domingo, outubro 20, 2019

A gente nem sempre consegue

Estava doidinha pra trepar, era quase meia-noite. Às vezes desconfio dos namorados, quem sabe colocaram alguma coisa na minha bebida, dessas poções afrodisíacas que dão vontade de tirar a roupa antes de chegar a casa. Como estávamos na Tijuca, convidei-o à casa de minhas filhas, onde eu me hospedava durante alguns dias. Tratava-se de um vasto apartamento, um andar inteiro. Quando chegamos havia muita gente, parecia uma festa. A mais velha me beijou e contou que estavam com uma porção de amigos e amigas, logo sairiam a um encontro no Grajaú. Sorri, mas disfarcei, não podia demonstrar que ficara alegre porque eu e o namorado teríamos o apartamento inteiro. Fiquem à vontade, acrescentou, voltariam apenas ao amanhecer. Conversamos, eu e o namorado, enquanto os últimos se despediam e foram saindo, sorridentes, plenos de desejo pela noite que se anunciava. Olhei meu homem e o beijei, também plena de desejo, queria era mesmo tirar a roupa todinha, nuazinha na sala de estar. Que tal uma taça de vinho?, sugeri. Eu mesma peguei duas taças e fui buscar a garrafa. Ele abriu e as encheu. Sentamos lado a lado e começamos a nos acariciar. Após alguns minutos fiquei apenas de calcinha, minhas roupas espalhadas sobre os estofados. Melhor irmos ao quarto, não?, sugeriu. Nada disso, venha atrás de mim. Andei pela sala, saleta, cozinha, área de serviços, quartos, a todos os lugres eu o puxava pelo braço e o beijava na boca. Quando entramos no meu quarto, mexi com os quadris, dei as costas pedindo que me tirasse a calcinha. Obedeceu, depois tirou a calça, seu pênis estava duro que só. Sentou na beira da cama, eu fiquei por cima, cavalgando. Como já estava molhada demais, foi fácil a penetração. Já pensou se ainda há alguém na casa?, sussurrou no meu ouvido. Não sei se para me assustar ou para fazer que eu também namorasse com o perigo. Lembrei minhas roupas espalhadas pela casa, não posso trepar sossegada, caso chegue alguém vai se surpreender com roupas de mulher esquecidas sobre o estofado da sala, até mesmo o sutiã! Mas continuei meus movimentos cadenciados, queria mesmo era o prazer. Enfia mais, vai, quero gozar, estou doidinha de vontade. Ele me tomou pelas pernas, me levantou e, devagar, queria prolongar seu gozo. Isso, vai, devagar, enfia esse peru duro dentro da minha boceta. Eu gemia, sempre quero bem fundo. O prazer era muito.

Foi então que lembrei, não sei bem o motivo, do verão em que tive um namorado no litoral paulista. Hospedávamos numa pousada, numa das ilhas, em São Vicente, à noite saímos e pegávamos emprestado um barco a remo, eu cismava de ir nua, amarrávamos o barco do outro lado, numa ilhota onde não habitava viva alma. Ele me comia. A trepada durava toda a eternidade, jamais experimentei trepadas tão longas.

Vamos trepar mais, sim, disse após o primeiro orgasmo, mas espere, interrompi o cavalgamento, tenho de juntar minhas roupas que ficaram na sala, nem sabemos se ainda há alguém no apartamento. Dei as costas, corri do quarto, nua, à cata das roupas. Quando acabo de juntar todas as peças e viro de frente dou com um homem de quase dois metros de altura, vestido com um blazer lindo. O tal me olhou interessado, interessado e desconfiado. Ah, que bom, quero dizer, que susto você me deu! Ele riu. Venha comigo, falei intempestiva. Nem sabia de onde o homem saíra e eu já o puxava pelo braço. Explico tudo, sei que me conhece, sou mãe da dona da casa. Tranquei o banheiro, eu e o homem dentro. Sentei na borda da banheira, uma perna para dentro outra para fora, olhei o homem vestido. Até ali ele não dissera palavra. Estou à espera, minha a voz. Pouco a pouco, refeito da surpresa, tirou a roupa. Quem seria? Alguém que desistira da festa, ou o namorado de alguma das moças? Arrepiei de susto ao pensar que poderia ser o homem de alguma de minhas filhas. Não, nada de pensamentos negativos. Quem sabe um segurança?, isso, o guardião do prédio, ou do apartamento. Os tempos são perigosos. Ao reparar o tamanho do pênis, segurei-o e trouxe imediatamente à boca. Alguns minutos de delírio, para nós dois. Não importa quem seja você, quero que meta este peru dentro de mim, o mais fundo possível. Troquei de lugar com ele. A senhora não está acompanhada?, ouvi-o dizer. Senhora? Não era hora para respostas. Ele sentou na borda da banheira e foi a minha vez de ir por cima. Controlava os movimentos, subia e descia numa cadência quase melódica. Depois de alguns minutos, alguém bateu à porta. Congelamo-nos. Você está bem, amor?, a voz do namorado, viera a minha procura. Estou ótima, espere lá no quarto, por favor, pedi e sorri para aquele que tinha o pênis dentro de mim. Continuamos, mais abrasados pelo risco. Eu queria gozar o máximo possível, prolongar o orgasmo que tivera momentos antes, com o namorado. Por favor, não goza dentro, não, deixe-me perder a cabeça sozinha. A senhora fala bonito (senhora, de novo), vou tentar cumprir o pedido, mas, a madame há de compreender, nem sempre a gente consegue.

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