Sonho sempre que estou pelada. Isso é um inferno para mim! Vejo que estou no meio da rua e não tenho nada para me cobrir. Tenho medo de que um dia esses sonhos se tornem realidade. Às vezes penso em cantar nua em cima do trio elétrico, no carnaval, apenas o corpo pintado. Mas será que o sonho não é realização inconsciente desse desejo?
Uma amiga me disse que também tinha esse tipo de sonho. Aparecia nua nos lugares mais movimentados e nunca tinha nada para se tapar. Morria de vergonha. Até que um dia descobriu que se fingisse que não estava nua, ninguém a reparava. A partir daí, começou a curtir o sonho. Falei a ela: “comigo acontece de outro modo, quando começo a pensar que posso dominar o sonho, acordo.” Ela disse que no começo também era assim, mas é uma questão de exercício. “O sonho é um faz de conta, como no teatro, se nos damos conta de que estamos atuando, tudo se modifica, você pode então andar nua ao bel-prazer, as pessoas nem reparam. Quando se tem o domínio, pode-se aproveitar mais, e pra você que é uma cantora famosa, que não tem tanta liberdade como nós, vai ser ainda melhor.”
Não sei, não. Outro dia comprei um biquíni minúsculo. Fui à praia e fiquei ao sol. Disfarçada de boné e óculos escuros, ninguém me reconheceu. Mas os homens ficaram me olhando muito. Pensei: não estou sonhando, tenho certeza, nem sinto vergonha apesar de estar quase nua. Mas nós, mulheres, não sentimos vergonha na praia, porque todas se vestem assim, é um lugar apropriado para isso. Se estivesse de biquíni no centro da cidade, nem pensar... Mas se sonho que estou nua no centro, o biquíni seria uma grande solução. Mas nem isso acontece.
Hoje, ao dormir, vou tentar controlar meus sonhos. Se puder andar pelada e ninguém notar, vai ser ótimo. Mas vai que eu me engane e saia nua de noite, de verdade. Só em pensar fico toda arrepiada. Há quem diga que já saiu nua, com o namorado. Será?
Lembro agora de uma história engraçada. Há alguns anos, quando ainda não era famosa e andava de ônibus, escutei duas adolescentes conversando. Uma contava à outra que ela e uma amiga ficaram peladas na piscina de um clube. “O problema foi que eu e a Jéssica lançamos os nossos biquínis de dentro d’água para a cadeira onde estivéramos, aí apareceu um homem...” Não pude saber o que aconteceu depois porque elas se levantaram e saltaram antes de mim. Confesso que fiquei excitada. Mas, pensando bem, uma coisa é certa, se conseguem ficar peladas na piscina, já não precisam do sonho.
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