Quando tinha acabado de perder o medo, aceitei o desafio de ir ao último andar do prédio em que meu namorado mora. Hoje ex, porém amigo e confidente.
Ir ao último andar me pareceu fácil, mas ir lá excitada e preocupada se vou ser vista nua por algum morador é loucura.
Na primeira vez tive a ilusão de que nenhum morador iria me ver. Apenas meu parceiro já tinha me visto.
No embalo do prazer, saí. Sandália alta, bolsa no ombro e mais nenhum acessório. Poderia ter colocado uma daquelas perucas e óculos fantasia, mas não me veio à mente. Estava ansiosa para cumprir o combinado e voltar para a culminância final, gozar loucamente.
"Meu amor, vai que eu te espero."
Ele fechou a porta do apartamento. Senti um calafrio de abandono. Apertei o botão chamando o elevador. Entrei e determinei onde queria chegar.
Quem mora no último andar é o síndico do prédio, homem sério, que talvez não se ligue nessas fantasias sexuais. Imaginem este homem circulando pelo prédio e vendo uma mulher que ele conhecia ou até mesmo julgava ser uma pessoa de respeito andando nua de madrugada, namorada de um mestre quase doutor em literatura brasileira? Ia ter um daqueles chiliques, chamar a polícia ou jogar água gelada para que ela acordasse do delírio.
Mas, desta vez, tudo deu certo. Pelo menos é o que parece. Será que o síndico até hoje não se delicia com a gravação da câmera de segurança do prédio e goza escondido da esposa?
O meu corpo é naturalmente escultural. Provoca prazer. O da esposa dele já não lhe causa mais tanto tesão. A cara do síndico e seu jeito demonstram que ele precisa tocar punheta em frente a uma revista Playboy, porque a mulher já deu o que tinha que dar.
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