terça-feira, maio 25, 2021

Durinhos

Quando vi o homem, o bico dos meus seios ficaram duros. Verdade. Fazia tempo que não acontecia. Ele tinha acabado de me olhar de um modo invasivo, e eu que nem sou tão bonita assim, nem estava vestida para ser admirada ou paquerada, ainda era de manhã. Não sei o que despertou nele sentir tanta atração. Seu olhar me deixou nua, fiquei morta de vergonha, mas representei. Em geral, nós, quando sentimos ainda que uma ponta de vexo, sabemos dissimular. Tenho certeza que ele nada notou, consegui manter certa frieza. Como vou fazer agora, será que vai tomar a inciativa? Fiquei interessada, não queria perder o momento. Na nossa vida, em muitas ocasiões, deixamos passar as oportunidades. Ficamos sem ação, como que paralisadas por algo difícil de nomear. Mas, naqueles poucos segundos, sabia que não devia agir assim. Soltei o ar vagarosamente, olhei-o com um sorrisinho. O homem compreendeu. Ele precisava falar, contar uma história, perguntar, pedir uma informação. E logo atrás ficava um café, seria fácil, diria que era de fora, que procurava alguma coisa. Como nada falava, e eu já ia quente dentro da roupa, perguntei você quer alguma informação, não? Ele sorriu pela primeira vez, mas ainda permaneceu em silêncio durante alguns segundos. Esta cidade é quente ou fria? Achei graça. Você faz tanto mistério para propor uma questão de geografia. Pensei em voz alta. O homem pareceu surpreso. Depende da época do ano, agora é quente, veja, as pessoas vestem bermudas, shorts, ou mesmo trajes de banho, a praia fica do outro lado e vem muita gente de fora. Obrigado. Você quer sugestão para se hospedar?, tive a ousadia de perguntar. Sim, estava pesando nisso. Então, falei sobre a pousada. Não gastaria muito dinheiro e seria confortável, um lugar realmente bom.

Certa vez tive um namorado que ficou hospedado na tal pousada, por isso passei a conhecer a proprietária. No começo, eu ia esperá-lo enquanto se vestia para sairmos. Depois de alguns dias, em vez de ficar na sala de entrada da pousada, a proprietária me indicava a escada e dizia que subisse. Passamos então a fazer amor no local, antes ou depois de nossos passeios. Certa vez, cheguei a dizer no ouvido dele se essa mulher me pega nua aqui não vai me deixar mais por os pés na pousada, trata-se de uma hospedagem familiar, ela afirma. Ele ria, enquanto me acariciava e procurava me fazer feliz com uma boa trepada. Ela vai ficar contente, arranjei um hóspede para ela. Depois do namorado, passou-se muito tempo, quando a gente se encontra na rua ela para pra conversar, sempre pergunta pelo ex-namorado, se ainda o vejo. Às vezes falo com ele, mas sabe como são os homens que vêm trabalhar aqui, não demora transferem-se para outras cidades, essa indústria do petróleo...

Eu não ia dizer à mulher que arranjei outro namorado, mas que alguém estava perdido, procurando uma pousada, lembrei então a dela. E era verdade, o homem estava deambulando pelo centro, perto do supermercado, até que me dirigiu o olhar invasivo. Nesta cidade, há muitos homens, mas eles são casados, vêm para trabalhar, quando conversam com a gente contam histórias inacreditáveis, que estão livres, que querem ficar por aqui, se casar... No final, acabam partindo. Nós não podemos acreditar no que dizem. Caso tenhamos alguma relação com algum deles, é preciso ter consciência de que a coisa é passageira. O ideal é aproveitar o momento, nada de amor nem de paixão.

