quer me agarrar, escute, você não está acostumado a ouvir as mulheres, ou está?, parece que não, mas vou te dar uma chance, toda mulher bonita tem um namorado, concorda?, também tenho um, adora me pregar uma peça, já esteve por aqui, sabe, me abraçou, me beijou, exagerou, agora está perdido por aí, sei que você vai dizer que ele é bobo, que deveria estar agarrado comigo, mas sabe como são os homens, gostam de tomar cerveja, gostam de futebol, de conversar com os amigos e coisa e tal, acabam dando um chá de espera nas namoradas, acho que se excitam com isso, não, nada disso, não vou pedir pra você procurar por ele, ouça, o que lhe peço é que vá até aquela faixa de areia, está vendo, e chame uma amiga minha, a Tereza, a de biquíni azul, reparou?, preciso que ela venha aqui, já acenei, mas ela não percebeu, por que não saio d' água e vou eu mesma chamá-la?, hum, você é um rapaz inteligente, se você for até lá, dou um prêmio, preste atenção, essa minha amiga é muito namoradeira, logo ao se aproximar ela vai te olhar de lado, com uma face sedutora que só ela tem, todos os homens sentem desejo de beijá-la imediatamente, de abraçá-la, querem transar com ela, verdade, repare só, minha amiga usa um biquíni mínimo, é redundante dizer biquíni mínimo?, acho que o menor de toda a praia, repare como está sentada, ela adora se mostrar, faz de tudo pra aguçar a curiosidade dos homens, quando entra n’água há quem mergulhe pra ver de perto, não tenho coragem de usar uma peça tão pequena como a dela, você vai lá?, chama minha amiga pra mim, olha que ela gosta de homens altos como você, jovens com físicos de quem pratica esporte, não, não é pra pedir nada a ela, nem pra você se deixar seduzir por ela e ficar por lá, que ela entre n’água e venha aqui falar comigo, você está achando estranha a minha história?, quer saber qual o meu objetivo?, por que tudo tem de ter um objetivo?, na vida a gente faz coisas por prazer, às vezes dá certo, outras vezes não, eu gosto de conversar com ela aqui dentro d’água, e ela nada bem, às vezes a gente nada junto até depois da arrebentação, o quê?, você tem mais de vinte anos de praia?, já conhece a minha história?, ah, você quer saber quanto tempo venho aqui?, não muito, sou de Minas, sabe, moro na cidade faz dois anos, você me acha ingênua?, rá, rá, rá, nem tanto, você já descobriu do que se trata?, o que vou pedir a ela?, não, por favor, você não pode fazer isso, não, agora não, já que você descobriu, tudo bem, mas não vá fazer escândalo, viu, você quer algo em troca pra ir até ela?, já falei que dou um prêmio, que prêmio?, adivinha, isso, mas não aqui na praia, olha em volta, tem muita gente, prometo, depois que ela vier você volta, vou contigo, sou uma pessoa de palavra, você tem outra solução?, acha que não precisa chamar minha amiga?, o quê?, boa ideia, eu não tinha pensado nisso, nada melhor do que alguém com a cabeça fria, está bom assim, mas você quer o prêmio antes?, pelo menos uma parte dele?, hum, deixa eu pensar, você é impaciente, viu, mais impaciente do que eu, está bem, eu deixo, um pedacinho do doce, mas de leve, viu, pense bem, se você for muito guloso vai perder o principal, me abrace então, isso, calma, devagar, assim, assim, gostou?, pronto, agora vai, você quer saber antes por que estou sem o biquíni?, já falei o motivo, você não escutou ou não prestou atenção, além disso, você não está cumprindo o prometido, vai lá primeiro, por favor, já tem muita gente por aqui, se descobrirem vai ser um escândalo, mais um abraço?, tudo bem, só mais uma vez, viu, quer saber se também estou gostando?, o que você acha?, vou gostar mais daqui a pouquinho, depois de você voltar, calma, devagar, assim, com delicadeza, vamos deixar o restante pra depois, não, por favor, se segura, eu posso dar muito mais prazer a você, espera, o quê?, você gozou? (ai, os homens depois que gozam...).

quarta-feira, julho 19, 2017

Hóspede

Célia pede que suas amigas escrevam histórias interessantes. Não sou muito de escrita, mas vou contar algo engraçado que aconteceu comigo. Peço a ela a devida correção para que este texto venha ter a elegância e o estilo que costuma dar aos seus.

