Querido Dantas,
O que aconteceu foi um tanto inesperado. Seus amigos teimaram que eu tinha de escrever um conto especial para eles, e eram três horas da madrugada.
“Estou muito cansada, é melhor deixarmos para amanhã”, sugeri.
Mas eles não arredaram pé; mostraram-se intransigentes, insistiam.
“Não vai dar em boa coisa, o cansaço é inimigo de todo dote artístico”, eu disse.
Minhas palavras, no entanto, não fizeram eco no ouvido deles. Disseram que você prometera que enquanto a noite durasse, ainda antes do prenúncio das primeiras luzes do amanhecer, eu os surpreenderia com uma obra prima.
“Não acredito que meu amigo Dantas tenha prometido isso a vocês.”
“Não só prometeu, como afirmou que você nos atenderia com grande prazer.”
“Por que vocês não pediram no começo da noite? Seria mais fácil; eu, então, deixaria o champanhe para depois da escrita.”
Em meio a dois ou três spots de luz baixa, a quadros de gosto clássico em que predominavam mulheres nuas, a estofados macios, ao ar frio e a um fundo musical de piano, trouxeram-me um notebook, tão pequenino, incapaz de tapar minhas vergonhas.
“Vamos, há de sair uma bela história”, disse um deles, e ambos sorriram. Completaram os copos com mais uísque.
“E se nada sair?”, indaguei.
“Como nada sair?”, interpelou o de cabelos brancos, “você é capaz de tantas surpresas, é capaz até mesmo de fazer aparecer um veludo azul, traje a rigor.”
Era a cor do vestido com que eu chegara no início da noite.
“Diga-me então uma palavra”, sugeri.
“Amplidão”, disse um deles, “é ideal para uma mulher como você.”
“Não é uma boa palavra”, repliquei, “repita-a algumas vezes, atenha-se apenas ao som, tente despi-la de todo significado, repare que ela terá apenas um eco vazio.”
“Então vá de ‘despi-la’”, falou o outro com certa malícia.
“Também não serve”, eu disse, “a sílaba que antecede o pronome não é boa para a poesia, a letra pe seguida do i parece algo vulgar.”
“Que tal veludo, como seu vestido?”, perguntou o mais jovem, como que lançando uma carta derradeira.
“Sim, veludo”, concordei, “com o final quase inaudível, a letra o se transformando num suave u; veludo, veludo, veludo; uma boa palavra. Veludo que cobre as paredes, os divãs, a pele suave das mulheres, que poderia estar cobrindo meu corpo.”
Deitei a palavra na tela luminosa, e então a narrativa ameaçou expandir-se, como minhas pernas nuas, que escorregavam aos olhares dos dois homens.
Havia algumas horas que eu descera de um táxi na avenida, ante ao imponente prédio onde marcaram comigo aqueles senhores de aparência respeitável. A única coisa que exigiam, ou melhor, as duas únicas coisas eram o perfume francês, de casa centenária indicada por eles, e o vestido curto azul...
Pensei apenas em uma noite de divertimento, de conversas descompromissadas e boas bebidas, mas queriam meus dotes de escritora.
Contei então a experiência dinamarquesa.
Viajei a Copenhague a convite de um ilustre senhor que alguns meses antes ficara maravilhado com a nudez das mulheres brasileiras (assim dizia ele), que encontrara nas belas praias desse imenso litoral. Disse que elas não se vexavam em despir-se para ele, até mesmo sem preço algum. Ao convidar-me, porém, assegurou-me que pagaria todas as minhas despesas. Era assim como vocês, depois que bebia uma ou duas doses, pedia para a mulher tirar toda a roupa. Segundo ele, não havia resistência alguma da parte delas; às vezes as agraciava com algum mimo, mas nada de tão dispendioso; evitava as menores, temia complicações com as autoridades. Nuas, elas sentavam e portavam-se com extrema naturalidade. A única exigência é que pudessem ficar sobre saltos; não dispensavam a elegância. Bebiam, comiam, conversavam e contavam casos.
