Naquela noite ele me acariciava de cima a baixo, beijava todo o meu corpo, aquecia-me com seu tórax, mordia-me, mas o que me deixou de cabelo em pé foi quando falou: você já voltou peladinha pra casa? Nem respondi, deixei que continuasse a me acarinhar. Pedi que me apertasse os seios. Continuou: hoje, vou colocar você nua num táxi. Fechei os olhos, beijei-o, cheia de volúpia. Pedi, venha, suba sobre mim, já não aguento. Calma, falou, temos tempo. Abracei-o, apertei seu corpo com toda força. Você é muito gostoso. E você, nua, é mais deliciosa. Procurei seu pênis, segurei-o com uma das mãos. Você vai ficar ainda mais linda caminhando de madrugada pelo passeio, nua, à espera de um automóvel. Você é tarado? Às vezes, respondeu-me procurando minha língua; quando a soltou, continuou: as mulheres adoram um homem com alguma tara. Beijei seu pescoço, deslizei as mãos por entre seu cabelo. Você não está acreditando, não é mesmo?, mas vou deixar você peladinha, é verdade, algumas mulheres pensam que os homens dizem essas coisas apenas como fantasia, na hora em que estão morrendo de tesão, mas eu, mesmo depois que gozo, continuo o mesmo, dou minha palavra. Fui novamente em busca de sua boca. Suas palavras deixaram-me sobressaltada, embora procurasse disfarçar. Seria aquele homem excepcional? Não me largaria após o gozo, como se eu não mais fosse necessária? Ao mesmo tempo em que um ligeiro tremor percorreu meu corpo, meu coração disparou. Mas não mais de preocupação; ansiava por saber como tudo terminaria. Não apresse as coisas, não tema, não há gozo melhor que esse, falou como se tivesse adivinhado meus pensamentos. Sentiu que meu corpo esfriou um pouco, não porque perdera a vontade de estar sob as carícias de seus braços e mãos fortes, mas porque aquele friozinho que dá na barriga na hora da incerteza expandiu-se além do que eu desejava. Venha, falou, deixe que eu a satisfaça. Não, retruquei, vamos demorar mais, assim morro de excitação, prefiro. Está bem, foram suas palavras. Pegou-me novamente, procurou meu clitóris com a boca, fez-me vibrar mais uma vez. Você já fez isso com outras? Sempre faço, falou ao subir novamente e deitar a cabeça sobre meus seios, ou você acha que é a primeira vez? Não nesse sentido, falei, mas sobre o que você disse que vai fazer comigo... Ah, entendi, já duas ou três saíram nuas, uma outra aceitou o táxi, algumas fizeram uma troca. Troca? Que troca?, minha curiosidade ainda me mata. Na verdade, todas elas aceitaram o jogo; no fundo gostam de um homem que as deixem em perigo, parece que se excitam com isso. Mas, fale da troca, ou do jogo, insisti. Ah, sim; duas ou três quiseram fazer de conta que chegavam nuas na casa do namorado. Chegavam nuas, como assim?, imaginei o que fosse, mas não consegui me conter. Sabe a letra da música? Aquela, de uma cantora que diz: vou bater na sua porta completamente nua, acho que é mais ou menos isso. Ah, sei, suspirei, e elas bateram? Ora se bateram, bateram e gozaram, o tanto mais que eu demorei para abrir. É mesmo? que loucura! Na verdade, não há nenhuma loucura nisso, continuou, há prazer. Mas como se deu o jogo?, estava picada pela fantasia. O jogo era: caso chegassem nuas, recebiam de volta o que vestiam, era uma troca, uma espécie de jogo substituto para não terem de tomar um táxi sem nada sobre o corpo. Entendi, suspirei ainda uma vez. Não fique preocupada, falou, vou dar a você todas as chances. Jura? Juro. E seu eu não quiser participar?, dei-lhe um beijo nos lábios após a última palavra. Querer? Não sei se dou a você esse direito; e, além disso, acho que depois não vai desejar outra vida, concluiu. Tem certeza? Oh, se tenho, confirmou. Então venha, sussurrei, quero gozar, quero experimentar a outra vida. Você quer jogar antes ou depois?, deu-me a chance da escolha. Hum, deixe-me ver; antes e depois!
quinta-feira, agosto 26, 2010
sexta-feira, agosto 13, 2010
Já que você faz questão...
