Já falei sobre o corpo mignon que muitas mulheres apresentam.
Não apenas as jovens, mas também as que já se adiantam nos anos. Vistas por trás,
muitos homens pensam que elas navegam na maré dos vinte e poucos, às vezes
acham que ainda não completaram dezoito. Ao vê-las pela frente, no entanto,
percebem o ligeiro equívoco. Mas a vontade de estar com elas, para a maioria,
não diminui, tanto mais a pele nas pernas e nos braços esticadinhas. Nada de
estrias nem rugas. Não quero me autopromover ao me incluir neste grupo. Já não
sou jovem, porém jovial e, pelas costas, muitos acham que sou uma garotinha.
Mesmo que descubram a verdade, não abandonam a paquera, principalmente se estou
na praia. Meu biquíni é uma coisinha à toa. Outro dia enquanto caminhava no calçadão me acendeu uma nova chama. É que conheci um jovem. Isso
mesmo, um jovem. Olhei bem nos seus olhos e falei:
“Você tem certeza de que deseja namorar comigo?”
“Sim”, respondeu sucinto.
“Ok”, dei o aval.
Passeamos de mãos dadas.
“Esse seu vestidinho é cheio de charme”, reparou.
“Não é um vestidinho, é uma saidinha de praia. Você gosta
porque é curto, não?”
“Isso mesmo. E em você fica uma delícia”, ressaltou.
“Delícia?, não sou sorvete”, adverti.
“Quem sabe”, sorriu. “Gosto de morder a casquinha.”
“Não tem casquinha, não”, revidei, “só creme.”
Ele de repente ficou louquinho.
“Não tem casquinha, como assim?”, quis certificar.
“Todo na pele, direto.”
Lá veio ele querendo um canto escondidinho para roçar por baixo do meu
vestido.
“Calma”, alertei, “vamos devagar.”
E ele continuando louquinho.
“Você quer deixar a titia peladinha?”, acendi-o mais.
“Sim”, sucinto de novo.
“Vamos primeiro tomar água de coco", sugeri.
Sem que ele nada retrucasse, sentei à mesa do quiosque próximo. O empregado logo nos atendeu. Ao saborear a água, observei o mar, estava calmo, mas poucas pessoas se aventuravam ao mergulho.
"Você parece uma pessoa muito tranquila", ele disse. Naquele momento, seus impulsos haviam arrefecidos.
"Gosto de admirar a paisagem, gosto de saborear nossos frutos", sorri após a última palavra.
"Acho você muito atrevida."
"Ah, provocação, os homens adoram."
Ficamos em silêncio durante um ou dois minutos. Meu jovem enamorado mostrou-se como o tipo de pessoa que não começa um diálogo; espera o assunto, para depois falar alguma coisa.
"Você mora com seus pais?", perguntei.
Sem que ele nada retrucasse, sentei à mesa do quiosque próximo. O empregado logo nos atendeu. Ao saborear a água, observei o mar, estava calmo, mas poucas pessoas se aventuravam ao mergulho.
"Você parece uma pessoa muito tranquila", ele disse. Naquele momento, seus impulsos haviam arrefecidos.
"Gosto de admirar a paisagem, gosto de saborear nossos frutos", sorri após a última palavra.
"Acho você muito atrevida."
"Ah, provocação, os homens adoram."
Ficamos em silêncio durante um ou dois minutos. Meu jovem enamorado mostrou-se como o tipo de pessoa que não começa um diálogo; espera o assunto, para depois falar alguma coisa.
"Você mora com seus pais?", perguntei.
"Apenas com meu pai, não tenho mãe", falou meio sem jeito.
"Convida as garotas para o apartamento?"
"As vezes sim, mas hoje está lá a faxineira. E você, vive só?”
"Convida as garotas para o apartamento?"
"As vezes sim, mas hoje está lá a faxineira. E você, vive só?”
"Como posso viver só se tenho mil namorados?", falei e caímos na gargalhada.
"Será que me convida a ir à sua casa?", insinuou.
"Sim, mas a praia está tão boa, que tal aproveitarmos?"
"É boa a ideia", completou.
“Tenho uma sugestão interessante.”
"Qual?", ele, curioso.
“No começo da praia, vista da pedra do Arpoador a paisagem é linda.”
Caminhamos até lá. Misturamo-nos às pessoas que passeavam pela orla. Ao subirmos a primeira pedra, apontei na direção de toda a extensão de areia.
"Veja, que bonito, acho que não há outro lugar assim."
Ele olhou, mas nada comentou, para ele era a mais comum das paisagens. O rapaz tinha o olhar dos jovens que, na maioria das vezes, persegue apenas os instintos. Comprova o que digo sua ação seguinte, me abraçou demoradamente.
"Veja, que bonito, acho que não há outro lugar assim."
Ele olhou, mas nada comentou, para ele era a mais comum das paisagens. O rapaz tinha o olhar dos jovens que, na maioria das vezes, persegue apenas os instintos. Comprova o que digo sua ação seguinte, me abraçou demoradamente.
“Você vai tirar o vestidinho?”, ansiava.
“Só se você fechar os olhos”, fingi rubor.
Assim foi feito. Meu corpo mignon em suas mãos.
Como com todo jovem, pude sentir o amor fresco. Mas também como acontece a quase todos os jovens, ele não era um bom amante.
Mesmo assim, aceitei outro convite seu, quando me telefonou dias depois.
“Mas
não pode levar meu vestidinho como lembrança, viu? Onde já se viu, deixar a titia peladinha...”
Como sou escolada em brincadeiras desse tipo, na verdade brincadeiras juvenis, acabo incentivando os garotos. Eles adoram. Depois de me conhecerem, não querem outra vida. E sou eu que preciso fugir quando se apaixonam.
Como sou escolada em brincadeiras desse tipo, na verdade brincadeiras juvenis, acabo incentivando os garotos. Eles adoram. Depois de me conhecerem, não querem outra vida. E sou eu que preciso fugir quando se apaixonam.