Tal brincadeira (se é que se pode chamá-la assim) começou há dois meses. Quando está longe de mim, para matar as saudades, o namorado pede
que eu lhe envie fotos. De início, nada sobre a nudez, mas pouco a pouco teve
coragem de pedir. Achou que eu iria negar. Nada disso, fiz as fotos e mandei.
Oh, que bumbum lindo, ressaltou; a foto de nu frontal está uma gracinha,
elogiou; falta uma com os seios nus. Seios nus? Oh, sim, seios é palavra
masculina, e se usa quase sempre no plural. Logo você que tem os seios tão
rijos, não mandou a foto, observou. Fiz a foto, do pescoço para baixo e do
umbigo para cima. Ele a babar, enquanto dele estou distante.
Certa vez tive um namorado que produziu uma montagem. Pegou uma foto onde estou vestida e, como num crime sanguinário, separou-me a cabeça do corpo! Então, colocou partes do corpo de outras mulheres! Esta
não sou eu, afirmei, os seios são grandes e bonitos, queria tê-los assim,
repliquei. Então mandei as fotos, queria evitar tantos esquartejamentos.
Como é difícil se autofotografar. Mais fácil escrever uma autobiografia, mais fácil sair nua à noite para namorar. Fazer fotos de si própria, quase impossível. Depois que as enviei, no entanto, senti certo alívio. Engraçado, eu ainda nua, com o telefone nas mãos a mandar fotos pelo Zap. Já pensou se clico o destinatário errado? Deus me livre. Estava certo o destinatário, lá o nome dele. Pousei o telefone sobre a mesa e sentei na cadeira ao lado. Cruzei as pernas e dei um suspiro. Caso houvesse alguém em casa, o namorado, ou mesmo um estranho, adoraria ver a mulher pelada sentada num dos lugares da mesa de jantar. No que vai dar este namoro?, pensei, com tanta foto indo pelo Zap... Ah, grande ideia, vou pedir uma foto dele, e tem de estar inteiramente nu. Logo veio a resposta: homem nu é horrível, bonito é mulher nua! Nada disso, retruquei, horrível para você, para mim é lindo, caso não mande a foto do teu peru dentro de cinco minutos, as fotos que fiz de mim nua vão voar para pelo menos cinco amigos. Mas, mas..., ele a gaguejar. Nada de mas, mas..., repliquei mais uma vez, faça a foto.
Como é difícil se autofotografar. Mais fácil escrever uma autobiografia, mais fácil sair nua à noite para namorar. Fazer fotos de si própria, quase impossível. Depois que as enviei, no entanto, senti certo alívio. Engraçado, eu ainda nua, com o telefone nas mãos a mandar fotos pelo Zap. Já pensou se clico o destinatário errado? Deus me livre. Estava certo o destinatário, lá o nome dele. Pousei o telefone sobre a mesa e sentei na cadeira ao lado. Cruzei as pernas e dei um suspiro. Caso houvesse alguém em casa, o namorado, ou mesmo um estranho, adoraria ver a mulher pelada sentada num dos lugares da mesa de jantar. No que vai dar este namoro?, pensei, com tanta foto indo pelo Zap... Ah, grande ideia, vou pedir uma foto dele, e tem de estar inteiramente nu. Logo veio a resposta: homem nu é horrível, bonito é mulher nua! Nada disso, retruquei, horrível para você, para mim é lindo, caso não mande a foto do teu peru dentro de cinco minutos, as fotos que fiz de mim nua vão voar para pelo menos cinco amigos. Mas, mas..., ele a gaguejar. Nada de mas, mas..., repliquei mais uma vez, faça a foto.
Veio a foto. Ele disse que o peru era dele. Mas resta-me a dúvida.
Acho que pegou em algum site. Como não posso provar, finjo que acredito. Quando
vier aqui, comparo.
Levantei-me e fui até o quintal. Quanta goiaba na goiabeira.
Estico o braço e tiro uma de um galho menor. Dou uma mordidinha. Ih, onde
escondo a goiaba nua?, tem alguém batendo lá no portão!