Posso tirar a blusa?, perguntei depois de me sentar num estofado de dois lugares, no apartamento do novo namorado. Chegáramos havia pouco. Apesar da noite recente, fazia muito calor, acho que era dezembro.
Fique à vontade, ele respondeu.
Não tirei apenas a blusa, mas também o top. Os peitos de
fora, nada de acanhamento, o que se espelhava na minha face era muita
naturalidade. Veio-me à mente uma amiga que dizia ficar nua, mas tinha que ter
pelo menos um top: ao contrário, sentia-se constrangida. Como você pode estar
nua se está de top?, perguntei certa vez. Ah, é o modo de dizer, ela retrucou.
Eu não agia por malícia, sentia mesmo muito calor, calor de verão. Estávamos
ali porque passeáramos durante toda a tarde, quando andamos em busca de árvores
e flores. A caminhada fora longa, nosso objetivo alcançado. Podia dormir nua
por inteiro, mas caso ele quisesse namorar, teria de esperar pela minha
revitalização. Repouso e água gelada faziam parte do meu cardápio.
Eu ainda não trepara com ele, nem me vira nua.
Como você pode ser tão dada?, alguém perguntaria. Não sou
dada, aliás, não gosto da expressão. Ser alguém dada, pode ter significado
duvidoso, quem sabe uma mulher que dá para todos os homens que conhece. Sou
espontânea.
Meu amigo me trouxe um copo com suco de abacaxi. Que
delícia, duas pedrinhas de gelo dentro, eu tomando a pequenos goles. Acho que foi
o suco que me excitou, jamais ouvi dizer que abacaxi deixa as mulheres
mordidas. Enquanto eu bebia, ele me olhava sem mirar meus seios.
Gosto de andar nua, é verdade, o motivo não é apenas o
calor, adoro ver um homem admirar meu corpo, principalmente meus seios, fartos
e rijos. Mas ele fazia de conta que eu era a mulher mais vestida do mundo. Agora
estou na dúvida, não sei se foi a minha atitude ou o suco de abacaxi. Algo começou a me picar.
Sente aqui, pertinho de mim, pedi e levei aos lábios o suco,
mais uma vez. Depois, pousei-o sobre a mesa, voltei-me ao namorado e colei meus
lábios aos seus. Um longo beijo. Tomei uma das suas mãos e trouxe-a para sobre
um dos meus seios. Ele o apertou. Suspirei, abri os olhos sorrateira e o vi de
olhos fechados, perdido no longo beijo.
Me dê licença, pedi quando voltamos à posição inicial. Levantei-me,
desabotoei a bermuda e a deixei escorregar. Pronto, de calcinha, peitos à
mostra. O restante, naquele momento, era com ele.
Lembrei Gisele, que andava de biquíni pela rua principal de
uma das cidades litorâneas, a parte de baixo era uma tirinha a toa bem enfiada
no cu. Queria conquistar o gerente de uma loja de presentes para o lar.
Voltando ao namorado. Naquele início de noite, não tive tempo de pensar o que o homem achava de mim, o namoro de uma semana, uma jovem em seus braços, mulher fácil, peladinha, despreocupada da calcinha largada debaixo da mesa.
Ah, o cansaço? Nem sei. Acho que o deixei pro outro dia.
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