Eu, com este corpo mignon, causo sensação na boate. Mas tenho um medo que me pelo. Sei lá, alguma coisa pode dar errado. Chego pelas duas da madrugada, porque a essa hora os homens já estão até certo ponto saciados. As mulheres adoram ficar nuas; eu não sou exceção. Deixo que eles me toquem, que namorem comigo, mas procuro evitar o principal. Gosto de me abaixar, colocar o pênis de algum dos rapazes para fora e introduzi-lo na minha boca. Faço qualquer um gemer de prazer. Dizem que não há ninguém melhor do que eu nisso. É preciso, porém, esclarecer. Os fatos que relato se passam numa festa que acontece uma vez no mês. Trata-se de uma festa fechada. Alugamos uma boate, que é entregue totalmente a nós. Temos todo nosso pessoal: recepcionistas, seguranças, homens de bar e garçons. Fazemos parte de um grupo grande, divertimo-nos. Às vezes, é permitida a entrada de convidados. Mas são casos especiais. Nossa festa pode ser aproveitada de várias maneiras. Há bebidas e comidinhas, muita música e nós, as mulheres. Bem, nós sempre gostamos de roupas curtas, exíguas, adoramos nos mostrar sexy, somos as estrelas das muitas extravagâncias que acontecem ali. Mas tudo depende do dia e do clima, isto é, do espírito da festa. Podemos durante toda uma noite ser as mulheres mais pudicas do mundo; noutra ocasião, no entanto, pode acontecer de ficarmos nuas, isso mesmo, sem roupa alguma, durante boa parte da noite. Sempre há pouca luz, e o acende e apaga prateado, dourado e colorido sempre apela mais pro escurinho.
Numa das últimas vezes, apareceu um homem que eu ainda não conhecia. Alto, porte atlético, dentes muito brancos, sorriso nos lábios, roupa justa no corpo. Eu estava muito à vontade, já passavam das três e trinta. Ele estava a mil por hora. Agarrou-me com força, encostou-me numa das paredes aveludadas, longe da pista. Não consegui escapar. Quando ia agachar, me puxou pela cintura e falou: quero você ereta. Levantou-me. Sua altura não permitia um confronto em pé de igualdade. Espere, quis dizer, não sinto muito prazer assim, ainda sou bastante jovem. Não me deu ouvido. Você é muito grande pra mim, ainda insisti. Mas também não me escutou. Eu estava morrendo de medo. Tentei fazer as contas; lembrar se estava no período fértil. Mas depois que deslizou uma das mãos sobre meu bumbum e com a outra me apertou os seios, me vi vencida. O que pedisse eu atenderia. Ajudei-o. Afastei as pernas. Seu pênis escorregou inteiro para dentro de mim. Quando acabamos, ele ainda quis dizer alguma coisa, mas não encontrei sentido nas suas palavras. Falei junto ao seu ouvido, pois o barulho era intenso, tenho de achar meu short e top, daqui a pouco a festa acaba, não quero voltar nua pra casa, houve uma vez em que só encontrei o casaco, que por sinal era muito curto. Corri. Desde aquela noite ando procurando por aquele homem. Mas, nas festas seguintes, não mais cruzei com ele. Até agora ninguém soube me dizer se pertence ao grupo ou se era um convidado especial.
Hoje, há mais uma festa desse tipo. E, pelo que estão dizendo, vai ser de arrepiar. Será que vou vê-lo? Já sei: vou de roupa comprida. Chego mais cedo e aproveito a noite, com discrição; não tiro a roupa nem permito que me dispam. Caso o descubra, faço-me difícil. Sei que repito sempre essas palavras. Mas na hora da empolgação, não resisto: acabo nua. E, tomara, nas mãos dele!
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