Senhorita, por favor, precisa deixa esse local, a casa já vai fechar.
Um minutinho só, por favor.
Já esperamos muito, não há mais ninguém na casa, apenas a senhorita, por favor.
Me dê só mais trinta segundinhos, prometo.
Senhorita, só trinta segundos.
“Jô, por favor, estou na Dreans, houve um problema, o quê?, não é a Jô, desculpe.”
“Alô, Jô? Ah, Jô, que bom... O que houve? Estou nua. Isso, nua, pelada, preciso de ajuda, o maître está batendo na porta do banheiro e quer que eu saia. O quê? Não pode fazer nada, está ocupada? Tentar a Samara? Tá bom, Jô, tchau...”
“Alô, Samara? Oi, é a Dani, socorro, Samara!, foi a Jô que me mandou ligar. Por quê? Apuros. Estou nua; vê se me ajuda. Como aconteceu? Imagina, Samara, imagina; você sabe... O quê? Tentar a Cleide, Tchau, Samara...”
“Cleide? Dani. O que houve pra eu ligar essa hora? Imagina! Estou em apuros, preciso de um vestido. Na Dreans. Como aconteceu? Cleide, imagina; pode me ajudar?, por favor, o homem tá batendo na porta. Não posso sair nua do banheiro. O quê?, está acompanhada? Deixa pra lá, me viro, tchau.”
“Jussara? É a Dani. Estava dormido? Preciso de você, são cinco da manhã, estou em apuros. Isso, nua. Na Dreans. É? Vai mandar? Só daqui a meia hora? Mas o homem está derrubando a porta. Mas manda assim mesmo, tchau.”
“Tati, desculpe acordá-la tão tarde, ou tão cedo, não sei. Ah, não estava dormindo? Bom, é que estou em apuros. Na Dreans. O que aconteceu? Estou nua. Isso, pelada; houve um problema; ah, imagina! O pior é que o maître está derrubando a porta do banheiro. A Jussara ficou de me mandar um vestido, mas daqui a meia-hora. Será que você não está mais perto? No Leblon? Ah, não vai dar; tchau.”
Senhorita, não podemos esperar mais, vamos chamar a segurança para tirá-la daí.
Espere, já arranjei uma saída; só demora quinze minutos.
Não posso esperar, já vai amanhecer.
Vou abrir, mas antes que eu saia, dê uma olhadinha aqui pra dentro, por favor.
Oh, a senhorita está nua!
O que você acha?
Não tem o que vestir?
Não!
Por que não falou antes?
Tem alguma solução?
Sempre temos. Você não é a primeira nem será a última mulher nua no banheiro de uma boate, no fim de uma festa...
Então, e a solução?
A senhorita pode contar o que houve?
Mas você não estava com tanta pressa?
Ainda estou, mas para ajudá-la, preciso saber...
Ah, imagina!
Sim, creio que posso imaginar.
E a ajuda?
Calma, senhorita, tudo há de acabar bem, como acabou para as outras.
“Jussara, já estou em casa; não precisa mais mandar o vestido. O quê? Não ia mandar mesmo? Só falou aquilo para me acalmar? Estava ocupada? Não faz mal, sua atitude até que ajudou. Como é que eu fiz? Ah, imagina!”
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