quinta-feira, setembro 24, 2009

Paredes aveludadas

Eu, com este corpo mignon, causo sensação na boate. Mas tenho um medo que me pelo. Sei lá, alguma coisa pode dar errado. Chego pelas duas da madrugada, porque a essa hora os homens já estão até certo ponto saciados. As mulheres adoram ficar nuas; eu não sou exceção. Deixo que eles me toquem, que namorem comigo, mas procuro evitar o principal. Gosto de me abaixar, colocar o pênis de algum dos rapazes para fora e introduzi-lo na minha boca. Faço qualquer um gemer de prazer. Dizem que não há ninguém melhor do que eu nisso. É preciso, porém, esclarecer. Os fatos que relato se passam numa festa que acontece uma vez no mês. Trata-se de uma festa fechada. Alugamos uma boate, que é entregue totalmente a nós. Temos todo nosso pessoal: recepcionistas, seguranças, homens de bar e garçons. Fazemos parte de um grupo grande, divertimo-nos. Às vezes, é permitida a entrada de convidados. Mas são casos especiais. Nossa festa pode ser aproveitada de várias maneiras. Há bebidas e comidinhas, muita música e nós, as mulheres. Bem, nós sempre gostamos de roupas curtas, exíguas, adoramos nos mostrar sexy, somos as estrelas das muitas extravagâncias que acontecem ali. Mas tudo depende do dia e do clima, isto é, do espírito da festa. Podemos durante toda uma noite ser as mulheres mais pudicas do mundo; noutra ocasião, no entanto, pode acontecer de ficarmos nuas, isso mesmo, sem roupa alguma, durante boa parte da noite. Sempre há pouca luz, e o acende e apaga prateado, dourado e colorido sempre apela mais pro escurinho.

Numa das últimas vezes, apareceu um homem que eu ainda não conhecia. Alto, porte atlético, dentes muito brancos, sorriso nos lábios, roupa justa no corpo. Eu estava muito à vontade, já passavam das três e trinta. Ele estava a mil por hora. Agarrou-me com força, encostou-me numa das paredes aveludadas, longe da pista. Não consegui escapar. Quando ia agachar, me puxou pela cintura e falou: quero você ereta. Levantou-me. Sua altura não permitia um confronto em pé de igualdade. Espere, quis dizer, não sinto muito prazer assim, ainda sou bastante jovem. Não me deu ouvido. Você é muito grande pra mim, ainda insisti. Mas também não me escutou. Eu estava morrendo de medo. Tentei fazer as contas; lembrar se estava no período fértil. Mas depois que deslizou uma das mãos sobre meu bumbum e com a outra me apertou os seios, me vi vencida. O que pedisse eu atenderia. Ajudei-o. Afastei as pernas. Seu pênis escorregou inteiro para dentro de mim. Quando acabamos, ele ainda quis dizer alguma coisa, mas não encontrei sentido nas suas palavras. Falei junto ao seu ouvido, pois o barulho era intenso, tenho de achar meu short e top, daqui a pouco a festa acaba, não quero voltar nua pra casa, houve uma vez em que só encontrei o casaco, que por sinal era muito curto. Corri. Desde aquela noite ando procurando por aquele homem. Mas, nas festas seguintes, não mais cruzei com ele. Até agora ninguém soube me dizer se pertence ao grupo ou se era um convidado especial.

Hoje, há mais uma festa desse tipo. E, pelo que estão dizendo, vai ser de arrepiar. Será que vou vê-lo? Já sei: vou de roupa comprida. Chego mais cedo e aproveito a noite, com discrição; não tiro a roupa nem permito que me dispam. Caso o descubra, faço-me difícil. Sei que repito sempre essas palavras. Mas na hora da empolgação, não resisto: acabo nua. E, tomara, nas mãos dele!

quinta-feira, setembro 17, 2009

Você não é a Márcia?

Ele começou a falar aquelas coisas no meu ouvido, então comecei a ficar preocupada.

