Sempre gostei de tomar banho de mar. À noite, então, nem se fala, me faz ficar toda arrepiada. Posso entrar nua no mar.
Descemos à areia no Remanso. Ele deixou o carro perto de um quiosque, havia algumas pessoas tomando cerveja e conversando. Peguei meu namorado pelo braço e fizemos o caminho inverso. Não queria ninguém nos vendo entrar pelo escurinho da praia.
Quando chegamos à beira, ele perguntou: “você veio de maiô?”
Sorri para ele, dei-lhe um beijo sobre uma das bochechas, levantei o vestido e o tirei pela cabeça. Pedi que o segurasse, corri, mas antes de entrar na água voltei e lhe entreguei também a calcinha. Achei melhor ir nua, minha fantasia predileta. E tão poucas vezes realizada.
Mergulhei. As pessoas de modo geral temem o mar à noite, acho que por causa da escuridão, ou mesmo porque pensam que podem ser atacadas por algum peixe maior. Mas não tenho esse temor. Os peixes se afastam quando sentem as pessoas próximas. Cortei várias ondas, o mar estava bravio. Cheguei a nadar até após a primeira arrebentação. Fiquei a flutuar naquele pedaço de mar. Sempre que alguma onda se levantava, eu me abaixava ou a cortava. Havia correnteza em direção ao oceano, sabia que para voltar precisaria esperar um pouco e contornar pelo lado esquerdo de onde eu estava. Embora a situação não fosse fácil – a água gelava-me todo o corpo –, a sensação era muito prazerosa. Meu corpo inteiramente nu furando as ondas era quase um gozo. O que me preocupou a partir de certo momento não foi o fato de o mar estar batendo ou de eu estar tomando banho de mar nua, mas o pressentimento de meu namorado, por não me poder ver, pensar que eu estivesse em dificuldades. Isso poderia levá-lo a dar o alarme. Então, algumas pessoas viriam me procurar. Comecei achar melhor voltar à praia. Como não conseguia nadar em linha reta devido à corrente, fiz um contorno que me custou uns quinze minutos. Ao ver que poderia chegar à areia, dei mais algumas braçadas e peguei uma onda, surf de peito. As pessoas não sabem como é gostoso praticar esse tipo de esporte, tanto mais pelada. Outro gozo. Quando senti meus pés tocarem o fundo, caminhei e saí d’água. Mas... Cadê meu namorado?
O local estava escuro, era possível perceber o pessoal no quiosque, lá longe, mas sobre as areias não havia ninguém. Agachei à espera. O vento frio me fustigava a pele. Como dentro d’água a sensação era de uma temperatura mais amena, tive vontade de voltar ao mar. Porém avistei alguém correndo em minha direção. No começo, temi. Quem sabe um desconhecido? As batidas de meu coração se aceleraram. O homem abraçou-me não se importando com o meu corpo molhado, beijou minha boca e depois falou: "sua fantasia é tomar banho de mar nua, a minha é transar com você nas areias da praia".
Deitou-me e subiu sobre o meu corpo. Depois de gozar duas vezes dentro d’água, quem iria negar que não era o momento? E, agora, com alguém dentro de mim.
"Tenho também minhas fantasias", sussurrou, "e uma delas sempre foi encontrar uma mulher nua na praia. Vou levar você pra minha casa", beijou-me e concluiu: "peladinha."
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