terça-feira, dezembro 21, 2021

Paredes

Eu estava subindo pelas paredes. Como tenho um amigo para essas horas, telefonei para ele. Antes eu entrava num site, e procurava alguém. Mas, um dia, houve um incidente, por isso, por segurança, passei a preferir o amigo.

Você quer aproveitar?, perguntei pelo telefone, aproveite, assim como eu, mas não vá se apaixonar, viu.

Nada disso, meu amigo é profissional. Veio no mesmo dia. Recebi-o vestidinha, disfarçando o fogo. Às vezes, eu dava um suspiro.

Lembrei-me, então , de uma amiga. Ela diz ter umas lingeries lindas, tudo presente do namorado. Visto para ele tirar. Adorável, um namorado que dá calcinhas de presente. Quando ela quis saber se o meu não era semelhante ao seu, ao menos em relação aos presentes, eu disse num tremelique de lábios: ah, o meu leva minhas calcinhas de lembrança, volto pelada pra casa.

Meu amigo conversou um pouco, contou umas histórias, rimos, bebemos cada um uma taça de vinho. Depois, pediu-me que encostasse a uma das paredes.

Quero ver você subir.

Não!, alertei, pedi que você viesse aqui para evitar que eu as escalasse.

Tirou minha roupa. Senti o frio da alvenaria sobre os seios, eu de costas para ele. A seguir, me suspendeu, e me penetrou a boceta, como os cães fazem com as cadelas. Permaneci alguns segundos suspensa, colada à parede, como uma aranha, equilibrada na ponta do seu pênis.

A posição me excitava. Gritei forte. E nunca gozei tanto. Ele teve de abafar o som.

O síndico vai chamar a polícia, vai pensar que alguém está te matando, sussurrou no meu ouvido.

Me mata, me mata de tesão, quero morrer assim, gritava eu cada vez mais alto.

Depois me levou para cama, onde o enlevo foi mais suave. Mesmo assim, meus orgasmos se multiplicaram. No final, fechei os olhos e dormi.

Quando acordei, ele já tinha partido. Ainda bem, eu ainda nua. Nessa hora é bom estar sozinha. Morro de vergonha depois do gozo.

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