– Quem está aí?
– Sou eu.
– Eu, quem?
– Uma mulher.
Ele entreabriu a porta e reparou que eu estava nua. Afastou a tranca; escorreguei quarto adentro.
– A recepcionista?
– Não, a irmã dela.
– O que houve?
– Nada, ela me mandou em seu lugar – respondi quase envergonhada, sem saber onde colocar as mãos.
– Por que a máscara?
– Hoje é carnaval, lembra?
– Você não vai me roubar, vai?
– Só uma música – disse enquanto o abraçava.
– Música?
– O baile. Estão todos na cidade, vamos fazer o nosso.
Ele demorou mas, enfim, entendeu.
Quando o homem chegou sábado à tarde querendo se hospedar naquele lugarejo, experimentei sensação especial. Era um ator, já o tinha visto em algum filme na TV, e como era belo!, só não lembrava seu nome. A pousada ficava junto ao posto de combustível, o único na pequena cidade de Cianópolis, sudoeste de Goiás. Na verdade, eu fazia tudo naquela pequena hospedaria: varria, arrumava, lavava e passava a roupa de cama e servia o café da manhã. O local era freqüentado por motoristas de caminhões que seguiam para Mato Grosso. Nunca, porém, dera confiança a nenhum deles. Mas naquele dia... o homem era um ator, apesar de vir numa pequena camioneta, e era sábado de carnaval...
Tratei-o com cortesia e lhe ofereci o que havia de melhor.
– O quarto é simples, mas possui ventilador. Os dois banheiros são localizados na área externa; como hoje não há ninguém hospedado, creio que você terá mais conforto. Aqui no hall, você pode ver TV até a hora que desejar, e na geladeira há água à vontade. Se quiser, pode levar uma garrafa.
Ele demonstrou muita satisfação. Entreguei-lhe a chave.
– Devo ficar um ou dois dias – disse antes que eu o conduzisse ao aposento.
– Você deve pagar adiantado – avisei.
Ele tirou duas notas do bolso e me entregou, depois enfiou-se no quarto.
À noite, permaneceu vendo o carnaval pela TV até depois da uma da madrugada. Fiquei escondida na sala reservada a empregados; fiz como se não houvesse pessoa alguma na casa. Quando ele desligou o aparelho e foi para o quarto, eu já estava totalmente nua, apenas pequena máscara cobria-me os olhos. Aí fiz o que jamais pensara: fui primeiro até a entrada do pequeno hotel, pisei o passeio e senti no corpo o ar fresco da noite; depois, desliguei a luz externa e tranquei a porta. Então corri até ele.
Dançamos: músicas de um rádio de pilha. Após algum tempo, ele me segurou com força e me levou para cama. Era um homem rude, do jeito que eu gosto. Não lembro de ter transado com outro ator.
Só morri de vergonha, quando, sorrateiro, roubou-me a máscara!
De manhã, sussurrou alegre num de meus ouvidos:
– Hoje ainda é carnaval!
E me pediu que lhe servisse o café da manhã. Nua.
– Sou eu.
– Eu, quem?
– Uma mulher.
Ele entreabriu a porta e reparou que eu estava nua. Afastou a tranca; escorreguei quarto adentro.
– A recepcionista?
– Não, a irmã dela.
– O que houve?
– Nada, ela me mandou em seu lugar – respondi quase envergonhada, sem saber onde colocar as mãos.
– Por que a máscara?
– Hoje é carnaval, lembra?
– Você não vai me roubar, vai?
– Só uma música – disse enquanto o abraçava.
– Música?
– O baile. Estão todos na cidade, vamos fazer o nosso.
Ele demorou mas, enfim, entendeu.
Quando o homem chegou sábado à tarde querendo se hospedar naquele lugarejo, experimentei sensação especial. Era um ator, já o tinha visto em algum filme na TV, e como era belo!, só não lembrava seu nome. A pousada ficava junto ao posto de combustível, o único na pequena cidade de Cianópolis, sudoeste de Goiás. Na verdade, eu fazia tudo naquela pequena hospedaria: varria, arrumava, lavava e passava a roupa de cama e servia o café da manhã. O local era freqüentado por motoristas de caminhões que seguiam para Mato Grosso. Nunca, porém, dera confiança a nenhum deles. Mas naquele dia... o homem era um ator, apesar de vir numa pequena camioneta, e era sábado de carnaval...
Tratei-o com cortesia e lhe ofereci o que havia de melhor.
– O quarto é simples, mas possui ventilador. Os dois banheiros são localizados na área externa; como hoje não há ninguém hospedado, creio que você terá mais conforto. Aqui no hall, você pode ver TV até a hora que desejar, e na geladeira há água à vontade. Se quiser, pode levar uma garrafa.
Ele demonstrou muita satisfação. Entreguei-lhe a chave.
– Devo ficar um ou dois dias – disse antes que eu o conduzisse ao aposento.
– Você deve pagar adiantado – avisei.
Ele tirou duas notas do bolso e me entregou, depois enfiou-se no quarto.
À noite, permaneceu vendo o carnaval pela TV até depois da uma da madrugada. Fiquei escondida na sala reservada a empregados; fiz como se não houvesse pessoa alguma na casa. Quando ele desligou o aparelho e foi para o quarto, eu já estava totalmente nua, apenas pequena máscara cobria-me os olhos. Aí fiz o que jamais pensara: fui primeiro até a entrada do pequeno hotel, pisei o passeio e senti no corpo o ar fresco da noite; depois, desliguei a luz externa e tranquei a porta. Então corri até ele.
Dançamos: músicas de um rádio de pilha. Após algum tempo, ele me segurou com força e me levou para cama. Era um homem rude, do jeito que eu gosto. Não lembro de ter transado com outro ator.
Só morri de vergonha, quando, sorrateiro, roubou-me a máscara!
De manhã, sussurrou alegre num de meus ouvidos:
– Hoje ainda é carnaval!
E me pediu que lhe servisse o café da manhã. Nua.
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