segunda-feira, setembro 28, 2020

Agora vem, deita aqui ao meu lado

Você sabe, estas histórias de gênero são complicadas. Ainda bem que existe a Margarida e ela me deixa escrever aqui, já que você quer em tempo real. Escute, cada homem tem a sua fantasia. A tua é me ver nua escrevendo ao vivo.

Mas sobre gênero, o ponto principal e saber separar. Uma coisa é sexo; outra, gênero. A pessoa ter nascido homem e depois se tornar mulher não significa que tenha se submetido a uma cirurgia. Você compreende, não? Grande parte dos transgêneros transforma o corpo, mas não significa que o masculino tenha que se tornar totalmente feminino, nem o feminino se tornar masculino. Hoje, é possível para quem nasceu homem tornar-se mulher no nome civil, mesmo que mantenha o pênis. Para quem nasceu mulher e deseja se torna homem, também tem o mesmo direito, é lógico, pode mudar de identidade sem precisar de exame médico para mostrar que passou a ter um pênis! Muitas vezes, porém, quando a gente arranja namorado, não é assim que ele entende. A compreensão geral ainda é muito antiquada, as pessoas nada sabem sobre isso e são cheias de preconceitos.

Quanto ao jeito de namorar, outro problema. Há trans, como eu, que se tornou mulher mas não retirou a principal marca masculina, o pênis. Tenho nome de mulher, está na identidade. Para que os homens entendam, em geral, preciso dar aula. Sério, já pensou, você nua, na cama de um hotel, a dar aulas do que é transgênero. Existem muitos livros, basta comprar e ler, muita literatura interessante. Mas ele quer escutar da minha própria voz. Depois quer ver, examinar. Não vim aqui pra isso, assim perco a tesão. Há travestis (vamos usar a palavra que os homens adoram, embora não signifique exatamente transgênero), bom, há travecos que levam faca, punhal, navalha, tudo na bolsa, dizem que é para se defender. Não trago tais objetos, não me acostumo com armas. Mas a violência acontece porque muitos homens querem fazer maldade ao trans. A primeira ação que muitos adoram é nos roubar a calcinha. Querem ver como vamos fazer para o peru não escapar por baixo da minissaia, ou do vestidinho. Sério, não são poucos os que têm esta fantasia. Outra coisa, alguns querem nos colocar objetos dentro do cu. Houve um que me enfiou um bombom. Sério, com celofane e tudo. O chocolate desapareceu. Deixa que eu procuro, ele disse. Tive de ficar agachada um tempo enorme, tremendo de medo de que não conseguisse e aquilo me fizesse mal. Quando encontrou, tirou o papel, ainda esfregou o chocolate no meu anus e o comeu. Que loucura, você deve estar pensando. Mas existem ainda coisas piores, não quero contar aqui. Outra ação é quererem tirar fotos da gente. Cruze as pernas, agache, levante, sente, mostre os seios, agora cubra-os, esconda o peru, mostra. Um transtorno. Para que você quer tantas fotos?, estou aqui com você. Trata-se de uma fantasia, e quando o assunto é fantasia é difícil tirá-la da cabeça dos homens. Só pra terminar, ainda faltou contar outro ponto. Na maioria das vezes, peço por favor, não toque no meu pênis. Mas os homens não se satisfazem, querem porque querem me ver de pau duro. Quase não tomo hormônios, sou feminina de natureza, mas quando insistem em me deixar de peru duro, meu organismo produz hormônios também masculinos e isso me desestabiliza. Gosto de fazer amor, mas que não toquem no meu pinto. Quando gozo, lógico que ejaculo, mas o pinto vai estar mole, sem problema algum. Não é dele que preciso pra gozar,

Então, gostou da minha história, você também tem fantasias, mas ela é soft. Agora, vem, deita aqui ao meu lado, teu peru parece ser muito gostoso.

