sexta-feira, agosto 17, 2012

Bateu-me à porta uma moça aqui do bairro

Outro dia bateu-me à porta uma moça aqui do bairro. Era tarde da noite e ela estava inteiramente nua. Isso mesmo, nuinha. Tenho certeza absoluta de que eu não estava delirando nem se trata de fantasia de quem beira os 70 anos de idade.

Pediu-me para entrar e, percebendo minha assustada fisionomia, não se fez de vexada. Já na sala de estar, perguntou-me em voz baixa: “o senhor deixa eu dar um telefonema?” Sentou-se então na cadeira que fica ao lado da mesinha do telefone, cruzou as pernas, tomou nas mãos o aparelho e se pôs a discar o número desejado, ou necessário, não sei.

Travou breve e quase monossilábico diálogo com a pessoa que estava do outro lado da linha. Num determinado momento, tapou o bocal e me perguntou: “qual o endereço daqui mesmo?” Falei e ela o repetiu para quem a ouvia.

Após desligar, pediu-me mais um favor: “posso ficar aqui uns dez ou quinze minutinhos?”

Assenti com um movimento de cabeça. Perguntei-lhe também se desejava mais alguma coisa.

“O senhor tem uma revista? Assim o tempo passa, não?”

Trouxe-lhe a revista. Era uma dessas semanárias. Ela se pôs a ler com interesse. Ainda mantinha a perna direita sobre a esquerda. Comportava-se como se fosse a pessoa mais vestida do mundo.

“A senhorita não precisa de algo para cobrir-se, quero dizer, uma camisa pelo menos?”, arrisquei.

“Ah!”, foi sua única resposta.

De repente ela abandonou a cadeira, pôs-se de pé, encostou-se à parede e cobriu os seios com um dos braços. Sorrindo, continuou:

“Será que o senhor ainda consegue?”, com a face luminosa, inclinou a cabeça e olhou o próprio corpo.

Aproximei-me, ela segurou-me e começamos quase uma dança, eu ainda vestido. Depois de algum tempo, ela própria abriu-me a calça e puxou o meu pênis. Para não relatar os pormenores, relaciono apenas sua última e destemperada fala:

“Me esporra, me esporra todinha, goza dentro de mim, vamos, goza muito, me deixa encharcada.”

Apesar da minha idade, suas palavras provocaram-me excitação jamais sentida.

Quando terminamos, ela voltou à cadeira, olhou para mim e falou:

“Agora aceito sua camisa”, transmitia uma ponta de vexo.

Dez ou quinze minutos depois, chegou quem ela esperava. Era uma mulher, e trazia-lhe um casaco, desses compridos, quase um sobretudo.

A moça vestiu-o, agradeceu e se foi.

Ainda a vi uma ou duas vezes em alguma rua aqui do bairro. Piscou para mim e sorriu. Tinha a mesma face luminosa daquela noite e, em seus olhos, ainda pude perceber ecos de suas palavras no momento de gozo.

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