domingo, janeiro 06, 2008

Cubra-me

– Que lençol sujo é este? Você trouxe alguém pra cá ontem...

– Como? – ele me perguntou um tanto embaraçado.

– Este lençol sujo, não está vendo?

– Mas fomos nós mesmos que o sujamos.

Já era quase meia-noite, fôramos a um espetáculo e acabávamos de chegar ao apartamento de meu namorado. Ocorreu-me a suspeita no momento em que fui ao banheiro e descobri o cesto de roupas.

– Amor, venha, me abrace, não crie problemas – mostrava-se carinhoso.

– Este lençol não estava na cama na última vez em que estive aqui.

– Você deve estar querendo criar um clima para o nosso namoro de hoje, não é mesmo? – sorriu ao terminar a pergunta.

– Nada disso, você deve estar saindo com outra!

Ele me abraçou, apertou-me junto a seu peito, procurou meus lábios. Acabei cedendo.

Tomou-me nos braços e me levou pra cama.

– Você sabe o que vou fazer com você hoje?

– Nem imagino, mas diga quem é ela – sussurrei dengosa.

– Ela?, não sabia que isso lhe dava tanto tesão; depois digo. Primeiro vou fazer algo que sei que você sempre quis mas nunca teve coragem de dizer. Ou melhor, falou apenas uma vez e por meias palavras.

Deitou-me na cama; rápido, envolveu meus braços e os prendeu à cabeceira com um cordão; depois, sem que eu reagisse, atou-me as pernas deixando-as abertas e laçou os cordões aos pés da cama.

– Assim você não vai conseguir tirar minha roupa – reagi.

– Não vou?, você vai ver...

Assustei-me ao ver uma grande tesoura em suas mãos.

– O que você vai fazer? – minha voz soou nervosa.

– Não se preocupe, não vou machucá-la; vou somente livrá-la desses panos.

Quis gritar, mas senti uma ponta de excitação. Fingi que tremia, fiz de conta que protestava. Cortou a blusa e a saia que eu vestia; depois, minhas peças íntimas.

Estava já nua por inteiro quando gritei a ele:

– Como vou embora nua?

– Não se preocupe, vamos primeiro aproveitar a noite.

Começou a acariciar-me e a sussurrar fantasias; acabou por me deixar ainda mais excitada.

– Me desamarre, também quero gozar – pedi.

– Calma, você não perguntou certa vez por um pequeno chicote?

Foi uma trepada super louca. Eu girava na cama, suplicava:

– Goza dentro de mim, vai, goza, derrama todo esse leite no meu útero, bem lá no fundo; você já me deixou nua, já estalou o açoite na minha pele branca; o que vai fazer depois?, vai me botar pelada porta afora, não vai?; ai, essas coisas me matam de tesão.

Virou-me de costas, abriu minhas pernas...

– Está gostoso, não pára, não pára... – eu temia que tudo acabasse logo.

Permanecemos, porém, entrelaçados por uma longa hora. Gritei de dor e de prazer quando gozei. Mas aconteceu o que sempre se sucede após o gozo: fiquei morta de vergonha.

– Como vou fazer pra voltar para casa? – perguntei preocupada.

– Como sempre fazemos; pela manhã levo você.

– Mas estou pelada!

– Até lá a gente dá um jeito.

Ao amanhecer, fiz outra encenação.

– Me abrace, por favor, me abrace, derrame em mim mais um pouco do seu mel; venha, não demore.

– Pensei que você estivesse preocupada em arranjar alguma coisa pra vestir...

– Ainda estou, mas venha; depois eu dou um jeito, ou melhor, damos um jeito; não foi o que você prometeu? Aliás, prometeu mais uma coisa, lembra?

– O quê?

– O nome dela.

– Ela, quem?

– Ela, a mulher que sujou com você aquele lençol! Mas primeiro venha, cubra-me com o seu corpo, espere até eu gritar que estou gozando, então fale alto o nome dela, ouviu?, bem alto...

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