Cheguei então à Europa; pela primeira vez na Dinamarca, e meu anfitrião esperava-me eufórico no aeroporto.
Fomos para sua casa. Uma casa de dois andares, nos subúrbios, o ambiente tinha um ar de campo, tantas eram as árvores que circundavam as quadras. Logo conheci três moças que ficaram encantadas comigo. Aliás, elas já me esperavam e se mostravam entusiasmadas devido ao que lhes contara meu namorado. Pegaram as fotos que ele fizera quando estivera no Brasil e ficaram comparando com meu aspecto físico, ali junto a elas. Eu não entendia o que elas falavam e perguntavam, mas meu anfitrião traduziu à sua maneira e eu concluí que elas estavam admiradas com meu corpo e que tinham gostado muito das fotos em que eu aparecia de biquíni. A Dinamarca é um país gelado, lá o sol aparece pouco durante o ano; ficaram encantadas porque eu vinha de um lugar onde se podia andar quase nua durante boa parte do ano.
No dia seguinte passeamos pela cidade e paramos em dois parques, verdadeiros bosques, dificilmente encontráveis aqui no Brasil. Como era verão, vi pessoas tomando sol nuas. Tinham a pele branca, bem leitosa, estavam deitadas como se quisessem aproveitar todo o sol que lhes chegava ao corpo. Minhas companheiras – a filha dele e duas amigas dela – insistiram em parar à beira de um lago, onde havia uma grande árvore. Tiraram a roupa e ficaram apenas de calcinha. Todas mostraram os seios sem vergonha alguma. Entendi que desejavam que eu também me despisse. Atendia-as e ficamos sob o sol. Minha pele diferia muita da delas; mesmo sem ir à praia havia um bom tempo, a tonalidade de meu corpo era bem mais escura. Elas mostraram-se admiradas e desejaram ter a pele também da mesma cor. Quem transitava por ali em momento algum nos voltou os olhos. O interessante era que as pessoas ficavam nuas, mas o ambiente era muito natural; o nudismo não significava erotismo, era apenas um encontro com a natureza. Assim como um cão que anda a esmo e ninguém se assusta por ele não trazer roupa alguma, homens ou mulheres nada reparavam naquele local. Meu namorado ainda disse que não havia regras ou leis que proibissem a nudez em público, mas aquela prática era limitada a praias ou a locais como aquele. Por exemplo, ninguém saía nu de casa para ir ao centro ou para comprar alguma coisa no comércio local. Perguntei se era possível passear nua à noite pela cidade, ir sem roupa alguma, dentro do carro, ou mesmo ir a algum lugar afastado para namorarmos ao ar livre. Achou a pergunta e a idéia interessantes; observou que essas extravagâncias aconteciam em maior número entre os jovens, que as pessoas, de modo geral, preferiam os lugares fechados para terem relações sexuais.
À noite, mantive-me contida. Ele convidou-me para irmos a um restaurante. Tomamos vinho francês. Sua filha nos acompanhou; apesar de ter levado um casaco, ela usava uma saia muito curta, usava também meias. Reparei que eles gostam de beber muito; e, quando bebem, ficam muito excitados. Mas temem despir as mulheres, principalmente em lugares públicos. Todas as vezes que me acariciou foi dentro do quarto. Minha idéia de andar pelada pela cidade se concretizou num dos últimos dias. Ele bebera três ou quatro doses de uísque e eu dois cálices de vinho do Porto. Então mostrei a ele que o vestido que eu usava era na verdade uma canga enrolada ao corpo. Primeiro, não entendeu; mas quando ameacei desfazer o nó que segurava o tecido ao lado do meu seio direito, reparou a abertura lateral e mostrou-se muito interessado. Insinuei minha pele por inteiro e ele viu que nada marcava meu corpo por baixo da fazenda fina.
“No Brasil, as mulheres saem assim”, falei. Ele sorriu e retribuiu: “o Brasil é o paraíso.”