O que ele falou?

Primeiro que sou muito gostosa, depois que queria me ver sempre nua, que devia chegar nua na casa dele, disse que quando acabasse de me namorar naquela noite não deixaria que eu me vestisse, que esconderia minhas roupas, que ia me colocar nua num táxi, e coisas mais.

Muitos homens são assim, é um meio de aumentar a excitação.

Mas ele é demais, pensei até que fosse tarado.

Os homens são sempre um pouco tarados, isso é bom, você não acha?

Às vezes acho, mas ele passa dos limites, começo a ficar preocupada e não consigo mais sentir prazer.

Eles falam essas coisas mas, depois que gozam, esquecem e não tocam mais no assunto, você se preocupa à-toa.

Mas com ele é diferente, parece que aquilo nunca vai acabar, se estende por boa parte da noite; no começo gosto, mas depois fico preocupada.

Finja que você é outra pessoa, isso lhe dará alívio e fará você sentir mais prazer.

Ah, fingir que sou outra pessoa?, é algo fascinante, mas pode dar errado, lembro que já fiz isso quando era adolescentes e as conseqüências não foram tão boas.

O que aconteceu?

Eu devia ter uns quinze anos, tinha ido acampar e no acampamento arranjei um namorado, ficávamos namorando dentro da barraca; certo dia, entrou lá um amigo dele, eu fiz isso que você sugeriu, fingi ser outra pessoa, vestia biquíni, tínhamos vindo da piscina, meu namorado me chamou pelo nome, respondi que não era a Márcia; como, você não é a Márcia?, perguntou; não, não sou a Márcia, fechei a cara e virei de costas, notei que ele e o amigo trocaram algumas palavras; o que vocês estão cochichando?, perguntei; quer dizer que você não é a Márcia?, perguntou de novo ele; não, não sou, insisti; quem é você, então?; não vou dizer, apenas não sou a Márcia; aí meu namorado me segurou pelas pernas, o outro, pelos braços, ambos me imobilizaram, o amigo me deixou sem a parte de cima do biquíni, meu namoradinho me tirou a calcinha; quer dizer que você não é a Márcia?, ainda perguntou uma vez; não, não sou a Márcia; no princípio, gostei e aceitei a brincadeira, nuazinha nas mãos dos dois, mas depois comecei a ficar preocupada, eu era virgem e temi que me forçassem a fazer amor com eles dois. Quando vi que a coisa esquentou, fingi voltar a mim: o que está acontecendo, vocês me deixaram nua, o que aconteceu comigo, cadê o meu biquíni?, tentei disfarçar com essas palavras; você não é a Márcia?, perguntou o namoradinho; claro que sou, como não sou a Márcia?; mas você mesma disse há pouco que não era; claro que sou a Márcia, contra-ataquei, anda logo, me dá meu biquíni; biquíni? que biquíni?, o outro respondeu, você chegou aqui nua; nada disso, vocês tiraram meu biquíni, deem-me!, gritei. Só sei dizer uma coisa: a brincadeira acabou por me custar caro, eles demoraram um tempo enorme para me devolver o biquíni, e quando devolveram uma das tiras da calcinha estava arrebentada, morri de vergonha, por pouco não tive de sair nua da barraca.

Você parece que gostou, fala a verdade, gostou, não?

Gostei até certo ponto, mas depois fiquei apavorada!

Os homens são assim, não tema, eles só vão até certo ponto.

Você acha?

Claro, esse seu namorado atual jamais vai colocar você nua num táxi.

Olha que coloca.