À época eu trabalhava numa pequena pousada, em M. Ficava na recepção, mas também fazia outros serviços, como arrumar os quartos enquanto os hóspedes saíam. Os frequentadores eram costumeiros, trabalhavam durante alguns dias na cidade, no final voltavam aos seus locais de origem, na semana seguinte retornavam, acabavam assim criando uma rotina de hospedagem e de amizade comigo e com a proprietária da casa. Sempre fui travessa, adoro namorar, mas naquele tipo de trabalho tentava me manter sob controle. Um dia, porém, houve um hóspede por quem me afeiçoei, alguém muito especial. Conversava comigo como se fosse sua amiga de longa data, mostrava-me livros e jornais sobre assuntos interessantes, como se eu fosse pessoa igual a ele. Com o passar do tempo, começou a fazer algumas brincadeiras, dizia que eu era bonita, chegou a perguntar se tinha namorado e se gostava de sair à noite para uma bebida. Portei-me com naturalidade, respondendo o possível. Chegamos a beber uma ou duas cervejas tarde da noite, na própria pousada, após o término do meu serviço. Certa vez acabamos abraçados junto às mesas, já arrumadas para o café da manhã. Mas o principal veio a acontecer há duas semanas. Ele chegou à pousada por volta do meio-dia. Havia apenas eu no local. Atendi-o e entreguei-lhe a chave do apartamento. Perguntou se eu podia passar lá em cima um pouquinho depois, deu um sorrisinho malicioso e subiu. Fiquei a pensar o que significava aquele sorriso, afinal, os homens são muito parecidos uns com os outros, o que acontece na maioria das vezes é alguma diferença de educação. Era o caso dele. Esperei quinze minutos e subi. Bati. Logo veio atender. Entre, por favor, convidou. Entrei e me encostei à parede, ao lado da porta. Esperei para ver o que me aguardava. Mas ele parecia sem graça, permaneceu calado, como não soubesse o que dizer. Vou ajudá-lo, pensei. Você está satisfeito com o quarto?, é de frente, pode apreciar a rua, apontei. Você trabalha aqui faz tempo, não?, mostrou-se interessando pelo meu trabalho. Respondi que sim, disse que já havia me demitido duas vezes e depois voltado, a cidade oferece poucos empregos para uma pessoa como eu. Você é bonita, não deve ser difícil arranjar emprego numa empresa maior, sugeriu. Não é assim que as coisas funcionam aqui, não contratam pela beleza, mas pela qualificação. Olhou-me de cima a baixo, mas com suavidade. Depois se levantou e se aproximou. Coloquei as mãos na cintura e esperei mais uma vez a iniciativa dele. Mas ele ainda permaneceu parado. Após alguns segundos perguntou você pode ficar aqui um pouco, vai chegar alguém para se hospedar? Acho que não, respondi, à hora do almoço o movimento é fraco. Segurou-me, então, pela cintura. Aceitei suas mãos e o abraço. Como era demorado nos movimentos, desabotoei o botão da minha bermuda. Chegou mais perto e puxou o fecho. A bermuda abriu-se e foi ao chão. Segurou no elástico da minha calcinha e a desceu totalmente. Levantei os pés, um após o outro. Com aquela pequena peça nas mãos ele a dobrou e guardou num de seus bolsos. Achei o gesto engraçado, dei uma gargalhada. Não fiquei apenas sem a calcinha, deixou-me também sem a blusa e sem o sutiã! Inteiramente nua, encostada à parede, senti-me bem assim. Abraçou-me e me apertou forte, contra a parede. O tecido de suas roupas sobre a minha pele causou-me algum prazer. Jamais eu estivera numa posição daquela, nua e agarrada a um homem vestido. Continuou abraçado ainda durante alguns segundos. Em seguida, levou-me para cama, tirou toda a roupa e pediu que eu sentasse sobre ele. No começo fiquei preocupada, vai me machucar, pensei ao reparar o tamanho do seu peru. Mas fui ficando úmida, e a penetração acabou acontecendo. No início uma certa dorzinha, depois o prazer. Tanto maior quanto mais fundo me penetrava. Comecei a gemer e a dar alguns gritos. Eu estava mais à vontade que ele, por isso senti mais prazer e cheguei a gozar primeiro. Pedi, então, que viesse por cima. Mudamos de posição e ele me penetrou de novo. Não demorou a gozar. Assim que acabamos, ouvimos a campainha. Vá à janela e olhe quem é, mas de modo disfarçado, sussurrou. Era a proprietária chegando com uma bolsa de compras. E sua única funcionária pelada no quarto de um hóspede! Vesti correndo a bermuda, a camiseta e desci aos saltos a escada. Abri a porta. Oi, Dona Marinete, como vai, por que não pediu que eu fosse ao mercado pra senhora?

quarta-feira, julho 12, 2017

Vou contar o que senti!

