Sempre adorei biquínis mínimos, e também gosto de andar
nua. Naquela ocasião aluguei uma casa em frente à praia, um local deserto, ninguém
a me incomodar. Não tinha ainda a saidinha de praia de tela branca, descia às areias apenas com a roupa de banho. Como sempre gostei de apreciar a manhã, alguns
dias eu acordava muito cedo. Num deles, pensei ir nua, mas achei exagero, podia
aparecer alguém, sei lá, um nativo, ou alguém da colônia de pescadores. Vesti,
então, apenas uma camiseta sobre o corpo, descia-me até as coxas. Caminhei até a beira d’água sob a vermelhidão do amanhecer. Como não é
costume no local, a água estava quente, mais quente do que eu. Senti vontade louca
de mergulhar. Tirei a única peça, enrolei deixando-a escondida na areia. Corri
e entrei n’água. Um orgasmo o contato de minha pele com as águas. Sem me
preocupar com as horas, permaneci ali indefinidamente. Quando reparei, um homem
passeava pela areia. Ai, meu Deus, tomara não encontre minha camiseta. Depois
me acalmei e achei normal estar nua, a natureza convidava. Mas ele
não demorou, nem sei se me viu. Quando resolvi sair de dentro d’água,
onde a camiseta? Subi nua à casa alugada. Ainda bem, todos dormiam. Tomei uma
ducha e me deitei de novo. Ah, quem sabe, sonho de uma noite de verão. À noite fomos
à cidade, eu vestindo apenas uma peça, camisa de mangas três quartos, não
chegava aos joelhos. Que férias!
No Rio de Janeiro a coisa é outra, os sonhos são fortes,
vigorosos, pura realidade. Logo vem alguém conversar, um assédio e tanto.
Para quem é livre ao namoro, tudo bem, o paraíso. Mas é preciso cuidadinho; ao
contrário, perde-se a graça. Os homens oferecem bebidas, comidas, passeios, mas
não sai de graça. Vou com a saidinha de renda, a tal tela transparente. Depois,
digo preciso ir ao hotel, tenho de me trocar, espere um instantinho. Quero
fugir. Mas você está tão linda com essa roupa, não se troca não, o Rio é praia
noite e dia. Vou na conversa do recente namorado. Ele, doidinho, pra me ver
apenas com a telinha sobre o corpo. Ainda que fosse só isso. Mais, não conto;
vale a discrição.
Segredinho: não posso subir nua ao apartamento, tanta gente,
as pessoas não param de ir de um lado a outro. O namorado adora a brincadeira. É
apenas o começo, uma noite de verão.
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