quinta-feira, fevereiro 21, 2013

Já que tá, deixa ficar

Quando nosso grupo de dança ainda não era profissional, certa vez viajamos para uma apresentação em Vitória. Logo que chegamos à cidade, fomos para o hotel. Como os quartos eram duplos, ficamos juntas eu e Rejane. Lá pelas onze da noite, quando quase todos já estavam dormindo, cochichei no ouvido de minha amiga:

“Onde será que está o Jardel?”

Jardel era o único dançarino do grupo. Aliás, ele nascera homem, mas seu corpo, apesar de grande, era quase o de uma mulher. Ele tinha até um pouco de seios. Certa vez vestiu-se de mulher. Ninguém desconfiou que não fosse uma das nossas.

Rejane também não sabia o número do apartamento do rapaz. Pusemo-nos a investigar. Lembramos que ele fora um dos últimos a receber a chave, por isso deveria estar num dos números mais altos do andar. Percorremos todo o corredor e paramos diante da porta do último apartamento. Encostamos o ouvido e ouvimos som de TV lá dentro.

“Vamos bater”, sugeri, “caso não seja o dele, a gente inventa uma história e pede desculpas.”

Bati três vezes. Acertamos na mosca. Era o quarto de Jardel.

“O que vocês desejam?”, perguntou com ar de surpresa.

“Ficar um pouco com você”, falei apressada.

Ele abriu a porta e nós entramos.

“Vocês não acham que é hora de descansar.”

“Mas nós queremos namorar você”, falei e o agarrei pelas costas.

“Namorar?”, mostrou-se surpreso.

“Isso, mesmo, nós duas, ao mesmo tempo.”

Enquanto eu o segurava por trás, Rejane abraçou Jardel e tacou-lhe um beijo na boca.

“Gente, por favor, ainda não pensei em namorar alguém, nem sei se vou escolher mulher para isso. Por enquanto, penso na minha carreira.”

“Sei que você pensa em sua carreira, todas nós pensamos, mas o que haverá demais se nos divertirmos um pouco?”, argumentei enquanto acariciava suas costas.

“Nos divertirmos?”, perguntou ele.

“Isso, vamos fazer de nossos corpos uma grande diversão”, Rejane falou e fez cócegas sobre o seu ventre.

“Não sei, não estou acostumado a esse tipo de diversão”, tentava esquivar-se.

“Basta que você deixe por nossa conta”, afirmei.

Rapidamente o despimos. Rejane beijou-lhe a boca de novo enquanto eu comecei a brincar com o pênis do rapaz. Não demorou estava duríssimo.

“Gente, por favor, estou sentindo uma coisa super estranha”, pôs-se a repetir isso várias vezes.

“No começo é assim mesmo, depois você acostuma”, falou Rejane.

Coloquei seu pênis dentro da minha boca, chupei-o com muita voracidade.

Depois de algum tempo, invertemos as posições. Enquanto Rejane o abocanhava, eu beijava-lhe a boca e fazia carinho no restante do seu corpo.

“Rejane, cuidado pra ele não gozar, também quero um pouco, viu?”, alertei

O namoro durou muito tempo. Em alguns momentos, fizemos que ele dançasse nu para nós, pedimos que desfilasse ora fazendo de conta que era mulher, ora que era homem. Quando fazia o papel feminino, tinha de tentar esconder o pênis, que permaneceu ereto durante a maior parte do tempo.

Fiz que ele metesse em mim, mas logo Rejane, preocupada, alertou: “quero também, viu?.”

“Será que você consegue dar duas trepadas?”, perguntei a ele.

“Acho que sim. No começo eu estava temeroso, mas agora estou adorando.”

“Déborah, acho que de hoje em diante ele vai resolver ser homem”, Rejane sorriu. Depois se deitou e pediu que ele fosse sobre ela. Enquanto eles trepavam, fiz que Jardel chupasse os meus seios.

“Não goza dentro não, deixa pra gozar na minha boca”, pediu Rejane.

“Também quero”, saltei e esperei a minha vez.

Quando ele gozou, teve porra de sobra para nós duas.

“Que delícia”, falei, “você é muito gostoso, eu já desconfiava”, completei.

“Adorei, meninas, acho que vou querer que voltem sempre.”

“Voltar sempre?”, perguntei. “Olha que somos mulheres difíceis”, franzi a testa e caí na gargalhada.

Ele nos abraçou, as duas ao mesmo tempo. De repente, sugeriu:

“Que tal começarmos de novo?”

Enquanto rolávamos os três sobre a cama, ouvimos alguém bater na porta. Jardel correu e abriu. Um homem negro, alto, entrou no apartamento. Eu e Rejane gritamos quase juntas, gritamos, saltamos e nos cobrimos com nossas pequenas mãos.

“Calma, meninas”, falou Jardel, “vocês me fizeram uma surpresa, não? Agora sou eu que faço a vocês.”

“Mas, Jardel, estamos nuas”, vociferou Rejane.

“Eu sei, querida, não há nada de mais nisso.” Ainda voltado para nós duas, continuou: “apresento a vocês o meu amigo João. Meninas, ele trabalha no hotel, ninguém pode saber que está aqui.” Então voltou-se para o homem: “João, essas são minhas amigas Déborah e Rejane, estrelas da companhia de dança.”

O recém-chegado olhou-nos com ligeiro sorriso e falou com voz baixa e delicada: “muito prazer”.

“O que ele veio fazer aqui?”, perguntei.

“Ora, veio conversar comigo. Mas quero dizer uma coisa a ele”. Jardel virou-se para homem: “João, sei que veio aqui por causa de mim, mas acho que você vai acabar pensando como eu. Essas duas são adoráveis, conseguiram me divertir muito, uma diversão como nunca senti. Elas não vão negar nada a você.”

“Déborah, e agora, o que vamos fazer?”, a voz de Rejane era de aflição.

“Ora, amiga, não há nada a fazer. Vamos seguir o conselho de Jardel, vamos todos nos divertir. Como diz aquele velho ditado: 'já que tá, deixa ficar'.”

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