Um fato engraçado aconteceu com Léa, uma amiga da Riviera. Ela contou que estava na praia, era à tarde, estava ventando, já pensava em juntar as coisas para ir embora quando viu um homem lindo, jeito de artista de cinema, pensou que estavam fazendo algum filme na cidade. Você já molhou o biquíni ao ver um homem bonito?, ela me perguntou. Não, nunca. Eu também, antes, jamais. Estava já mesmo ficando frio, eu arrepiada, o homem me olhou e molhei o biquíni. Foi tão bom, ah, se isso me acontece sempre, vai ser ótimo, falou. O tal parou pra conversar. Ela acabou rindo tanto, ele perguntando qual era o motivo de tanta alegria. Não posso contar, vai ser ridículo. Ela voltou pra casa no final daquela tarde quase nas nuvens, pois se deixara nas mãos do homem por umas boas duas horas. Vocês treparam na praia, Léa, e logo de primeira, ele, um desconhecido. Demos um jeitinho, ela riu, e ele não era tão desconhecido assim, artistas sempre são populares; não fala pra ninguém, viu, o mais gostoso mesmo foi molhar a calcinha só em reparar o olhar dele! Depois, também foi bom, mas a primeira experiência eu ainda não conhecia.

E agora esse, eu caminhando ao seu lado, levando-o à pousada. O bico dos meus seios durinhos.

terça-feira, maio 18, 2021

Não queria ficar nua

Não queria ficar nua, mas estava morrendo de vontade de trepar com ele. Se pelo menos me abraçasse, e me apertasse junto ao seu corpo, eu teria coragem de tirar a roupa. Mas é dever do homem despir uma mulher. Tive um namorado que me abraçou num canto da sala e me soltou a saia. No momento, senti-me plena de excitação, mas depois, já nua, fui tomada por uma ponta de vergonha. Mas agora, na estação de férias, nós dois dentro do quarto, sem contar o que já se passou na praia, acho que o vexo ficará para trás. Tomamos sol juntos, mergulhamos, eu vestindo meu menor biquíni, ele fazendo de conta que não reparava, ou que aquele mínimo traje de banho era a coisa mais normal do mundo. Depois do dia de calor, da bebida e do almoço, depois do descanso, estamos lado a lado, beijamo-nos; eu, de shortinho. Nada de precipitação, os homens são afoitos; as mulheres, delicadas. Gosto de deixar a iniciativa para eles. Levanta e acende um cigarro, pergunta se aceito. Não, agora não, quero namorar, digo com uma ponta de atrevimento. Ele me abraça, o cigarro numa das mãos, seu corpo me provoca frisson. Por que não faço como Suzy, minha irmã; quando sai com um homem e fica a sós com ele num quarto de hotel, é a primeira a se despir, deixa apenas a calcinha para ele tirar. Certa vez, numa praia do nordeste, ela e o namorado alugaram um barco e acabaram perdendo-se no mar. Encontraram uma ilha e aportaram. O homem estava preocupado, como faria para voltar?, o mar cada vez mais agitado. Ao olhar a mulher, viu-a nua; mas você não se preocupa, logo fica noite; nada de preocupação, ela rebateu, virão nos buscar, enquanto isso façamos amor, agarrou o namorado. Mas Suzy é Suzy, sempre a contar vantagens. É certo que enfrentou alguns tropeços, mas deles jamais lembra, apenas enumera as vantagens, os homens lindos, artistas de cinema, ela nua atrás de uma pedra, brincando de esconde-esconde com o namorado, ou procurando o biquíni comprado em Paris. Meu namorado solta a fumaça do cigarro, solta-me do abraço, mas segura-me pelo short. Não leva tempo para abaixá-lo, leva junto a calcinha! Eu, apenas de camiseta, que não passa muito do umbigo. Venha, me penetre, me faça sonhar, é lógico que não falo, são meus desejos. Vem-me a lembrança da água gelada do mar, de algumas horas atrás. Por que nesta região a água é tão gelada? Não disse a ele, mas a água me excita. Tive um namorado que trepava comigo dentro d’água; sabendo da minha excitação pelo mar frio, procurava as praias mais geladas. Mas onde o tal namorado? Não mais o vi, não sei por que desapareceu. As pessoas são assim, vez ou outra desaparecem. O quarto é pequeno para o amor quando ampliado pela riqueza das sensações, procuro o sexo do meu homem. Não aguento, mete, por favor, estou muito excitada, quero revelar. As palavras, sempre as palavras, são difíceis. Qual o verdadeiro idioma do amor? Deixa o cigarro e leva-me para a cama. Tateia-me e acho que chega a conclusão de que é melhor me colocar por cima. Trocamos sensações, linguagem dos corpos. Caso me sussurre uma história no ouvido, vou preferir a do dia quando me deixou nua por doze horas! E não foi dentro de um quarto. Foi numa praia de nudismo?, quis saber uma amiga atrevida. Nada. Eu que era a nua e sou tão envergonhada, não sei o que me deu no tal dia. Foi uma curtição. Isso mesmo, a todos os lugares onde íamos, eu nua, ora dentro do carro, ora nas areias da praia, ora ao banho de mar! Você está com o corpo quente, meu amor, bem quente, é disso que mais gosto, ele diz. O que eu poderia desejar mais? A ida à boate à noite? Os passeios pela orla das praias depois do escuro da noite? O sexo do homem que me acompanha? Sei que a vida não é apenas sexo, mas quando este nos satisfaz, mais da metade dos nossos problemas estão resolvidos. Será que tenho algum problema? Quem sabe.

sexta-feira, maio 14, 2021

Madurinha

Meu amigo pediu para encontrar com ele num domingo de manhã. Queria tomar café comigo. Quando acordei, de madrugada, aproveitei para gravar uma mensagem dizendo que não iria, marcaríamos uma próxima vez. Horas depois, ele me escreveu, adorou minha voz sexy, de alguém que acorda no meio da noite e fala por sussurros. Durante o dia fiquei pensando no que ele falou. Ele não ficou aborrecido, sabe que qualquer dia desses apareço e a gente sai para passear. Meu amigo gosta de encontrar comigo, sempre temos uma porção de coisas para conversar.

Certa vez, quando viajei à Mangaratiba, vejam que coincidência, conheci um homem num domingo de manhã, e ele me convidou para tomar café. Fomos a um Café local, muito incrementado, ele pediu um verdadeiro breakfast. Nunca tinha experimentado um tão legal. Só que depois... Bem, depois, aconteceu algo inesperado. Quero dizer, inesperado para um domingo pela manhã. Porque quando o homem veio falar comigo, eu estava indo para a praia e eram nove horas. Depois do café, eu o acompanhei até a sua casa - pelo menos era o que eu imaginava. Me falou que precisava se preparar para a praia e que eu o esperasse um pouco. A casa era uma tremenda mansão, com tudo do bom e do melhor, inclusive piscina, sauna e um jardim lindo, todo florido.

“Essa casa é tua?”, eu, curiosa.

“Não, mas é como se fosse”, era de um amigo, ele complementou, mas deixava com ele, podia ficar o tempo que quisesse, alguém muito próximo.

Dentro de uma casa com tanto requinte, eu acabei sem... Vocês compreendem, não? Me entusiasmei. Pelo homem e pelo lugar. Tempos depois, descobri que corri um grande perigo. A casa era de uma das pessoas mais importantes da cidade, mas ficava sempre vazia. O tal enamorado de então ocupava-a ilegalmente. E eu nua, indo de um cômodo a outro, namorando com o homem. Ainda bem que não apareceu ninguém por lá naquele dia.

Meu amigo, que me convida para passear e tomar café aos domingos pela manhã, também já me namorou. Mas foi uma relação de ocasião. Me convidou e me levou a um hotel, no centro da cidade, onde passamos uma tarde. Depois disso, não sei o motivo, não mais nos encontramos. Tempos depois, quando isso aconteceu, acabamos nos tornando amigos. Não digo que não sairia com ele de novo. Acho que falta é oportunidade. Quem sabe num desses domingos vindouros o convido para passar lá em casa depois do café da manhã? Então, ele poderá me abraçar, me beijar, tirar toda a minha roupa e fazer como da outra vez no hotel no centro da cidade.

O homem de Mangaratiba soube me paquerar e me namorar, tinha um pênis enorme, e eu, uma saída de praia curtinha, biquíni mínimo, tudo de fora. Não poderia ser outro o resultado.

