Foi aqui nessa pracinha mesmo. Você já me conhece de vista,
não?, sabe que adoro andar de biquíni. Saio de casa para ir à praia de biquíni,
nenhum pano a me cobrir, só a carteira de plástico transparente contendo a
identidade, colada aqui no meu braço esquerdo; ando pela orla de biquíni;
depois da praia vou a algum bar tomar chope de biquíni; converso aqui ou ali
com um ou outro, de biquíni. E hoje que é carnaval, lógico que não poderia
deixar de sair com o meu traje predileto, o menor biquíni, e de lacinhos.
Fui à praia; depois, adivinhe, vim aqui para o bloco. Dancei à beça. Tomei dois ou
três chopes. Então apareceu um rapaz, acho que novo nas imediações. Mas tão bonito, que corpo!
Logo me conquistou; logo me dependurei no seu pescoço. Que emoção... Então ele começou a ficar excitadíssimo com meus beijos e abraços. Falei a ele aqui na praça não podemos transar, vamos deixar para outra hora, hoje é
carnaval. Mas ele insistiu a gente tem de dar um jeito. Mas com
tanta gente tentei desconversar olha o que você vai aprontar continuei e lhe
dei mais um beijo. Ele foi me conduzindo no ritmo da banda para o lado de uma árvore, e falou aqui na praça há um ponto cego.
Ponto cego? perguntei. Isso, ponto cego reafirmou um local onde ninguém pode
nos ver. Você acredita que há um lugar onde ninguém pode nos ver, numa praça?
Realmente, ele me convenceu. Ficamos ali, agarradinhos. Você quer que
eu mostre o lugar? Assim que acabar o relato levo você até lá. Escute. E não é que ninguém
nos viu mesmo? Ficamos a namorar, a nos agarrar, a nos beijar. Até que ele
falou tenho um costume, sabe? um costume como o daquele cantor, esqueci o nome
dele, gosto também de fazer coleção de calcinhas, sempre levo de lembrança uma
calcinha de minhas namoradas. Calcinha contra-argumentei mas estou de
biquíni. Hoje quero começar uma nova coleção, desta vez de
biquínis falou. Ele me apertou mais, e sabe o que fez? Acho que não preciso descrever, só digo que me levou ao orgasmo. Isso mesmo, gozei ali naquele cantinho.
Mas não é que o danado começou a nova coleção dele hoje mesmo? Quer
saber como corri até aqui? Corri, simplesmente. Como nos sonhos, corremos e ninguém
nos vê. Acho que tive sorte. Aí apareceu você com esses braços compridos, o
tronco largo. Quer ir até o ponto cego? É logo ao lado da árvore, a da direita.
Vamos sim. Já sei, você também quer me levar ao orgasmo. Olhe que sou osso duro de roer, viu? Ok, mas promete depois me emprestar sua camiseta? Então, combinado. Adoro carnaval, e
não posso perder esse desfile só porque estou com o bumbum de fora. Você quer saber o meu nome? Gisele. A modelo? Não, não. Ou melhor, quem sabe. No carnaval faz mais sentido desfilar aqui na General Osório do que nos Estados Unidos. Você está rindo.
Sou engraçada, sim...
domingo, fevereiro 03, 2013
Sou engraçada, sim...
Sua camisa é tão bonita. É da banda, não? Você me empresta? Ah, entendi, só se eu contar o que aconteceu. Então me abrace, me esconda
nesse seu largo tronco. Assim conto a minha historinha e me mantenho oculta,
longe de olhares afoitos. A banda está tão animada, que bom! A gente
se diverte. Escute.
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