"Oh, meus seios, sol em que te embriagas, bêbedo de líquido azul, calor da combustão em que te afogo...", e foi assim que começaste naquele sábado. A música levava a turba, os tambores ecoavam nossas trepidações interiores. Após desfilarmos alegria, descemos escondidos uma viela rústica; e foi entre um automóvel antigo e uma mangueira. Despiste-me cedo, bebeste-me rubra.
À noite, fui eu que te fiz vítima; algoz atroz, imperdoável. Enquanto nos levava a orquestra, salão à luz de séculos perdidos, minhas garras afiadas não te perdoaram; listras escarlates traçadas em dorso lívido, unhas de Penélope sôfrega vinte anos. Mas te vingaste a tempo: descoseste meus fios, desataste meus laços e me escondeste entre tuas pernas. Quando eu menos esperava, explodiste; jorraste vapores e lavas, tepidez trágica de amor a deusa olímpica proibida.
Na manhã seguinte, acordamos enquanto a maré baixa lavava nossos corpos, carícias plenas sobre tecido natural, afago perdido de lobo esguio. E caminhamos trôpegos, sob olhares avançados de foliões enfeitiçados pela nudez de havaiana de outros trópicos. Quando me livraste da exposição crua e me envolveste em seda de tear estrangeiro, fantasia roubada a sultana dançarina desatenta, conduziste-me sob afagos a desfile em que eu era estrela primeira.
Muitas vezes me despiste, outras tantas escalei-te; nos levaram blocos e cordões; gozamos intrépidos, mas sempre disfarçados.
Na segunda desapareceste. Foi, então, que te traí a tempo exíguo. Vaqueira. Chapéu e botas que me subiam os tornozelos. Mascarado, saído de filme mexicano, zorro esporádico, laço hábil sobre animal inquieto, minhas mãos por sobre as nádegas atou. Violento, arrancou-me o biquíni negro, amou-me na sombra, sob capa protetora. Às primeiras luzes, libertou-me; como recompensa, apenas as mãos soltas. Disse sobre a nova fantasia: "fada nua encabulada..."
Na terça ressurgiste; nada perguntavas ao me encontrares nua... Beijaste-me rubro, excitado, não mais me precisavas despir. Após explosões estelares, últimos acordes de sinfonia ligeira, de novo te tornaste invisível.
Quando na quarta a festa acabou, as amigas sussurram-me: "estás perdida, nua e abandonada." Mas foi aí que reapareceste e contigo me levaste; me querias mesmo nua, mesmo arranhada de outras unhas, exausta, a exalar suor apaixonado de quatro dias...
À noite, fui eu que te fiz vítima; algoz atroz, imperdoável. Enquanto nos levava a orquestra, salão à luz de séculos perdidos, minhas garras afiadas não te perdoaram; listras escarlates traçadas em dorso lívido, unhas de Penélope sôfrega vinte anos. Mas te vingaste a tempo: descoseste meus fios, desataste meus laços e me escondeste entre tuas pernas. Quando eu menos esperava, explodiste; jorraste vapores e lavas, tepidez trágica de amor a deusa olímpica proibida.
Na manhã seguinte, acordamos enquanto a maré baixa lavava nossos corpos, carícias plenas sobre tecido natural, afago perdido de lobo esguio. E caminhamos trôpegos, sob olhares avançados de foliões enfeitiçados pela nudez de havaiana de outros trópicos. Quando me livraste da exposição crua e me envolveste em seda de tear estrangeiro, fantasia roubada a sultana dançarina desatenta, conduziste-me sob afagos a desfile em que eu era estrela primeira.
Muitas vezes me despiste, outras tantas escalei-te; nos levaram blocos e cordões; gozamos intrépidos, mas sempre disfarçados.
Na segunda desapareceste. Foi, então, que te traí a tempo exíguo. Vaqueira. Chapéu e botas que me subiam os tornozelos. Mascarado, saído de filme mexicano, zorro esporádico, laço hábil sobre animal inquieto, minhas mãos por sobre as nádegas atou. Violento, arrancou-me o biquíni negro, amou-me na sombra, sob capa protetora. Às primeiras luzes, libertou-me; como recompensa, apenas as mãos soltas. Disse sobre a nova fantasia: "fada nua encabulada..."
Na terça ressurgiste; nada perguntavas ao me encontrares nua... Beijaste-me rubro, excitado, não mais me precisavas despir. Após explosões estelares, últimos acordes de sinfonia ligeira, de novo te tornaste invisível.
Quando na quarta a festa acabou, as amigas sussurram-me: "estás perdida, nua e abandonada." Mas foi aí que reapareceste e contigo me levaste; me querias mesmo nua, mesmo arranhada de outras unhas, exausta, a exalar suor apaixonado de quatro dias...
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