Ela sabia que, naquele dia, lá pelas onze da manhã, depois
da chegada do tal homem, ficaria nua na sala de casa. Sério, não resistiria. Não
precisava se preocupar, ele surpreenderia. Nely estaria trajando um vestido florido, macio, que descia até os joelhos, roupa confortável para se ficar
em casa ou mesmo circular pela vizinhança.
Ao chegar, ele abraçou-a e beijou-a. Os dois
sentaram-se juntinhos no sofá de fronte à mesa, na sala de estar. A conversa
circulou em torno dos últimos acontecimentos, da vida de Nely, da praia
próxima, dos passeios que ela às vezes fazia. Ele permanecia silencioso, sua
face demonstrava contentamento. Pousou uma das mãos sobre um dos joelhos da mulher.
Ela fez como se nada tivesse acontecido. Continuou a falar, olhou a ele,
virou-se novamente para frente e contou como fora o último final de semana.
Falava como se houvesse uma terceira pessoa diante dela. Quando virou a cabeça para o
homem, beijou-o e ele já deslizava a mão sobre suas coxas, por baixo do
vestido. Após o beijo, Nely ficou paradinha, como meditasse ou como esperasse
até onde ele seria capaz de avançar. Subiu a mão, sempre tateando as coxas da ex-namorada, avançou até acima da virilha e parou junto ao elástico
superior da calcinha. Introduziu a outra mão também por
debaixo da saia. Desencosta um pouquinho, pediu ele. Ela fez o movimento, como o gesto mais natural do mundo. A calcinha desceu nas mãos dele, ultrapassou os joelhos e, enfim, o calcanhar. Ele a
comprimiu dentro de uma das mãos e depois a arremessou sobre a mesa. Ela caiu dentro da fruteira, junto a duas maçãs bem vermelhas. Nely nua,
apenas o fino pano sobre a pele. Como gostava da sensação. Lembrou-se que um dia
saíra tal qual estava agora, a pedido de um namorado, apenas o vestido fino a
lhe disfarçar a nudez, e uma excitação que a fazia comprimir as coxas.
Ficaram de pé. Ele a abraçá-la. Que bom assim, não
precisava ter compromisso. Os homens apareciam, acariciavam-na, trepavam com
ela e ela gozava. E a vida continuava. Ele levantou o vestido de Nely, que saiu pela cabeça, deixou-a nua. Isso, como ela gostava, nua, agarrada ao homem ainda vestido.
Permaneceram naquele elevo por demorados minutos. Beijaram-se. Ele lhe disse
algumas palavras no ouvido, palavras que ela gostava de ouvir. Deram
alguns passos e deitaram na cama, que ficava no quarto. Namoraram de modo
suave. Só então ele tirou toda a roupa e trepou com Nely. Transar com você é
bom porque não me exige posições difíceis, ela. É mesmo?, pareceu surpreso. Tem homem que exige que eu seja malabarista; quando acaba, estou toda doída. No
final, ele perguntou: você gozou? Já gozei ontem, assegurou ela um tanto sem
jeito. Ontem? Um namorado ficou falando bobagem pelo telefone, acabei gozando,
e foi tão bom. Após as últimas palavras, ela trocou o vexo pelo riso leve.
Durante alguns minutos, Nely não estava mais na manhã
ensolarada de maio, mas na véspera, noite fechada, nua no canapé, o telefone no
ouvido, uma trepada a distância, em que, a princípio, ela não acreditava. Ficou tão molhada. O homem era bom em historias.
Quer dizer que você tem gozado bastante.
Bastante, não, vez ou outra.
Nely olhou o ex-namorado, ainda agarradinha a ele. É bom
assim. E quando você puder, ligue para mim, quem sabe também vai conseguir
me fazer gozar. Afinal, você sabe contar boas histórias.
Nenhum comentário:
Postar um comentário