“Graça, eu queria pedir a você um favor”.
Era uma quarta ou quinta à tardinha; Jackie entrou na loja olhando para os lados e de maneira atabalhoada.
“Alguma coisa em que eu possa ajudar?”, perguntei.
“Claro, você pode ajudar e muito”.
“Tenho um ou dois modelos que vão ficar ótimos em você”.
“Não, Graça, não é isso; hoje não entrei para comprar roupa, vim apenas pedir um favor”.
“Claro, pode pedir”.
“Você lembra o último sábado?”.
“O último, Jackie, nem sei; deixe ver...”
“Eu ajudo; você estava com um rapaz no principal restaurante da orla, está lembrada?”
“Ah, sim, agora lembro”.
“Você estava no mesmo restaurante que eu!”, falou.
“Estava? E o que tem?”, perguntei um tanto ingênua.
“Vai dizer que você é tão inocente, Graça?”
“Como assim? Não estou entendendo”.
“Você me viu, não? Eu estava com um homem assim assim...” e fez uns gestos como se quisesse transcrever através das mãos o aspecto do homem.
“Agora, lembro”, acabei por concordar, “acho que vi você; mas nesta cidade todos se encontram”.
“Mas não era para encontrar”.
“Como?”, acabei ficando curiosa.
“É que eu não podia estar com aquele homem naquele momento e naquele lugar”.
“E por que você foi logo para o principal restaurante da cidade?”
“Não sei, um momento de loucura, talvez”.
“Acho que já entendi”, disse a ela e sorri. “Sou uma pessoa discreta, você sabe”.
“Eu deveria ter ido com ele para Rio das Ostras”.
“Querida Jackie, vou lhe revelar uma coisa. Nunca leve um namorado para Rio das Ostras. O resultado será negativo. Enfurne-se num hotel daqui mesmo e fique por lá algumas horas. Assim será mais difícil que a descubram”.
Ela pôs-se a rir e não demorou a dizer:
“Graça, você é muito esperta, adoro você. Mas veja bem, sou dona de uma pousada. Sé é para ficar num hotel, fico por lá mesmo”. Arremessou um beijo e partiu.
Minha amiga era dona de uma pousada, aliás, ela e o marido. Mas não estavam se dando bem ultimamente. Descobrira que ele saía com outra. Ela, Jackie, decidiu então fazer o mesmo. Só que era uma mulher atabalhoada; naquela altura todos na cidade já sabiam do caso que estava tendo. O pior é que o homem era um hóspede constante da pousada e conhecia seu marido.
Passou a se relacionar com o amante ali mesmo. Certa vez me disse que bateu nua à porta dele e, quando estavam em plena atividade, pressentiu que o marido chegava a casa. Segundo ela, conseguiu escapar; mas por pouco ele não a surpreendeu.
A cidade era cheia de acontecimentos desse tipo; e quando alguém sabia uma novidade, aparecia para dar a entender que estava por dentro de tudo e que até mesmo recebera confidências da própria protagonista. Eu nada falava, porque minha profissão exigia polidez, caso quisesse manter a clientela.
Havia casais que não se divorciavam porque não queriam dividir bens ou propriedades. Para eles, era mais adequado que cada um tivesse sua vida amorosa e não comentasse nada com pessoa alguma. Mas às vezes aconteciam alguns escândalos. Sobretudo quando eram mulheres que descobriam com quem o marido saía. Iam até a amante e agrediam-na através de palavras ou mesmo fisicamente. Por isso eu também precisava tomar cuidado, tanto mais quando homens bem mais velhos que eu se colocavam à minha procura. Quando eu saía com alguém assim, nada perguntava sobre sua vida particular; não me interessava. Nunca quis nenhum relacionamento sério e quanto menos soubesse sobre o outro, melhor. Depois que presenciei alguns fatos desagradáveis, passei a tomar minhas precauções. Era preferível namorar homens de outras cidades.
Alguns dias depois, uma cliente me convidou para uma festa. A comemoração ocorria num restaurante mexicano que, como quase todos os bons restaurantes da cidade, situava-se próximo à orla marítima. A aniversariante reservara uma grande parte do local; convidara praticamente todas as amigas. Sentei ao lado de uma que se chamava Deise. Pediu uma tequila com suco de laranja e logo se mostrou muito excitada. Começou a contar sobre todos os homens com quem já saíra (mas sem citar nomes); solteiros e casados; sabia quem gostava de mulher e quem não; também conhecia as lésbicas. Em determinado momento falou sobre um caso que tivera recentemente com uma pessoa importante. Num dos encontros, ele apareceu com a esposa. Ela, a mulher que nos contava o caso, tentou esconder-se, mas a tentativa foi vã. Quando temia um grande escândalo, o homem lhe disse que não se preocupasse, porque viera para lhe fazer uma proposta.
