Ele quer me namorar pelo Zap! Criativo, não? Um namoro em
poucas palavras e muitas sensações, segundo ele.
“Acaricio seu ventre, você deitada no canapé, vou
levantando sua blusa. Sempre gostei dos seus seios pequenos, nem precisa de sutiã.
Você dá uma tremidinha, um leve suspiro, e espera que eu morda seus lábios, com
suavidade, como já fiz ao vivo.”
Nada respondo, quem sabe ele desiste. Mas suspiro, engulo em
seco. Gosto de homens junto a mim, a tocar meu corpo. Namorar pelo Zap? Sentir
tesão com palavras? Palavras não são mãos nem peru de um homem.
“Levanto sua blusa, toco os pequenos seios, os bicos estão
durinhos. Você, adorável. Amo quando fecha os olhos, imagino o que sente, o
que pensa. Você deseja perdurar o gozo. Tiro sua blusa. Você só de calça leg grudadinha no corpo e a sandália de meio salto. Estiro os braços e deixo você sem a
sandália.”
Ele gosta de capítulos, tudo em conta-gotas. Continuo nada
respondendo. Mas dou outro suspiro. Engulo, mas não em seco, a saliva inunda-me
a boca.
“Você sem a blusa, alongada no canapé, a cabeça num dos
recostos de braço. Começo a descer sua calça leg. As pernas começam a aparecer, douradas, grossas, quero dar uma mordida, muitos beijos, molhá-las com
minha língua.”
Por que ele não manda tudo de uma vez? Leio e acabou, nada
de resposta. Vai ficar nessa lenga lenga. Após duas horas, a continuação. Ai, o
que ele estava fazendo durante todo esse tempo?, me interesso.
“A calça leg já vai abaixo do joelho. Você de calcinha
vermelha. Ah, você sempre gostou de lingerie vermelha. Eu deixo a calça
descansar, e percorro suas coxas com a ponta dos dedos, aqui ou ali faço uma
massagem. Você está de olhos fechados, não resiste, aceita minhas investidas,
dá vários suspiros, geme. Puxo a calcinha, que escapa junto com a calça leg.”
Eu, nua, deitada no canapé, conforme a mensagem dele. Dou
mais outro suspiro. Salivo de novo. Engulo duas vezes. Acho que quero um copo d’água.
Demora uma hora a outra mensagem. Por que tanto tempo?, no Zap as coisas
precisam ser rápidas.
“Você nua no canapé. Que bela, até a ligeira barriguinha é
um convite ao tesão, e tem a tatuagem!, abaixo do ventre está raspadinha!, vejo
a ponta do clitóris. Acho que dou uma mordidinha. Mas tudo com muito carinho.”
Ui. Não posso ouvir falar em clitóris, mexo as pernas, acho
que ele cresce um pouquinho. Já reparam?, o clitóris aumenta quando a gente
está... com vontade de trepar. Bem, deixa pra lá. Não dou resposta, não quero
dar bola pra ele. Acho melhor bloquear o contato. Mas prefiro primeiro pegar o
copo d’água.
“Tão bom o clitóris, gostinho de uva, sério, uva fresca. Depois de morder a uva, vem o vinho. Você,
molhadinha. O clitóris na minha boca, você dando uma tremidinha.”
Não posso admitir. Vou bloquear o contato. Nada de brincadeiras
desse tipo. Fico nervosa. Estou tremendo. Vou bloquear agora. Mas, ui, outra
mensagem.
“Você diz em voz baixa, vem, por favor, sobe sobre o meu corpo, já
não aguento, quero te sentir dentro de mim. Nós dois nus sobre o canapé.
Resistente este canapé. Movimentos brutos, você se mexe mais do que eu, suspira, geme,
chega a gritar, e...”
Gozo!
Caramba, eu tinha escrito de brincadeira. A mensagem partiu sem querer! Não posso trazê-la de volta. Quem inventou isso devia também ter inventado um modo de a gente regatar a mensagem a tempo. A tempo do arrependimento. E agora? Bem, acho que vou esperar até amanhã pra bloquear este contato!
Caramba, eu tinha escrito de brincadeira. A mensagem partiu sem querer! Não posso trazê-la de volta. Quem inventou isso devia também ter inventado um modo de a gente regatar a mensagem a tempo. A tempo do arrependimento. E agora? Bem, acho que vou esperar até amanhã pra bloquear este contato!
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