quinta-feira, novembro 05, 2009

Fui parar na cama dele

“Adriana, você não imagina o que me aconteceu nesses dias.”

“Já sei, conquistou um homem lindo.”

“Isso não é novidade, é algo que vai além.”

“Trata-se de um membro da família real!”

“Não brinca, Adriana, não é nada disso, deixe-me contar.”

“Deixe-me? Então, deixo-te!”

“Escute só. Sabe aquele cara com quem eu tenho saído?”

“Ah, aquele último, que foi colega de trabalho de uma amiga nossa?”

“Esse mesmo.”

“Estou curiosa.”

“Num dia desses, eu ainda estava fazendo aquele jogo de esconde-esconde; não queria logo chegar ao ponto culminante; você me entende, não?”

“Entendo, mas isso pode ser dito sem tanto rodeio, Lara.”

“Permita-me os rodeios; sou uma mulher barroca.”

“Que bom, o barroco é dado a novelos.”

“Ainda bem. Então, Adriana, ele falou: ‘não podemos ficar nos agarrando assim em lugares públicos, como cinemas e restaurantes, não temos mais idade para isso’.”

“Acho que ele tem toda a razão.”

“Aceitei o convite para jantarmos num restaurante aconchegante; depois, fui parar na cama dele.”

“Então você aproveitou...”

“Ao chegarmos na sua casa, ele não tentou coisa alguma, nem mesmo me beijou. Foi à geladeira, apanhou uma cerveja, ofereceu-me. Recusei. Bebeu sozinho enquanto escutávamos uma música. De repente, levantei-me e fui até o quarto. Nunca havia estado lá. Deitei na cama dele. Chamei-o de lá do quarto. ‘Antônio, venha até aqui, por favor’.”

“E ele foi?”

“O que você acha? Claro. Quando entrou, me viu deitada na cama de casal. Fui eu quem disse: ‘deite aqui junto a mim’. Ele deitou e me deu um longo beijo na boca. Foi aí que tudo aconteceu.”

“O quê?”

“Não imagina?”

“Imagino, Lara, mas quero ouvir você contar.”

“Deixei que ele me tirasse toda a roupa. Eu nua, e ele ainda vestido. Então me beijou de novo. Depois começou a acontecer o principal.”

“E foi bom?”

“Foi ótimo, mas fiz uma loucura.”

“Qual?”

“Lembra que contei a você que fiquei grávida aos dezessete anos porque não resisti às carícias de um namorado?”

“Lembro; mas essa gravidez já fez mais de vinte anos.”

“Isso, mais de vinte anos, mas continuo a mesma louca, a mesma irresponsável.”

“Como assim, Lara?”

“Não resisti a tanta excitação. Deixei que ele me penetrasse sem camisinha.”

“Verdade?”

“Verdade. Na hora, não sei se foi uma vontade inconsciente de correr perigo ou tesão demais.”

“E como você ficou?”

“Fiquei e ainda estou preocupadíssima. Veja só, a minha filha é uma pessoa responsável, diz que só transa de camisinha, tem o maior cuidado com seu corpo, tem um grande controle sobre seus instintos. Pelo menos é assim que ela diz. E a mãe é totalmente irresponsável.”

“E agora, Lara, o que vai fazer?”

“Não há o que fazer.”

“E quando ele convidar você novamente?”

“Não sei. Acho que levo eu a camisinha.”

“Ele aceita?”

“Acho que aceitar, aceita; o problema não é ele Adriana; o problema sou eu. Sou completamente louca. Principalmente se estou nua e na cama de um namorado. Não fale pra ninguém, mas acho que trepo melhor com o perigo!”

Nenhum comentário: