domingo, novembro 03, 2019

Você dá pra todo mundo

Ele fala que eu dou pra todo mundo, mas não é verdade. De um tempo pra cá ando mais levada, ardida, é verdade, mas sei me segurar. O problema é que o tempo passa rápido e a gente quer aproveitar o que há de melhor. Outro dia mudou um homem pra aqui perto de casa, fica me olhando com cara de convite, sorrisinho sonso, olhos embotados na minha bunda. Ainda não me aproximei, mas já sei o que vou fazer. Certa vez namorei um vizinho. Não sei se foi boa coisa, o homem grudou, queria me comer dia sim e o outro também. No começo, foi bom, mas com o passar do tempo não dava, não sei viver com um homem o tempo todo no meu pé. Para me livrar dele, arranjei um coroa duas ruas adiante, um velho sempre a me cantar, a querer mesmo pagar pra trepar comigo. Era ótima a trepada com o tal vizinho, com o coroa um pouco menos, embora cheio de romantismos. O vizinho descobriu e se afastou. O coroa me adora, até hoje me engambela, basta eu aparecer por lá. Foi ele que, muito delicadamente, disse por outras palavras você dá pra todo mundo, isso não é bom. Volto ao homem que mudou pra aqui ao lado. Tem corpão, um metro e noventa. E eu com apenas um sessenta. Será que morde? Deu uma piscadinha hoje quando atravessei a rua. Esses homens são bons para descobrir meus segredos De repente numa conversa de bar alguém pronuncia Lucinda. Pra quem mora por perto sou mesmo Lucinda, meu nome de identidade, mas pra lá depois do bairro, pelas bandas de Cavaleiros, sou Nete, a fabulosa. Alguém me chamou assim após tirar meu biquíni. Homens verdadeiros não ficam por aí comentando com quem treparam, vai que amanhã me encontram de novo e querem mais uma. Se silenciosos, aceito. Não sei, não é bom dar pra todo mundo! Lógico que crio pequena dificuldade, vou ter de sair, minha tia tá doente, deixa pra logo mais, quem sabe. Eles esperam. Eu volto e zapt, a mordida no lugar certo. O novo vizinho me viu atravessar de camisão. Adoro uma camisa comprida, dessas que descem até acima dos joelhos. Os homens ficam na dúvida, não sabem se vestido ou camisa, pensam que esqueci o restante da roupa, querem me descobrir nua através do tecido. Alguns conseguem. Tracei o plano pra conquistar o tal vizinho. Fica pra sábado a tentativa. Convidá-lo pra subir, não vai ter graça. Comprei um vestidinho rosa, com um cintinho branco, sandália também branca meio salto. A tal roupinha, justa na cintura, depois cai soltinha, o cinto mostrando meu talhe estreito, tecido quase transparente. Experimentei várias vezes, desfilei dentro do quarto, na sala. Lembrei uma amiga que adora desfilar com as roupas novas, pede a minha opinião, tudo bem justinho ao corpo, um tesão a mulher, pode trepar com quem quiser. Depois tira a roupa e desfila nua, fazendo pose, outro dia me passou o celular pra eu lhe tirar umas fotos. O novo vizinho tem um carrão, acho que ainda não tirei a roupa dentro de um carro daqueles. Vou passar ao lado dele, dar um sorrisinho. Ele vai adivinhar, deve estar toda meladinha. Quem sabe passo antes na casa do coroa, o homem me dá tanto dos presentes que merece me ver de vestidinho novo. Tenho andado tão cheia de tesão, que tal uma esquentadinha. Ele vai pensar Lucinda antes de dar pra todo mundo passa aqui primeiro. E vai sorrir.

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