Quando eu era mais jovem, ia com o namorado à noite para a floresta. A gente, de dentro do carro, tentava descobrir se havia alguém por perto; em caso negativo, saltávamos; eu, nua; ele, também nu, namorávamos em meio às árvores e toda aquela natureza.
Certa vez percorremos uma distância enorme. Quando demos pela localização, estávamos muito longe do nosso carro. Em certo momento, paramos para descansar, deitamos sobre um gramado e fizemos amor. Depois, penamos um pouco para encontrar a trilha de volta. Cheguei a pensar que não conseguiríamos. Que susto.
Numa outra noite – eu sempre nua –, avistamos um pequeno veículo, bem para dentro, num atalho secundário. Corremos até ele e tentamos olhar se havia alguém do lado de dentro. Um casal se agarrava. Ainda bem que eles não deram por nós. Depois daquilo, senti mais tesão e trepamos também logo ali, quase ao lado do veículo alheio. Tais ações eram perigosas, mas nós nos divertíamos.
Mais tarde, já morando em M, arranjei um namorado lindo, por
quem eu me apaixonei de verdade. Passeávamos muito, tanto na orla da cidade,
como em lugarejos menores. Nas férias, viajávamos. Vivi um romance que parecia mais
um sonho. Nunca contei a ele sobre outros namorados, muito menos sobre o que
fazíamos. Certa vez, indo a um recanto na serra, lembrei do namoradinho e das
ações que nos excitavam. Quando voltávamos, pedi que
parasse na lagoa. Estava um final de tarde maravilhoso, com o sol avermelhando-se
a poente e uma brisa úmida refrescando-nos a pele.
Andamos toda a orla da lagoa, paramos em diversos pontos e
fizemos várias fotos. Quando estávamos caminhando de volta para o nosso carro,
reparei que a uns cinquenta metros havia outro veículo que não estava lá quando
chegamos. E ele estava balançando. Que estranho, um automóvel estacionado mas
se movendo. Quis saber o que estava acontecendo. Corri até o local, mas, por
precaução, fui pela traseira. Quando faltavam poucos metros, reparei que um
homem e uma mulher namoravam sobre o banco do carona. Achei tudo aquilo muito divertido.
Meu namorado, que vinha atrás, também se surpreendeu.
Quando íamos voltar, no momento de eu entrar no carro, o namorado
pediu você entra nua na lagoa? Agora?, assustei-me. Sim, agora. Mas como volto
molhada pra casa? A gente dá um jeito, ele falou. Tirei o vestido e mais o que me
restava sobre o corpo, deixei tudo sobre o banco onde eu sentara, corri a uma
das margens e entrei nas águas mornas da lagoa. Foi então que reparei. A mulher
do outro carro, vinha abraçada ao namorado, ambos caminhavam também para um
banho de final de tarde. Só que ela vinha de biquíni. Meu namorado, ao
repará-los quase próximos a mim, pensou vir ao meu socorro.
Mas ficou apenas no pensamento. O casal não me reparou. Ambos estavam muito entusiasmados
para se preocuparem com qualquer outra pessoa.