Já que você faz questão, conto, embora ache um tanto doentio esse meio de se excitar. Quando sinto atração por alguém, não me importa que me leve para cama logo no dia que o conheço. Mesmo que o tenha conhecido numa festa, boate, ou mesmo no cinema. Não posso dizer que não sinto medo. Às vezes, o temor provoca arrepio. Talvez seja semelhante à maneira de você se excitar. Nunca passei por perigo algum. De todos os homens com quem saí logo de primeira, nenhum deles me causou dano. Muito pelo contrário, a maioria me proporcionou enorme prazer. Acho que já até tive a intenção de escolher alguém que pela aparência pudesse me colocar em perigo. Na hora do amor, porém, eram os mais carinhosos. Costumo ver filmes na televisão. Quando a história é sobre alguma mulher que foi assassinada por um maníaco, me contorço com medo de que o mesmo possa acontecer comigo. Mas depois, penso: ah, é cinema, não vai acontecer nada disso. Saio. Vou a algum lugar e paquero alguém. Caso na mesma noite me veja na cama com ele, sinto grande confiança. Nem me vem à cabeça o que ele poderia me fazer de mal. Certa vez eu atravessava as pistas ali em Botafogo. Não quis ir pela passagem subterrânea, preferi me arriscar entre os carros. Um perigo, não? Mas atravessei. Estava com uma saia muito curta, era um traje noturno, desses que a gente veste mas tem de chegar em casa antes que amanheça, caso contrário se passa vergonha. Um homem parou o carro. Era um negro de óculos escuros. Imagine. Um homem de dois metros, negro e de óculos escuros à uma hora da madrugada. Fez sinal para mim. Eu não queria dar bola para ele. Mas quando tirou os óculos achei o homem tão bonito, que sorri. Ele encostou o carro. Ficamos conversando. Depois, entrei e fui com ele. Confesso que senti um friozinho na barriga. Mas foi só naquele momento. Passamos uma noite maravilhosa. E ele me levou para um hotel tão lindo. Uma história engraçada aconteceu quando uns garotos me convidaram para ir a uma festa. Aliás, não eram tão garotos, tinham dezenove ou vinte anos. Na verdade, queriam transar comigo. Fingi que não entendi e fui com eles. Havia a festa mesmo. Bebemos muito. Depois, um deles me levou para um dos quartos, tirou a minha roupa e começamos a namorar. Ao acabar, pediu que esperasse um pouco. Tentei me vestir. Mas não encontrei o vestido. Achei que o escondera para tornar a brincadeira mais excitante. Vieram os outros dois amigos dele, um depois do outro. Pra contentar a todos, aceitei fazer amor com cada um. Ao sair o último, esqueci de perguntar pelo meu vestido. Passou muito tempo e nada de eles voltarem. Não queria sair nua pela casa, achei que seria desagradável. Reparei então que a janela era baixa e o meu carro estava estacionado logo depois, a uns três metros de distância de onde eu estava. Aguardei ainda durante algum tempo. Mas como continuava sozinha e já eram três e pouco da manhã, pulei a janela e corri até o carro. Ao volante, antes de dar a partida, olhei para ver se não encontrava algum deles. A casa estava escura e não tinha mais movimento. Provavelmente não havia mais ninguém. Naquele final de noite, voltei pra casa dirigindo nua. No caminho, não tive problema algum, mas perguntava a mim mesma: como vou fazer para entrar nua no prédio? Tomara que não haja ninguém. Ao chegar, pressionei o controle remoto e consegui passar despercebida pela garagem. Estava tudo deserto e silencioso. Pensei em subir pelas escadas. Mas como moro no oitavo andar, tomei o elevador. Carregava apenas a bolsa e estava calçada com uma sandália de meio salto. Quando o elevador parou no meu andar, pensei: ah, acho que consegui. Ao abrir a porta, no entanto, me deparei com a filha da síndica, uma adolescente. A moça deu um grito: “ah! O que aconteceu com a senhora?” Coloquei um dos dedos na boca em sinal de silêncio e disse: “depois te conto”. A seguir abri a minha porta e entrei. Foi a única vez em que me vi numa situação mais complicada. Mas nos meus flertes com diversos tipos de homens, nunca aconteceu nada de errado. Sempre dei e recebi muito amor. Gostou? E agora, vamos?
quinta-feira, agosto 05, 2010
Cris e o amor - 3
“Ah, Carla, não sabes o que aconteceu.”
