“O que você gostaria de fazer?”, Carlos me perguntou na
primeira noite.
“Não conheço nada por aqui, é melhor você escolher”,
respondi.
Embora morasse a duzentos quilômetros da capital, ele dirigiu até o Rio para me levar ao teatro, o Maison de France.
Depois jantamos num restaurante da Zona Sul. Lá pela uma
da madrugada, sempre carinhoso, me levou para um hotel na Praia do Flamengo.
“Você é muito bonita, deixa eu fazer algumas fotos suas”,
pediu.
“Você é fotógrafo?”
“Mais ou menos.”
“Como alguém pode ser mais ou menos um fotógrafo?”, eu quis
saber.
“É que não trabalho profissionalmente com fotografia, mas
sempre trago a câmera para clicar o que acho belo.”
“Então quer dizer que sou bela?”
“Belíssima”, sentenciou.
No apartamento do hotel, fiz várias poses para ele.
Não pediu para me fotografar nua, mas, como já tinha bebido e estava
soltinha, sugeri a foto mais ousada. Sentei-me comportadíssima, de pernas
cruzadas, mas inteiramente nua. Meu braço direito cobria parte dos seios, e eu sorria. Ficou linda a foto. Logo depois ele me mandou por e-mail.
Naquela mesma noite namoramos destemperadamente. Como Carlos me deu prazer! Conforme fui ficando excitada, comecei a gritar: "ai, vou perder a cabeça, vou perder a cabeça, não aguento mais; ai, estou perdendo, estou perdendo a cabeça, estou nas tuas mãos; por favor, não perde a tua, te segura, não goza dentro, por favor; ai... ai... ui... ui... estou gozando, estou gozaaaaannnndo". Ele foi cavalheiro, me fez gozar três vezes; só depois vestiu a camisinha, me penetrou mais uma vez e gozou.
No dia seguinte voltamos à sua cidade. Ali há uma praia
linda. Mesmo não sendo verão, fomos tomar sol e banho de mar. Ficamos o dia
inteiro passeando. Almoçamos num restaurante rústico e depois voltamos para a
praia. Então ele me pediu algo que me deixou primeiro temerosa, mas depois arrepiada.
Queria que eu tirasse o biquíni dentro d’água e desse a ele para guardar lá no
guarda-sol, junto aos nossos pertences.
O arrepio durou uns cinco minutos, e os saltos do meu coração mais ou menos dez. Enfim, aceitei. Tirei o biquíni e
entreguei a ele.
Como foi bom a partir daí. Nuazinha dentro d'água pelo resto da tarde. Carlos ora ao meu lado, ora à minha frente, ora às minhas costas. Perdi a cabeça mais uma vez. Nem tremi quando uma moça e um rapaz passaram junto a nós. Transar naquela
praia foi demais.
À noitinha fomos para casa, e não conseguimos parar de trepar.
Veio o domingo, era meu último dia na cidade. Viajamos quarenta
minutos até Búzios. Achei a cidade encantadora.
No final da tarde, pedi outra foto a ele:
“Você me fotografa nua, nessa praia?”
“É pra já”, suspirou de alegria.
Mesmo com pessoas aqui e ali, tirei as duas peças e
pedi que ele agisse rápido. Acho que pensaram que eu era atriz. Apenas um
garoto se aproximou ao constatar que eu estava nua, mesmo assim ficou a uma boa distância.
À noite, parti de volta à minha cidade. Tinha de voltar, não havia jeito. Muitas promessas da parte dele e cara de choro a minha. Mesmo assim tive ideia para mais uma ousadia. Esqueci (de propósito) o biquíni na torneira do chuveiro. Minutos antes, eu perdera a cabeça mais uma vez. Aliás, perdemos os dois.
A foto que me apanhou nua na praia, lembrança
boa dele, lembrança boa daquele final de semana. Por que não fiquei com o homem?
Acho que perdia a cabeça.
Acho que perdia a cabeça.
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