quarta-feira, julho 05, 2017

Ninguém no meu pé

Faz alguns meses me separei, deixei a região serrana e voltei para a cidade. Como as notícias correm rápidas, um homem começou a rondar minha nova residência. Às vezes, essas pessoas provocam medo na gente. Mulher é um ser frágil, há quem se sinta no direito de nos perseguir para obter vantagens. Por mais que se aproximasse e puxasse assunto, não dei conversa. Cansou e deu um chá de sumiço.

Num sábado de sol, resolvi ir à praia. Como meu biquíni era antigo, corri ao centro e comprei um novo. Estava tão eufórica que aceitei um biquíni menor do que costumo usar, acho que era o sol a me provocar. Do centro mesmo fui a Cavaleiros, bem naquele pedaço em que a praia termina e começa o Pecado. Aliás, avancei mais um pouco, e fiquei num local de pouca gente, acho que uma mãe com duas crianças, alguns jovens a trinta metros, uma mulher alta mais adiante etc. Estendi minha toalha, finquei o guarda-sol, e me deitei. Estava tão agradável o ar que dormi durante uns vinte ou trinta minutos. Cheguei a sonhar. Um sonho como uma amiga dizendo praia me dá tesão. Logo que começa a tomar sol e sente o corpo esquentar, é assaltada por uma vontade louca de trepar. Não sai por aí agarrando o primeiro que aparece, disse que se contém e gosta da sensação. Certa vez um homem insistiu para tirar uma foto dela, você tem o corpo perfeito, afirmou. Não gosto de fotos, por favor. Não fez a foto, mas ficaram os dois conversando. Não vai mergulhar?, ele quis saber, está muito quente. Sabia que o mergulho na água fria lhe aumentaria o desejo por sexo, temia não resistir e entregar-se ao homem. Acabou dizendo não entro n’água. Ele foi sozinho.

A história provocou-me arrepios. Ainda bem que ninguém por perto, nem um paquera, estava esquecida em meio à areia, o mar, e aquela pouca quantidade de gente. Fui dar um mergulho. Após entrar n’água, nadar, voltei-me para a areia, surpreendi-me, um jovem muito bonito, de corpo de esportista, estava próximo ao meu guarda-sol. Será que espera por mim?, refleti. Voltei para junto dos meus pertences. Ele distanciou-se, esperava um amigo. Quando este chegou, foram juntos para o mergulho. Não olhou nem um instante para mim. Mesmo que estivesse nua, ele não repararia. Lembrei-me do meu paquera do quarteirão, você aceita uma cerveja?, perguntaria. Não sou de cerveja, obrigada, eu tinha pronta a resposta. Ele manteria a pose, tiraria do bolso o maço de cigarros, acenderia um, sorriria, olharia o mar e soltaria a fumaça de modo que não me incomodasse. Posso ficar um pouco na sombra?, perguntaria olhando o guarda-sol vazio. Nesta cidade os homens são invasivos, insistentes, as mulheres querem independência, não desejam ninguém na cola. Se houvesse homem que trepasse com a gente e depois fosse embora, nada comentasse, só aparecesse caso fosse chamado, seria ótimo. Mas este não é assim, vai acabar achando que é meu patrão. O jovem que esperava o amigo era de outra qualidade, adoraria ser paquerada por ele, quem sabe rolasse algum namoro. Mas o jovem não voltou, agradou-lhe mais o amigo. Fiquei na praia até as três ou quatro horas. Ora sob o sol, ora num mergulho refrescante. Tive vontade de trepar sim, como minha amiga do sonho, mas fiquei só na vontade, e a vontade é boa quando a gente sabe mantê-la, há todo um gozo nisso.

Numa noite dessas houve festa na serra. Quando há esse tipo de evento, vem gente de fora, até mesmo de outro estado. Arranjei um namorado só para aquela noite, muito parecido com o jovem da praia, achei até que podia ser ele, mas nada perguntei. O importante é que homens de fora não voltam para ficar no pé das mulheres daqui. Então, entreguei-me. Fiz de conta que era a maior piranha do lugar. Trepamos dentro do carro dele. Onde estacionara, não havia ninguém, todos estavam longe, na festa. Tirei toda a roupa e fui por cima. O peru do homem estava tão duro, mas tão duro, que parecia prestes a explodir. Abri as pernas e sentei sobre o rapaz. Chegamos o banco do motorista para trás, assim eu tinha onde esticar uma das pernas; para a outra, foi preciso abrir a porta. Então, eu controlava a trepada, descia e subia. No início demorei para acertar, mas pouco a pouco fui ficando molhadinha, a partir daí foi fácil, escorregava no pau do homem como num pau de sebo. Quando eu sentava totalmente sobre aquele sexo enorme, sentia o volume bem fundo dentro de mim. A loucura foi tanta que perdi a cabeça, mesmo sem conhecer o tal jovem acabei deixando que gozasse dentro de mim. Mas foi só naquele dia. Depois que terminamos, me vesti e voltei para festa. Ninguém no meu pé!

Nenhum comentário: