Você que gosta de me trazer para este seu apartamento, e
também sempre adora inventar mais um fetiche, escute, é uma história muito
engraçada. Não vou falar de ex-namorados, não; mas de uma situação que vivi com
algumas amigas. Um homem bem mais velho nos convidava para festas que ele
organizava em seu apartamento. Tudo da melhor qualidade. O local era bonito,
com vista para o mar, muito bebida e comida, ainda havia a música. As amigas
diziam que o tal senhor era juiz de direito. Ele andava muito bem vestido e
vivia a sorrir. Um perfeito anfitrião. Mas fazia uma exigência, sabe qual? Que
nós, mulheres, fôssemos com aqueles vestidinhos curtos, colados ao corpo. O
homem gostava de nos apreciar quase nuas. Lógico que não falava nada sobre
isso, seus empregados eram os encarregados de transmitir as condições para
participarmos das festas. O dono da casa ainda fazia mais uma exigência: que as
moças fossem maiores de idade, por isso tínhamos de apresentar algum documento.
Mas, mesmo assim, acredito que entre aquele mulheril todo havia muitas garotas
de dezessete anos. No resto, podíamos nos divertir à vontade. Veja bem, hoje se
fala na valorização da mulher, no respeito e igualdade entre os sexos, se
protesta quando o corpo feminino é usado de modo sensual na publicidade. Mas,
naquele tempo, quase ninguém pensava nisso. Além de nós, que queríamos nos
divertir, havia o dono da casa e seus convidados em constante estado de êxtase. Aliás, os convidados eram pessoas tão distintas quanto a ele, adoravam
nos ver dançar, olhavam com insistência nossas pernas de fora e não demoravam a vir nos beliscar. Na maioria das vezes, muitas jovens e até mesmo as mulheres
maduras nada vestiam sob o fino tecido dos vestidinhos. Algumas tiravam a
calcinha e guardavam na bolsa. Uma delas (não posso precisar-lhe a idade) dizia
ter sido namorada do nosso anfitrião, e que ele fora muito generoso,
garantindo-lhe presentes caros e até mesmo dinheiro. Ele dava ordens ao motorista para
levá-la de automóvel a um hotel de luxo onde ela devia aguardá-lo. A única
exigência era que vestisse roupa bem curta. Segundo ela, o juiz tinha lá as
suas manias. Não é que o homem fosse tarado, mas ela nunca conseguiu voltar
para casa de calcinha. Ele sempre a roubava. Qual deve ser a pena para um juiz
que rouba a calcinha da namorada?, perguntava ela sarcástica. Contou que certa
vez tirou toda a roupa dentro do carro e chegou nua ao apartamento. Mas o homem
a repreendeu, mostrou-se furioso, queria ele mesmo despi-la. Para contentá-lo,
pois ela lhe conhecia bem os costumes, sugeriu que após o sexo ele a levasse
nua no automóvel e a obrigasse a saltar numa das praias da orla. E se você for
estuprada?, ele perguntou. Se isso acontecer, depois conto a você, ela
respondeu; ainda acrescentou, caso a polícia me prenda por estar nua, jamais
mencionarei o seu nome. E assim fizeram. Mas na hora agá, ele não teve coragem
de abandoná-la nua. Voltando às festas que o tal homem oferecia, jamais houve algum
agravante. Às vezes, uma das meninas terminava a festa como veio ao mundo. Mas
todos viam o episódio com muita naturalidade, e tudo acabava tornando-se motivo
de alegria.u
segunda-feira, agosto 26, 2019
Você não vai ter dúvida nenhuma de me abandonar peladinha!
segunda-feira, agosto 12, 2019
Sem o vestidinho, nem pensar
Fui querer bancar a gostosa e acabei me dando mal. Pedi pra ele me ligar mas não atendi o telefone. Por causa disso, o bonitão não quis mais saber de mim. Depois de duas semanas resolvi procurá-lo. Ao
perceber minha voz, não deu margem à conversa, ainda por cima me passou um tremendo sabão.
Engraçada a expressão? Isso mesmo, me ensaboou inteirinha, da cabeça aos
pés. Ainda tentei falar alguma coisa, mas o sabão fazia tanta espuma... Depois de
desligar, comecei a pensar como poderia reconquistá-lo. Levei dois dias
imaginando um plano. Por isso comprei o vestidinho. De malha. Fica grudadinho
ao corpo. E bem curto. Fui pelada atrás do homem. Como sei os lugares que
frequenta, apareci de repente. Não tenho vergonha de contar (aliás,
vergonha?, a vergonha vem daqui a pouco), todos me olharam, todos – tenho certeza – acharam meu vestidinho um escândalo. Mas quem eu queria nem levantou a cabeça. Fiquei a ver navios. Furiosa, o que
faria dali em diante? É claro, todas vão concordar comigo, arranjaria outro
namorado. Só que não devia ser ali, naquela hora, não é mesmo? Quando
estamos com raiva, não é bom agir de imediato. Mas como eu ia seguir este sensato conselho? Só me lembrava de uma amiga que diz um novo namorado faz que a gente esqueça o antigo. Naquele
bar e com o tal vestidinho, tudo contava contra mim. O antigo namorado
continuava na mesa, acompanhado de uma mulher, uma loura magríssima. Ela me
viu, tenho certeza. Os outros homens me invadiam com olhares maldosos. As mulheres, talvez, pensaram que eu fosse mais uma com quem teriam de concorrer. Mas não
tinham o escândalo de um vestidinho tão curto. Os candidatos que eu via pela
frente diziam, quem sabe pra si ou pra quem estivesse ao lado, olhem lá a maior piranha do mundo. Eu, em
vez de ir embora, ainda permaneci no bar. Uma cerveja, garçom. Logo se aproximou um homem, disse querer ficar comigo. Também pudera, uma mulher sozinha bebendo uma
cerveja, e nua! O tal homem não teve a menor sutileza. Para afrontar o antigo
namorado e a loura magríssima, porém, aceitei e passei boa parte do tempo beijando-o na boca. Ele não
tinha conversa alguma, sua proposta era sairmos dali o mais rápido possível
para ele me comer. Duas horas depois me levou no seu carro, nem
prestei atenção ao caminho que tomou. Se for um doente mental, não tenho como escapar,
cheguei a pensar. O homem, cujo nome não lembro, me levou prum hotel
vagabundo, desses do centro velho. Tivemos de subir uma escada de
madeira que ressoava nossos passos. Trepei com ele durante duas horas. No final,
pedi por favor, você me leva em casa? Perguntou onde moro. Falei o
lugar. O quê?, é muito longe, não tenho gasolina. Como vou fazer?, falei baixo, logo amanhece, e o problema não é esperar o ônibus, o problema é o
vestidinho. E eu estava também sem sutiã. Escândalo total. Saímos do hotel,
o homem desapareceu. Bem, tenho de me virar. Naquele momento eu não odiava
apenas o meu antigo namorado, odiava todos os homens do mundo. Então,
aconteceu. Parou um automóvel, o vidro da janela desceu. Uma mulher loura, magríssima. Você quer
entrar?, perguntou. Tinha eu outra saída? Seu vestidinho é tão bonitinho, acrescentou depois de eu estar sentada no banco do carona. Imaginem daqui em diante. Digo só mais uma
coisa. Se com o vestidinho já era pouco, sem ele nem pensar.
Assinar:
Postagens (Atom)