Recebi carta de um ex-namorado. Isso mesmo, uma carta, quem diria. Veio manuscrita, letra bem desenhada, autêntica obra de arte. Diz sentir saudades de mim. Que privilégio, saudade, algo difícil de explicar, de traduzir, inclusive palavra existente apenas em português. Deve ser verdade. Os portugueses foram longe, deixaram muita gente atrás de si, mulheres, filhos, amantes, muitos jamais retornaram. Não desejo avançar, atravessar todas as fronteiras, dar a volta ao globo terrestre, como fizeram os portugueses, quero apenas a carta, sua letra cursiva, a história de amor que comporta, amor e fantasia. O homem me faz alguns pedidos. Está sempre a me imaginar bela, apesar dos anos. Arrepio-me ante suas palavras. Caso não tivéssemos vivido várias aventuras, surpreender-me-ia. O que deseja? Transcrevo suas palavras.

Você costuma estar só, costuma viver o prazer de uma tarde de outono, escuta a música silenciosa presente no ar, percorre os cômodos, senta à uma poltrona na sala com um livro à mão, lê uma boa história, sonha com os personagens. Portanto, peço a você que faça uma representação. Torne-se uma personagem durante alguns instantes, pelo menos para mim. Dispa-se, isso mesmo, tire toda a roupa, todinha, nada sobre o corpo. Ponha-se a caminhar pela casa, como alguém que procura algo. Você lembra-se de uma bolsa a tiracolo, preta e de verniz, pequena a bolsa, uma gracinha. Vai ao encontro dela, deve estar num dos armários. Você possui tantas coisas, guarda os objetos queridos, mesmo os não mais em uso. Encontra a bolsa, lembra-se de uma saída noturna, você carregava a pequena bolsa, quase um bibelô. Você a põe pendurada ao ombro. Não esqueçamos, você está nua. A seguir, observa os pés. Não é possível portar uma bolsa tão mimosa e vestir pantufas. Vai até o outro armário e olha os sapatos, as sandálias, os de saltos mais altos. São tantos. Escolhe um deles, que reflete a mesma cor e brilho da bolsa, quem sabe foram comprados juntos. Deixa as pantufas ao lado da cama e calça o sapato de meio salto, quase clássico. Olha-se no espelho, vê-se refletida, corpo inteiro, a bolsa e o sapato. Caminha pela casa, dirige-se de novo à sala. Está pronta para sair. Um passeio, uma festa especial, não sei, convite de um admirador. Mas ainda não é a hora, é possível sentar-se e aguardar, ler uma página de revista antes. Chega-se ao sofá, senta, deixa a bolsa ao lado, toma nas mãos a revista, há várias na mesa de centro. Abre, percorre as primeiras páginas, cruza as pernas. Sente certo frisson, prazer talvez sentido poucas vezes, experiência nova, você nua, dentro de casa, arrepio a lhe correr o ventre. Cruza a perna na direção oposta, agora a direita sobre a esquerda. O sapato destaca-se. Após um quarto de hora, deixa a revista, levanta-se, ajeita a bolsa a tiracolo, dá alguns passos até à porta, é a hora, barulho de motor lá fora. Vai você, aventura. Mas pode andar mais um pouquinho pela casa. Faça de conta que ainda não terminou de se aprontar. As mulheres são mais demoradas, esmeram-se. Senta-se novamente, sente pequena ardência que pouco a pouco vai crescendo, até tornar-se um sol que a excita, como o sol de uma manhã de verão, uma espécie de prazer, um prazer quase indescritível (na praia, o calor deste sol se ameniza com um mergulho). Mas na sala, totalmente nua, bolsa a tiracolo, sobre um sapato de meio salto, você tenta se conter, quer deixar o momento de prazer para mais tarde, junto ao namorado que a espera dentro do carro, diante do portão. Como se chama mesmo o prazer que é caro às mulheres? Ah, sim, você sabe tão bem, as mulheres querem sempre mais...

quarta-feira, julho 05, 2017

Ninguém no meu pé

Faz alguns meses me separei, deixei a região serrana e voltei para a cidade. Como as notícias correm rápidas, um homem começou a rondar minha nova residência. Às vezes, essas pessoas provocam medo na gente. Mulher é um ser frágil, há quem se sinta no direito de nos perseguir para obter vantagens. Por mais que se aproximasse e puxasse assunto, não dei conversa. Cansou e deu um chá de sumiço.