terça-feira, setembro 22, 2020

Bom demais

Meu namorado me adora ver almoçando, jantando ou mesmo fazendo um breve lanche. Diz que demonstro muito prazer, parece que estou na plenitude de um orgasmo. Sério, não acredita? Outro dia me pediu algo surpreendente. Que eu almoçasse nua. Deixe-me, ao menos, cobrir os seios, não fica bem mastigar com os seios dependurados, à borda da mesa. Fui ao quarto e voltei vestida apenas com um top. Comecei a comer. Ele reparou meus movimentos da boca, meus olhos a demonstrarem o gosto pelo alimento. Nua, de pernas cruzadas, à mesa, a mastigar, sinto-me cavalgando sobre ele, num namoro à hora tardia. Ele imagina o mesmo, olha-me, boa a trepada. Quando vê minha garganta mover-se, o momento da deglutição, goza junto comigo. Um dia desses, não satisfeito apenas a me olhar, filmou-me, bem próximo; focou a cabeça, a boca, o pescoço, todos meus os movimentos que envolviam a mastigação e os traços que a alimentação deixa na gente. Engoli o último pedaço da sobremesa, um pudim de leite condensado. Foi então que molhei a cadeira, adivinhe por quê. Acho que por isso usamos calcinha, não é bom molhar os lugares por onde passamos. Agora, conta você, já que começou com a história de namorados, do que eles gostam e coisa e tal.

O meu me adora ver movendo os lábios, mas não é bem na hora da refeição. Quem me dera fosse assim, suave, de modos refinados, como o teu. Vou te pedir emprestado, viu. Meu namorado é selvagem. Não sei, mas acho que me acabei acostumando. Ele pega, me puxa pra junto dele, me levanta, enfia um peru imenso dentro de mim; eu grito, peço pra me colocar no chão, reclamo, mas tudo não passa de um faz de conta, finjo que estou furiosa. Mas doidinha pra abrir as pernas. Adoraria que ele me pedisse o mesmo, essa tal deglutição, inteiramente nua, afastado de mim, a me observar mastigando. Ele me quer ver engolindo, sim, mas é a porra que sai do pau dele. Você nunca engoliu porra, ou só engole pudim de leite condensado? Finjo que não gosto, mas o sabor passa a ser uma delícia depois da terceira vez, além disso, o líquido é quente, acho que tem a temperatura do corpo. Ainda bem que fazemos tudo dentro de um quarto, na minha casa, ou num hotel. Tenho uma amiga que anda nua por aí, a pedido do namorado. A gente não imagina o que as pessoas fazem para ter um namorado nos dias de hoje.

O meu não é só delicadeza, não, ele também é selvagem, tem os dois lado. Quer-me ver comendo, sim, mas quando eu encosto nele, ele desperta, parece que estou na selva. E quanto a esse negócio de sair nua por aí, ah, nem fala, você não imagina o que já me aconteceu.

Conta, gosto das tuas histórias.

Não, não posso contar, pelo menos hoje, não, quem sabe um dia desses.

Minha amiga... Espere, me deixa acender o cigarro. Hum, bom esse cigarro, depois não querem liberar pra fins recreativos, não sabem o prazer que é isso. Minha amiga, tenho uma conhecida que ficou nua numa estrada, saltou do carro nua e ficou no acostamento. O namorado foi dar umas voltinhas e ela a esperar por ele. Veja se isso é concebível, uma mulher tão instruída, professora universitária, nua numa estrada!

Prefiro falar sobre os doces, os doces que comi nua!

Há homens de todos os tipos. São sempre um pouco tarados. É bom que sejam assim, pelo menos tem interesse por nós e nos dão prazer. Imaginem se ficam vendo TV e depois vão dormir.

Imaginem se ficam vendo a mulher nua comer e depois vão dormir. Vão dormir com ela cavalgando por cima dele! Que tal mais um café?

