terça-feira, janeiro 26, 2016
Uma viagem inesquecível
O ônibus deu a partida e Lucilene já estava acomodada em seu lugar. As bagagens no bagageiro. De repente um rapaz, na casa dos vinte anos, pediu licença, sentou ao lado dela e começou a conversar. Lucilene vive só e nåo tem com quem falar uma só palavra. Ele se chamava Pedro, passou a contar passagens tristes de sua vida. Disse que nåo queria mais conhecer ninguém pra namorar e diminuía muito as mulheres. Narrou sua vida junto à família e afirmou que também não queria voltar às raízes. Lucilene, pessoa vivida, deu vários conselhos a Pedro. Sugeriu que voltasse a estudar e que levasse a vida com menos rancores no coração. Ela já tivera experiências com diversos homens, mas também achou que jamais fora feliz. Ronaldo gostava de homens. Justino, um cabra safado de muitas mulheres, quando estava com ela parecia exausto. Estevão era idoso e só servia pra manter o luxo dela. Depois de ouvir muito Pedro, começou também a se lamuriar. Contou sua vida. Ele, que era tåo jovem, disse: posso ser uma pessoa diferente na sua vida. Mas você acabou de dizer que não quer mais ninguém pra namorar..., ela interpôs. No teu caso é diferente, ouça, ele retomou a palavra, divide o dinheiro do Estevåo comigo e me torno teu namorado, você vai sentir o que jamais sentiu, tenho uma pica de quase 25 cm, prometo te penetrar bem devagar, fazer carinhos em todo o teu corpo, você vai se deliciar com um gozo que ainda não sentiu. Lucilene pediu pra ele falar baixo, estavam num ônibus. Ele passou a lhe sussurrar ao pé do ouvido. Na primeira parada para o lanche, os dois, que só carregavam cada um uma mochila, procuraram repouso em uma pousada perto da lanchonete. O motorista, antes de partir, perguntou pelos dois passageiros desaparecidos a quem sentava nas proximidades. Um senhor idoso, da poltrona atrás de onde estivera o casal, pediu que ele se aproximasse e lhe cochichou poucas palavras. O motorista sorriu com o canto dos lábios, retornou a condução do ônibus e seguiu sem o casal. O destino dos dois estava traçado. A noite foi plena de gemidos. E Lucilene nem se preocupou com os outros hóspedes. Quase todos caminhoneiros que, nos quartos próximos, tentavam repousar da dura vida nas estradas.
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