“Qual proposta?” alguém à volta perguntou.
“Vocês querem mesmo saber?”
As mulheres que acompanhavam a narrativa olharam-na com curiosidade; ela continuou.
“Ele queria trepar comigo e com a esposa ao mesmo tempo”.
“E o que você fez?”, perguntou a mais curiosa.
“Trepei”.
Todas caíram na gargalhada. Quem estava mais distante quis que a história fosse repetida. A narradora, não abriu mão de um princípio básico: não disse o nome do amante nem o da mulher dele.
Uma outra relatou a história de uma professora que tinha um amante e era constantemente agredida pela esposa dele. Certa vez, quando saía do colégio onde trabalhava, viu a mulher caminhando em sua direção. Tentou voltar, mas era tarde. Foi agredida, caiu no chão e se sujou toda, pois vestia uma calça branca. Voltou então à escola para se recompor. Quando alguém perguntou o que acontecera, as próprias amigas correram em seu socorro: ”há uma mulher louca na cidade que sempre bate na fulana quando a encontra; é uma coisa inexplicável”. E ela mesma, sem graça, concordou com apenas um monossílabo: “é”.
Entre as presentes na festa de aniversário, podia-se notar uma grande quantidade de mulheres que não tinha marido nem namorado. Reclamavam que os homens estavam em falta na cidade.
“Não só na cidade, mas em todo lugar”, alguém afirmou.
Eu não me preocupava com esse problema, porque sempre havia algum homem atrás de mim. Na maioria das vezes era eu que o recusava.
“Por isso acho certo o que faz uma amiga”, disse uma loura de mais ou menos uns trinta e cinco anos, “quando percebe que alguém está interessado nela, logo aceita a companhia e até mesmo trepa na primeira vez que sai com ele”.
“Na primeira vez? É muito perigoso”, interferiu a que estava quase ao lado da aniversariante.
“Eu não vou pro motel na primeira vez, mas essa minha amiga vai, e acho que não está errada; do jeito que os homens estão em falta, não se pode perder a oportunidade”.
“Mas há alguns que são loucos; hoje em dia tudo é muito perigoso”.
“Viver é perigoso, como sempre se ouve por aí, e não vai ser um homem que se conhece pela primeira vez que vai tornar a coisa pior”.
“Se você fala, assim, por que não trepa na primeira vez?” quis saber a que dialogava com ela.
“Bem... Vamos ver...”
“Ela falou sobre uma amiga, mas acho que não há amiga alguma; ela mesma é que vai logo de primeira” sorriu a que sentava no lado oposto.
Todas rimos, enquanto o garçom chegava com uma bandeja cheia chopes e duas caipirinhas.
“Cuidado”, disse a que estava ao meu lado direito, creio que se chamava Ana, “dizem que há um estuprador na cidade”.
“Ah, se há, quero que me encontre e me estupre”, afirmou a loura.
“Há um outro que, dizem, está deixando as mulheres nuas!”
“Tanto que me coma antes, não há problema algum”, concluiu ainda a loura.
Na final da festa Jackie – ela também estava lá – veio em minha direção. Primeiro me beijou, depois falou:
“Graça, preciso de um favor teu”.
“Fale”.
“O Gustavo vem me buscar; você pode ficar um pouco comigo?”, Gustavo era seu amante-namorado.
Andamos em silêncio pela orla. A temperatura era amena. Acendi um cigarro enquanto o esperávamos.
“Vou te pedir mais um favor”.
“Mais um?”, retruquei.
“Só mais unzinho, ta?” Falou em tom carinhoso. “Você fica com a gente? Assim não haverá margem para suspeitas. Se alguém nos vir, pode pensar que o namorado é teu”.
“Você ainda vai demorar, por aqui?”
“Não, talvez uma meia-hora”.
Concordei. Ela ficou exultante.
Quando o homem chegou e ela apresentou-o a mim, pusemo-nos a caminhar na direção do Confort. Quando terminou o calçamento, ambos desceram para a faixa de areia.
“Você vem conosco?”
“O que você acha?”, perguntei.
“Quero que venha”, disse e me lançou o olhar em tom de súplica.
Caminhamos cerca de trezentos metros.
De repente, ela pediu que ele se destacasse um pouco adiante, virou-se para mim e fez mais um pedido:
“Você fica aqui e toma conta da minha roupa?”
Antes que eu respondesse, já havia tirado o vestido.
“Jackie, você é louca!”
“Estou muito excitada, deve ter sido a bebida, vai ser rapidinho...”
“Está bem”, sentei-me na areia enquanto ela se foi na direção do homem, vestia apenas a calcinha.
Voltou depois de quarenta minutos. E voltou nua.
Depois desse dia, tornou-se ainda mais minha amiga. Preferi, no entanto, manter alguma frieza em relação a ela. Temia que a cumplicidade pudesse me trazer complicações.
