Eu não aceito, não, mas tenho amigas que dizem sim. Acho perigoso sair com um homem na primeira vez, tanto mais quando o conheço numa boate. Já sei para onde quer me levar e o que pretende. Mas tenho amigas que aceitam. Se você quiser, eu apresento uma ou duas a você. Caso achem você bonito, agradável, nem pensam duas vezes. É normal que, primeiro, queiram aproveitar a boate até a hora em que a festa acaba. Mas depois concordam em sair. Os homens de modo geral oferecem cerveja, colocam-se prontos para satisfazer o desejo de cada uma de nós, vão ao bar e voltam com uma porção de coisas. Tenho amigas que aproveitam. Vêm à boate, não pagam para entrar nem compram nada. Eles é que pagam. Mantenho certa reserva, porque você sabe como é; quando aceitamos, pode saber que vão querer algo em troca. No final, acham que já é certo nos levarem para cama. Às vezes, uma amiga que aceita sair com um desses tipos num primeiro encontro, diz: “Júlia, você fica de sobreaviso?” É lógico que fico. Para elas é uma questão de segurança. O que é ficar de sobreaviso? É ajudar, caso aconteça alguma coisa. Você tem razão, em situações que envolvam risco de vida, ou mesmo em caso de espancamento, não será possível nem a mim nem a pessoa alguma ajudar. Essas coisas, porém, dificilmente acontecem. E as mulheres, quando saem com alguém, não contam com isso. Acham que o homem que está diante dela quer apenas namorar. Então não pensam nessas coisas. Mas elas pedem esse favor porque às vezes pode acontecer que se vejam em apuros. Aí, a que ficou de sobreaviso é chamada. Já ajudei duas amigas em momentos diferentes. Faz algum tempo. Os rapazes agora estão mais comportados, mais solícitos. Uma vez uma me telefonou para ir apanhá-la num lugar distante. O homem com quem saíra a abandonou num trecho perigoso da cidade. Ela não conseguia pegar condução para casa. Uma outra me pediu para levar roupas num hotel. Seu recente amante, num momento de maior excitação, rasgou-lhe o vestido. Lá fui eu, então. Não posso deixar uma amiga voltar nua pra casa, não é mesmo? Mas, de modo geral, os tempos estão calmos; há muito que nada de mal acontece. Você está me convidando para sair? Ficou excitado com o que contei, não? Já falei, não costumo sair na primeira vez. Quem sabe, amanhã ou depois. Quer que o apresente a uma amiga? Não? Só serve eu? Nem sou tão bonita... Você quer ir a um lugar para bebermos? Mas já estamos bebendo aqui, no bar da boate. É melhor você não insistir. Vamos dançar e esquecer isso. Depois, perto do final, caso você ainda esteja comigo, prometo que faço uma surpresa. Qual? Não vou dizer agora. Se digo, deixa de ser surpresa. Aposto que você vai adorar. Se eu vou deixar alguém de sobreaviso? Esqueça isso. Vamos dançar!
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