“Quando me vais amarrar?”
Apenas riu.
“Falo sério”, continuei, “falas o tempo todo nisso e não
concretizas.”
“Você quer mesmo?”
“Claro, pois não diria à toa.”
Ainda nua, levantei e procurei um cordonete. Voltei ao
quarto e o entreguei a ele.
“Você quer agora?”
“Agorinha. Neste mesmo instante.”
Deitei-me e lhe ofereci os punhos. Amarrou-me. Os braços atados
forte à cabeceira; as pernas, abertas, presas pelo cordão, que ele enroscou na
parte inferior do estrado.
“Ainda falta algo”, sugeri.
“O quê?”, olhou-me curioso.
“Quero que me amordaces.”
Foi ao banheiro e voltou com uma fita larga de esparadrapo. Grudou-a
sobre minha boca.
“E agora, o que faço?”, perguntou.
Por meio de “hum, hum", expressei-me. Mas meu olhar,
mais convincente, apontou-lhe o pênis.
Começou a brincar sobre o meu corpo. De repente, deu a
sugestão.
“Espere, pensei uma coisa mais excitante. Vou sair um pouco
e deixar você amarradinha aí.”
Levantou-se e começou a vestir-se. Ao me olhar, quando acabou
de calçar o tênis, reparou minha testa franzida.
“Não fique preocupada, volto logo.”
Bateu a porta e saiu.
Fiquei a meditar sobre o que estava tramando. No início até
achei boa a ideia, mas com o escorrer dos minutos comecei a ficar preocupada.
Como ele poderia ter feito isso comigo? Eu, sem me poder soltar, sem a
capacidade de emitir sons, e sozinha em casa.
Meu coração ia adiantado quando ouvi a porta abrir.
“Entre, por favor, espere aqui na sala”, ouvi a voz dele. Nossa!
Quer dizer que ele trazia alguém.
“Será que não estou incomodando?”, a outra voz, e de mulher.
“Não, fique um pouco, ela já chega, disse que não ia
demorar.”
“Prefiro voltar mais tarde.” Só então reparei que era a
vizinha. “Ela me prometeu a receita, mas não é tão urgente.”
“Vou procurar. As coisas dela ficam numa gaveta no quarto,
um momentinho”, levantou-se e veio para junto de mim. Sorriu e falou em
surdina: “acha melhor chamá-la para vir até aqui?”
Movi a cabeça querendo dizer que não, que a despachasse.
Ele voltou à sala de mãos vazias.
“É melhor eu ir, estou com a comida no fogo. Depois falo com
sua mulher.”
“Ok, dou o recado”, ele falou.
“Ouvi a porta bater.”
Voltou então ao quarto. Havia tirado toda a roupa.
“Viu? Deixei você por um triz”, subiu sobre meu corpo.
Trepamos.
Eu estava molhadinha, de nervoso e de desejo. Devido à
situação, gozei duas vezes. Depois, destapou-me a boca e pediu que eu o
chupasse, ainda amarrada. Foi então que gozou,
Só no dia seguinte tocou de novo no assunto:
“Quer que eu amarre você hoje?”
“Claro. E estou a imaginar quem irás trazer dessa vez.”
“Que explicação daremos à visitante?”, ele quis saber.
“Nenhuma. Mas quero que a dispa e a amarre também. Só que na sala.”
"E o que faço caso eu traga um homem?”
"E o que faço caso eu traga um homem?”
“Nada, basta que o mande vir ao quarto no teu lugar.”