Queremos a vida independente, como a dos homens, profissão que nos dê autonomia. Mas na hora do sexo, somos cadelinhas a permitir o cão a montar. Tenho amigas que não os querem mais, os homens. Talvez seja por causa disso, a dita independência. Mas, no fundo, sei que o desejo de trepar não as abandona. Arranjam artifícios, modos diversos de fazer sexo, pretextos para gozarem mais e mais. Às vezes se pensa num homem que dá muito prazer, alguém com quem se tenha trepado e o gozo flui fácil. Fica-se, então, cheia de fogo, deita-se na cama e aguarda-se. Será que ele vem. A gente nua, esperando. Uma pastilha, instrumento erótico, para ser colocada dentro da xereca. Incendeia, crescem as chamas. O namorado vem, já está à porta, ouço o ruído da chave, seus passos adentram. Logo estará sobre o meu corpo. Minha temperatura sobe, escalada em etapas, até que gozo, após lânguido mexer das coxas, sutil roçar de entre pernas. O namorado imaginário já tendo partido, nenhum aborrecimento, a felicidade, a independência, o orgasmo certificado. Certa vez tirei uma foto, sério, uma foto do gozo, a fenda toda molhada. Acho que a tal pastilha dissolve e torna nossas secreções mais espessas. Enviei a foto a um antigo amante, vivia me pedindo uma foto nua. Na embriaguez do gozo, acabei indo além do que pedira. Depois, ai, que vergonha, minha xereca molhadinha guardada na gaveta dele, mesmo nas horas em que estou séria, no trabalho. A tal independência, o gozo, já vai no passado.
O pulôver sobre minha pele, eu nua, o namorado, desta vez real, preste a chegar. Mas onde a tal pastilha? Abandono o namorado, mas não a pastilha. Quando abrir a porta, já a terei engolido. Ainda bem, há vários modos de engolir uma pastilha.
Nenhum comentário:
Postar um comentário