quarta-feira, maio 11, 2022

Quem seria a tal Eliete?

Posso me sentar nessa poltrona? Adoro ficar nua, e me acomodar numa poltrona desse tipo deve ser a maior sensação. Que bom, obrigada, mas me deixe vestir a calcinha, porque do jeito que estou, o estofo vai ficar marcado. Você sabe que na minha casa quase não dá para eu estar nua, as janelas dos vizinhos são muito próximas, quando é bem tarde e tudo vai muito escuro, então arrisco. Você não quer que eu vista a calcinha? Pegue então um forro para a poltrona. Ah, está bom, serve o papel toalha. Você gosta de me ouvir, não é mesmo? Então, tiro toda a roupa de madrugada, nenhuma luz nas outras janelas. Aqui é distante, posso desfilar nua o dia inteiro. Tive um namorado que não me deixava entrar na casa dele vestida, acredita? Logo que eu pisava depois da porta, me entregava um cabide onde eu devia pendurar ali toda a roupa, a calcinha eu entregava nas mãos dele. O homem levava tudo lá pra dentro, nem sei onde guardava. Certa vez, cheguei vestindo uma camiseta comprida, sem nada por baixo, deixei o homem louco. Na hora de embora, ele não queria me devolver a tal camiseta. O homem era tarado. Eu sentava nua e ele gostava de contar histórias de sacanagem no meu ouvido. Em todas eu era a protagonista, e ia sempre nua.  Você quer saber por que a gente terminou, um namoro assim tão estimulante? Ah, não sei se conto, tenho vergonha. Você me dá o que de presente, se eu narrar tudo? Jura? Vou pensar, espere um pouco. Não gosto de ficar falando coisas como essas, porque depois, há homens que querem fazer o mesmo com a gente. São situações perigosas. Mas conto sim, você é atencioso e adora me dar presentes. Tenho uma amiga que passou mal pedaço. Ela acabou saindo nua ao lado do namorado, e se deu mal, posso dizer o nome dela porque você não a conhece e dificilmente vai conhecê-la, se chama Eliete. O namorado morava numa casa onde havia a garagem ao lado, ela corria nua do corpo da casa para o carro e eles saíam, até que... Ele deixou a mulher nua, na estrada, acredita, disse que voltava em dez minutos, que ela esperasse abaixadinha. Ele não voltou. Ela afirmava e reafirmava que já tinham praticado a brincadeira várias vezes, ele sempre voltava. Mas há uma vez em que as coisas não dão certo, eu acabei dizendo a ela. Como ela fez pra voltar nua pra casa? Nem conto, foi um problemão. Vamos continuar com nosso jogo aqui, estou adorando a poltrona, agora diz alguma coisa. Ah, você gosta também de contar histórias? Que ótimo, estou ouvindo. Você quer mostrar algo surpreendente, já sei o que é, você deve estar muito excitado, mas antes quer saber sobre as janelas próximas à minha, se um dia alguém me surpreendeu nua! Olhe que conto, você não vai gostar. Quer ouvir mesmo? Sim, e foi alguém muito bonito, um homão que me vinha paquerando, eu já tinha notado. Acabei deixando o espião entrar!, e disse a ele fui eu quem te descobriu, se você conta pra alguém, conto de você. Ele trepou comigo naquela noite, depois foi embora e não mais voltou, achei melhor assim. Agora mostra o que prometeu. Não acredito. Um biquíni! Não vai me pedir para vestir. Sei, você vai narrar a história da minúscula peça, deixe eu segurar enquanto você conta, é pequena, a mulher devia ser mignon.

Acho que vou fugir do seu apartamento, quem sabe nua mesmo, depois dessa história, você deve ser parente do homem que deixou minha amiga nua na estrada, se não for o mesmo. Coitada da mulher, ela não procurou você depois? Também pudera, que situação. 

Agora venha, vamos parar um pouco as histórias porque, se continuar, saio correndo porta afora. Me abrace, quero ficar de pé primeiro, encostadinha na parede, ela está fria fria, e eu cheia de tesão. No final, você devolve minha roupa, viu, não vou embora nua, não. Agora vem, estou quentinha. O quê? Não contei a história do namoro estimulante que acabou de repente? Você me prometeu dar um presente caso eu conte o final?  Contei, sim, você não entendeu. Quem seria a tal Eliete?

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