"Valdo, ainda bem que já mandei a crônica para o jornal, já
passa das oito, achei que não voltarias,"
Ele nada retrucou, como era seu costume, apenas me beijou na
boca, um beijo longo e saboroso.
"Por que demoraste tanto? Já estava desesperada."
"Tinha um assunto a resolver."
"E precisavas ter levado as minhas roupas?"
"Assim estaria mais perto de ti."
"Por que não me levaste junto?"
"Não podia, assunto de homens."
"Por que não me deixaste lá embaixo, eu a passear, a ver alguma vitrine?", sugeri.
"Queria ter certeza de que faria amor com você."
"Quase não consegues, estava prestes a alçar voo. A janela é
larga."
"Mas você permaneceu pousada."
"Verdade. Mas agora quero minhas roupas, preciso ir embora. Gostaste da resistência de meus músculos?"
"Gostei de todos os teus músculos. Mas você ainda treme, o que há?"
"É o risco. Vi que entraste com as mão vazias."
"Verdade. O que você vai fazer?", sorriu e me soprou um beijo.
"Me come mais uma vez, vai, estou trêmula e arrepiada. Me come, assim fico calma. Depois dou um jeito."
Nenhum comentário:
Postar um comentário