Quando deixamos o bar, soltei o pano no banco de trás e sentei nua a seu lado. Pedi que dirigisse por algumas ruas do centro. Em determinado local, fiz que parasse o automóvel e me deixasse só por alguns instantes. “Como? Você pode ser presa.” “Presa?, aqui na Dinamarca?, pois se nunca fui no Brasil.” Falei para que desse a partida e fiquei nuinha atrás de um automóvel estacionado. Ele deu uma volta rápida e retornou. “Agora já posso dizer que sou uma nua internacional.” Sei que se fosse no Brasil, o homem me agarraria e treparíamos ali mesmo, mas esperou chegar em casa. Eu quis sair do carro nua, mas ele não deixou.
Quando me despedi dele no aeroporto, ameacei: ”acho que vou entrar nua no avião!". “Não, por favor, em seu país tudo é permitido, aqui nem tanto...” Prometeu vir de novo ao Brasil, diz que vem no fim do ano; sempre me telefona.
Querido Dantas, já eram cinco e quinze (faltava pouco para amanhecer) quando acabei essa história para seus inquietos amigos. Deixei-a pronta na tela do notebook para que lessem.
Após alguns minutos, um deles falou para mim:
“Acho que você poderia dar mais um tempero.”
“Tempero? Literatura e tempero não combinam.”
“Ah, mas você entende o que queremos...”
Tomei novamente o pequeno computador sobre as pernas e dei o final que os fez – creio eu, pois mais nada reclamaram – satisfeitos.
Chamaram então um táxi e pediram ao motorista que me deixasse em casa.
Quando estávamos quase chegando, ainda enlevada pelo calor da noite, só então reparei que eu ainda ia... , como dizer?, como as meninas se mostram ao sol durante o verão nos parques dinamarqueses. Acho que era esse o final que seus amigos queriam. O motorista, discretíssimo, nem olhou para mim. Ao chegarmos diante do meu prédio, ainda me fez um favor.
Seus amigos são ótimos. Mas, oh, me deram uma canseira...
E gostam mais de histórias do que de mulheres!
Beijos,
Margarida.
PS. Quanto ao vestido de veludo, não se preocupe, pedi à minha secretária para buscá-lo no final da tarde.
O que aconteceu foi um tanto inesperado. Seus amigos teimaram que eu tinha de escrever um conto especial para eles, e eram três horas da madrugada.
“Estou muito cansada, é melhor deixarmos para amanhã”, sugeri.
Mas eles não arredaram pé; mostraram-se intransigentes, insistiam.
“Não vai dar em boa coisa, o cansaço é inimigo de todo dote artístico”, eu disse.
Minhas palavras, no entanto, não fizeram eco no ouvido deles. Disseram que você prometera que enquanto a noite durasse, ainda antes do prenúncio das primeiras luzes do amanhecer, eu os surpreenderia com uma obra prima.
“Não acredito que meu amigo Dantas tenha prometido isso a vocês.”
“Não só prometeu, como afirmou que você nos atenderia com grande prazer.”
“Por que vocês não pediram no começo da noite? Seria mais fácil; eu, então, deixaria o champanhe para depois da escrita.”
Em meio a dois ou três spots de luz baixa, a quadros de gosto clássico em que predominavam mulheres nuas, a estofados macios, ao ar frio e a um fundo musical de piano, trouxeram-me um notebook, tão pequenino, incapaz de tapar minhas vergonhas.
“Vamos, há de sair uma bela história”, disse um deles, e ambos sorriram. Completaram os copos com mais uísque.
“E se nada sair?”, indaguei.
“Como nada sair?”, interpelou o de cabelos brancos, “você é capaz de tantas surpresas, é capaz até mesmo de fazer aparecer um veludo azul, traje a rigor.”
Era a cor do vestido com que eu chegara no início da noite.
“Diga-me então uma palavra”, sugeri.
“Amplidão”, disse um deles, “é ideal para uma mulher como você.”
“Não é uma boa palavra”, repliquei, “repita-a algumas vezes, atenha-se apenas ao som, tente despi-la de todo significado, repare que ela terá apenas um eco vazio.”
“Então vá de ‘despi-la’”, falou o outro com certa malícia.