E se colocar, o que é que tem? Você vai morrer por causa disso? Acho que até vai fazer o maior sucesso! Mas ele não fará isso, não vai querer perder você...

sexta-feira, setembro 11, 2009

Sonhos e segredos

Fui a uma festa na casa de uma amiga. Uma comemoração discreta, com a presença de poucas pessoas. Bebemos champanha durante boa parte da noite. Ela preparou comidinhas saborosas e serviu queijos que eram uma delícia. Conversamos sobre arte, principalmente música e literatura. Entre os convidados havia um violinista. Ele não veio com a intenção de dar um concerto, mas trouxe alguns CDs que ouvimos com muito gosto. As mulheres estavam bem vestidas, roupas elegantes; muitas têm tanto bom gosto que escolhem com preciosismo seus vestidos, saias e blusas para vir a esse tipo de festa. Além de tudo de bom que aconteceu, era um charme a mais apreciar a elegância de homens e mulheres.

Lá pelas duas da madrugada, alguns convidados começaram a despedir-se. Fui ficando, até que me vi apenas com a anfitriã e duas ou três pessoas que pernoitariam ali. Ainda permanecemos conversando por mais uma hora. Bebemos mais uma ou duas taças.

Então quem restou foi se retirando para seus quartos. Miriam, a dona da casa, me falou:

“Margarida, acho melhor você ficar com a gente essa noite.”

“Ah, obrigada. Fico sim; não me incomodo em dormir aqui na sala.”

Ela trouxe um lençol uma almofada e perguntou seu eu queria uma camisola ou uma camiseta.

“Não é preciso, eu me viro.”

Deu boa noite e foi para o seu quarto.

Tirei toda a roupa, dobrei cada peça com cuidado e as coloquei sobre um dos braços do estofado. Deixei por cima de tudo o sutiã. Cobri-me com o lençol e não demorei a adormecer.

Antes de amanhecer, percebi que alguém passou pela sala; ia em direção à cozinha. O suave ruído foi suficiente para me despertar. Mas permaneci imóvel, como se continuasse dormindo. Abrira os olhos, mas a pessoa não pôde perceber. Demorou alguns instantes bebendo água, creio; depois voltou e, ao perceber meu sutiã, parou e tomou-o nas mãos. Senti um ligeiro arrepio. Vim à festa na casa de uma pessoa tão sofisticada e um dos convidados há de roubar-me o sutiã! Confesso que naquela penumbra de fm de noite, senti uma ponta de excitação. A pessoa, que eu não consegui distinguir, continuou com a peça nas mãos, depois a levou ao nariz e cheirou. De propósito, fiz um ligeiro movimento sobre o sofá. Continuou com meu sutiã nas mãos, mas levou-as às costas escondendo-o, e apressou-se em retirar-se do local.

“Ai!”, exclamei, “agora essa.”

Enquanto conjecturava o que faria, adormeci.

Quando acordei, o sol ia alto. A casa ainda estava mergulhada no silêncio. Foi então que lembrei do sutiã perdido.

Olhei para onde estavam minhas roupas. Mas ele estava lá, como se ninguém o tivesse tocado.

Fui à cozinha e fiz café.

Quando os outros hóspedes e a dona da casa acordaram, eu já havia me vestido com todo o recato.
Tomamos café alegremente, relembrando a noite agradável que passamos juntos. Antes de me despedir, tomei um leve susto. Uma das mulheres soprou em meu ouvido o seguinte:

“Tive um sonho estranho; sonhei que depois da festa, eu saía sem a blusa e sem o sutiã”, pôs-se então a rir.

“Tive um sonho parecido”, foi minha vez de falar. “Estava deitada no sofá, quando vi que alguém me roubava o sutiã. Fiquei apavorada. Mas adormeci. Quando acordei, ele estava intocável, no mesmo lugar.”

“O que será mesmo que nós desejamos?”, perguntou-me e começou a rir.

“Não sei, mas esse champanha francês é capaz de despertar os desejos mais recônditos.”

Rimos ambas, em silêncio.