Era uma quarta ou quinta à tardinha; Jackie entrou na loja olhando para os lados e de maneira atabalhoada.
“Alguma coisa em que eu possa ajudar?”, perguntei.
“Claro, você pode ajudar e muito”.
“Tenho um ou dois modelos que vão ficar ótimos em você”.
“Não, Graça, não é isso; hoje não entrei para comprar roupa, vim apenas pedir um favor”.
“Claro, pode pedir”.
“Você lembra o último sábado?”.
“O último, Jackie, nem sei; deixe ver...”
“Eu ajudo; você estava com um rapaz no principal restaurante da orla, está lembrada?”
“Ah, sim, agora lembro”.
“Você estava no mesmo restaurante que eu!”, falou.
“Estava? E o que tem?”, perguntei um tanto ingênua.
“Vai dizer que você é tão inocente, Graça?”
“Como assim? Não estou entendendo”.
“Você me viu, não? Eu estava com um homem assim assim...” e fez uns gestos como se quisesse transcrever através das mãos o aspecto do homem.
“Agora, lembro”, acabei por concordar, “acho que vi você; mas nesta cidade todos se encontram”.
“Mas não era para encontrar”.
“Como?”, acabei ficando curiosa.
“É que eu não podia estar com aquele homem naquele momento e naquele lugar”.
“E por que você foi logo para o principal restaurante da cidade?”
“Não sei, um momento de loucura, talvez”.
“Acho que já entendi”, disse a ela e sorri. “Sou uma pessoa discreta, você sabe”.
“Eu deveria ter ido com ele para Rio das Ostras”.
“Querida Jackie, vou lhe revelar uma coisa. Nunca leve um namorado para Rio das Ostras. O resultado será negativo. Enfurne-se num hotel daqui mesmo e fique por lá algumas horas. Assim será mais difícil que a descubram”.
Ela pôs-se a rir e não demorou a dizer:
“Graça, você é muito esperta, adoro você. Mas veja bem, sou dona de uma pousada. Sé é para ficar num hotel, fico por lá mesmo”. Arremessou um beijo e partiu.
Minha amiga era dona de uma pousada, aliás, ela e o marido. Mas não estavam se dando bem ultimamente. Descobrira que ele saía com outra. Ela, Jackie, decidiu então fazer o mesmo. Só que era uma mulher atabalhoada; naquela altura todos na cidade já sabiam do caso que estava tendo. O pior é que o homem era um hóspede constante da pousada e conhecia seu marido.
Passou a se relacionar com o amante ali mesmo. Certa vez me disse que bateu nua à porta dele e, quando estavam em plena atividade, pressentiu que o marido chegava a casa. Segundo ela, conseguiu escapar; mas por pouco ele não a surpreendeu.
A cidade era cheia de acontecimentos desse tipo; e quando alguém sabia uma novidade, aparecia para dar a entender que estava por dentro de tudo e que até mesmo recebera confidências da própria protagonista. Eu nada falava, porque minha profissão exigia polidez, caso quisesse manter a clientela.
Havia casais que não se divorciavam porque não queriam dividir bens ou propriedades. Para eles, era mais adequado que cada um tivesse sua vida amorosa e não comentasse nada com pessoa alguma. Mas às vezes aconteciam alguns escândalos. Sobretudo quando eram mulheres que descobriam com quem o marido saía. Iam até a amante e agrediam-na através de palavras ou mesmo fisicamente. Por isso eu também precisava tomar cuidado, tanto mais quando homens bem mais velhos que eu se colocavam à minha procura. Quando eu saía com alguém assim, nada perguntava sobre sua vida particular; não me interessava. Nunca quis nenhum relacionamento sério e quanto menos soubesse sobre o outro, melhor. Depois que presenciei alguns fatos desagradáveis, passei a tomar minhas precauções. Era preferível namorar homens de outras cidades.
Alguns dias depois, uma cliente me convidou para uma festa. A comemoração ocorria num restaurante mexicano que, como quase todos os bons restaurantes da cidade, situava-se próximo à orla marítima. A aniversariante reservara uma grande parte do local; convidara praticamente todas as amigas. Sentei ao lado de uma que se chamava Deise. Pediu uma tequila com suco de laranja e logo se mostrou muito excitada. Começou a contar sobre todos os homens com quem já saíra (mas sem citar nomes); solteiros e casados; sabia quem gostava de mulher e quem não; também conhecia as lésbicas. Em determinado momento falou sobre um caso que tivera recentemente com uma pessoa importante. Num dos encontros, ele apareceu com a esposa. Ela, a mulher que nos contava o caso, tentou esconder-se, mas a tentativa foi vã. Quando temia um grande escândalo, o homem lhe disse que não se preocupasse, porque viera para lhe fazer uma proposta.
“Qual proposta?” alguém à volta perguntou.
