Vou te contar, escuta, foi muito excitante, nunca fiquei tão solta. Saí com ele, aquele cara que conheci semana
passada, já te falei sobre o homem. Fomos a um bar, entramos, sentamos e
começamos a conversar. Papo vai, papo vem, cada um contava um caso, assunto puxa assunto e coisa e tal. Ele olhava pra mim, os olhos
brilhantes; eu, pra ele, revelando já certa volúpia, e olha que fui vestidinha,
super bem-comportada. A seguir, ele perguntou: você quer beber o quê? Acho que
um coquetel. Olhamos o cardápio, cada coquetel que era uma maravilha. Escolhi
um composto com gin, de cor azul, lindo. Chamamos o garçom, pedimos. Não passou
muito tempo, as duas taças diante de nós. À medida que consumíamos, a conversa
ficava mais animada. Ele pediu alguns salgados, muito gostosos por sinal, umas
pastas, torradas etc. O garçom voltou, colocou tudo sobre a mesa. Comíamos com
delicadeza, a conversa versou sobre teatro, cinema, atores e atrizes. Juro, não
sabia que ia ficar tão animada, não conseguia me conter, comecei a rir, às
vezes o escutava com tanta atenção, que parecia estar prestes a me fazer uma
descoberta.
Lá pelas tantas, sugeriu: vamos beber mais, ok? Como eu já estava rindo à toa, nem respondi. Quando veio o outro coquetel, só ficávamos quietos ao colocar a boca na beirada do copo para tomar mais um gole. Comecei a contar casos que eram segredos, como o que aconteceu com a Luciene, lembra? Conheces a história: era mais de meia-noite quando ela me telefonou, tive de sair às pressas para buscá-la no centro da cidade, levei uma canga para que não voltasse nua pra casa. Ele achou a história muito engraçada. Como uma mulher vai parar num quarto de hotel com o namorado e na hora de ir embora não encontra as próprias roupas? Falei de outras amigas minhas, suas dissimulações. Ele ouvia. Também revelei que estou sozinha há muito tempo. Permanecemos no bar até as seis da tarde.
Ao nos darmos por satisfeitos, ele
pediu a conta e saímos abraçados um ao outro. Andamos um pouco pela rua, pensei
de repente: aonde é que nós vamos agora? Ele não me falava nada sobre isso,
estávamos ali pelas imediações do Largo. Então, convidei: vamos até lá em casa
tomar um café? Ele aceitou.
Entramos na rua das Laranjeiras e
seguimos em frente. Depois do viaduto, ainda andamos duas quadras e dobramos à
direita, na minha rua. Chegamos ao prédio. Subimos.
Logo que entramos, fui a cozinha e
coloquei a cafeteira pra fazer o café.
Voltei à sala e me sentei ao lado dele. Em certo momento, não aguentei,
era tanto fogo que eu sentia. Nossos rostos estavam próximos, dei-lhe um beijo
na boca. Não duvide, fui eu que tomei a iniciativa. Ficamos agarrados, ele me
abraçando, até que falei espera um instantinho. Corri ao banheiro, tirei toda a
roupa, todinha mesmo, envolvi o corpo numa toalha e voltei pra sala. Pedi pra
que ele se levantasse e viesse me dar um abraço. Ele obedeceu. Levantou-se e
veio até o centro da sala. Dei-lhe outro beijo na boca, com bastante ímpeto.
Abracei-o com força. Ele puxou a toalha, que foi ao chão. fiquei agarradinha a
ele, nua por inteiro. Acabou me carregando no colo e me levou pro quarto.
Aí aconteceu, foi uma transa
inesquecível. Que loucura. Lembro perfeitamente. Nem colocamos camisinha,
nenhuma proteção. Perdi mesmo a cabeça. Ele me acariciou de todas as maneiras.
Depois, fez o principal. Que delícia! Ainda ficamos deitados durante umas duas
horas.
Quando levantamos, voltei à cozinha
e trouxe o café, que ainda não havíamos bebido. Sentamos novamente lado a lado
no canapé e bebemos, eu ainda nua. Continuamos a conversar, mas com poucas
palavras. Vez ou outra ele me tocava a pele, me beijava o rosto ou os lábios.
Em um momento, tocou-me um dos seios. Comecei a sentir de novo uma enorme
quentura.
Ele partiu às onze e trinta, tinha
de acordar cedo pra trabalhar. Eu, então, comecei a pensar na nova situação, tudo
tão de repente. O que vou fazer daqui pra frente? Sei, Glória, pra você as
coisas são mais fáceis. Quanto a mim, sou ainda um pouco dura, sem jogo de
cintura, como dizem por aí. Além disso, veja a minha idade, já não sou uma
garota, não sei se uma nova relação amorosa vai me fazer bem. O amor nos deixa
aos sobressaltos. Você acha mesmo? Que bom, vou pensar, tudo bem. Ok, um beijo,
amanhã a gente se fala.
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