Meu amigo de Copacabana gosta de me convidar para um café da manhã, não fala em segundas intenções. Mas sempre há o dia em que a gente, madurinha, cai nas mãos de quem a gente mais gosta!

quinta-feira, maio 06, 2021

Cuidado com as abelhas

Fico quietinha no meu canto . Ele me telefona, ou me envia uma mensagem e diz que me deu um presente. Olho o saldo da minha conta bancária, lá está o depósito que ele fez. O segredo é o silêncio, não posso falar pra ninguém. Nesta cidade, há muita gente invejosa. Caso alguém saiba da história, vai colocar areia. Lembro a Salete, era doidinha, vivia pra lá e pra cá atrás de namorado. Quando arranjou um, ele pagava tudo, lhe comprava roupas e presentes dos mais caros. Mas bastou aparecer à noite na orla com uma roupa nova, que ficou todo mundo de olho. Sabe como é, Gil, você me conhece, é minha amiga, eu não devia ter aparecido vestida com aquelas roupas de marca, melhor ter deixado pra quando eu viajasse, assim ninguém ia ficar colocando olho grande, ele me contou. Não demorou, deram tanto em cima do namorado dela, que o homem passou a ter duas ou três namorados, depois se mudou, dizem que foi transferido. Gil, não conta pra ninguém, mas ele continua me dando uns presentinhos, nada é pra sempre, eu sei, mas aproveito. Acho que era uma desculpa inventada por ela para disfarçar que fora traída. Nada de dar com a língua nos dentes, como dizia minha avó, com silêncio você vai longe. O que meu namorado quer em troca? Ah, assim já é querer saber demais. Posso dizer, acho que não tem problema, como escrevo, a possibilidade de fofoca é menor. E uma história sempre pode ser considerada ficção. Ele pede que eu o namore, que eu seja sempre criativa. Daí, preciso pensar o que vou dizer, como vou tocá-lo. Fico mesmo imaginando um modo de prendê-lo, diferente de todas as outras mulheres. Assunto sério, quando converso com alguma amiga sobre namoro, é sempre a mesma coisa, quase um feijão com arroz. Então eu penso que as coisas funcionam como numa receita de comida. Caso a gente consiga descobrir uma maneira de acrescentar algo que combine, que ressalte o sabor, que dê certa beleza ao prato, ele vai se apaixonar cada vez mais. Vera, outra amiga, acha que o homem precisa se preocupar com a mulher, é ele a peça chave na conquista, segundo suas palavras. Por causa de concepções assim, muitas de nós não temos namorados, maridos, nem mesmo amigos. É preciso que se pense como se tornar surpreendente. É como na literatura. Quando lemos algum romance que aborda um assunto sobre o qual jamais pensamos, dizemos é isso, que legal.

Não são todos os homens que gostam de mulheres nuas ao seu lado. Por aqui, há muitas que gostam de sair peladas quando arranjam namorado. Muitas vezes, é um erro. Muitos gostam de mulheres bem vestidas. E, quando as têm como namoradas, compram roupas e mais roupas para elas. Uma maluquete daqui da cidade, ao ouvir de uma conhecida que caso quisesse ficar nua poderia subir a serra e tomar banho na cachoeira, porque lá é tranquilo, não aparece ninguém, rebateu: gosto de ficar nua para que os homens me vejam, não vou tirar a roupa onde não aparece ninguém! Sobre relacionamentos amorosos, é frequente acontecer o contrário do que a gente pensa. Se você vai nua, alguém te quer vestida; caso vá vestida, o homem te quer nua. Acredita que já houve um que me quis num vestido de mel? Sério. Existe mesmo uma história sobre isso. Ele trouxe uma garrafa cheia, pediu que eu tirasse a roupa e me lambuzou toda; depois colou umas tiras de papel laminado. Ainda gritei cuidado com as abelhas! Mas o bom mesmo é o meu atual. Ele me enche de dinheiro, diz que prefere assim, ninguém melhor do que eu para escolher os presente que desejo. Vou continuar quietinha.