Boa ideia. O café, esse cigarro e essas histórias. Bom demais.

terça-feira, setembro 08, 2020

Pastilha

Gosto de vestir apenas o pulôver, nada mais sobre a pele. Desce até às coxas, estico o tecido sempre a me escapar. O tal agasalho é do namorado, seu tecido quente sobre o meu corpo me excita bastante. Lembro uma amiga, faz algum tempo que não a vejo, gosta também de andar vestida assim, apenas o pulôver, mas o prefere curto. Gosto que me cubra até as virilhas, costuma dizer. Nossa, mas está tudo de fora, alerto. É assim mesmo, diz. Espera o namorado com a bunda de fora. Deixo o espelho e sento à beira da cama. O agasalho sobe, cruzo as pernas, dou a esticadinha. Vocês têm fogo no rabo, dirá ele, caso me veja assim. Não só no rabo, eu rebaterei. Que tal sair, vamos passear, você, só de pulôver. Ah, os homens e suas fantasias. Sério?, faço de conta que não acredito. Me abrace, vem. Seu braços me apertam, suas mãos correm sobre minha pele quente, sob o pulôver. Tire, vai, me deixe nua.

Queremos a vida independente, como a dos homens, profissão que nos dê autonomia. Mas na hora do sexo, somos cadelinhas a permitir o cão a montar. Tenho amigas que não os querem mais, os homens. Talvez seja por causa disso, a dita independência. Mas, no fundo, sei que o desejo de trepar não as abandona. Arranjam artifícios, modos diversos de fazer sexo, pretextos para gozarem mais e mais. Às vezes se pensa num homem que dá muito prazer, alguém com quem se tenha trepado e o gozo flui fácil. Fica-se, então, cheia de fogo, deita-se na cama e aguarda-se. Será que ele vem. A gente nua, esperando. Uma pastilha, instrumento erótico, para ser colocada dentro da xereca. Incendeia, crescem as chamas. O namorado vem, já está à porta, ouço o ruído da chave, seus passos adentram. Logo estará sobre o meu corpo. Minha temperatura sobe, escalada em etapas, até que gozo, após lânguido mexer das coxas, sutil roçar de entre pernas. O namorado imaginário já tendo partido, nenhum aborrecimento, a felicidade, a independência, o orgasmo certificado. Certa vez tirei uma foto, sério, uma foto do gozo, a fenda toda molhada. Acho que a tal pastilha dissolve e torna nossas secreções mais espessas. Enviei a foto a um antigo amante, vivia me pedindo uma foto nua. Na embriaguez do gozo, acabei indo além do que pedira. Depois, ai, que vergonha, minha xereca molhadinha guardada na gaveta dele, mesmo nas horas em que estou séria, no trabalho. A tal independência, o gozo, já vai no passado.

O pulôver sobre minha pele, eu nua, o namorado, desta vez real, preste a chegar. Mas onde a tal pastilha? Abandono o namorado, mas não a pastilha. Quando abrir a porta, já a terei engolido. Ainda bem, há vários modos de engolir uma pastilha.

terça-feira, setembro 01, 2020

Piruzão

Eu tinha um amigo que, quando queria transar, lhe telefonava. Logo eu estava na sua casa, uma beleza. E o homem tinha um piruzão muito gostoso, daquele tipo que faz uma curva na ponta e a gente se sacode para atingir o máximo de gozo. Ele morava num bairro próximo ao centro da cidade, fácil de chegar, melhor ainda para ir embora. Eu não passava a noite toda com ele. A gente trepava, conversava um pouquinho, e eu partia. Às vezes ele tinha um vinho, servia uma taça, uma delícia. Certa vez, no lugar do vinho, uma batida de maracujá, vou ficar com sono, eu disse; não foi o que aconteceu, fiquei doidinha, ainda com mais tesão. Vivemos assim durante vários anos, não havia compromisso, bastava telefonar e marcar. Assim como eu gostava do sexo com ele, ele gozava muito comigo. Eu entrava na casa dele, pedia para ir ao toalete, tomava um banho e já vinha nua para a cama; às vezes, antes abraçava-o, ainda de pé, ficávamos agarrados um ao outro durante um bom tempo, beijava-o na boca, ele então começava a me fazer carinho, não demorava e seu peru enorme já estava dentro de mim, eu molhadinha. Mas meu amigo se mudou, foi para outra cidade, não o encontrei mais, uma pena.

Os homens que arranjei depois jamais foram iguais. Havia uns que me queriam quando assim o desejassem. Com meu amigo, era eu que telefonava, eu que marcava. Outros inventam coisas mirabolantes, vou contar algumas. Mas antes, digo que houve um que me pediu em casamento. Qualquer uma teria aceitado, mas eu não gostava dele. Mesmo que gostasse, não sei se aceitaria um casamento, algo que prende muito, e eu gosto de ser uma mulher livre. E o homem tinha dinheiro. Alguns falavam muito, contavam vantagens, queriam primeiro ir a um bar, enchiam-se de bebida. Não sou assim, sinto vontade de trepar e já quero ir para cama, no máximo uma rápida taça de vinho antes. Há homens que são machistas, querem a mulher sob suas asas, desejam dar ordens. Houve um que me convidou para um pagode, entre ele e os amigos, depois a gente vai lá pra casa, aí faz o que você mais gosta, chegou a me dizer. Não fui ao pagode, aquele batuque repetido, uma porção de homens com bafo de cerveja. Depois que meu amigo se foi, tive um parecido com ele, sim, mais silencioso ainda, sempre com um livro dentro da bolsa, queria também falar de literatura. Não sou muito de ler, dizia eu, mas gosto de poesia. O homem se pôs a recitar poemas, e alguns eram até bonitos, fáceis de serem compreendidos. Mas um dia, disse que não viria mais, iria se casar. E casou mesmo. O que há de se fazer? Sempre esperei reencontrar meu amigo, de quem falo no começo, por isso acho que corri a cama de vários homens, quem sabe um se não igual ao menos parecido com ele. Dentre as loucuras pelas quais passeis, houve um que me deixou nua uma noite inteira, num hotel! Nada de anormal, alguém poderá dizer, mas a história não foi bem assim. Disse que já voltaria e sumiu, saiu do apartamento, eu desesperada, sem saber o que fazer.  Ai, meu Deus, será que terei que pagar a noite de hotel, não tenho um centavo? Mas ele voltou, enquanto eu cochilava e o sol nascia. Você não notou nenhuma falta?, perguntou. Sim, você, eu disse abraçando-o. Não é isso, uma falta além da minha pessoa. Não notei, o que me estaria faltando? Abriu a mochila e tirou minhas roupas de lá de dentro, todas as peças. Tive que me ausentar, mas levei tuas roupas, tive receio de que partisses. Valha-me, disse eu, ainda bem que nada notei, se já estava desesperada porque desapareceu, imagine se me descubro abandonada e pelada? Abracei o homem e quis que me comesse o quanto antes.

Mas estou investigando, vou descobrir o meu amigo, homem de quem gostei mais. Não porque tinha o peru maior do que todos os outros homens com quem já trepei, mas porque estou descobrindo o que é o amor.

Não é uma loucura todos esses homens, cada um com sua mania? Jamais contei a amiga alguma minhas aventuras, não confio nas mulheres. Além disso, há muita inveja. Outro dia uma me veio contar sobre o novo namorado, perguntou se eu conhecia o homem, já que a cidade é pequena. Quando reparei, era o tal que me convidou para o pagode. Não, jamais o vi, enganei-a. Deixa pra lá, já que gosta de desfilar de biquíni, acho que vai poder rebolar bastante. Quem sabe, para ela, seria mais vantajoso encontrar o tal que me surrupiou o vestido!