“Vocês querem mesmo saber?”
As mulheres que acompanhavam a narrativa olharam-na com curiosidade; ela continuou.
“Ele queria trepar comigo e com a esposa ao mesmo tempo”.
“E o que você fez?”, perguntou a mais curiosa.
“Trepei”.
Todas caíram na gargalhada. Quem estava mais distante quis que a história fosse repetida. A narradora, não abriu mão de um princípio básico: não disse o nome do amante nem o da mulher dele.
Uma outra relatou a história de uma professora que tinha um amante e era constantemente agredida pela esposa dele. Certa vez, quando saía do colégio onde trabalhava, viu a mulher caminhando em sua direção. Tentou voltar, mas era tarde. Foi agredida, caiu no chão e se sujou toda, pois vestia uma calça branca. Voltou então à escola para se recompor. Quando alguém perguntou o que acontecera, as próprias amigas correram em seu socorro: ”há uma mulher louca na cidade que sempre bate na fulana quando a encontra; é uma coisa inexplicável”. E ela mesma, sem graça, concordou com apenas um monossílabo: “é”.
Entre as presentes na festa de aniversário, podia-se notar uma grande quantidade de mulheres que não tinha marido nem namorado. Reclamavam que os homens estavam em falta na cidade.
“Não só na cidade, mas em todo lugar”, alguém afirmou.
Eu não me preocupava com esse problema, porque sempre havia algum homem atrás de mim. Na maioria das vezes era eu que o recusava.
“Por isso acho certo o que faz uma amiga”, disse uma loura de mais ou menos uns trinta e cinco anos, “quando percebe que alguém está interessado nela, logo aceita a companhia e até mesmo trepa na primeira vez que sai com ele”.
“Na primeira vez? É muito perigoso”, interferiu a que estava quase ao lado da aniversariante.
“Eu não vou pro motel na primeira vez, mas essa minha amiga vai, e acho que não está errada; do jeito que os homens estão em falta, não se pode perder a oportunidade”.
“Mas há alguns que são loucos; hoje em dia tudo é muito perigoso”.
“Viver é perigoso, como sempre se ouve por aí, e não vai ser um homem que se conhece pela primeira vez que vai tornar a coisa pior”.
“Se você fala, assim, por que não trepa na primeira vez?” quis saber a que dialogava com ela.
“Bem... Vamos ver...”
“Ela falou sobre uma amiga, mas acho que não há amiga alguma; ela mesma é que vai logo de primeira” sorriu a que sentava no lado oposto.
Todas rimos, enquanto o garçom chegava com uma bandeja cheia chopes e duas caipirinhas.
“Cuidado”, disse a que estava ao meu lado direito, creio que se chamava Ana, “dizem que há um estuprador na cidade”.
“Ah, se há, quero que me encontre e me estupre”, afirmou a loura.
“Há um outro que, dizem, está deixando as mulheres nuas!”
“Tanto que me coma antes, não há problema algum”, concluiu ainda a loura.
Na final da festa Jackie – ela também estava lá – veio em minha direção. Primeiro me beijou, depois falou:
“Graça, preciso de um favor teu”.
“Fale”.
“O Gustavo vem me buscar; você pode ficar um pouco comigo?”, Gustavo era seu amante-namorado.
Andamos em silêncio pela orla. A temperatura era amena. Acendi um cigarro enquanto o esperávamos.
“Vou te pedir mais um favor”.
“Mais um?”, retruquei.
“Só mais unzinho, ta?” Falou em tom carinhoso. “Você fica com a gente? Assim não haverá margem para suspeitas. Se alguém nos vir, pode pensar que o namorado é teu”.
“Você ainda vai demorar, por aqui?”
“Não, talvez uma meia-hora”.
Concordei. Ela ficou exultante.
Quando o homem chegou e ela apresentou-o a mim, pusemo-nos a caminhar na direção do Confort. Quando terminou o calçamento, ambos desceram para a faixa de areia.
“Você vem conosco?”
“O que você acha?”, perguntei.
“Quero que venha”, disse e me lançou o olhar em tom de súplica.
Caminhamos cerca de trezentos metros.
De repente, ela pediu que ele se destacasse um pouco adiante, virou-se para mim e fez mais um pedido:
“Você fica aqui e toma conta da minha roupa?”
Antes que eu respondesse, já havia tirado o vestido.
“Jackie, você é louca!”
“Estou muito excitada, deve ter sido a bebida, vai ser rapidinho...”
“Está bem”, sentei-me na areia enquanto ela se foi na direção do homem, vestia apenas a calcinha.
Voltou depois de quarenta minutos. E voltou nua.
Depois desse dia, tornou-se ainda mais minha amiga. Preferi, no entanto, manter alguma frieza em relação a ela. Temia que a cumplicidade pudesse me trazer complicações.
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