segunda-feira, novembro 19, 2018

Tudo muito engraçado

Tive um homem, para quem trabalhei, que era encantador. Levava-me a um hotel lindo. Adorava quando me tirava a calcinha. Suas mãos a segurarem o elástico lateral, o ato de puxá-la coxas abaixo, o momento em que se soltava do meio das minhas pernas, tudo chegava a me proporcionar um pequeno orgasmo. Além disso, era brincalhão, dizia vou levar tua calcinha de lembrança. Eu sorria, feliz por estar em seus braços.

Outro dia estava esperando um telefonema de um admirador com quem troquei uns carinhos faz algum tempo. Fazia um tempo enorme que não o via. Mas ele não ligou. Como havia perdido seu número, não consegui entrar em contato. O jeito seria esperar, quem sabe ligaria outra hora. Foi então que recebi uma ligação, mas de outro homem de quem nem mais lembrava. No início, pensei tratar-se de uma armadilha, mas ele veio ao meu encontro, recordei-me de quem se tratava. Convidou-me a uma casa de chá. Achei elegantíssimo. Gosto de homens que me convidam a lugares sofisticados. O garçom nos trouxe xícaras de porcelana, os sachês de chá para a nossa escolha. Olhei meu homem e sorri, reparei em volta a decoração: quadros, paredes de madeira, mesas de mármore branquíssimo, tudo muito bonito. Escolhi o chá. O garçom versou a água quente e esperei alguns minutos até que o líquido tomasse consistência. Logo nos primeiros goles, senti uma ponta de excitação. Dizem que chá acalma, ao contrário, senti uma alegria interior imensa, e depois, pouco a pouco, foi-me crescendo a vontade de namorar. Conversamos sobre assuntos banais, mas eu tocava suas mãos; quando podia, seus braços; cheguei a percorrer, com a ponta dos dedos, seu tórax. Aquele excesso de gesto iria me valer a estada num hotel dali a pouco, onde ficaríamos por umas três horas. Eu nua, pernas abertas; ele, um peru enorme, como eu não via fazia tempo. Sua calcinha é um requinte só, dá vontade de levar de lembrança, ele disse. E eu nos braços do homem. Os homens falam algumas bobagens no momento em que estão prestes a gozar, mas depois esquecem. A ejaculação leva consigo todas as fantasias. Aliás, houve outro homem... Daqui a pouco conto, mas este aqui me penetrou severo, rígido. Tomara que não me peça para chupá-lo, não tenho garganta para engolir um pau tão longo. pensei. Mas gostei da trepada funda, bem dada. Voltei para casa realizada. A casa de chá. A trepada funda.

Aliás, houve outro homem... A tal continuação. A história nada tem a ver com o requinte do salão de chá! Vesti-me com um vestidinho daqueles curtos, colados ao corpo e fui a um forró. Isso mesmo, adoro forró. Vários homens dançaram comigo. Tudo muito quente, muito suor. Adorei. Mas houve um, lá pelas tantas da madrugada, que me agarrou firme e queria trepar. Dizia no meu ouvido você é muito gostosa, não posso te deixar escapar. Pera aí, eu pedia, calma, me dê o teu número, prometo que telefono. Mas o homem foi insistente, queria naquela hora, e ali por perto. Nada disso. Cozinhei-o em banho-maria, dei-lhe uns beijinhos, deixei que me abraçasse num canto retirado. Havia outros casais namorando nas proximidades. Ele apertou-me, beliscou, quis deslizar as mãos pelas minhas pernas, subir minhas coxas. Imaginem, eu com aquele vestidinho fino, curto, o homem avançando. Mostrou uma camisinha. Ele, de camisinha. Eu, sem calcinha! Lembrancinha.

Na hora, a gente fica nervosa. Depois que passa, acha tudo muito engraçado.

Nenhum comentário: