Bons são aqueles motéis em que se entra com o automóvel, percorre-se uma via estreita até encontrar o boxe desejado, e logo que se salta abaixa-se o toldo, ficando o carro às escondidas. Caso se decida por um deles já a noite escura ou madrugada, é possível lá chegar nua por inteiro. Ninguém terá o prazer de reparar, mesmo que o automóvel tenha vidros transparentes.
Certa vez tive um namorado que gostava de encontros em motéis desse tipo. Então, decidi fazer-lhe uma surpresa. Já saíramos juntos outras vezes, namoramos em hotéis do litoral; viajamos a fazendas, envolvemo-nos ambos nus, namoros secretos noturnos. Mas agora estávamos numa cidade grande. Mesmo assim aventurei-me a surpreendê-lo.
Marcamos num motel dos arrabaldes. Como as mulheres sempre se atrasam, não quis portar-me diferente. Ao chegar, ele já me esperava; e ia impaciente.
“Pensei que não mais viesses”, falou-me um tanto taciturno; mas recobrou-se ao ver que nada me cobria a pele. “Como vieste nua?”
Tapei-lhe a boca, cobri-lhe a voz com mil beijos atrasados.
“Onde estão tuas roupas?”
“Em casa”, respondi; rolei sobre ele, abracei-lhe e procurei seu sexo excitada.
“Em casa?”, repetiu minhas palavras; demonstrava mais interesse pela história do que pela mulher nua ao lado.
“Não mais queiras saber coisa alguma”, abracei seu corpo com mais força e o aprisionei em outro longo beijo.
Abri-me tal qual flor de Andaluzia. Escorregou sem impedimentos, deslizou entre meus óleos naturais. Permanecemos unidos; eu mordia-lhe o pênis fazendo contrações com o músculo do meu sexo, não era preciso movimento além.
Durante hora e meia amamo-nos calorosos; de ruídos, apenas nossa respiração, parcos gemidos e suspiros de prazer.
Quando acabamos, ou melhor, essas coisas nunca se acabam, interrompem-se para logo após reiniciarem-se. Mas quando demos conta de que não poderíamos viver ali uma vida inteira, aprontamo-nos. Quer dizer, ele aprontou-se. Eu ainda ia nua. Sem dizer palavra alguma, levantou-se e por mim esperou. Acompanhei-o até o pequeno toldo. Meu carro ficara debaixo do toldo do boxe ao lado.
“Ainda bem que ninguém reclamou pelo apartamento ao lado, teríamos de interromper nosso namoro”, ele disse.
Beijei-o e corri para meu carro; sentei-me no banco do motorista; bati a porta e deslizei meio vidro para que ele viesse me beijar uma vez mais.
Até ali, tentou não demonstrar surpresa alguma. Mas, de repente, deixou escapar:
“Não acredito que não tens o que vestir.”
Percorreu os bancos com os olhos, depois falou:
“Deixa ver a mala.”
Não lhe dei tal permissão.
“Duvido que não trouxeste ao menos um curto vestido”, falou em voz embargada de desejo.
“Pensa como quiseres; certa vez não pediste que eu viesse nua a teu encontro? Devias estar satisfeito.”
“Claro que estou; mas estou também preocupado. Se te descobrem nua a caminho?”
“Não te preocupes; tenho meus recursos; e a noite sempre foi amiga das mulheres apaixonadas.”
Beijei-lhe ainda uma vez, dei a partida e mergulhei na madrugada nua.
Certa vez tive um namorado que gostava de encontros em motéis desse tipo. Então, decidi fazer-lhe uma surpresa. Já saíramos juntos outras vezes, namoramos em hotéis do litoral; viajamos a fazendas, envolvemo-nos ambos nus, namoros secretos noturnos. Mas agora estávamos numa cidade grande. Mesmo assim aventurei-me a surpreendê-lo.
Marcamos num motel dos arrabaldes. Como as mulheres sempre se atrasam, não quis portar-me diferente. Ao chegar, ele já me esperava; e ia impaciente.
“Pensei que não mais viesses”, falou-me um tanto taciturno; mas recobrou-se ao ver que nada me cobria a pele. “Como vieste nua?”
Tapei-lhe a boca, cobri-lhe a voz com mil beijos atrasados.
“Onde estão tuas roupas?”
“Em casa”, respondi; rolei sobre ele, abracei-lhe e procurei seu sexo excitada.
“Em casa?”, repetiu minhas palavras; demonstrava mais interesse pela história do que pela mulher nua ao lado.
“Não mais queiras saber coisa alguma”, abracei seu corpo com mais força e o aprisionei em outro longo beijo.
Abri-me tal qual flor de Andaluzia. Escorregou sem impedimentos, deslizou entre meus óleos naturais. Permanecemos unidos; eu mordia-lhe o pênis fazendo contrações com o músculo do meu sexo, não era preciso movimento além.
Durante hora e meia amamo-nos calorosos; de ruídos, apenas nossa respiração, parcos gemidos e suspiros de prazer.
Quando acabamos, ou melhor, essas coisas nunca se acabam, interrompem-se para logo após reiniciarem-se. Mas quando demos conta de que não poderíamos viver ali uma vida inteira, aprontamo-nos. Quer dizer, ele aprontou-se. Eu ainda ia nua. Sem dizer palavra alguma, levantou-se e por mim esperou. Acompanhei-o até o pequeno toldo. Meu carro ficara debaixo do toldo do boxe ao lado.
“Ainda bem que ninguém reclamou pelo apartamento ao lado, teríamos de interromper nosso namoro”, ele disse.
Beijei-o e corri para meu carro; sentei-me no banco do motorista; bati a porta e deslizei meio vidro para que ele viesse me beijar uma vez mais.
Até ali, tentou não demonstrar surpresa alguma. Mas, de repente, deixou escapar:
“Não acredito que não tens o que vestir.”
Percorreu os bancos com os olhos, depois falou:
“Deixa ver a mala.”
Não lhe dei tal permissão.
“Duvido que não trouxeste ao menos um curto vestido”, falou em voz embargada de desejo.
“Pensa como quiseres; certa vez não pediste que eu viesse nua a teu encontro? Devias estar satisfeito.”
“Claro que estou; mas estou também preocupado. Se te descobrem nua a caminho?”
“Não te preocupes; tenho meus recursos; e a noite sempre foi amiga das mulheres apaixonadas.”
Beijei-lhe ainda uma vez, dei a partida e mergulhei na madrugada nua.