Quando vi o homem, o bico dos meus seios ficaram duros. Verdade. Fazia tempo que não acontecia. Ele tinha acabado de me olhar de um modo invasivo, e eu que nem sou tão bonita assim, nem estava vestida para ser admirada ou paquerada, ainda era de manhã. Não sei o que despertou nele sentir tanta atração. Seu olhar me deixou nua, fiquei morta de vergonha, mas representei. Em geral, nós, quando sentimos ainda que uma ponta de vexo, sabemos dissimular. Tenho certeza que ele nada notou, consegui manter certa frieza. Como vou fazer agora, será que vai tomar a inciativa? Fiquei interessada, não queria perder o momento. Na nossa vida, em muitas ocasiões, deixamos passar as oportunidades. Ficamos sem ação, como que paralisadas por algo difícil de nomear. Mas, naqueles poucos segundos, sabia que não devia agir assim. Soltei o ar vagarosamente, olhei-o com um sorrisinho. O homem compreendeu. Ele precisava falar, contar uma história, perguntar, pedir uma informação. E logo atrás ficava um café, seria fácil, diria que era de fora, que procurava alguma coisa. Como nada falava, e eu já ia quente dentro da roupa, perguntei você quer alguma informação, não? Ele sorriu pela primeira vez, mas ainda permaneceu em silêncio durante alguns segundos. Esta cidade é quente ou fria? Achei graça. Você faz tanto mistério para propor uma questão de geografia. Pensei em voz alta. O homem pareceu surpreso. Depende da época do ano, agora é quente, veja, as pessoas vestem bermudas, shorts, ou mesmo trajes de banho, a praia fica do outro lado e vem muita gente de fora. Obrigado. Você quer sugestão para se hospedar?, tive a ousadia de perguntar. Sim, estava pesando nisso. Então, falei sobre a pousada. Não gastaria muito dinheiro e seria confortável, um lugar realmente bom.
Certa vez tive um namorado que ficou hospedado na tal pousada, por isso passei a conhecer a proprietária. No começo, eu ia esperá-lo enquanto se vestia para sairmos. Depois de alguns dias, em vez de ficar na sala de entrada da pousada, a proprietária me indicava a escada e dizia que subisse. Passamos então a fazer amor no local, antes ou depois de nossos passeios. Certa vez, cheguei a dizer no ouvido dele se essa mulher me pega nua aqui não vai me deixar mais por os pés na pousada, trata-se de uma hospedagem familiar, ela afirma. Ele ria, enquanto me acariciava e procurava me fazer feliz com uma boa trepada. Ela vai ficar contente, arranjei um hóspede para ela. Depois do namorado, passou-se muito tempo, quando a gente se encontra na rua ela para pra conversar, sempre pergunta pelo ex-namorado, se ainda o vejo. Às vezes falo com ele, mas sabe como são os homens que vêm trabalhar aqui, não demora transferem-se para outras cidades, essa indústria do petróleo...
Eu não ia dizer à mulher que arranjei outro namorado, mas que alguém estava perdido, procurando uma pousada, lembrei então a dela. E era verdade, o homem estava deambulando pelo centro, perto do supermercado, até que me dirigiu o olhar invasivo. Nesta cidade, há muitos homens, mas eles são casados, vêm para trabalhar, quando conversam com a gente contam histórias inacreditáveis, que estão livres, que querem ficar por aqui, se casar... No final, acabam partindo. Nós não podemos acreditar no que dizem. Caso tenhamos alguma relação com algum deles, é preciso ter consciência de que a coisa é passageira. O ideal é aproveitar o momento, nada de amor nem de paixão.
Um fato
engraçado aconteceu com Léa, uma amiga da Riviera. Ela contou que estava na
praia, era à tarde, estava ventando, já pensava em juntar as coisas para ir
embora quando viu um homem lindo, jeito de artista de cinema, pensou que
estavam fazendo algum filme na cidade. Você já molhou o biquíni ao ver um homem
bonito?, ela me perguntou. Não, nunca. Eu também, antes, jamais. Estava já mesmo
ficando frio, eu arrepiada, o homem me olhou e molhei o biquíni. Foi tão bom,
ah, se isso me acontece sempre, vai ser ótimo, falou. O tal parou pra
conversar. Ela acabou rindo tanto, ele perguntando qual era o motivo de tanta
alegria. Não posso contar, vai ser ridículo. Ela voltou pra casa no final
daquela tarde quase nas nuvens, pois se deixara nas mãos do homem por umas boas
duas horas. Vocês treparam na praia, Léa, e logo de primeira, ele, um
desconhecido. Demos um jeitinho, ela riu, e ele não era tão desconhecido assim, artistas sempre são populares;
não fala pra ninguém, viu, o mais gostoso mesmo foi molhar a calcinha só em
reparar o olhar dele! Depois, também foi bom, mas a primeira experiência eu
ainda não conhecia.
E agora esse, eu caminhando ao seu lado, levando-o à
pousada. O bico dos meus seios durinhos.