A busca por um parceiro tem sido desafiadora. Muitas amigas me dizem: “Eliane, você acabou de entrar nos cinquenta anos, mas mantém uma beleza e juventude que poucas mulheres possuem. Esta cidade onde moramos, digamos que se chame M, com seus trezentos mil habitantes, tem muitos lugares para nos divertirmos, muita possibilidade de paquera, e você, com o seu pequeno apartamento acolhedor, é privilegiada, um local perfeito para o amor.”
Mal sabem elas que, apesar da beleza que insistem em elogiar, sinto um vazio nas noites solitárias. Gosto de fazer amor, mas a conexão certa parece escapar entre os dedos. Foi então que apareceu um amigo de longa data, alguém que prometia ensinar-me algo especial. Ele me conduziu a uma prática única de relaxamento e movimento de energias interiores, algo que despertou minha curiosidade e, quem sabe, um novo prazer. Primeiro, pediu-me que deitasse e largasse todo o peso do corpo sobre o solo. Depois, pouco a pouco, me fez desligar parte por parte, começando pelos pés, a seguir as pernas, os joelhos, coxas etc., até completar todo o corpo. Senti-me flutuando. A partir daí, fez com que eu juntasse energias e as movimentasse desde a cabeça até os pés. Em alguns momentos me senti livre, no ar; em outros, experimentei uma quentura por onde passavam as energias. Foi a vez então de concentrar seus movimentos nos órgãos que nos estimulam o sexo. Não passou muito tempo, senti um gozo enorme.
Decidi
praticar as técnicas por conta própria. Saía com amigas, ouvia histórias
românticas, mas mantinha segredo sobre minha própria jornada. Ao chegar em
casa, entregava-me à "yoga do amor", movimentando energias que
traziam um prazer tão intenso que parecia uma dança solitária e mágica.
Numa
noite comum, conheci um homem especial. Convidei-o para meu pequeno
apartamento, onde conversamos, compartilhamos um bom vinho e, eventualmente,
começamos a namorar. Corajosa, pedi-lhe que se deitasse imóvel, enquanto eu
explorava as energias interiores. A dança que se seguiu foi intensa,
levando-nos a um prazer profundo e prolongado, uma transa que se estendeu por
quase duas horas. Seu sexo rijo me penetrava, mas pedia-lhe que não se mexesse,
as energias que eu movimentava interiormente refletiam nos meus grandes lábios,
que mordiam seu pênis num intervalo de tempo pontual e contínuo.
Os dias transcorreram e ele prometeu um
próximo encontro. Em uma noite de sexta-feira, juntei-me às minhas amigas,
mantendo uma fachada de normalidade. Optamos por um restaurante à beira-mar,
onde desfrutamos de vários coquetéis e saboreamos pratos leves. Conversamos
sobre assuntos ligeiros, desde trivialidades até casos divertidos ou
surpreendentes relacionados a namorados e paqueras.
Ao
nos despedirmos, peguei um táxi de volta para casa, ansiosa pelo encontro com
meu namorado. No entanto, ele não apareceu. A desilusão momentânea foi logo
substituída por um sentimento de autossuficiência. "Sem problemas",
pensei. Sou feliz sozinha, em companhia de mim mesma, como sugerem as
terapeutas da mente. Aquela noite solitária não seria um obstáculo, mas uma
oportunidade para explorar ainda mais a minha jornada pessoal, um caminho que
me proporcionava satisfação independente de qualquer presença externa.
Deitei-me,
relaxei e, mais uma vez movimentei as energias interiores. O prazer que
experimentei foi profundo, uma celebração da minha própria jornada, uma yoga do
amor que me pertencia, independentemente de qualquer outra presença. Num
momento de êxtase intenso, tremi involuntariamente, meus grandes lábios
latejaram, ávidos, eu não precisava me concentrar, não precisava de nenhum
pênis, tudo era muito natural. Meu corpo era o meu próprio prazer. Gozei com
ele, gozei por ele, e não foi só uma vez. Planava una e úmida. Alta a noite,
senti-me plena, recompensada, como jamais.
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