E escondemos nossos segredos.

quarta-feira, setembro 02, 2009

Coração aos saltos

A Praça Saens Peña estava movimentadissima às cinco e meia da tarde. Logo que o semáforo ante à Major Ávila tornou-se verde, toda a fila de automóveis começou a buzinar. Mães seguravam a mão de seus filhos temendo que atravessassem antes da hora. Do outro lado, na calçada diante das Lojas Americanas e C&A, pedestres e camelôs misturavam-se. A banca de jornais era uma espécie de oásis; quem ali entrava para ver ou comprar uma revista usufruía minutos de alguma tranquilidade. Viam-se pelos arredores muitos estudantes que, em grupo, caminhavam barulhentos. Era hora da saída nas escolas que ficavam nos arredores. Uma menina loira de mais ou menos dezesseis anos destacava-se; os garotos disputavam para estar ao lado dela. A jovem sorria, como se não pudesse abraçar todos ao mesmo tempo. Quando alcancei a saída do metrô, junto à General Roca, senti alguém me puxar por um dos braços. Virei-me.

“Oi, Karina, quanto tempo, acho que faz uns dois anos, não? Voltei para o Brasil. E você sempre surpreendendo, com essa maquiagem parece até mais velha...”

Quis dizer que eu não era a Karina, mas a mãe dela, no entanto não tive tempo. Estávamos na calçada atrapalhando a passagem. Foi ele quem continuou a me segurar pelo braço e me arrastou para o canto, onde pudemos trocar algumas palavras. Quando tentei falar, surpreendeu-me com um beijo na boca; seus lábios estavam úmidos.

“Você continua linda.”

O sol por trás das montanhas da Tijuca mostrava seus últimos raios. Uma vez que estávamos no mês de julho, a noite não demoraria a nos cobrir. Quando resolvi falar, pronunciei apenas seu nome:

“Jeferson!”

Ele tacou-me mais um beijo, abraçou-me e nos pusemos a caminhar entre as tantas pessoas daquele final de tarde. Levou-me para uma cafeteria, na Desembargador Izidro.

“Podíamos ir ao Shopping, mas lá deve estar um inferno”, falou.

“Eu ia exatamente para lá...”

“Por que não falou? Vamos, então.”

“Depois, agora quero um cappuccino.”

“Ah, boa ideia, vou querer também um.”

Continuei sem coragem para dizer que eu não era a Karina. Deixei que ele tomasse a iniciativa da conversa. Em momento algum desconfiou de que contava suas confidências à pessoa errada. Falou sobre sua viagem, a bolsa de estudos, a estada numa universidade no interior dos Estados Unidos. Comentou sobre suas perspectivas dali em diante.

“Não vai voltar para a América?”

Olhou-me curioso e demorou a responder. Pensei que tivesse desconfiado e que descobrira minha verdadeira identidade. A palavra América soara mal. Os jovens geralmente dizem Estados Unidos.

“América?”, repetiu, “legal esse seu jeito de falar. Não sei se volto. Tenho alguns convites, mas acho que vou ficar por aqui. Também estão querendo que eu vá à Europa; aprendi alemão e na minha profissão sempre estão ávidos por alguém competente. Tenho um convite para Frankfurt, mas vou pensar um pouco. Agora estou de férias, quero me divertir."

Mais uma vez, sem que eu esperasse, beijou-me. Naquele momento, um beijo mais demorado; sua língua invadiu-me, disfarcei meu desespero. Mas no final gostei do seu gesto e do modo como beijava.

“Me traiu muito na América?”, perguntei serelepe.

“Trair você? Oh, jamais!”, sorriu e levou a xícara à boca. “O que você vai fazer hoje à noite?”

Minha pergunta sobre a possível traição deixara uma porta aberta.

“Vou ao Shopping, como já disse”, falei.

“Depois? Gostaria de saber.”

“Ah, ainda não sei; espero um telefonema...”

“Quer dizer que tem um namorado...”

“Não é bem um namorado, sabe como é, tanto tempo sem ver você, e nossas comunicações interrompidas; a gente aqui nessa cidade não consegue ficar só”, embarquei na fantasia e arquitetava para torná-lo curioso; também desejava despertar uma dose de ciúme.

