Foi então que lembrei, não sei bem o motivo, do verão em que
tive um namorado no litoral paulista. Hospedávamos numa pousada, numa das
ilhas, em São Vicente, à noite saímos e pegávamos emprestado um barco a remo,
eu cismava de ir nua, amarrávamos o barco do outro lado, numa ilhota onde não
habitava viva alma. Ele me comia. A trepada durava toda a eternidade, jamais
experimentei trepadas tão longas.
Vamos trepar mais, sim, disse após o primeiro orgasmo, mas
espere, interrompi o cavalgamento, tenho de juntar minhas roupas que ficaram na
sala, nem sabemos se ainda há alguém no apartamento. Dei as costas, corri do quarto,
nua, à cata das roupas. Quando acabo de juntar todas as peças e viro de frente
dou com um homem de quase dois metros de altura, vestido com um blazer lindo. O
tal me olhou interessado, interessado e desconfiado. Ah, que bom, quero dizer,
que susto você me deu! Ele riu. Venha comigo, falei intempestiva. Nem sabia de
onde o homem saíra e eu já o puxava pelo braço. Explico tudo, sei que me
conhece, sou mãe da dona da casa. Tranquei o banheiro, eu e o homem dentro.
Sentei na borda da banheira, uma perna para dentro outra para fora, olhei o
homem vestido. Até ali ele não dissera palavra. Estou à espera, minha a
voz. Pouco a pouco, refeito da surpresa, tirou a roupa. Quem seria? Alguém que
desistira da festa, ou o namorado de alguma das moças? Arrepiei de susto ao
pensar que poderia ser o homem de alguma de minhas filhas. Não, nada de
pensamentos negativos. Quem sabe um segurança?, isso, o guardião do prédio, ou
do apartamento. Os tempos são perigosos. Ao reparar o tamanho do pênis,
segurei-o e trouxe imediatamente à boca. Alguns minutos de delírio, para nós
dois. Não importa quem seja você, quero que meta este peru dentro de mim, o
mais fundo possível. Troquei de lugar com ele. A senhora não está acompanhada?,
ouvi-o dizer. Senhora? Não era hora para respostas. Ele sentou na borda da
banheira e foi a minha vez de ir por cima. Controlava os movimentos, subia e
descia numa cadência quase melódica. Depois de alguns minutos, alguém bateu à
porta. Congelamo-nos. Você está bem, amor?, a voz do namorado, viera a minha
procura. Estou ótima, espere lá no quarto, por favor, pedi e sorri para aquele
que tinha o pênis dentro de mim. Continuamos, mais abrasados pelo risco. Eu
queria gozar o máximo possível, prolongar o orgasmo que tivera momentos antes,
com o namorado. Por favor, não goza dentro, não, deixe-me perder a cabeça
sozinha. A senhora fala bonito (senhora, de novo), vou tentar cumprir o pedido,
mas, a madame há de compreender, nem sempre a gente consegue.
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