“Também não serve”, eu disse, “a sílaba que antecede o pronome não é boa para a poesia, a letra pe seguida do i parece algo vulgar.”
“Que tal veludo, como seu vestido?”, perguntou o mais jovem, como que lançando uma carta derradeira.
“Sim, veludo”, concordei, “com o final quase inaudível, a letra o se transformando num suave u; veludo, veludo, veludo; uma boa palavra. Veludo que cobre as paredes, os divãs, a pele suave das mulheres, que poderia estar cobrindo meu corpo.”
Deitei a palavra na tela luminosa, e então a narrativa ameaçou expandir-se, como minhas pernas nuas, que escorregavam aos olhares dos dois homens.
Havia algumas horas que eu descera de um táxi na avenida, ante ao imponente prédio onde marcaram comigo aqueles senhores de aparência respeitável. A única coisa que exigiam, ou melhor, as duas únicas coisas eram o perfume francês, de casa centenária indicada por eles, e o vestido curto azul...
Pensei apenas em uma noite de divertimento, de conversas descompromissadas e boas bebidas, mas queriam meus dotes de escritora.
Contei então a experiência dinamarquesa.
Viajei a Copenhague a convite de um ilustre senhor que alguns meses antes ficara maravilhado com a nudez das mulheres brasileiras (assim dizia ele), que encontrara nas belas praias desse imenso litoral. Disse que elas não se vexavam em despir-se para ele, até mesmo sem preço algum. Ao convidar-me, porém, assegurou-me que pagaria todas as minhas despesas. Era assim como vocês, depois que bebia uma ou duas doses, pedia para a mulher tirar toda a roupa. Segundo ele, não havia resistência alguma da parte delas; às vezes as agraciava com algum mimo, mas nada de tão dispendioso; evitava as menores, temia complicações com as autoridades. Nuas, elas sentavam e portavam-se com extrema naturalidade. A única exigência é que pudessem ficar sobre saltos; não dispensavam a elegância. Bebiam, comiam, conversavam e contavam casos.
Cheguei então à Europa; pela primeira vez na Dinamarca, e meu anfitrião esperava-me eufórico no aeroporto.
Fomos para sua casa. Uma casa de dois andares, nos subúrbios, o ambiente tinha um ar de campo, tantas eram as árvores que circundavam as quadras. Logo conheci três moças que ficaram encantadas comigo. Aliás, elas já me esperavam e se mostravam entusiasmadas devido ao que lhes contara meu namorado. Pegaram as fotos que ele fizera quando estivera no Brasil e ficaram comparando com meu aspecto físico, ali junto a elas. Eu não entendia o que elas falavam e perguntavam, mas meu anfitrião traduziu à sua maneira e eu concluí que elas estavam admiradas com meu corpo e que tinham gostado muito das fotos em que eu aparecia de biquíni. A Dinamarca é um país gelado, lá o sol aparece pouco durante o ano; ficaram encantadas porque eu vinha de um lugar onde se podia andar quase nua durante boa parte do ano.
No dia seguinte passeamos pela cidade e paramos em dois parques, verdadeiros bosques, dificilmente encontráveis aqui no Brasil. Como era verão, vi pessoas tomando sol nuas. Tinham a pele branca, bem leitosa, estavam deitadas como se quisessem aproveitar todo o sol que lhes chegava ao corpo. Minhas companheiras – a filha dele e duas amigas dela – insistiram em parar à beira de um lago, onde havia uma grande árvore. Tiraram a roupa e ficaram apenas de calcinha. Todas mostraram os seios sem vergonha alguma. Entendi que desejavam que eu também me despisse. Atendia-as e ficamos sob o sol. Minha pele diferia muita da delas; mesmo sem ir à praia havia um bom tempo, a tonalidade de meu corpo era bem mais escura. Elas mostraram-se admiradas e desejaram ter a pele também da mesma cor. Quem transitava por ali em momento algum nos voltou os olhos. O interessante era que as pessoas ficavam nuas, mas o ambiente era muito natural; o nudismo não significava erotismo, era apenas um encontro com a natureza. Assim como um cão que anda a esmo e ninguém se assusta por ele não trazer roupa alguma, homens ou mulheres nada reparavam naquele local. Meu namorado ainda disse que não havia regras ou leis que proibissem a nudez em público, mas aquela prática era limitada a praias ou a locais como aquele. Por exemplo, ninguém saía nu de casa para ir ao centro ou para comprar alguma coisa no comércio local. Perguntei se era possível passear nua à noite pela cidade, ir sem roupa alguma, dentro do carro, ou mesmo ir a algum lugar afastado para namorarmos ao ar livre. Achou a pergunta e a idéia interessantes; observou que essas extravagâncias aconteciam em maior número entre os jovens, que as pessoas, de modo geral, preferiam os lugares fechados para terem relações sexuais.
