Você gosta de me telefonar, não é mesmo? Sabe que já me
casei, mas mesmo assim insiste, e ainda pergunta pelo meu marido. Ele está na
rádio, você já sabe sobre isso; desde que se mudou pra minha casa, aqui na
serra, se enfiou na rádio e quase não sai de lá, não recebe um centavo, mas não sai de lá. A rádio
é comunitária, ele diz que está ajudando. O que vou fazer?, deixo que ele vá. E
você aproveita para me telefonar. Outro dia, me lembro bem da tua pergunta, você
quis saber se tomo banho nua no rio que passa aqui atrás, quase dentro do
quintal. Não, não tomo não, a água está poluída, quando passa por aqui já
beirou várias vilas aqui de cima, portanto não pretendo contrair uma doença.
Mas vou dizer um segredo. Escute. Quando o telefone tocou, eu estava saindo do
banho, corri até a sala e peguei nas mãos o aparelho. Adivinha. Estou nua, isso
mesmo, nua, pelada, acho que você deve estar adorando me ouvir contar isso. Não
fiz de propósito. Como ia adivinhar que era você? Mas coincidiu. Como sei que
gosta de me ver nua, ou de imaginar que estou nua, digo a verdade, sentei
pelada na poltrona, cruzei as pernas e estou falando com você. Não, ele não vai
chegar agora, é quase certo; se chegar, o que tem?, a desculpa vai ser a mesma,
estava saindo do banho etc. e tal. Outra coisa, ele nada pode falar, atualmente
sou eu que pago as contas, o que ele ganha é muito pouco, e ainda se mete em
trabalhos voluntários. O quê? Ah, sim, lembro. Você não esquece isso, não é
mesmo? Acho que adorou. Lembro muito bem. Foram duas vezes. A primeira foi na
estrada. Era de madrugada e você me pediu que tirasse toda a roupa. Saí do
carro apenas de casaco, um casaco grosso mas curto. Se você não volta eu estava
perdida, com tudo de fora, o primeiro que passasse ia querer me comer. Bom que a brincadeira acabou bem. Você foi dar apenas uma voltinha e não
demorou. Ou, sei lá, na hora me pareceu uma eternidade, mas acho que não passou
de vinte minutos. Isso mesmo, quando entrei no carro, vestindo apenas o
agasalho, disse a você que estava molhadinha, e não era devido ao casaco, estava
molhada em baixo, bem entre as pernas. Está gostando de me ouvir falar
sacanagem? Acha que porque me casei eu não ia mais contar nada picante? O quê?
Ah, sim, pode ser, acho que você tem razão, já estou me sentindo mais aliviada
das dores nas costas, acho que quando tenho tesão, ou quando trepo, as dores
diminuem. Vai ver que eu devia andar sempre nua por aqui, assim ficava molhada
e aliviada das dores, acho que tesão e uma boa trepada resolvem tudo. Mas
escute, já que você tocou no assunto, outro dia li um daqueles livros que você
sugeriu, da mulher que viaja para outro país e arranja um namorado casado,
gostei da história, é boa, ela frequenta um bar com ele, acho que em Tel Aviv,
ou era em Jerusalém?, não lembro ao certo. Sei que a mulher veio da Rússia e
logo arranjou um namorado, um árabe. Ela estava certa. A irmã é que foi uma
idiota, casou-se com um mecânico que a traía e aceitou viver naquele fim de
mundo, na Rússia. As coisas não são muito diferentes por aqui. Em Glicério,
também está cheio de gente querendo arranjar problemas. Ainda há outra história
em relação a nós dois, lembra? Na praia, lá em Rio das Ostras. Você fez que eu
tirasse o biquíni dentro d’água e o entregasse nas suas você. E o que aconteceu depois?
Você levou o biquíni lá pra areia e o guardou dentro da minha bolsa. Me deixou
nua na praia. Sabe que também fiquei morrendo de tesão. E a menina, minha
ex-aluna, quando me viu veio me beijar, e nem notou que me faltava a parte de
baixo. Ainda bem que tudo acabou de modo satisfatório. Ou não? Na minha memória
sei que não voltei nua pra casa. Sabe, contei essa história pra uma amiga. Não
disse que aconteceu comigo, mas com uma pessoa próxima. Você sabe que existe
uma porção de gente que faz essas coisas por aqui, e mesmo em Macaé? Aqui na
serra, quando as mulheres namoram saindo de carro, elas acabam sempre nuas,
dizem que adoram namorar ao ar livre, sob a luz da lua. Há uma delas que
conhece um cara que contou que a namorada gosta de sair nua de casa e ir até o
portão. Você lembra que eu também já fiz isso? Desci as escadas pelada e
encontrei uma mulher lá embaixo, bem junto ao portão, ainda bem que ela não me
viu, cheguei a pensar que era Lídia. Você gostou..., adorou, e os apartamentos
do segundo andar estavam com inquilinos. Olha, acho que nem vou precisar tomar
remédio hoje, só o fato de estar aqui nua conversando com você já me aliviou
muito, me deu o maior ânimo, estou melhor. Não, não venha, não quero trair o
meu marido, e logo aqui, tão perto de casa, nada disso. Vamos fazer diferente.
Um dia desses eu vou aí e a gente arranja um lugar pra você me deixar nua. Hoje
acho que vou gozar sozinha, vou também pensar nas nossas histórias, acho que
até hoje você goza pensando em mim, não? Goza, sim; e acho que vou gozar
também, já mudei até a posição das pernas, sério, estou toda molhada...
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