Num sábado de sol, resolvi ir à praia. Como meu biquíni era antigo, corri ao centro e comprei um novo. Estava tão eufórica que aceitei um biquíni menor do que costumo usar, acho que era o sol a me provocar. Do centro mesmo fui a Cavaleiros, bem naquele pedaço em que a praia termina e começa o Pecado. Aliás, avancei mais um pouco, e fiquei num local de pouca gente, acho que uma mãe com duas crianças, alguns jovens a trinta metros, uma mulher alta mais adiante etc. Estendi minha toalha, finquei o guarda-sol, e me deitei. Estava tão agradável o ar que dormi durante uns vinte ou trinta minutos. Cheguei a sonhar. Um sonho como uma amiga dizendo praia me dá tesão. Logo que começa a tomar sol e sente o corpo esquentar, é assaltada por uma vontade louca de trepar. Não sai por aí agarrando o primeiro que aparece, disse que se contém e gosta da sensação. Certa vez um homem insistiu para tirar uma foto dela, você tem o corpo perfeito, afirmou. Não gosto de fotos, por favor. Não fez a foto, mas ficaram os dois conversando. Não vai mergulhar?, ele quis saber, está muito quente. Sabia que o mergulho na água fria lhe aumentaria o desejo por sexo, temia não resistir e entregar-se ao homem. Acabou dizendo não entro n’água. Ele foi sozinho.

A história provocou-me arrepios. Ainda bem que ninguém por perto, nem um paquera, estava esquecida em meio à areia, o mar, e aquela pouca quantidade de gente. Fui dar um mergulho. Após entrar n’água, nadar, voltei-me para a areia, surpreendi-me, um jovem muito bonito, de corpo de esportista, estava próximo ao meu guarda-sol. Será que espera por mim?, refleti. Voltei para junto dos meus pertences. Ele distanciou-se, esperava um amigo. Quando este chegou, foram juntos para o mergulho. Não olhou nem um instante para mim. Mesmo que estivesse nua, ele não repararia. Lembrei-me do meu paquera do quarteirão, você aceita uma cerveja?, perguntaria. Não sou de cerveja, obrigada, eu tinha pronta a resposta. Ele manteria a pose, tiraria do bolso o maço de cigarros, acenderia um, sorriria, olharia o mar e soltaria a fumaça de modo que não me incomodasse. Posso ficar um pouco na sombra?, perguntaria olhando o guarda-sol vazio. Nesta cidade os homens são invasivos, insistentes, as mulheres querem independência, não desejam ninguém na cola. Se houvesse homem que trepasse com a gente e depois fosse embora, nada comentasse, só aparecesse caso fosse chamado, seria ótimo. Mas este não é assim, vai acabar achando que é meu patrão. O jovem que esperava o amigo era de outra qualidade, adoraria ser paquerada por ele, quem sabe rolasse algum namoro. Mas o jovem não voltou, agradou-lhe mais o amigo. Fiquei na praia até as três ou quatro horas. Ora sob o sol, ora num mergulho refrescante. Tive vontade de trepar sim, como minha amiga do sonho, mas fiquei só na vontade, e a vontade é boa quando a gente sabe mantê-la, há todo um gozo nisso.

Numa noite dessas houve festa na serra. Quando há esse tipo de evento, vem gente de fora, até mesmo de outro estado. Arranjei um namorado só para aquela noite, muito parecido com o jovem da praia, achei até que podia ser ele, mas nada perguntei. O importante é que homens de fora não voltam para ficar no pé das mulheres daqui. Então, entreguei-me. Fiz de conta que era a maior piranha do lugar. Trepamos dentro do carro dele. Onde estacionara, não havia ninguém, todos estavam longe, na festa. Tirei toda a roupa e fui por cima. O peru do homem estava tão duro, mas tão duro, que parecia prestes a explodir. Abri as pernas e sentei sobre o rapaz. Chegamos o banco do motorista para trás, assim eu tinha onde esticar uma das pernas; para a outra, foi preciso abrir a porta. Então, eu controlava a trepada, descia e subia. No início demorei para acertar, mas pouco a pouco fui ficando molhadinha, a partir daí foi fácil, escorregava no pau do homem como num pau de sebo. Quando eu sentava totalmente sobre aquele sexo enorme, sentia o volume bem fundo dentro de mim. A loucura foi tanta que perdi a cabeça, mesmo sem conhecer o tal jovem acabei deixando que gozasse dentro de mim. Mas foi só naquele dia. Depois que terminamos, me vesti e voltei para festa. Ninguém no meu pé!