A garçonete passou com uma bandeja cheia de xícaras e um bule com chocolate quente. Numa das pontas, quatro senhoras contrastavam com três jovens de cabelos castanhos que tomavam café com creme e gesticulavam animadamente.

“Fica comigo esta noite”, ouvi a voz de Jeferson e me voltei a ele.

“Calma, vamos devagar, quem sabe?”

Sorriu. Dessa vez, fui eu quem lhe beijei a boca. A porta não estava aberta, mas escancarada.

Fomos ao Shopping. Circulamos por dois pavimentos. Havia gente por todo o lado. Entrei numa loja, mas era difícil escolher alguma coisa com alguém ao meu lado. Sempre estou acostumada a fazer compras sozinha. Ele, porém, interveio, mostrou uma peça de roupa muito bonita, que eu mesma não reparara. Experimentei. Ficou ótima. Chamei-o para que visse em meu corpo.

“Ficou maravilhosa, acho que vou pedir para que desfile só para mim.”

“Quem sabe?”, sorri, voltei ao provador e tirei o vestido.

Andamos ainda a esmo; deparamo-nos com um bar, estilo italiano.

“Vamos tomar uma taça de vinho para comemorar. Caso tivéssemos marcado, talvez as coisas não acontecessem desse modo”, falou.

Continuei olhando para ele. Eu estava realmente feliz. Jamais me desnudaria daquela fantasia. Agora que mergulhara nela, iria até o fim. Por trás dele, no fundo do corredor, havia uma livraria. As luzes e a vitrina compondo o cenário arremessaram-me com maior ímpeto na fantasia.

“Vamos tomar o vinho?”, insistiu no convite.

“Vamos!”

Percebeu meu entusiasmo.

Bebemos a garrafa inteira. Saímos às dez do Shopping.

“Aonde vocês está me levando?”, brinquei.

“Vou fazer uma surpresa.”

Naquele momento, ele já tinha definitivamente me conquistado. Tentei disfarçar. Não queria dar mole, como dizem os jovens.

Levou-me para um apartamento muito grande. Percebi que havia outras pessoas em casa, mas não incomodaram. Trancamo-nos em seu quarto.

Meu coração estava aos saltos. Mas disse a mim mesma: ‘Maria Lúcia, ou melhor, Karina, você precisa se controlar!’

Tivemos uma noite ótima. Como temia ser desmascarada (já pensou, que vexame!), fiz que abaixasse a luz. Pedi para que colocasse uma música suave. Quis dançar nua para ele, mas achei que desconfiaria. Karina não era afeita a danças. Quando o abracei e permiti que escorregasse para dentro de mim, ligeiro tremor sacudiu meu corpo. No início, tentei-me conter, mas logo me soltei completamente. Sussurrei em seu ouvido coisas impagáveis. Pedi que me amarrasse, que rasgasse minhas roupas, que me arranhasse a pele, e tudo mais que pude imaginar naquele momento. Caso concretizasse minhas palavras, não sei o que seria de mim. Mas o que ele mais fez foi procurar cada vez com maior avidez meus lábios; beijou-me cheio de fogo. Ficamos agarrados durante boa parte da noite. Depois que gozei, morri de vergonha!

“Aprendeste muitas coisas na minha ausência”, disse, introduzindo-me a língua uma última vez. Dormimos.

Acordei sobressaltada e parti antes do amanhecer sem que ele percebesse. Temi ser surpreendida por um dos pais dele. Conheciam Karina e na certa não cometeriam o mesmo engano.

Morri de medo, naquele dia e nos seguintes, que ele aparecesse lá em casa.

“Vou à sua casa qualquer hora dessas”, ouvira sua voz em meio ao arfar do amor e gozo.

Semanas depois, Karina soube através de uma amiga que Jeferson estivera no Rio, permanecera durante três semanas e embarcara para a Alemanha.

Só então pude respirar aliviada.

Jamais o reencontrei. Nunca contei a ninguém sobre aquela noite de amor. Tampouco à Karina.