Eu tinha um amigo que, quando queria transar, lhe telefonava. Logo eu estava na sua casa, uma beleza. E o homem tinha um piruzão muito gostoso, daquele tipo que faz uma curva na ponta e a gente se sacode para atingir o máximo de gozo. Ele morava num bairro próximo ao centro da cidade, fácil de chegar, melhor ainda para ir embora. Eu não passava a noite toda com ele. A gente trepava, conversava um pouquinho, e eu partia. Às vezes ele tinha um vinho, servia uma taça, uma delícia. Certa vez, no lugar do vinho, uma batida de maracujá, vou ficar com sono, eu disse; não foi o que aconteceu, fiquei doidinha, ainda com mais tesão. Vivemos assim durante vários anos, não havia compromisso, bastava telefonar e marcar. Assim como eu gostava do sexo com ele, ele gozava muito comigo. Eu entrava na casa dele, pedia para ir ao toalete, tomava um banho e já vinha nua para a cama; às vezes, antes abraçava-o, ainda de pé, ficávamos agarrados um ao outro durante um bom tempo, beijava-o na boca, ele então começava a me fazer carinho, não demorava e seu peru enorme já estava dentro de mim, eu molhadinha. Mas meu amigo se mudou, foi para outra cidade, não o encontrei mais, uma pena.
Os homens que arranjei depois jamais foram iguais. Havia uns
que me queriam quando assim o desejassem. Com meu amigo, era eu que telefonava,
eu que marcava. Outros inventam coisas mirabolantes, vou contar algumas. Mas
antes, digo que houve um que me pediu em casamento. Qualquer uma teria
aceitado, mas eu não gostava dele. Mesmo que gostasse, não sei se aceitaria um
casamento, algo que prende muito, e eu gosto de ser uma mulher livre. E o homem tinha dinheiro. Alguns falavam muito, contavam vantagens, queriam primeiro ir a
um bar, enchiam-se de bebida. Não sou assim, sinto vontade de trepar e já quero
ir para cama, no máximo uma rápida taça de vinho antes. Há homens que são
machistas, querem a mulher sob suas asas, desejam dar ordens. Houve um que me
convidou para um pagode, entre ele e os amigos, depois a gente vai lá pra casa,
aí faz o que você mais gosta, chegou a me dizer. Não fui ao pagode, aquele
batuque repetido, uma porção de homens com bafo de cerveja. Depois que meu
amigo se foi, tive um parecido com ele, sim, mais silencioso ainda, sempre com
um livro dentro da bolsa, queria também falar de literatura. Não sou muito de
ler, dizia eu, mas gosto de poesia. O homem se pôs a recitar poemas, e alguns
eram até bonitos, fáceis de serem compreendidos. Mas um dia, disse que não
viria mais, iria se casar. E casou mesmo. O que há de se fazer? Sempre esperei
reencontrar meu amigo, de quem falo no começo, por isso acho que corri a cama
de vários homens, quem sabe um se não igual ao menos parecido com ele. Dentre as
loucuras pelas quais passeis, houve um que me deixou nua uma noite inteira, num
hotel! Nada de anormal, alguém poderá dizer, mas a história não foi bem assim.
Disse que já voltaria e sumiu, saiu do apartamento, eu desesperada, sem saber o
que fazer. Ai, meu Deus, será que terei
que pagar a noite de hotel, não tenho um centavo? Mas ele voltou, enquanto eu
cochilava e o sol nascia. Você não notou nenhuma falta?, perguntou. Sim, você,
eu disse abraçando-o. Não é isso, uma falta além da minha pessoa. Não notei, o
que me estaria faltando? Abriu a mochila e tirou minhas roupas de lá de dentro,
todas as peças. Tive que me ausentar, mas levei tuas roupas, tive receio de que
partisses. Valha-me, disse eu, ainda bem que nada notei, se já estava desesperada
porque desapareceu, imagine se me descubro abandonada e pelada? Abracei o homem
e quis que me comesse o quanto antes.
Mas estou investigando, vou descobrir o meu amigo, homem de quem
gostei mais. Não porque tinha o peru maior do que todos os outros homens com
quem já trepei, mas porque estou descobrindo o que é o amor.
Não é uma loucura todos esses homens, cada um com sua mania?
Jamais contei a amiga alguma minhas aventuras, não confio nas mulheres. Além
disso, há muita inveja. Outro dia uma me veio contar sobre o novo namorado,
perguntou se eu conhecia o homem, já que a cidade é pequena. Quando reparei,
era o tal que me convidou para o pagode. Não, jamais o vi, enganei-a. Deixa pra
lá, já que gosta de desfilar de biquíni, acho que vai poder rebolar
bastante. Quem sabe, para ela, seria mais vantajoso encontrar o tal que me
surrupiou o vestido!
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