“O que, Cris?”
“Uma cena do meu namoro com o Antônio foi parar num site.”
“Mas o que tem isso demais?”
“Muito, muito mesmo.”
“Como vão saber que é você?”
“Ah, vão, na certa vão, vai ser fácil. Escuta, não me interrompas, deixa-me te contar.”
“Tá bom, desembucha, então.”
“Foi o seguinte, ele narrou tudo o que aconteceu, direitinho. Não falta uma vírgula. Foi aquele caso sobre o qual te falei apenas superficialmente.”
“Que caso, Cris? Você já me contou tanta coisa...”
“Aquele caso que aconteceu quando fui ao apartamento dele; a história de que fiquei trancada nua do lado de fora, no corredor.”
“Mas isso já faz tanto tempo, Cris.”
“Tenho certeza de que vão saber que a pessoa retratada sou eu.”
“Tem o teu retrato, Cris? Caso não apareça foto não haverá problema?”
“Calma, Carla, deixa eu acabar de te contar. Foi uma brincadeira, daquelas que caímos na conversa do namorado e acabamos aceitando, tanto mais quando ele me falou que uma outra mulher já fizera o mesmo e ele adorou. Como gosto dele, resolvi também ir nua até o lado de fora. Aí ele trancou a porta. Não imaginas o que seja ficar cinco minutos nua no corredor de um prédio, com todas as outras portas em silêncio, o lugar escuro, mas tudo ameaçando a ruir numa fração de segundo se te descobrem nua. Fiquei gelada, mas resisti. Sorte minha que não apareceu ninguém. Quando ele abriu, já te falei, não?, entrei e me atirei nos braços dele. Foi uma transa maravilhosa. Mas ele colocar a história num site, já é demais. Passo a me sentir nua na frente de todos durante todo o tempo, as pessoas a me olharem sem eu ter o que vestir.”
“Calma, Cris, já te falei, esses sites não são tão lidos assim, as pessoas vão atrás de fotos, não atrás de histórias.”
“Fiz mais duas vezes, uma com ele e outra... Ah, a outra prefiro não contar, vais me achar completamente louca.”
“Conta, Cris, é bom você falar, assim vai se sentir melhor.”
“Não, acho que tu deverias ler, assim compreenderias tudo.”
“Está bem, me diga o site; leio e depois comento com você.”
“Toma, está escrito aqui. Vais achar que estou em maus lençóis, Carla, tenho certeza.”
“Nada disso, uma historinha dessas até estimula. É como já falei: caso não haja fotos, não há problema.”
“Carla, quero te falar mais um segredinho. Olha, além da história, há lá uma foto sim. E sou eu, perfeita. Não tenho nem como contra-argumentar. Já imaginou na escola, caso alguém descubra? Vou ter de pedir demissão.”
“Há foto mesmo, Cris? Como você se deixou fotografar?”
“Ah, Carla, na hora adorei, nem pensei nisso, mas agora, acho que nada tenho a fazer.”
“Caso alguém veja, negue!”
“Como vou negar? Já te falei, sou eu completinha, não dá para negar.”
“Então vamos à casa dele; vamos pedir para que retire a foto e a história desse bendito site!”
“Não, Carla, fui apaixonada por ele, sabes, e acho que ainda sou. Ele é tão bonito! Caso eu apareça lá acho que sou capaz de perder a cabeça e ficar nua de novo. Então vou ter outro problema.”
“Vou pra você, Cris; me diga como entrar em contato com ele.”
“Não, Carla, tenho certeza de que tu não serás capaz. Caso o encontre, amanhecerás desesperada o tanto como estou agora. Vais me contar a mesma história. Portanto, vamos ter dois problemas...”
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