À noite, mantive-me contida. Ele convidou-me para irmos a um restaurante. Tomamos vinho francês. Sua filha nos acompanhou; apesar de ter levado um casaco, ela usava uma saia muito curta, usava também meias. Reparei que eles gostam de beber muito; e, quando bebem, ficam muito excitados. Mas temem despir as mulheres, principalmente em lugares públicos. Todas as vezes que me acariciou foi dentro do quarto. Minha idéia de andar pelada pela cidade se concretizou num dos últimos dias. Ele bebera três ou quatro doses de uísque e eu dois cálices de vinho do Porto. Então mostrei a ele que o vestido que eu usava era na verdade uma canga enrolada ao corpo. Primeiro, não entendeu; mas quando ameacei desfazer o nó que segurava o tecido ao lado do meu seio direito, reparou a abertura lateral e mostrou-se muito interessado. Insinuei minha pele por inteiro e ele viu que nada marcava meu corpo por baixo da fazenda fina.
“No Brasil, as mulheres saem assim”, falei. Ele sorriu e retribuiu: “o Brasil é o paraíso.”
Quando deixamos o bar, soltei o pano no banco de trás e sentei nua a seu lado. Pedi que dirigisse por algumas ruas do centro. Em determinado local, fiz que parasse o automóvel e me deixasse só por alguns instantes. “Como? Você pode ser presa.” “Presa?, aqui na Dinamarca?, pois se nunca fui no Brasil.” Falei para que desse a partida e fiquei nuinha atrás de um automóvel estacionado. Ele deu uma volta rápida e retornou. “Agora já posso dizer que sou uma nua internacional.” Sei que se fosse no Brasil, o homem me agarraria e treparíamos ali mesmo, mas esperou chegar em casa. Eu quis sair do carro nua, mas ele não deixou.
Quando me despedi dele no aeroporto, ameacei: ”acho que vou entrar nua no avião!". “Não, por favor, em seu país tudo é permitido, aqui nem tanto...” Prometeu vir de novo ao Brasil, diz que vem no fim do ano; sempre me telefona.
Querido Dantas, já eram cinco e quinze (faltava pouco para amanhecer) quando acabei essa história para seus inquietos amigos. Deixei-a pronta na tela do notebook para que lessem.
Após alguns minutos, um deles falou para mim:
“Acho que você poderia dar mais um tempero.”
“Tempero? Literatura e tempero não combinam.”
“Ah, mas você entende o que queremos...”
Tomei novamente o pequeno computador sobre as pernas e dei o final que os fez – creio eu, pois mais nada reclamaram – satisfeitos.
Chamaram então um táxi e pediram ao motorista que me deixasse em casa.
Quando estávamos quase chegando, ainda enlevada pelo calor da noite, só então reparei que eu ainda ia... , como dizer?, como as meninas se mostram ao sol durante o verão nos parques dinamarqueses. Acho que era esse o final que seus amigos queriam. O motorista, discretíssimo, nem olhou para mim. Ao chegarmos diante do meu prédio, ainda me fez um favor.
Seus amigos são ótimos. Mas, oh, me deram uma canseira...
E gostam mais de histórias do que de mulheres!
Beijos,
Margarida.
PS. Quanto ao vestido de veludo, não se preocupe, pedi à minha secretária para buscá-lo no final da tarde.
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